História Quando for tarde demais - Por que lutavam?

Harry optou por ir de trem até Londres. Ele precisava dar um recado pessoalmente e essa seria a melhor forma, claramente também optou por encher o saco do seu querido gêmeo e seu amigo. Quando o trem finalmente chegou na estação, os garotos queriam agredir Harry enquanto o mesmo só ria.

Eles saíram do vagão e ao invés de ir até seus avós, ele foi até James. O mesmo o olhou com surpresa, mas aceitou falar em particular quando pediu.

— Não sabia que você estaria aqui. Achei que iria ficar em Hogwarts com Snape.

— Papai – Harry se deliciou com a expressão de tristeza de James – Vai me encontrar depois, mas isso não importa no momento. Eu queria falar sobre Will.

— O que ele fez dessa vez? – A voz de James demonstrava todo seu descontentamento com o filho.

— Creio eu que ele é inocente dessa vez – James suspirou. — Eu encontrei ele depois do horário ontem.

— Isso não é tão grave.

— Isso também não é tão importante. O que é importante é que ele estava com algo que, pelo o que eu saiba, pertence a mim.

— Ah, a capa – James suspirou novamente. – Me desculpe por isso. Dumbledore resolveu que ele podia entregar a Will sem falar comigo antes. Eu vou resolver isso e te entregar.

— E é por isso que queria falar com você. Deixe a capa com o Will, somente informe a ele que se eu pedir, ele deve me entregar imediatamente.

— Não entendi – A confusão estava presente na voz e rosto do homem. – Você não quer a capa?

— Não seja tolo, claro que eu quero!

— E então?

— Ele vai precisar mais do que eu.

— Você tem certeza?

— Sim, eu tenho. – James, então, agradeceu e abraçou Harry. – Tá, agora me solta. – James o fez e Harry correu para seus avós, mas, antes que saísse, ele ouviu o chamado.

— Venha almoçar conosco no Natal.

Ele hesitou pois não comemorava o natal trouxa, apenas o Yuli.

– Vou pedir a meu pai – disse, e saiu acompanhado dos avós.

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Lily viu quando o seu filho e marido chegaram, sentindo-se nervosa. Eles haviam decidido fazer isso logo ao invés de enrolar e causar mais dor. Mas não significava que ela não poderia deixar para depois do almoço, por isso puxou James e Will para a cozinha antes que alguém falasse algo.

Ao final do almoço Lily tremia visivelmente e James esfregava as mãos enquanto ambos olhavam Will comer a sobremesa.

— Taaa booom – Will esticou as vogais. – Por que vocês estão me olhando assim? Está me dando nervoso.

— Nós precisamos falar um assunto sério com você. – Lily disse suavemente.

— O que eu fiz agora?

— Não foi o que você fez, foi o que Albus fez — James falou com uma pontada de raiva.

— O tio? – Will se perguntou por que seu pai parecia com raiva.

— Will, você se lembra quando dissemos que iríamos dar a guarda de Harry para Severus?

— Sim, e o que tem isso tem a ver com o tio Albus?

— Nós decidimos, junto com a guarda, entregar uma relíquia dos Potter para ele.

— Legal. E o que vocês deram? – Ambos se entreolharam.

— Na verdade, não chegamos a entregar – Lily disse hesitante.

— A relíquia estava com Albus e, bem, ele entregou a você – James resolveu falar logo.

— Comigo? Mas a única coisa que.... – Will entendeu. – Você não quer dizer a capa, não é? Eu sou o herdeiro, ela é minha! – Gritou.

— Na verdade, ela é minha, e por isso eu tenho o direito de entregá-la a quem eu quiser.

-- Mas eu sou o herdeiro. – Will parou, se lembrando das aulas que seu pai lhe deu sobre direito e família. – Isso significa que vai ser meu de qualquer forma, um dia.

— Não se eu vender.

— Você o quê?

— Will, para de gritar e me escuta! – James gritou e suspirou no final. – Harry me disse na estação que você pode ficar com ela, contanto que você a entregue quando ele pedir.

— Eu não vou entregar! Ela é minha.

— Will, ou é isso ou eu irei entregar a Harry agora e você ficará sem. – Will olhou para os pais e saiu da mesa batendo os pés.

— Isso foi mais difícil do que imaginei. Que história é essa do Harry?

— Ele me disse que podíamos deixar com o Will, contanto que ele lhe entregasse quando pedisse.

— Por que ele faria isso?

—Por que Severus fez algo que não fizemos com o Will, ele o educou bem. – Após isso, ambos os Potter ficaram em silêncio.

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O baile de Yuli nunca foi algo grande na casa dos Flamel. Em geral era só a pequena família de Harry composta de seus avós, padrinho e pai. No entanto, nesse ano estariam recebendo alguns visitantes extras. A primeira visitante foi sua tia avó e professora Sophie, seu tutor Vasile e Hermione Granger acompanhada de seus pais.

A menina estava curiosa quanto as diferenças e por isso usou o contrato para forçar Harry a levá-la a um evento, o que fez Harry pensar em uma pequena vingança contra a menina castor. Vinganças a parte, ele realmente adorou sua comemoração favorita, que o deixou com tanto bom humor que nem ofendeu os grifinórios na presença de Hermione, e ainda presenteou a menina e sua família.

Ele deu as mulheres pequenas jóias, cada uma com um símbolo rúnico de proteção. Para os homens, ele presenteou com livros ou objetos estranhos que ele achou. Ao final do ritual os adultos conversavam, e Harry foi obrigado a fazer companhia a pequena leoa dentuça, por isso ele fez uma tour com a menina e sua última parte foi a biblioteca, a qual ele tinha certeza que a menina iria babar.

Sentou-se em silêncio, observando a menina passar de um livro para outro os folheando. Sua distração foi tanta, que só percebeu a entrada da coruja quando Hermione apontou.

— Essa é a coruja do seu irmão.

— Olha, tem uma carta! Nem sabia que o asno podia escrever.

— Eu não entendo vocês – Hermione se sentou à sua frente. – Os dois quando estão em público se ofendem, e quando estão sozinho são totalmente diferentes.

— Isso porque meu irmãozão tem um complexo de Deus.

— Mesmo assim... É... Eu não sei explicar – Hermione parecia estar fazendo força para pensar. – Um dia desses eu vi vocês dois juntos. Chegava a ser fofo – Ela riu da careta de Harry. – É como se vocês fossem ligados, até a forma com vocês se mexem ao redor um do outro.

— Acho que sei o que você está falando; nós somos gêmeos.

— Mas isso não explica.

— Você não entende Hermione, gêmeos no mundo mágico não é o mesmo que no mundo trouxa, nós compartilhamos nosso... – Harry parou de falar. – Hermione, meu irmão tem problemas nas aulas práticas de magia?

— Acho que não, quer dizer, ele nunca foi o primeiro a conseguir fazer os feitiços.

— Ele parece cansado no final das aulas?

— Sim. – A menina disse com firmeza. – principalmente em feitiços. Ele quase desmaiou semana passada. – Ela parou e pensou no questionamento de Harry. – Por que está me perguntando isso?

— Desculpe Hermione, não posso te contar. – Harry disse pensativo, depois sacudiu a cabeça e abriu a caixa que seu irmão enviou só para dar de cara com a capa de invisibilidade.

— Essa capa não é de Will? Por que ele te enviaria isso? Ele não parou de se gabar na torre da Grifinória sobre ela.

— Quem sabe como funciona a mente de um Griffindor? – Harry então abriu a carta que veio junto e leu em voz alta – “ Não basta rouba minha varinha você roubou minha capa vai ter volta Harry”. Impressionante que o que me deu mais medo foram os erros de gramática dele, ele sabe para que serve as pontuações? 

— O que ele quis dizer com “roubou minha varinha”?

— Ele tem a ideia idiota de que a minha varinha deveria ser dele.

— Por que isso?

— Hermione, a grifinória aqui é você. Eu não tenho como saber como funciona suas mentes. – A menina só revirou os olhos e voltou aos livros.

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Todos os adultos que conheciam Harry perceberam que o menino estava tenso, e por isso Sophie levou os Granger para casa. Quando a mesma voltou, foram necessárias várias chamadas para Harry finalmente atendê-los, e a resposta de suas perguntas os fizeram ficar surpresos.

— Bloquearam a magia dele e, se meu palpite estiver certo, Dumbledore é o culpado.

— E como você chegou a essa conclusão? – Vasile perguntou, visto que todos os outros permaneceram em silêncio.

— Algo só clicou em mim. – Harry suspirou, se encostando meio largado no sofá com a cabeça para cima. – Você falou que ele não durou nem cinco minutos em um duelo e que sua magia é fraca. Hermione me disse que ele se cansa no final de todas as aulas práticas.

— Isso não quer dizer nada.

—Mas a instabilidade do seu núcleo sim.

— Harry — Severus se pronunciou – Bruxos com pouca magia geralmente possuem o núcleo instável. – Harry olhou para sua avó.

— Vovó, a senhora pode falar o que aquele mago da Groelândia nos disse?

— Esse homem também possuía um irmão gêmeo – Perenellle falou baixo e grave. – Ele disse que gêmeos são dois corpos com apenas um núcleo.

— E se eu tenho um grande núcleo, Will deveria ter também.

— O que faremos? – Dessa vez foi Remus que perguntou. – Além disso, quem garante que foi Dumbledore?

— Eu pensei em todos ao redor de Will que lucraram com a morte dele e...

— Morte? – O lobisomem o cortou.

— Bloqueio desse tamanho leva a força vital de uma pessoa. – Disse Nicolau. – Se esse garoto tiver a mesma quantidade de magia que Harry, ele estará morto antes dos quinze.

— Mas por que Dumbledore iria querer ele morto?

— Porque ele sabe que quando o Lorde das Trevas voltar, Will lutará com ele.

— E se Will morresse, ele poderia matar o Lorde das Trevas e voltar a ter o poder e a influência que tinha quando ele derrotou Grindelwald. – Harry terminou a fala de Severus. – Eu não irei deixar meu irmão morrer em uma luta de egos.

Quando for tarde demais eles perceberão que nunca souberam por que lutavam.