1. Spirit Fanfics >
  2. Quando nos Vênus, Juro a Marte >
  3. A velha melodia sempre retornava.

História Quando nos Vênus, Juro a Marte - A velha melodia sempre retornava.


Escrita por: bullshift

Notas do Autor


Bom, depois de 20 anos eu voltei!!!!!
E voltei berrando porque eu não acredito que QVJM chegou em 300 FODENDOS FAVORITOS COM UM PRÓLOGO. Não pode ser real, the vibe isnt real GENTEEEEEEEEEEE.
Muito obrigada, de verdade! Obrigada pelos comentários também e as mensagens, sério. Eu vou me empenhar pra não decepcionar nenhum de vocês e espero que mantenham a mente aberta, ok?
Espero que gostem do capítulo e até as notas finais! Boa leitura.

Capítulo 2 - A velha melodia sempre retornava.


Fanfic / Fanfiction Quando nos Vênus, Juro a Marte - A velha melodia sempre retornava.

Odiava ficar doente.

Passaram dias desde que pegara chuva enquanto voltava para casa e, por conta disso, Jimin estava de cama até então. E como se isso não bastasse, seu vizinho de andar não parava de cantar! Era a mesma melodia em inglês daquela banda de garagem e, por Deus, não aguentava mais! Pegava-se cantando a melodia enquanto descansava e, principalmente durante os minutos que escrevia suas cartas para sua alma gêmea.

Era como um ritual: sentava-se na escrivaninha e desenhava sua letra bonita até o papel pequeno estar repleto, dobrando então até que se formasse um pássaro de origami. Mas, Jimin estava espirrando tanto que alguns dias nem isso conseguia fazer.

Ah… Park simplesmente odiava ficar dependente de alguém, principalmente quando era de Taehyung. Ambos os amigos moravam juntos desde que o Kim largara o emprego de modelo internacional, focando em fazer suas pinturas e revender em festivais de arte amadora. O ruivo avermelhado estava juntando finanças para morar com o hyung Min e Jimin sabia que logo o amigo se mudaria para o apartamento de Yoongi, mas até lá aproveitaria da presença do mesmo.

Isto é, já eram amigos há anos, pareciam mais dois irmãos dividindo um teto do que qualquer outra coisa.

— Vamos lá, Chim. Tome sopa mais hoje e amanhã eu te libero. — o ruivo entrou no quarto sorridente, a bandeja em mãos e o cheirinho de legumes no ar. — É uma promessa! Só mais hoje, ok?

— Eu não aguento mais, Tae! Sério. Tô vivendo a base de sopa há 3 dias, me libera. — resmungou, se sentando na cama e cruzando os braços. Puxava vez ou outra os fios para trás, bugando. — Eu preciso voltar pro trabalho, os alunos de terça-feira vão ter uma apresentação de um musical mês que vem e…

— Só mais hoje, Park Jimin. Ou você toma essa sopa ou vai passar fome.

No caso deles, Taehyung parecia mais velho apesar de não ser, Jimin recebia os bons tratos e todo o carinho com muito prazer, jamais reclamaria. E, em troca, deixava o amigo levar o namorado para dormir lá durante a semana, além de jogar vídeo-game com o ruivo alto nas madrugadas dos finais de semana.

Ajeitou a bandeja no colo e começou a comer, fazendo caretas toda vez que percebia o olhar alheio em seus movimentos. Odiava ser encarado enquanto comia, odiava sopa, enfim, odiava estar doente.

— Ficou gostosa, não foi? — o mais alto, Tae, perguntou. — Sogra querida que me ensinou.

— Você não disse que ela não gostava de você? — perguntou desconfiado.

— Ela tinha medo de eu tentar levar o Yoongi pro exterior, é diferente. — riu baixinho, logo depois sorrindo. — Agora que estamos fixos em Seul ela me ama, ama mais do que o filho, na verdade.

— É, do mesmo jeito que ele e o seu pai são grudados. — deu de ombros. — Esse é algum tipo de episódio onde trocam as famílias ou?

Taehyung riu e revirou os olhos, entendia bem o que o amigo queria dizer. Era estranho, na verdade. Yoongi e Taehyung eram realmente muito próximos das famílias um do outro; Min passava horas tocando piano com o pai de Taehyung enquanto o mesmo aprendia receitas (maravilhosas, se quisessem saber) da família de Yoongi. A relação entre eles era tão boa que Jimin sempre sorria, suspirando, como se fosse um conto diretamente retirado de livros infantis. Quer dizer, segundo as fofocas que ele e o ruivo faziam, a história dos dois havia começado conturbada e de uma forma um tanto quanto estranha, então…

Jimin gostava de imaginar que seu amigo tinha um conto de fadas inserido na própria vida.

— Tae… Como você descobriu que o Yoongi era a sua alma gêmea? — fitou o amigo e colocou uma colherada cheia de sopa na boca. É, estava realmente gostoso.

Assim como as almas gêmeas, todo mundo sabia que cada par se identificava de um jeito diferente. Isto é, não havia um sinal oficial para dizer que as duas metades se encontraram então cada único casal percebia de um modo distinto e, na maioria das vezes, óbvio somente para ambos. Por exemplo, sua mãe o contou que sabia que o senhor Park era sua metade da laranja quando ambos tinham os mesmos sonhos, falavam as mesmas coisas e, principalmente, sentiam as mesmas coisas.

Literalmente falando, quando um se machucava, o outro sentia.

Logo, desde pequeno Jimin caçava por esses sinais em pessoas próximas a ele. Confessava, já havia sentido ter encontrado sua cara-metade antes, mesmo que tivesse sido um engano.

— Na verdade, eu ainda não tenho cem por cento de certeza. — ele deu de ombros, rindo. — Mas quando nós nos conhecemos, tudo fazia parecer que era pra ser, sabe? Nos encontramos numa praia deserta por acidente, saímos juntos e eu voltei a encontrá-lo no final de semana seguinte. E, desde então, nós estamos juntos. Sei lá, sabe, Chim. Mesmo que não seja ele, eu sinto como se fosse e, ah, é isso que importa.

O moreno deixou a colher sobre a bandeja, pensando em tudo o que o amigo havia dito. Na verdade, aquilo era o suficiente para si. Isto é, se Yoongi completava seu amigo daquela forma tudo o indicava que Min Yoongi tinha que ser a alma gêmea de Taehyung. E, se não fosse… Bem, daí já não sabia.

Jimin só gostava de pensar no lado bonito da história.

— Por que? Você acha que encontrou? — o mais novo questionou, um sorriso malicioso crescendo nos lábios. — É algum aluno seu? Jimin… Por que não me contou antes?! Eu sabia que você e aquele tal de...

— Não! Não é isso! Aish… — sentiu as bochechas esquentarem, fazendo-o se encolher e xingar o amigo baixinho. — Eu só queria saber! Nada a ver isso de eu ter encontrado alguém… Eu só… Eu vi uma banda tocando numa garagem voltando para casa aquele dia em que peguei chuva. Daí, eu… Lembrei do Yoongi e pensei em vocês dois. Foi isso!

— Aham, sei. — o ruivo o alfinetou, rindo. — E o que mais?

— E… Eu sinto falta de quando nós íamos nos festivais de artes. Tipo, faz um tempo que não vamos, não é?

Jimin era um péssimo mentiroso, se quisessem saber. Se embolava com as palavras e ficava tímido, além de Taehyung saber lê-lo como a palma da própria mão. Sabia que não era por isso que ele havia perguntado sobre sua relação com o namorado, mas deixaria essa conversa para outra hora, afinal, realmente fazia muito tempo que eles não visitavam os festivais. Além de que Taehyung poderia tentar vender uma de suas pinturas por lá enquanto Jimin passeava.

— Hm, faz tempo mesmo. E alguém comentou comigo sobre ter um festival nesse final de semana! Podemos ir, posso tentar vender algum quadro, que tal?

— Isso! Obrigado, obrigado. — Jimin o abraçou, risonho. — Eu estava enlouquecendo aqui com esse vizinho barulhento. Ele canta o dia inteiro!

— Chim…

Colocou a bandeja sobre o criado-mudo, suspirando. Havia comido muito e, nossa, estava delicioso pra caramba. — Hm?

— Nosso vizinho se mudou. Não tem ninguém cantando não.

— Claro que tem! E parece com a música que estavam cantando na garagem, no outro dia. — deu de ombros e se levantou. — Enfim, vou tomar um banho e… Deitar de novo?

— Isso. Deitar. — encarou o amigo sério. — Nada de ficar andando pela casa, Park Jimin. Gente doente fica deitada, ouviu?

— Cadê a mãe, pai? Você fica insuportável longe dela.

 

(...)

 

Jimin esperou ansiosamente até que o final de semana chegasse e eles fossem até o tal festival. Óbvio, teve que aguentar Taehyung pirando porque não sabia qual de suas pinturas levaria e até mesmo presenciou uma discussãozinha entre ele e Yoongi por conta disso. É isso o que dá quando se mora com o praticamente único amigo que se tem e ele namora.

Naquele dia, havia acordado especialmente frustrado. Apesar da animação pelo festival, o moreno não conseguia se livrar da maldita voz na cabeça. Aquela mesma música se repetia todos os dias, às vezes até mesmo se tornava algo diferente, com outra letra e batida, mas a “velha” melodia sempre retornava.

O que raios estava acontecendo consigo?

Até mesmo dentro do carro, com o som ligado e as discussões bobas do casal nos bancos da frente sobre desenhos animados a voz o perturbava. Era como se estivesse de fones e o volume um pouco baixo, somente aquela voz melodiosa soando de forma fraca enquanto ainda vivia sua vida, o tempo não parava.

— Vai fazer a exposição até que horas, Tae? — perguntou assim que saíram do carro de Yoongi, indo na direção da grande praça onde aconteceria o festival. — Quer que eu fique com você?

— Até o final da tarde, eu acho. Queria muito negar sua ajuda, mas eu preciso pelo menos agora no início. — ele disse tranquilo, dando um selinho no namorado antes de seguir para o lado contrário. — Se nada der certo você dança e nós pedimos dinheiro em troca, ok?

— Você tá tentando vender meu corpo, Kim Taehyung, é isso? — questionou fingindo estar desacreditado.

— Quanto drama. Menos, bem menos.

Carregaram os quadros até o corredor entre as tendas destinado à exposição pouco antes de o volume de pessoas começar a aumentar. Ao longe as músicas tocadas no palco poderiam ser escutadas, mas Jimin pouco se importava. Estava fascinado com a decoração do local onde estavam, afinal, fazia muito tempo mesmo que nada acontecia naquela praça. As tendas eram em sua maioria brancas, as árvores possuíam fios com lâmpadas penduradas de cores diferentes e fracas, afinal, ainda estava de dia. Gostava daquele tipo de ambiente, Jimin sentia-se em sua infância outra vez.

Abriu um pacote de pirulito e voltou ao seu posto, bem ao lado de Taehyung. Seu amigo praticamente tremia, mordia os lábios e tentava se acalmar de qualquer jeito que não funcionasse. Jimin sabia o quão inseguro com seus trabalhos o Kim era e, por isso, desejava que conseguisse vender muito naquela tarde.

E, bem, realmente aconteceu. Conseguiram vender três dos quadros do mais novo, levando em conta que ele esperava apenas se livrar de um e teve de buscar os outros dois no carro do namorado. Park estava feliz, orgulhoso do amigo.

Mas… Era bizarro. Isto é, Jeongguk estava se sentindo orgulhoso também, feliz.

Do outro lado da praça, atrás do pequeno palco montado no gramado onde não haviam muitas árvores, estava o moreno tatuado. Ajeitava as cordas de sua guitarra e sentia o peito se encher, como se pudesse subir no palco e simplesmente cantar todas as músicas que sabia decor. E, veja bem, era estranho sentir-se animado daquele modo, principalmente nos últimos tempos. Sabia que deveria estar feliz, ainda mais quando conseguiu uma oportunidade de tocar em um festival – mesmo que pequeno – com sua banda de garagem. Se queriam subir na vida teria de ser assim, um passo de cada vez.

— Jeon, tudo certo? — Hoseok apoiou a mão em seu ombro, fazendo-o virar de imediato. — Tirando a próxima banda, já somos nós.

— Sim, tranquilo. — sorriu, dando de ombros. — Nam já chegou?

— Uhum, ele tá conversando com um cara ali do outro lado, aliás. — deu meia volta, seguindo para onde o amigo estava.

Jeongguk tinha Hoseok e Namjoon como amigos desde antes do colegial, já estavam juntos há mais de sete anos, tendo o colegial o início daquela banda de garagem. Haviam passado muita merda juntos e, uma delas, foi contar aos pais que desejavam ser astros do Rock algum dia.

Lembrava-se como se fosse naquela mesma semana o tempo em que chegou na casa de seu pai  juntamente dos dois amigos e a contou que um dia o abandonaria para morar em um ônibus, fazendo turnê pelo mundo. Óbvio, óbvio que não aconteceria, mas era seu sonho maior naquela época.

E, bem, agora Jeon nem mesmo sonhava. Nem enquanto dormia.

— Oh, dudes! — Namjoon acenou quando viu os amigos. — Venham aqui, rápido. — Hoseok e o moreno se aproximaram, as sobrancelhas acusando toda a dúvida que sentiam. — Esse é Min Yoongi, ele disse que tá verificando as bandas antes de subirem no palco.

Jeongguk gostava de cantar porque o relaxava, além de gastar seu tempo que, na maioria das vezes, era bem tedioso. Se irritava facilmente naquele plano astral onde viviam, até porque a maioria das coisas eram voltadas para a tal alma gêmea e só de pensar seus olhos se reviravam automaticamente. Era um saco, insuportável de aguentar. Ainda mais quando via aquilo com olhos não tão amigáveis.

— Hm, o que você está procurando? Porque eu sou baixista e cansei totalmente dessa banda, então se quiser me levar pra sua banda eu… — Hoseok começou, fazendo Namjoon rir automaticamente.

— Eu tô procurando minha alma gêmea. — Yoongi respondeu simplório, vendo o Jung ficar chocado. — É brincadeira, cara...

Bem, Jeon não gostava daquela ideia, principalmente do fato de que não poderia escolher quem amava e se amava. Pensava todos os dias na vida dos renegados, pensava em como deveria ser saber que não poderia amar ninguém, nunca. Por que fariam isso com alguém? Por que não deixar a pessoa escolher se ama ou fica sozinha?

Era, de longe, a coisa mais injusta que conhecia.

Então, talvez por isso gostasse tanto de dizer que era renegado. Era o modo que havia encontrado para dizer que tinha sim controle sobre suas escolhas e ela era a de ficar sozinho, mesmo que o destino não pensasse do mesmo jeito.

Uma prova de que Jeongguk estava errado? Bem, a sua apresentação naquele dia.

Assim que a outra banda encerrou, ele e os dois amigos subiram no palco. O carisma era alto, seus sorrisos faziam algumas garotas gritarem enquanto a música se iniciava. Era a mesma música que cantava quando viu a silhueta o encarando na rua, a mesma música que estranhamente impregnou em sua mente como um chiclete.

E dava tudo de si, cantava do modo que mais amava, tocando a guitarra com uma facilidade incrível. Sabia que era essencial fazer com que quem os assistia curtisse o som e, consequentemente, se torna-se um fã.

Mas, Jeongguk não esperava por ver alguém parado em meio a tanta pessoas. Assim que abriu seus olhos encontrou a figura parada bem no meio, os olhos fixos nos seus de um jeito que tremeu.

Ele possuía fios castanhos, lábios carnudos e rosados que estavam entreabertos levemente. Vestia uma camiseta branca que estava presa dentro da calça jeans de joelhos rasgados, vestindo um par de All Star também brancos. Quase perdeu a voz quando o viu, mas focou-se em cantar e sustentar o contato visual que tinham. Era estranho. Sentia como se já o conhecesse mesmo tento certeza de nunca tê-lo visto. Jeon então apenas o encarava, tentando entender porque ele nem ao menos se agitava com a música. Isto é, o moreninho estava parado! Não movia um músculo sequer enquanto o encarava, sequer piscava.

O que havia de errado com ele?

Na verdade, Jeongguk se questionava o que havia consigo. Estava irritado com o rapaz que mal se mexia, mas não conseguia desviar o olhar. Sentia sua pele queimar por tê-lo o fitando sem ao menos piscar e quase não reparou quando a música terminou. Ouviu os gritos e sorriu, mas nada conseguia tirar sua atenção do garoto estátua.

E, sinceramente? O mesmo acontecia com Jimin. A partir do momento que escutara a voz doce, a melodia de outrora e viu os olhos negros presos aos seus, paralisou. Era como se estivesse hipnotizado, seus pelos estavam completamente arrepiados e quase se esqueceu de respirar. Que droga era aquela? O que estava havendo?

Jimin fitou o garoto tatuado durante todos os minutos extensos que se seguiram. Seus olhos analisam desde o piercing preso no lábio inferior do mesmo até as tatuagens que escondiam seus dois braços. Ele não era novo demais para ter tudo aquilo no corpo? Quer dizer, tinha um piercing até na sobrancelha… Jimin achava que era alguém novo, pelo menos ele parecia.

Mas não era como se aquelas questões realmente importassem, afinal, seu coração batia tão rápido. Suas pernas fraquejaram durante a música e Jimin imaginou que estava prestes a morrer.

Nunca havia sentido algo tão intenso somente de olhar para alguém.

Ficou desnorteado e tímido, afinal, ele e o vocalista haviam trocado olhares diretos um com o outro. Jimin geralmente era alguém menos óbvio, então… Era uma surpresa.

 

(...)

 

Jeongguk sentia-se confiante sempre que forçava o pensamento de que almas gêmeas eram idiotice e, além disso, ele era alguém independente. Controlava quem amava, quando amava e porque amava.

O tatuado acreditava veementemente que poderia controlar, mas estava errado. Assim como não controlou o modo como ficou feliz antes da apresentação, assim como não controlou sua voz na cabeça de Jimin, assim como não controlou seu olhar até a figura mais baixa enquanto cantava a música que ambos sabiam e, claro, assim como não controlou sua respiração quando viu o mesmo garoto andando em sua direção junto de Yoongi e Taehyung.

— Esse é meu namorado, Taehyung. — Yoongi apontou, logo desviando para o mais baixo. — E esse é o Jimin, nosso amigo.

Fitou o dos pés a cabeça, cauteloso. O tal Jimin era um pouco menos que Yoongi e possuía os olhos tão profundos, eram mais intensos agora que estavam próximos. Jungkook o fitava com certa curiosidade, sentia como se já tivesse visto aquele rapaz em algum lugar, mas simplesmente não conseguia se lembrar de onde.

E, bem, Park não ficava muito para trás. Tentava não deixar óbvio que estava hipnotizado pelos olhos escuros de Jungkook, mas era impossível. Agora ele encarava ainda mais curiosos todas as tatuagens do mais alto, os piercings e aquela aura marrenta que emanava de Jeon.

Parecia muito com o rapaz daquela banda de garagem, mas não poderia saber.

Ou poderia? Mesmo que Jimin reconhecesse a música, não tinha certeza...

— Bom, eu sou Hoseok, o baixista. — riu, levantando o instrumento. — Esse é o Namjoon, nosso DJ particular muito bem encarregado das batidas viciantes. — apontou para o rapaz de fios roxos, risonho. — E por fim, mas jamais menos importante, Jungkook, nosso vocalista e guitarrista.

Jimin voltou a fitá-lo, Jungkook agora sorria, dando de ombros.

— Vocês tocaram bem, parabéns. — Yoongi comentou. — É algo diferente do que costumam tocar nos festivais.

— Foi nossa primeira apresentação em um festival, então… — Hoseok coçou a nuca, encolhendo os ombros. — Tava muito ruim?

— Não! Na verdade, foi muito bom. — Yoongi respondeu, sorrindo. — E é bem por isso que a gente tá aqui.

— Oh, sério? — Namjoon questionou, ele parecia animado.

— Ele tá começando com a própria produtora, tá procurando uns talentos iniciantes e… — Yoongi caçava seu cartão nos bolsos da jaqueta enquanto Taehyung falava.

— Woah, isso é demais! — Hoseok falou alto.

Namjoon e Hoseok estavam sorridentes, animados. E não era a toa, certamente. Mas Jeongguk encarava o redor, vez ou outra deixando seu olhar repousado no garoto bem a sua frente, Jimin. Com toda certeza já havia o visto em algum lugar e só de imaginar que jamais se lembraria de onde, ficava irritado.

— Vocês poderiam então aparecer no nosso próximo ensaio. — Jungkook finalmente disse algo, dando de ombros mais uma vez. — Nós ensaiamos na garagem da casa do Hope, no final da tarde.

— Hm… Certo, me passem os números de vocês e... — Yoongi pegou seu aparelho, bufando baixo. — Eu estou sem bateria, óbvio. Tae, me empresta seu celular?

— Ficou no carro… Achei que não nos perderíamos já que a praça é pequena. — ele se explicou, virando para o amigo. — Chim?

Mordeu o lábio inferior e entregou seu celular, observando os garotos salvando seus contatos. Era estranho estar tão sem fala, na maioria das vezes ele conseguia falar até mais do que Taehyung!

Talvez o dia tivesse rendido bem para o casal, afinal, Taehyung vendeu suas artes e Yoongi havia conseguido encontrar uma banda nova e interessante. Os integrantes eram simpáticos e via futuro nisso, sentia-se tão orgulhoso e animado quanto os próprios.

— Nos vemos no ensaio então? — Namjoon questionou, vendo Yoongi assentir.

Mas, provavelmente, quem mais havia ganhado fora Jimin. Ganhou dúvidas, sensações estranhas no peito e mais músicas para a tal voz cantar em sua cabeça. Sentia-se mais envergonhado e tímido que o normal e, de certa forma, isso o deixava agoniado. Queria dizer algo, mas não sabia o que.

Contudo, só não esperava que alguém roubasse qualquer tipo de fala sua enquanto se despediam. Yoongi já seguia o caminho até o carro quando viu Jeongguk o fitando, devolvendo seu celular enquanto sorria, de novo, daquele jeito despojado e bonito.

— Ei, baixinho. — ele passa a língua pelo piercing, sorrindo. — Não falte.

 


Notas Finais


E aí? Muita treta esses dois se encarando durante o show, deus me dibre.
Playlist: https://open.spotify.com/user/12149980489/playlist/0FQWBx0CmeopMAVfAnqynZ


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...