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História Quando A Piada Se Transforma Em Escuridão - Chega de mistérios


Escrita por: FresadelaLuna

Capítulo 28 - Chega de mistérios


Fanfic / Fanfiction Quando A Piada Se Transforma Em Escuridão - Chega de mistérios

“Você gosta dos meus saltos altos

E meu batom vermelho cereja

Você está viciado na pressa

Pare de olhar para a sua rainha

Ao invés disso aprecie o valete

Estou aqui para correr as mesas,

Como se atreve a chamar o meu blefe

Veja, eu sou irresistível, um tipo imprevisível

Aposto que você quer alguma ação, amor

Não é? não é?”

 

 

Não me lembro ao certo quando minhas mãos ficaram atadas para uma boa luta, soube apenas que o banco de trás do carro que me colocaram chacoalhava tanto, capaz de quebrar minha coluna se fosse possível. Nem ao menos sabia por onde estávamos indo, fui vendada.

- Se eu sair viva daqui, eu juro que vou quebrar os ossos de cada um de vocês! - disse eu, tentando me sentar.

- Acho que não vai ser possível, só estamos nós dois aqui.

- Que voz estranha é essa?

- É minha voz normal, Harley.

- Quem está falando?

Ouvi um coçar de garganta, o som do motor do carro, e os cascalhos sendo esmagados pelas rodas. A quentura do ar ao meu redor e o cheiro de lavanda me dava impressão de que já senti esse cheiro em algum lugar, mas não sabia onde.

- Eu sou o vilão mais inteligente do Batman, mas todos me colocam em segundo plano. Quem sou eu?

- Ah, Charada, é você… - bufei, me encostando no banco com mais tranquilidade - O que aconteceu com os capangas do Coringa que me tiraram da boate?

- Você não se lembra?

- Estou com dor de cabeça...

- Um amigo nosso deu um jeito naqueles homens, você estragou com vontade o rosto daquele Palhaço, queria dar os Parabéns!

- Obrigada, meus punhos ainda doem, queria ter arrancado a traqueia dele para o Sr. C não rir nunca mais.

- Não seria as cordas vocais?

- Vem cá! Você virou professor de biologia agora?

Ele riu, era uma risada estranha, talvez eu ouvisse estranho pela pancada que havia sofrido na cabeça, eu não sabia ao certo, tudo em mim parecia estar estranho. Sentia como se todas as horas anteriores em que despertei neste carro fossem simplesmente apagadas.

- Consegue sentir seus pés?

- Huh?

- Seus pés. Consegue senti-los?

Batendo o calcanhar no chão do carro, senti a borracha do estofado, mexi os dedos dos pés, podendo sentir as articulações trabalhando.

- Consigo. - respondi.

- Ótimo.

- Para onde estamos indo?

- Para um lugar seguro.

- Seguro você quer dizer…

- Protegido do Coringa e longe o bastante para que você não corra atrás dele com intuito de vingancinhas estúpidas.

- Ei! Parece o meu pai falando!

- Então acho que o seu pai era bem esperto.

Assim que o carro estacionou, o Charada saiu para fora, abrindo a porta traseira, agarrando meu braço e me puxando para fora. Descalça, senti as pedras machucando as solas dos meus pés, mas não reclamei, apenas dei passos saltitantes, esperando não feri-los mais.

- Você podia tirar essa venda de mim, eu agradeceria muito.

- O sol iria ferir seus olhos.

Num impulso, a faixa saiu dos meus olhos. Tudo o que eu pude ver foi o céu ainda escuro com a lua cheia em seu auge. Estávamos no topo de uma floresta de pinheiros e eucaliptos, com pedregulhos e cascalhos em meio a terra vermelha.

- HA-HA… Engraçadinho…

Virei-me assim que meus pulsos foram desatados. A fita saiu dos meus punhos dolorosamente.

- Alfred?

- É bom saber que eu tenho uma voz estranha, Srta. Harley.

- Era meus ouvidos… E é Arlequina! Caramba, eu realmente pensei que era o Charada. Maldito cheiro de lavanda que eu não consegui identificar de onde vinham!

Alfred sorriu, rindo, ajeitando as luvas negras nas mãos enquanto enrolava as fitas arrancadas de mim e as colocava no bolso do seu paletó.

- Desde quando um “lugar seguro” é no meio da floresta?

- Eu ainda não te levei até ele ainda.

Cruzando os braços, senti o vento congelante em contato comigo pela primeira vez, o que me fez estremecer. Alfred fez questão de tirar seu paletó e o envolver em mim. O cheiro de lavanda e a quentura do seu corpo me deixou desconfortável por alguns instantes, mas eu assenti em positividade com a situação.

- Você está cheio de segredos, Velhinho.

- Ele achou melhor te encontrar aqui.

- Ele quem?

Alfred apontou em direção às luzes que criavam garras em contato com os galhos quebradiços vindos do farol do carro, então eu pude ver a silhueta negra e azul. Vi a máscara surgindo como se fosse a linha tênue da esquizofrenia.

- O que esse Urubu faz aqui? - indaguei.

- Harley… Eu andei pensando…

- O Asa Noturna achou melhor assim. - interveio Alfred.

- Desculpe, mas eu não falo chinês, talvez seja por isso que eu não estou entendendo nada do que está acontecendo aqui.

- Harley, escute. Eu não fui bom para você, eu sei disso, aconteceu muita coisa desde que você saiu da Mansão. Eu estou engolindo o meu orgulho por isso.

- Então porque não volta a ser orgulhoso se isso é tão importante para você?

- Porque eu sei que isso não é algo que se faça quando se tem alguém pedindo por ajuda sem dizer uma só palavra.

- Alguém está te extorquindo, Velhinho? - virei-me para o Alfred, que negou com a cabeça - Ué! Ele acabou de dizer que alguém está pedindo ajuda e com certeza esse alguém não sou eu!

Asa Noturna, ou melhor, Dick Grayson, mordeu o lábio inferior e avançou em minha direção, deixando seu corpo mais à mostra em meio aos faróis do carro.

- Eu quero acabar com o Coringa tanto quanto você ou o Batman pelo que ele fez com a Bárbara… Então eu quero te ajudar!

- Desde quando acha que eu sou de confiança para querer uma parceria entre nós?

- Desde que você decidiu se afastar do Bruce para conseguir se aproximar do Coringa.

- Isso não me parece bem uma coisa que faça você confiar numa pessoa.

- Eu vi o que você fez com ele hoje, você desfigurou ele. É isso o que eu faria.

- Hum... Gostos em comum. Que interessante! Mas ainda não estou convencida.

- Quando voltarmos, falaremos mais sobre isso.

- Falar sobre o quê? Espere! Ir para onde?

- Para a Mansão Wayne, onde mais?



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