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História Quando O Destino Nos Encontra - Capítulo 1


Escrita por: Baixinha6120

Notas do Autor


Olá pessoinhas! Mais um capítulo para vocês! Espero de verdade que gostem!

Capítulo 2 - Capítulo 1


 

Harry havia chegado na Rua dos Alfeneiros, número quatro no dia anterior, final do mês de junho, e já contava os minutos para voltar para a escola. 

 

  Ele estava tendo uma manhã simplesmente esplêndida. Ele mal chegou em “casa” no dia anterior e tia Petúnia mandou que fizesse o jantar e limpasse o quarto de Duda. Acabou demorando tanto pra limpar o dormitório do primo que, quando terminou, já eram quase onze da noite e ainda teve que arrumar a cozinha. Ao ir dormir, já eram quase duas da manhã, apenas para ser acordado às seis da manhã seguinte por sua tia mandando que ele fosse fazer o café da manhã.

 

 Enquanto mexia no fogão ouviu seu tio entrando na cozinha e precisou se segurar para não queimar o  bacon do homem. Sabia que o resultado seria apenas mais uma surra muito bem dada. Acabou se distraindo com o pensamento e acabou virando o bacon para fora da frigideira. O resultado foi o primeiro soco do tio em suas costelas como punição e ainda teve que ficar sem café da manhã enquanto o alimento no chão foi parar no lixo. Ótimo, que comece o jejum obrigatório. 

 

 Desde que se entende por gente Harry é obrigado a fazer todas as tarefas na casa, desde coisas simples como guardar os brinquedos do primo até coisas mais pesadas como refeições elaboradas. Se não fizesse as coisas bem feitas e com capricho, apanhava com brutalidade, de modo que até perder a consciência muitas vezes, perdeu.

 

 Depois de se descobrir bruxo, sua vida até melhorou um pouco, mas apenas para piorar logo depois. No início, o novo mundo que descobriu, o aceitou tão bem que chegava a ser estranho ser tão bem aceito. Mas foi só demonstrar o primeiro traço que ia contra o conservadorismo bruxo aos doze anos, que a escola toda lhe virou as costas, exceto, é claro, por Rony e Hermione. 

 

 Quando voltou pra casa dos tios naquele ano, teve que conviver com tia Guida e ainda estava sendo sujeitado a um novo castigo: fome extrema. Em seu quarto e quinto ano foi onde pode de fato sentir que era usado como símbolo de salvação para aquele povo, mas que ninguém nunca o salvaria.

 

 Estava arrumando a cama do primo quando ouviu o garoto entrar e sentiu que ele lhe entregava uma barrinha de cereal.

 

- O que é isso? - Harry perguntou desnorteado.

 

- Só come logo. - Dudley fala de forma ríspida e sai de perto do primo. 

 

 Duda nunca havia dado nada para Harry de graça, exceto, talvez, problemas e surras, por isso não confiou na oferta e apenas guardou a barrinha no bolso para escondê-la mais tarde em seu quarto. Talvez, pensou, fosse devido à ameaça feita pelos três bruxos mais velhos, Remus Lupin, Alastor Moody e Arthur Weasley, na estação de trem no dia anterior. 

 Os três homens haviam prometido uma bela lição ao tio do menino caso não cuidasse dele direto, mas o moreno simplesmente não conseguia mais acreditar em promessas feitas por integrantes da comunidade bruxa.

 

 Não havia sido essas mesmas pessoas que prometeram cuidar dele no verão anterior apenas para deixá-lo no escuro por um bom tempo? Não havia sido a própria Ordem da Fênix que só se preocupou em tirá-lo de lá depois que recebeu sua carta de expulsão de Hogwarts? Então como poderia confiar que dessa vez seria diferente? O garoto simplesmente já não tinha mais estruturas para lidar com desapontamentos.

 

Enquanto aspirava os móveis da sala naquela mesma tarde, o telefone da família tocou e a tia atendeu mandando que ele parasse com o barulho imediatamente e saísse de lá. Harry vai para a cozinha e começa os preparativos pro almoço quando escuta a tia gritar sem controle algum:

 

- Eu já disse que não tenho sobrinho e que não conheço esses nomes citados, se continuar a ligar eu vou te processar por assédio!

 

 Sabendo que se envolver seria o mesmo que pedir pra ter mais tarefas e apanhar, o garoto apenas volta a fazer seus deveres .

 

*

 

Já de noite, seu tio chegou estranhamente animado, reuniu a família na sala e contou as boas novas:

 

- Recebi um email muito gratificante hoje, um daqueles que prova como sou um excelente empresário. Anthony Stark ouviu a meu respeito e quer que forneçamos parafusos para suas armas e armaduras! E a melhor parte é que ele vem aqui em casa amanhã para um almoço de negócios onde vamos fechar contrato já que se trata de um fornecimento pessoal. 

 

- Anthony Stark, o dono das Indústrias Stark? - Petúnia pergunta absolutamente chocada. 

 

- O Homem de Ferro?! - Duda estava no mínimo abismado.

 

- Exatamente ele!  - Diz, extremamente empolgado, depois se vira para Harry e diz em tom ameaçador: - E pra que tudo saia perfeito você tem que deixar essa casa brilhando, ouviu bem? Prenda a coruja e faça ela ficar quieta, não quero um pio. Elabore o melhor prato que conseguir, quero entrada, salada, prato principal, uma refeição completa. Ao meio dia quero você no seu quarto trancado e tão quieto que eu vou me esquecer da sua existência. Não quero que a história com os Manson se repita, então acho bom deixar qualquer visita do seu povo bem longe dessa casa essa noite. Entendido?

 

- Sim, tio. 

 

 Ao meio dia do dia seguinte, Harry se encaminha para o banheiro para um banho depois de ter trabalhado por aproximadamente quatorze horas seguidas. Seus dedos sangravam e ele tinha queimaduras pelos braços, tudo graças a sua tia que ficava vigiando enquanto ele cozinhava para ter certeza que não comeria nada. No fim todas as suas obrigações haviam sido cumpridas e ele teria pelo menos algumas horas de paz. Ficou feliz de ter escondido a barrinha de cereal no dia anterior, porque dessa forma teria algo pra comer, mesmo que não fosse o delicioso almoço que havia preparado para os tios e a visita.

 

 Harry se perguntava como era irônico que sua família desprezasse tanto a magia e tudo que vinha de lá, mas idolatrava o Homem de Ferro apenas por ser um cara rico com quem faria negócios. Será que, sendo ele um herói, Tony Stark ainda faria negócios com seu tio se soubesse que tipo de pessoa ele era? Com esse questionamento, um banho rápido e uma refeição feita de barrinha de cereal contrabandeada por Duda, o moreno se deita e apaga em questão de minutos.

 

 Apenas para ser acordado minutos depois por uma gritaria entre o tio e os convidados. Ele ficaria paradinho apenas fingindo que não estava escutando, mas ao ouvir o tio perguntar em altíssimo tom se eles eram parte do “povo do sobrinho” Harry achou que poderia ser algum bruxo já que o tio não soltaria aquela frase para qualquer um, a não ser que tivesse certeza de com quem ele falava. Prontamente se encaminhou para fora do quarto, ouvindo a conversa do topo da escada. Certamente seria mais fácil se tivesse acesso a sua preciosa capa, mas esta se encontrava trancada junto com toda a evidência de sua herança bruxa no seu antigo armário embaixo da mesma escada que se encontrava. Sem muitos recursos, apenas se escondeu entre os balaústres da escada ouviu a conversa.

 

*

 

 A dupla parou na frente da casa número quatro da rua dos Alfeneiros e tocaram a campainha que foi atendida em questão de segundos por uma mulher loira, ossuda e com um pescoço que provavelmente era duas vezes mais comprido que o de uma pessoa normal.

 

Senhor Stark, olá! Por favor entre. Sou Petúnia Dursley. Meu marido, Vernon está nos esperando na sala de estar, por favor, entre. Quem é seu amigo? - A educação dela ao convidá-los para entrar foi no mínimo o completo oposto da reação ao telefone no dia anterior.

 

- Esse é meu amigo Steve Rogers, ele veio comigo pois é meu parceiro nos negócios. Eu avisei ao senhor Dursley que ele viria comigo. - Tony fala enquanto entrava na sala e via o homem gordo e despecoçado no sofá, assim como o filho do casal que tanto Steve quanto o moreno sabiam quem era pois haviam pesquisado sobre a família nas redes sociais.

 

  Assim que viu o empresário e o amigo em sua sala, Vernon Dursley pulou do sofá e veio praticamente correndo apertar as mãos do homem com o entusiasmo de uma criança vendo o Papai Noel no shopping pela primeira vez.

 

- Senhor Stark! É um prazer conhecê-lo! Eu sou seu fã! Como ficou sabendo sobre minha empresa? Aceita uma água? Café? Vou falar para a minha esposa colocar a mesa. - Vernon se atropelava ao tentar impressionar o milionário na sala enquanto ignorava a presença de Steve.

 

 O militar presente se sentia cada vez pior ali e o mesmo era sentido pelo engenheiro que estava ficando enjoado de estar ali com aquele puxa saco. Sem paciência nenhuma para lidar com aquele tipo de assédio, decidiu soltar a bomba:

 

- Eu encontrei o seu contato enquanto procurava por um garoto que pode ser seu familiar e…

 

- Tony! - O loiro repreende. - Que parte de “ir com calma” você não entendeu?

 

- Ah Picolé, qual é? Ele é um chato e você sabe que a gente tá com pressa. - Se tinha como Stark ser mais blasé que aquilo Steve não conseguia imaginar.

 

- Espera, o que? Foi com você que eu falei no telefone ontem? - Petúnia pergunta perdendo a cor do rosto. - Duda, suba pro seu quarto.

 

- Mas eu quero ficar. - Dudley reclama querendo ouvir a discussão que se iniciava. 

 

- Quarto. Agora! - Vernon fala entre dentes e Duda sobe correndo. Ele se vira pra esposa e pergunta com raiva na voz: - Que ligação exatamente é essa que estamos falando?

 

 Petúnia estava prestes a desmaiar. Havia esquecido de falar com o marido sobre a ligação e sabia como ele ficava exaltado quando meramente achava que ela escondia algo dele, quem dirá quando descobrir que falou com outro homem e não lhe contou. Entretanto, quem poderia culpá-la por ter esquecido tal detalhe depois do esposo ter chegado em casa tão empolgado sobre o email das Indústrias Stark que ficou impossível achar uma abertura para falar sobre o assunto.

 

 - Eu… Eu esqueci de contar… Eu…

 

- Então, cadê o  Harry Potter? - Por aproximadamente trinta segundos houve um silêncio tão intenso que os ouvidos doíam. Petúnia caiu sentada com a boca aberta e mão no peito. O dono da casa ficou vermelho ao extremo enquanto abria e fechava a boca diversas vezes. Uma veia saltava em sua testa. Steve olhava indignado para Tony.

 

- Você no mínimo sabe o significado de “ ser discreto”?

 

- Você já viu a Torre Stark? Discrição não é pra mim. - Dá de ombros. - Cadê o garoto?

 

- Como você sabe sobre o garoto, minha irmã e o marido dela?

 

- Sobre a sua irmã e o marido? Vocês são parte do povo deles? Também são aberrações? Por isso vocês têm poderes! Saiam da minha casa agora!

 

- Senhora Dursley você sabia que sua irmã era adotada? - O loiro decidiu redirecionar a conversa. Não havia gostado do tom do patriarca.

 

- Sim, eu sabia. Sou mais velha que ela e quando meus pais a trouxeram pra casa eu já tinha quase seis anos. - Abaixa a cabeça e sente lágrimas em seus olhos.

 

- Você nunca disse que a aberração da sua irmã era adotada!

 

- Ok projeto de elefante, se eu ouvir você xingar mais alguém mais uma única vez, eu vou deixar o super soldado aqui te dar o soco que ele está segurando. - Dessa vez o loiro nem ao menos protestou sobre ser usado como ameaça.

 

- A mãe biológica de Lílian Potter é minha amiga Margareth Carter. Ela nos contou os motivos de ter deixado a garota e eles não vem ao caso agora. - Olhou de rabo de olho para Vernon - O problema é que ela está muito doente gostaria de conhecer a filha, mas ficou sabendo que ela faleceu e que tem um neto. 

 

- Como é que é?! - Uma voz quebrada porém alta é ouvida do alto da escada chamando a atenção de todos os presentes na sala. Um garoto baixinho de olhos verdes como as mais verdadeiras esmeraldas, cabelos negros e pele branca que formavam a cobinação perfeita para uma Branca de Neve versão masculina os encarava com olhos arregalados e chorosos. Era impossível negar que aquele era o garoto que havia visto no dia anterior em fotos quando Sexta pesquisou sobre Lilian. Algo que foi impossível para a dupla americana não notar foi o estado da roupa do menino, que parecia serem diversos números maiores que ele, além de puídas e manchadas. 

 

- Eu te mandei ficar no quarto, aberração!

 

- Eu tenho uma avó? Ela quer me conhecer? E...eu posso… Quando eu posso conhecer ela? - O garoto simplesmente ignora o tio e tinha seus olhos fixos nos visitantes. 

 

- Você é o Harry, não é? Harry Potter? - Steve se aproxima subindo as escadas e esticando a mão para cumprimentar o baixinho. Harry não chegava na altura de seu peito. Uma mão trêmula apertou a sua de volta. - Eu não sei se você ouviu, mas sou o Steve e aquele é o Tony. Você tem uma avó sim. Mas a história não é tão simples. Gostaria de ir tomar um sorvete comigo e Tony para que possamos te explicar a situação?

 

- Ele não sai dessa casa nem por cima do meu cadáver! 

 

- Quais as chances de eu acertá-o com um dos meus lasers e vocês confirmarem que foi legítima defesa contra o tanto que ele está agredindo meus ouvidos com a quantidade de estupidez que esse cara fala? - O moreno mais alto pergunta coçando o queixo fazendo Harry rir de leve.

 

- Eu… eu quero ir com vocês. Quero saber sobre a minha avó e quero conhecê-la. Por favor. 

 

- Há! Mesmo que eu permitisse que você saísse dessas casa, o que eu não permito, vamos deixar bem claro, você realmente acha que essa velha caduca que se diz ser sua avó quer perder o tempo dela com você? Ela nem se deu ao trabalho de vir até aqui ela mesma, precisou mandar um empresário de merda para conseguir falar comigo. - Vernon fala com desdém e veneno. Seu objetivo de desmontar o sobrinho é alcançado e Harry se encolhe todo. Foi o estopim para o Homem de Ferro e um soco é desferido no rosto gordo que destilava ódio.

 

- Não pense nem por um segundo que Peggy não te quer. Como o Steve disse antes, ela está acamada nos EUA e não teria condições de vir. Tentamos entrar em contato com você por diversas vezes, Harry, mas seus tios dificultaram o acesso. Fazer seu tio acreditar no nosso suposto acordo foi a única forma que encontrei de entrar em contato com você. Se você me disser que quer ir com a gente, em questão de minutos você estará longe dessa casa. - É a vez do playboy subir as escadas e falar olhando nos olhos do adolescente.

 

- E como exatamente o gênio pretende levar o meu sobrinho, que está sob a minha guarda, pra fora do país sem a minha autorização? Ridículo! - mesmo no chão, o abusador ainda tentava desmerecer a liberdade de Harry.

 

- Isso é simples. Um mero exame de DNA provará que não são parentes sanguíneos e que ele tem uma avó viva. Em no máximo doze horas devemos estar livres para voltar para Nova York. E se isso não for suficiente, temos dados que provam abuso físico infantil, o que ainda te deixa na cadeia. Quer tentar o caminho difícil, Vernon? - Tony nunca deixou de usar o dinheiro para alcançar um objetivo e não seria agora deixaria de usar.

 

- Me desculpe Sr. Stark, mas ele não pode ir. O diretor da escola que hoje ele frequenta nos pediu que cuidássemos dele já que dessa forma ele estaria protegido. - Petunia se manifesta de forma tímida e envergonhada.

 

- Mas isso pode ser resolvido. Você quer levar o garoto sem que eu os impeça? Ótimo, mas eu quero uma compensação por ele. O velho pagava um valor mensal para cuidarmos dele, eu quero esse valor até o dia que ele fizer dezoito anos. Ele comeu, bebeu e morou por anos, merecemos uma compensação pelas despesas que ele deu. - O sorriso do tio chegava a ser assustador.

 

- Qu… quem pagava pra eu ficar aqui?!

 

S- ério que você não sabe? Aquele velho decrépito do diretor. - a única coisa que o moreno conseguiu pensar é que aquela havia sido mais uma das mentiras do tio.

 

  Aquilo abalou Harry de uma forma sem precedentes. Descobrir que tinha uma avó, que não era parente direto dos Dursleys, que Dumbledore pagava para que seus tios ficassem com ele quando havia implorando para o grisalho para morar em Hogwarts… 

 

  Primeiro ele sentiu a ponta dos dedos formigando e essa sensação começou a subir por seu corpo até que alcançou seu peito ao mesmo tempo que a TV da sala explodia e Harry se abaixa formando uma posição fetal. 

 

 Tudo o que havia passado nos dois anos anteriores caiu sobre ele com uma força duplicada. Os acontecimentos do Torneio Tribruxo, a morte de Cedrico, a negligência de Lupin ao implorar por um colo logo depois de ter passado por um dos momentos mais terríveis de sua vida. Seu quinto ano com os amigos o ignorando para depois enfrentar os colegas de sala o acusando de ser mentiroso e as torturas que Umbridge aplicava em si repetidamente. O cenário no Ministério e a morte de Sirius que apenas o levou ao fardo de que agora ele sabia que deveria enfrentar o maior bruxo das trevas da história e matá -lo!

 

 Vendo a cena e sabendo que Harry estava tendo um ataque de pânico, o engenheiro se abaixa e coloca as mãos nas costas do garoto enquanto conversa com ele:

 

- Olha, eu sei que aguentar esse leão marinho que você chamou de tio a vida toda é um saco, eu fiquei na mesma sala que ele por dez minutos e já soquei a cara dele. Você precisa respirar, ok? Diz pra mim cinco coisas que você consegue ver ao seu redor.

 

- A TV, meu tio, o senhor, o sofá e a escada. - Harry começa confuso e sem muito foco.

 

- Ótimo! Agora me diz quatro coisas que você consegue sentir.

 

- Suas mãos, minha roupa, o chão e as minhas próprias mãos. - ele consegue levantar a cabeça.

 

- Muito bom! Agora, três coisas que você consegue sentir o cheiro.

 

- O produto de limpeza que eu usei pra limpar a casa, a comida que eu fiz e seu perfume. - Já respirava mais calmo.

 

- Perfeito, pirralho. Agora duas coisas que você consegue ouvir.

 

- Sua voz e meu coração.

 

- Por último, um gosto na sua boca.

 

- Fome. - ele nem pensou para responder, foi absolutamente automático. - Você já passou por isso. - Não foi uma pergunta.

 

- Mais vezes do que gostaria, mas é parte da rotina de ser herói. - Tony dá de ombros. - Agora, quero que faça sua mala. Leve o tempo que precisar. Você não fica aqui nem mais um minuto. Pode ser?

 

- Me arrumo em cinco minutos! - Em um piscar de olhos o de olhos verdes já estava no quarto.

 

- Então você realmente é um deles… a mãe da Lily é uma bruxa também? - Petunia pergunta com a voz baixinha e leva as mãos a boca como se tivesse dito uma blasfêmia.

 

- Então o Harry é um bruxo? E eu achando que esse menino não poderia me surpreender mais. - Steve fala com naturalidade. Tony continua sem entender. - Peggy não é uma bruxa. Ela é, assim como eu e Tony, apenas trouxas ou non-magi. 

 

- Então como você sabe sobre eles? - A única mulher na reunião pergunta chocada.

 

- Bom, você deve saber que eu lutei na Segunda Guerra Mundial. - A mulher acena positivo - Lá havia um departamento que tratava especificamente com bruxos já que nem tudo que surgiu durante a guerra era meramente humano. Esses bruxos serviam como consultores caso alguém do Eixo estivesse usando deste meio.

 

- Você quer dizer que aquele guri lá em cima é tão poderoso quanto a Wanda?! 

 

- Acredito que nem tanto, mas que com o devido treinamento poderá ser tão bom quanto ela sim.

 

 - Steve não havia terminado de falar quando Harry apareceu carregando uma gaiola grande com uma coruja branca dentro.

 

- Tô pronto! - Ele diz animado. Percebe o olhar questionador para o fato de que carregava apenas uma gaiola e vestia roupas tão disfuncionais quanto as anteriores, apenas com a aparência de estarem com menos manchas. - Essa, é minha melhor amiga, a Edwiges. Espero que não se importem com ela. Juro que ela é educada e comportada.

 

- Garoto, eu tenho três robôs, duas inteligências artificiais, um soldado desmemoriado e uma adolescente em casa, quem sou eu pra te proibir de ter uma coruja? - Harry e Stevie riram da resposta. - O que me admira é que seu único pertence seja sua melhor amiga. -Totalmente vermelho, o menino olha para a porta do armário.

 

- Eu não tenho permissão para mexer com as minhas coisas, senhor. Meu tio guarda meus pertences ali. - E aponta para o local que encarava sem fazer contato visual com absolutamente ninguém. O pavor do que o tio faria com ele se toda essa fuga fosse uma mentira era avassalador, mas a possibilidade de sair de lá o deixava disposto a acreditar nos homens.

 

 - Sem uma única palavra, a tia se aproxima e abre a porta do local indicado com um molho de chaves que já se encontrava em seu bolso. 

 

- O malão e a vassoura são dele. - Tony até ia perguntar qual era a da vassoura, se era algum tipo de brincadeira idiota, mas Steve se aproxima e retira os pertences indicados passando a vassoura para o moreno. Stark fez uma nota mental de questionar ao garoto depois sobre o fato de manterem seus pertences trancados, se perguntasse agora perderia a cabeça e explodiria aquele homem. Cada um dos adultos pega algo de Harry e se encaminham para o carro alugado que os esperava em frente à casa. 

 

 - Ao chegar ao veículo, Steve abre o porta malas para que o garoto coloque seu malão na parte de trás e enquanto o fazia, vê o grupo que havia deixado dentro da casa, parado no portão os observando.

 

- Posso me despedir dele? - A tia pede com algo muito semelhante a vergonha na voz. Um olhar entre Steve e Tony e logo depois um aceno de Harry foi o suficiente para que ela se aproximasse e dissesse a despedida em tom baixo - Naquela noite… eu também perdi minha irmã. Nunca me permiti demonstrar as emoções que me atingiram porque nunca tive com quem compartilhar. No fim, acabei tão presa em minha própria dor que me esqueci que você perdeu sua mãe e que também sofria. 

 

 A única resposta que recebeu foi um olhar machucado e o silêncio. O moreno americano passou o braço pelos ombros do mais baixo e o guiou para dentro do carro para logo depois também entrar no carro mas no assento do motorista enquanto Steve sentava-se no do passageiro.

 

 Antes de sair, Harry deu uma boa olhada na casa e no grupo que estava parado em frente a ela, sabendo em seu coração que aquela seria a última vez que os veria, mas não conseguiu ficar triste por isso. Todo o drama e sentimentos conturbados de mais cedo ainda deixava rastros de adrenalina que simplesmente não permitia que ele analisasse a situação propriamente, a única coisa que conseguia de fato pensar era que estava deixando a casa dos tios e se possível, para sempre.

 


Notas Finais


Esse método para acalmar que o Tony usou com o Harry, minha psicóloga fez comigo uma vez, e mais tarde vi novamente em um vídeo no TikTok.

Foi uma forma de colocar um pedacinho meu na história.

Obrigada por todos que leram!

Beijos e até a próxima semana!


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