História Quando as cerejeiras florescem - imagine Bakugou Katsuki - Beijo Doce (sob revisão)

Sem pensar duas vezes, sem pensar em deter Uraraka, uso a impulsão das explosões para saltar e salvar Harumi. 5º andar… 4º… 3º… Peguei! O vento gerado pela força do soco faz os estilhaços cortarem minha pele. Já é tarde demais para tentar vencer, Uraraka já tocou a bomba, Deku lá em baixo nos observa assustado com seu braço quebrado e o tempo se encerrou agora. Foram os 3 segundos mais rápidos e decisivos pelos quais já passei.

    Pouso no chão segurando Haru em meus braços. Ela está inconsciente por causa da pancada. Engulo a seco. Há um corte profundo em seu braço esquerdo com muito sangue. O que a Uraraka estava pensando?? Corro em direção à saída para levá-la à Recovery Girl.

    Quando já estou saindo do complexo de prédios para treinamento sinto Haru mover-se em meus braços. Ela abre os olhos lentamente. Percebendo que estou a carregando ela arregala os olhos e tenta se desvencilhar.

    — Você é idiota?? —  digo a repreendendo. — Para quieta que eu vou te levar pra enfermaria!

    — Não… — ela diz num sussurro. Como assim não??? — me coloca no chão…

    — Harumi, cala a boca e me deixa te ajudar! Que saco! — digo segurando-a mais forte. Mas ela se contrai e se mexe de um jeito que me faz deixá-la cair sem querer. Qual é a dela.

    — Eu não preciso da Recovery Girl! — ela contesta se levantando.

    —  Ta doida?? Olha seu braço! — exclamo.

    — Apenas observe… — Haru diz fazendo sinal para que eu me acalme. O que ela ta tramando?

    Então como da primeira e segunda vez que a vi usar sua individualidade seu corpo emite uma aura esverdeada translúcida, essa aura dança sob seu corpo e assim como surgiu ela some. As escoriações em seu rosto já não estão mais lá, nem o corte em seu braço, o único vestígio de que ele estava lá é o sangue manchado no uniforme dela… Ela parece também muito mais revitalizada agora, me olha com um olhar calmo e doce, mas feroz, como se estivesse pronta para a próxima batalha.

    — Então… Essa é a sua individualidade? — pergunto.

    — Sim. Healing Breath, sopro de cura. — Hum… Se essa é a individualidade dela, como ela quebrou aquele galho hoje mais cedo? — Achei que tivesse dito que não ia mais se preocupar comigo… — ela me provoca sorrindo. Puts… Rápido, pensa algo Katsuki!

    — Se eu te deixasse morrer eu perderia pontos… heh — digo sem graça. Ela então se aproxima de mim, colocando a palma da mão em meu peito e se inclina para beijar minha bochecha. Seus lábios são macios, meu corpo estremece. Sinto sua individualidade agindo sobre mim, aquela mesma aura verde percorre meu corpo, todos os meus ferimentos são curados e sinto o vigor voltando ao meu corpo cansado.

    — Obrigada por me salvar —  ela agradece se afastando e me encarando com aquelas esmeraldas verdes enigmáticas. Uou. Confesso que meus batimentos ficaram descompassados, talvez eu tenha ficado sem reação…

— Haru-chan! — a cara de bolacha chama abraçando-a. As meninas são estranhas… A Uraraka quase matou a Haru e agora elas estão aí, rindo juntas… — Desculpaaa, eu sabia que você isa usar sua individualidade para se curar, mas mesmo assim me sinto muito culpadaaa.

    — Ei, Kacchan… — Deku me chama. O que esse verme quer? Esfregar na minha cara que ele venceu? Dou meia volta e vou embora antes que ele possa dizer qualquer coisa.

    Sakurai Harumi P.O.V.

    Quando acordei nos braços do Katsuki fiquei muito desnorteada, tinha cheiro de fumaça e perfume agridoce, os braços dele eram tão fortes. Quando me dei conta de QUEM estava me carregando levei um susto. Estava grata por não morrer, claro que estava, mas fiquei confusa, achei que ele não se importasse com ninguém, e mesmo assim ele me salvou. Pensei que ele fosse ser um herói corrupto por só desejar a fama e que talvez um dia ele cedesse aos vilões devido ao seu temperamento, mas ele me salvou… De novo. Acho que ele não vai ser um herói tão ruim assim, a força ele com certeza já tem, espero que ele possa aperfeiçoar seu senso de heroísmo ao longo da nossa jornada na U.A.

    Não culpo Uraraka pela minha queda, ela sabia que eu era capaz de me defender daquele golpe com o pilar, mas eu fui boba e me distraí com o super soco que o Midoriya deu. Esse garoto tem potencial, nunca mais vou duvidar. Falando nele, Bakugou ficou tão irritado com a derrota que saiu do complexo de prédios puto da vida e não voltou para assistir as batalhas dos colegas.

    Usei minha individualidade para curar o braço quebrado de Midoriya, para que ele não sentisse a exaustão causada pela cura da Recovery Girl. Mas isso faz com que eu ultrapasse o limite do meu poder, então pedi à All Might permissão para me retirar da aula e ele consentiu.

    Vou até o vestiário cambaleando e visto novamente o uniforme social. Tô muito sonolenta, uh. Me arrasto até a sala de aula e me jogo na carteira, queria dormir mas não tem nada pra apoiar a cabeça… Viro para trás para procurar algo na mochila, ao levantar o olhar vejo o moletom de Bakugo em cima da mesa dele… Hum… Eu devolvo antes dele chegar, hehe. Faço um bolinho com o casaco e afundo meu rosto nele para dormir, hmmm, tão macio… E… Esse é o perfume dele? É gostoso…

    Todoroki Shoto P.O.V.

    Eu não estava gostando daquele cara, Bakugo. Lembro dele da festa à fantasia naquela confusão que a Haru jurou que ele tinha salvo ela, mas eu ainda não engoli isso. Esse cara é um otário, um bad boyzinho medíocre que fica posando de machão xingando todo mundo por aí, eu posso me portar indiferente, mas à mim ele não engana.

    Quando a Haru e o cara formaram dupla e foram pra batalha escutei alguns colegas comentando sobre um ocorrido de antes da aula. Aparentemente a Haru deu a doida quando estava machucada e saiu correndo e o babaquinha foi atrás. Ela me disse que estava bem…

    A batalha transcorreu como imaginei, o bombinha abandonou o posto e ficou agindo por impulso sem se comunicar com a Haru. Mas ela não se deixou abalar e arquitetou uma estratégia contra a Ochako, tirando todos os móveis do andar. Quando as duas se enfrentaram corpo a corpo fiquei orgulhoso de vê-la usando um movimento que ensinei.

    Quando o chão se rompeu abrindo uma cratera em todos os andares meu coração apertou.

—  HARU! — chamei alterado da sala de observação vendo o corpo da minha amiga despencando desacordado pelos andares. Senti todos os olhares da turma em mim por meio segundo, pois logo voltaram o olhar para Haru que era salva por aquele bad boy ridículo. Trinquei o maxilar canalizando a raiva. Se eu fosse a dupla dela isso não teria acontecido.

Bakugo Katsuki P.O.V.

    Fala sério, o Deku me tira do sério, se quebrou todo só pra me derrotar, no fim tecnicamente quem venceu fui eu, porque eu não saí com um braço quebrado, hunf. Bastardo verde de merda.

    Depois de tirar o uniforme de herói dei uma volta no pátio pra esfriar a cabeça. Mas mesmo que eu tente pensar em qualquer outra coisa minha cabeça só volta a pensar naquela cabelo cor-de-rosa metida. Ela… Ela não precisava beijar minha bochecha pra me curar! Ela nem precisava me curar! Todo mundo viu!!! Urgh, que saco.

    A sensação da Harumi colocando aquela mão gelada no meu peito, me beijando docemente e dando um sorriso gracioso ainda não cessou, sinto algo na boca do estômago.

    — Baka! — esbravejo chutando uma lixeira.

    Saio caminhando com as mãos enfiadas nos bolsos. Preciso ir pra casa, vou pegar minhas coisas na sala. Humpf.