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História Quando A Piada Se Transforma Em Escuridão - Descida para o Inferno


Escrita por: FresadelaLuna

Capítulo 41 - Descida para o Inferno


Fanfic / Fanfiction Quando A Piada Se Transforma Em Escuridão - Descida para o Inferno

“Respire profundamente

Acalme-se, ele disse pra mim

Se você jogar, você joga para ficar

Pegue na arma, e conte até três

Eu estou suando agora, movendo-me lentamente

Sem tempo para pensar, é minha vez de ir

E você pode ver meu coração batendo

Você pode ver através do meu peito

Estou apavorada, mas eu não vou desistir

Eu sei que tenho que passar por este teste

Então, basta puxar o gatilho”

 

 

Ele riu para mim no cômodo escuro onde me colocou. Não tinha para onde fugir, era apenas um quarto minúsculo sem camas, apenas uma mesa de madeira com duas cadeiras podres na ponta, onde cada um de nós estava sentado. A luz opaca que vinha dos furos do teto iluminavam parte do seu rosto pálido. Ele segurava uma arma enquanto eu segurava a expressão de confiança, embora eu estivesse completamente assustada, suando frio, o estômago congelando e criando pedras de gelo.

- Vamos brincar de Roleta Russa, docinho? - perguntou ele, sorrindo para mim.

Abrindo um sorriso contido, afirmei. Havia passado tanto tempo longe dele que havia esquecido o significado do medo. Ele então abriu o tambor da arma e despejou todas as balas sobre a mesa, deixando apenas uma em seu interior. Ele girou o tambor uma, duas, três vezes antes de fechá-lo novamente no revólver. Nenhum de nós sabia quem seria atingido primeiro. O vi deslizar a arma até o centro da mesa e eu toquei o metal frio, esperando que o meu pavor não estivesse tão aparente.

- É o meu jogo preferido, Pudinzinho! - respondi.

 

2 horas atrás…

 

Eu havia corrido para o meu antigo quarto, antes de virar hóspede definitiva do dormitório de Bruce. Ele estava intacto, embora ainda exalasse um forte cheiro de queimado que vinha do banheiro, com isso, havia uma cadeira ao centro da porta, para que ninguém o ultrapassasse. Abri o guarda-roupa e peguei o que eu chamo de “Minhas Roupas de Guerra!” e comecei a colocá-las, pois sabia que Bruce não queria vê-las tão cedo. Então, quando me vi pronta, fui para a BatCaverna, não era muito surpreendente, já que o BatWing ficava um andar acima de onde o BatMóvel estava, e logo, quando entrei pela barriga negra de metal e abri a base de compartimentos, conseguindo me encaixar em uma das cabines do estoque, um tanto próxima da cabine do piloto. Mas o importante é que eu estava pronta para enfrentar o Sr. C com o meu taco de baseball e um saquinho de Doritos.

Espremida, me arrumei entre as divisas dos fios e câmbios elétricos, sendo impedida de ser vista apenas por uma cortina rubra. Quando ouvi o andar pesado de Bruce indo em direção ao banco do piloto, me encolhi mais, suspirando ao perceber que ele não havia notado a minha presença.

“Coordenação para rastreamento, ativado”, a voz feminina e mecânica soou novamente “Tempo estimado, vinte minutos”.

“Vinte minutos!?”, pensei comigo mesma, suspirando.

Eu havia esquecido minha jaqueta, havia deixado a minha gargantilha, sabendo que eu não precisava mais dela, mas agora eu sentia falta de cada um desses itens, pois sabia que talvez, se eu seduzisse o Sr. C, eu conseguiria prendê-lo novamente, por Bruce.

O BatWing se ergueu, tremendo meus órgãos e partiu rápido o bastante para conseguir me afundar em meio aos fios. O ar frio caía para dentro da aeronave devido a porta que ele mantinha aberta, talvez porque também estava com calor tanto quanto eu, devido a bateria quente dessa coisa grande…

Errei feio! Ouvi algo entrando como uma bala, vestido de negro e azul. Dick se ergueu como um real herói e andou até a cabine do Batman, enquanto eu continuava esperando ansiosamente que tudo fosse rápido.

- Acha que ele está armando para nós? - indagou Dick.

- Ele sempre faz algum truque… Mas desta vez ele pensou em algo grande. Envolve a Harley, mas não consigo entender o que é!

- Ele a quer de volta, simples!

- Não, claro que não, ele a teria pego antes, o que ele quer agora tem a ver com vingança e raiva, a combinação perfeita do que ele sempre quis, só que de uma forma modificada.

- Isso por causa da Harley?

- Não! - respondeu secamente - Por causa de mim...

O BatWing deu uma curva no céu e eu, engolindo a seco, abri o saquinho de Doritos porque ninguém consegue brigar de barriga vazia. Eu tentava amenizar o barulho enquanto meus dentes quebravam o salgado. E quando o som das hélices cessaram, quase pulei da cabine ao ver a cortina se abrir e o Asa Noturna me olhar indignado.

- Que foi? - perguntei com a boca cheia de Doritos.

- Você é muito barulhenta, Harley.

“Localização encontrada. Chegamos ao destino”.

- Harley!? - esbravejou Bruce assim que me viu - Eu disse para ficar fora disso!

Me aproximei da porta aberta, observando a noite escura e o prédio aos pedaços abaixo de nós.

- Eu deveria ter trago alguma coisa que não fizesse tanto barulho. - admiti - Mas Bruce, vamos sair dessa com o Coringa nas costas!

- Não, não va…

Ele não terminou a frase, porque a explosão não deixou com que ele terminasse. Os três mísseis acertaram a calda fina do BatWing, e talvez seja nesse momento que Bruce tentou agarrar o meu braço, mas nossas mãos deslizaram e eu caí para baixo, em direção ao abismo negro.

 

Agora.

 

Levei o revólver até a lateral da minha cabeça e eu suspirei de boca fechada, mordendo o interior da bochecha. Clic. Soltei o ar que não sabia que o havia guardado até então.

- Está com medo, Harley? - perguntou ele, pegando a arma da minha mão e a colocando na lateral de sua cabeça - Pensei que já tivéssemos superado essa fase!

Clic.

Eu não precisava ter medo dele, não quando eu poderia ser mais louca que ele. Sorrindo, peguei a arma de sua mão.

- Não benzinho… É pela saudade que senti! - ergui-me da cadeira, pressionando o cano da arma na minha testa. Clic. - Às vezes é apenas esse jogo que eu preciso para me sentir viva! Sr. C… Sabe o segredo de uma boa comédia?

- Tempo. - sorriu para mim.

Continuei com o revólver na minha cabeça.

Clic.

- E o que é coragem, pudinzinho?

- Graça sobre pressão. - disse ele sorrindo, me vendo por a arma debaixo do meu queixo.

Clic.

- E sabe o que faz a sanidade diferente de nós?

- O quê?

Enfiei o cano na minha boca.

Clic.

Sorri.

- A vontade que temos de continuar loucos.

Entreguei a arma para ele.

- Sua vez, docinho.

O Sr. C pegou o revólver da minha mão, parecendo maravilhado com o modo como eu agia e eu amava isso. Sorrindo, ele pressionou o cano contra a própria testa.

BANG!



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