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História Quando éramos apenas crianças sob as estrelas - Coração estraçalhado


Escrita por: mistvnture

Notas do Autor


Gente era pra eu postar ontem mas eu esqueci e dormi mals hausbaushuaha

Capítulo 66 - Coração estraçalhado


Fanfic / Fanfiction Quando éramos apenas crianças sob as estrelas - Coração estraçalhado

Não pude dizer nada, só encarei ele, tentando não surtar, tentando manter meu coração no meu peito. Tentando não deixar lágrimas caírem dos meus olhos. Shalom ficou quieto. Ele olhou pra baixo e ficou pensando por muito tempo.

-Você me odeia, né? -Ele me olhou nos olhos.

Não sei o que aconteceu, não sei se eu me indignei mais com a pergunta ou com cara de pau dele de ter coragem de perguntar ela, mas quando consegui recuperar os meus sentidos, eu não estava nervosa, não estava sem chão, eu estava com ódio, e ele queimava no meu peito. Cerrei meus punhos e senti lágrimas de raiva e tristeza se acumularem no meu rosto. Não pude fazer nada a não ser segurar as lágrimas e dar um tapa alto na cara dele.

Dei um sorriso sarcástico:

-Como você ainda vem me perguntar isso?!

Ele colocou a mão na bochecha vermelha e me olhou, perplexo.

-Mas sabe que eu acho que eu não te odeio. Talvez essa palavra seja muito fraca pra expressar o que eu sinto por você.

Ele ficou lá parado, sem conseguir falar nem fazer nada, mas eu ainda tinha muita coisa pra falar.

-Talvez eu também me odeie, sabe? Por que eu acreditei em você! -Coloquei meu dedo no peito dele e senti minha garganta fechando. -Em cada palavra. Em cada momento. Em cada segundo. Eu acreditei em cada um deles. -Eu apertei meu dedo no peito dele a cada palavra, empurrando ele pra trás e sentindo minha junta doer. -Talvez você consiga ser um bom rei, como você quer ser, porque bom de mentira você já é.

-Crys...

-Nao. Não. Não! Não me chame de Crys, nem de Crystal Ally, ou melhor não me chame de nada. Só... só nunca mais venha falar comigo! -Eu ia falar mais, mas não iria mais conseguir segurar minhas lágrimas.

Tirei o dedo do peito dele e fui pra trás.

-Bom dia, Vossa Alteza. -Fiz uma reverência. -Agora acho que essas formalidades serão necessárias entre nós, afinal agora nós só somos duas pessoas que algum dia, por algum acaso, ou motivo desgraçado, infelizmente, se conheceram.

Virei as costas e sai da sala. Esperei até ter certeza que ele não ia me ver e comecei a correr. Meu peito estava doendo, e minha garganta fechada. Senti lágrimas escapando pelos meus olhos enquanto corria, e quando finalmente cheguei no meu quarto, tranquei a porta e me encostei nela. Coloquei a mão na boca e comecei a soluçar. Minhas pernas estavam bambas e eu não conseguia respirar. Escorreguei até o chão e abraçei meus joelhos. Talvez eu tivesse que chorar rios antes que tudo ficasse bem, mas eu não estava pronta pra isso. O único aviso prévio que recebi foi o de que ficaria tudo bem entre nós, e ele era completamente errado.

Mas tudo me sufocava. Esse castelo me sufocava. Olhar pro meu quarto, onde tínhamos conseguido ficar juntos até mesmo com uma seleção, olhar para a escada que ia pro último andar, pro nosso canto, olhar pro Jardim e para os cavalos, olhar para todos os lugares aqui me lembrava de momentos nossos, momentos que eu acreditei que fossem reais, e que talvez até foram em algum momento, nunca vou saber, mas cada um deles tinha um espaço em mim, cada um deles estava na minha cabeça, no meu coração, e cada um deles doía, cada lembrança doía, cada ilusão doía. E elas não parariam de doer tão cedo. Talvez eu tivesse que aprender a conviver com a dor.

-Senhorita Crystal? -Uma das minhas criadas foi a abrir a porta, mas me viu. -Tudo bem? O que houve?

-Nada. -Limpei as lágrimas rápido e me levantei. -Saudades...da... Nova-Asia. -Forçei um sorriso.

-Ah, é que uma pessoa estava te procurando.

-Quem?

-Eu! -Gardner abriu a porta.

-Gard! -Nao sei como consegui ficar feliz, mas eu fiquei.

Ele entrou e nós nos abraçamos.

-Tenho que falar com você. -Eu sussurrei.

-Eu sei. -Ele respondeu. -E tem que ser agora. -Ele olhou pra criada. -Obrigado, mas acho que agora temos que por uns assuntos em dia.

-Ah, claro! -Ela sorriu e fechou a porta.

-Chora. -Gardner disse pra mim, e eu literalmente chorei, chorei muito.

Acho que quando as garotas falavam sobre corações partidos e eu falava que era besteira, era porque eu nunca tinha vivido isso. Mas agora, meu coração não estava só partido, ele estava estraçalhado, em 300 pedaços, e eu teria que juntar todos eles e colar de novo sozinha.


Notas Finais


ARRASA CRYSTAL


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