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História Quarto Quarenta e Oito - TRINTA E TRÊS - Elevador


Escrita por: SweetNightmaree

Capítulo 34 - TRINTA E TRÊS - Elevador


Meu coração gela, não só o coração como o meu corpo, as pequenas gotas de suor que estavam na minha testa pareciam ter congelado e virado pequenos cristais de gelo, sem falar que eu mal conseguia me mexer tamanho o nervosismo, meus sentidos estavam um tanto afetados pela adrenalina, a audição aguçada me dá noção do quão pertos os seus passos o trazem, o olfato denuncia o perfume amadeirado e forte, minha visão foca somente em um ponto mal iluminado da sala e era justamente ele que prendia parte da minha atenção impedindo que eu olhasse quem era.

- Não acha que está um pouco tarde para voltar ao trabalho? - Ironiza.

A voz me tranquiliza, não o suficiente, pelo menos eu tinha a certeza de que não morreria nos próximos dois segundos, porém o tom a qual as palavras foram ditas mantém o meu corpo em alerta, eu não podia falhar os meus passos agora.

- O que faz aqui a essa hora? - Dirijo a pergunta a ele.

- As regras de uma conversa justa condenam uma pergunta sobre a outra - Caçoa - E então? Vai me responder? - Ele basicamente se contradiz.

Tomo forças para olha-lo, corpo em desalinho apoiado na pilastra, calça social assim como os sapatos e camisa, três primeiros botões aberto enquanto as mangas estavam arregaçadas até a altura dos cotovelos, os cabelos estavam tipicamente bagunçados e é notório um pequeno hematoma em seu pescoço, hematoma era formal de mais, aquilo era um chupão mesmo.

- Preciso do meu dinheiro, minha sala está aberta? - Respondo impondo uma nova pergunta enquanto tomava uma dose de audácia falsificada, eu tremia por dentro.

Apesar de não estar de salto, os meus passos causam um barulho abafado sobre o porcelanato bege do corredor, eu hesito brevemente em abrir a porta da minha sala, porém tomo a coragem e giro a maçaneta gelada e basicamente me entrego a densa escuridão, a mesma é quase palpável. Eu sabia perfeitamente onde cada móvel se encontrava, bom, se os mesmos estivessem do jeitinho que eu havia deixado.

Observo uma pequena luz verde piscar no monitor do ar condicionado, mas não estava frio o suficiente de forma que o mesmo operasse normalmente, é audível alguns pequenos estalos vindo do corredor, com toda certeza seria a máquina de café com algum curto, deslizo a mão pela parede a procura do interruptor e meus olhos são surpresos com a bagunça no local, nem um furacão o deixaria daquela forma.

As cédulas estavam espalhadas em cima da mesa, da poltrona e principalmente no chão, a maioria riscada com letras grosseiras e ao meu ver aleatórias, estavam simplesmente inutilizáveis.

Peter.

- O QUE VOCÊ FEZ COM O MEU DINHEIRO!? - Estremeço ao ouvir os seus passos novamente se aproximarem a mim.

- Eu cumpro mandados Amber, assim como você deveria.

- Mas o que!? - Respondo ríspida - Peter isso não se faz! Você sabe disso, tenho certeza que sabe de tudo o que aconteceu, como você pode seu cretino, eu estou numa enrascada, eu precisava dessas notas!

Eu junto algumas delas com as mãos e a medida com que ele se aproxima as jogo contra o mesmo na pura tentativa de descontar minimamente um terço da raiva que eu sentia, céus!

- Oh Amber - Ele diz de uma forma sedutora enquanto segura em meus pulsos os pondo para trás - Você é ingênua de mais.

A pessoa ferra com a minha vida e ainda quer me chamar de ingênua?! Oh não.

Levanto o meu joelho acertando em cheio o seu membro e permito que os meus olhos desfrutem alguns segundos da sua dor, e sinceramente, assistir a dor dele pelos míseros segundos até que dava um leve prazer. Peter se estira no chão com as mãos sobre o membro, eu penso em acabar com ele naquele momento mas vamos cair na real Amber, isso não é um filme e você mal sabe se defender quem dirás algum tipo de luta, mas pelo menos eu sabia chutar, acerto a região da sua barriga por duas e três vezes assim ganhando tempo com sua dor para que eu corresse, sim, isso eu sabia fazer, e muito bem.

Enquanto eu corria entre os corredores do andar, eu me sentia em um filme de ação, vez ou outra eu me permitia imaginar que um Serial Killer me perseguia entre os mesmos, vamos lá, já estava na merda não era de todo mal me divertir já na merda, e só para adicionar uma porcentagem a mais na minha imaginação e adrenalina, e adicionar a minha burrice, falta de ar e cansaço, Amber decide descer pela escada, sendo que a burra tem o elevador a sua disposição. Eu não fazia ideia de que em qual andar eu estava, muito menos onde o elevador estava, já que por pura ironia da arquitetura desse prédio, a escada e o elevador ficavam totalmente distantes, e é aí que eu não me sinto tão burra, os andares poderiam ter estruturas de organização diferentes, porém o elevador não se movia horizontalmente e então ele estaria mais ou menos na mesma direção do elevador do andar a cima.

As luzes apagadas dificultavam o caminho, eu perdi as contas de quantas vezes esbarrei em uma mesa, tropecei em uma lata de lixo ou quantas vezes nocauteei o meu dedo mindinho em uma quina, minha porcentagem de burrice decola que só após ter ganhado alguns novos hematomas e quase ter quebrado os meus dedos dos pés eu decido ligar a lanterna do celular.

O elevador demora para chegar ao meu andar, o que me causa medo porem agradeço mentalmente à Megg por me ter feito assistir quase uma maratona inteira de uma série de ação e tenho a brilhante lembrança de me esconder atrás de uma mesa, bom, se a demora do elevador fosse causada por outra pessoa também o chamando, eu com certeza me safaria de uma surpresa quando as portas se abrissem.

O encontro vazio, deixo que as portas se fechem para saber se ele iria a algum lugar após o meu andar porém ao apertar o botão e me mostra não ter saído do lugar, eu entro, cometendo a burrice de confiar em uma lata e durante todo o trajeto do sétimo andar ao térreo que ninguém parecesse em meu caminho, porém, ele simplesmente para no quarto andar e abre as suas portas, o que são os filmes de terror para o que estou vivendo agora.

Encaro a escuridão do andar por um tempo e ao ouvir o barulho de uma lata de lixo ser chutada começo desesperadamente a apertar os botões para que o elevador se apressasse a fechar as suas portas, eu já chorava e um grito ecoa da minha garganta quando percebo uma mão entre a pequena greta que restava enquanto as portas se fechava, assim fazendo com que as mesmas tornassem a abrir.

E des-pa-ci-to.



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