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História Quartzo - Paris


Escrita por: caulaty

Notas do Autor


Essa história é um pwp enfeitado de alguma outra coisa.

Capítulo 1 - Paris


A luz do teto do banheiro não funcionava, não pela lâmpada estar queimada, mas por algum problema interno na fiação. Então, Kyle acendeu a luz embutida do espelho, que aquecia muito rápido e não iluminava com tanta eficiência, especialmente porque o chuveiro não tinha um box transparente, mas sim uma parede grossa que seria como barreira para a água não respingar pelo azulejo todo, apenas com uma portinha de vidro fosco marrom. Era bastante escuro dentro do chuveiro, mas Kyle não se importava. Tirou a camiseta primeiro, vendo de relance o próprio reflexo no espelho manchado de tão velho. Uma brisa gelada entrou pela fresta da porta, visto que ela não fechava direito. Ele também não se importava com isso. A primavera de Paris não era particularmente fria para um garoto criado na região montanhosa do Colorado, onde praticamente não existia verão.

Ele parou durante alguns segundos para enxergar sua própria figura refletida no espelho. A luz alaranjada batia diretamente em seu rosto, revelando a cicatriz grande que ele carregava na parte superior do peito, à esquerda, da vez que um russo filho da puta tentou esfaqueá-lo três anos atrás. Ele correu o polegar sobre o tecido recomposto da sua pele; a cicatriz tinha um pequeno relevo, visto que não era uma ferida nova. Ele não pensava muito sobre as cicatrizes que carregava no corpo. Logo, esqueceu-se dela novamente.

Ligou o chuveiro e sentiu a temperatura da água, esticando a mão. Era decentemente quente, ele pensou. Já estava acostumado a pernoitar em espeluncas daquele tipo, e água quente não era sempre um luxo disponível. Em outros tempos, Kyle havia gostado muito de tomar banhos e passar meia hora embaixo do chuveiro, apenas curtindo a sensação quente da água em seu couro cabeludo, mas isso era uma lembrança distante. Os banhos agora costumavam ser rápidos e eficientes, por necessidade, com chuveiros fracos e, muitas vezes, pisos nos quais ele nem tinha coragem de colocar os pés descalços. Isso não o incomodava mais, não tanto. Era como as coisas funcionavam agora.

Satisfeito com a temperatura da água, ele sentou no vaso para tirar os sapatos sujos de lama, as meias, e por fim, levantou-se para abrir a calça e puxá-la junto com a cueca. Deixou as roupas dobradas sobre a pia seca e entrou no chuveiro. Lá dentro, até achou agradável estar apenas com a luz do espelho acesa. Criava uma atmosfera gostosa Pouco a pouco, o vapor da água foi tomando conta do banheiro, umedecendo os azulejos e a superfície do espelho, deixando tudo nublado. Ele não tinha intenção de lavar o cabelo aquela noite, então molhou o tronco e as pernas antes de começar a ensaboá-los, cuidando para manter a cabeça afastada da zona de risco. O chuveiro espirrava água para todos os lados, molhando um pouco os seus cachos por acidente, mas ele só perceberia isso depois. Também não importava. Enquanto ele segurava o pequeno sabonete em sua mão esquerda e o passava pela superfície macia de sua pele, do tronco, barriga e coxas, a mente de Kyle estava em outro lugar.

Ele se lembrava de como houve uma época em que ele não conseguia tomar banho em um desses hotéis vagabundos sem que o Toupeira entrasse no box sem pedir licença, empurrando-o contra a parede gelada daquele seu jeito descuidado. Ele sempre beijava Kyle embaixo da água mesmo que Kyle não quisesse molhar o cabelo, sempre pegava nas coxas do ruivo de forma obscena e o virava de costas, devorava a sua nuca e escorregava a língua pela sua coluna vertebral até chegar na bunda, e então, separava as suas nádegas com aquelas mãos grosseiras, fazia o que quisesse com ele. Sussurrava as coisas mais imundas ao pé do seu ouvido e não tinha vergonha alguma de nada.

Kyle suspirou, deixando a cabeça cair para frente enquanto esfregava a parte superior das costas com o sabonete, distraído demais para notar que a água molhava alguns dos seus fios de cabelo. Ele pigarreou, fechando os olhos para tentar aliviar a pressão dentro do crânio, trazendo as duas mãos à nuca para massageá-la devagar. Havia algo lhe incomodando. Distraído, ele voltou a passar o sabonete pelo pau flácido, formando espuma nos pelos pubianos, depois alcançou a mão por trás das costas para lavar entre as nádegas, umedecendo os lábios com a sensação confortável. A água quente contra a sua pele era muito mais gostosa do que o ar gelado que entrava pela fresta da porta e invadia o banheiro.

Depois de se enxaguar por completo, Kyle deixou o sabonete – agora menor ainda – sobre a saboneteira rosa bebê embutida na parede e desligou a água. Puxou a toalha úmida que estava pendurada na parede entre o chuveiro e a privada, que não chegava até o teto, deixando um espaço em cima para deixar os potes de shampoo e condicionador, exceto que só havia shampoo ali, um vidro grosso e transparente com um líquido viscoso azul claro e bastante cheiroso. Kyle usou a toalha vermelha para se secar dentro do chuveiro, pendurando-a de volta assim que acabou para sair completamente nu, com o corpo ainda um tanto úmido, especialmente nas costas. Gotas de água morna escorriam, deixando um caminho pela pele clara e macia da sua barriga.

Sem vestir nada, deixando as roupas dobradas no banheiro, Kyle puxou a porta entreaberta, que era pintada de branco com lascas da tinta saindo. Sentiu imediatamente a diferença de temperatura no outro cômodo. Uma brisa gelada soprou contra o seu corpo molhado, arrepiando todos os pelos do braço, da nuca, bem como os mamilos. Mas ele não se importou. Caminhou pelo quarto em direção à janela antiga daquele prédio caindo aos pedaços, puxando-a com força para fechá-la sem cerimônias, sem perguntar qual era a opinião do homem sentado na cama de casal que tomava a maior parte do espaço do quarto.

Christophe estava sentado do lado direito da cama, vestindo uma calça bege escura que ele já deveria ter aposentado há muito tempo, mas toda vez que Kyle reclamava, a resposta era sempre um grunhido indiferente. Mesmo com o rasgo na bainha e as manchas escuras de sangue, ele continuava a usá-la incansavelmente. Usava uma regata preta que contrastava com a sua pele extraordinariamente branca, porque ele não gostava muito da luz do sol e não se alimentava direito. Ele tinha as pernas abertas e dobradas com os pés no colchão, um notebook velho entre elas, os cotovelos apoiados nos joelhos, o polegar na boca, concentrado demais com o que estava fazendo para perceber que Kyle havia passado sem roupa na sua frente. Ao ouvir o barulho da janela fechando, porém, levantou a cabeça e deu uma boa olhada nele.

-Eu tô fumando. - Christophe disse, alcançando o cigarro que estava apoiado em um cinzeiro de vidro transparente lascado em um dos lados, trazendo-o até a boca para uma tragada longa, estreitando os olhos para o outro.

-E eu tô com frio.

-Então vai se vestir. - Respondeu, soltando a fumaça devagar.

Kyle fechou as cortinas, que eram de uma cor mostarda horrorosa, e se dirigiu para a cama sem dizer nada. A janela continuou fechada, e assim ficaria, Christophe não tinha dúvidas. Kyle ergueu os travesseiros brancos para puxar a colcha bordô; a cama ainda estava feita, Christophe apenas havia se sentado sobre a colcha e aberto o notebook, largando os sapatos jogados perto da porta, mas com exceção disso, estava exatamente como chegou. Era a primeira noite que passavam ali, e provavelmente seria a última. Eles tinham planos de deixar Paris no dia seguinte, se tudo desse certo e eles conseguissem encontrar o traficante italiano que estavam procurando há quase um mês. Kyle não queria pensar sobre trabalho naquela noite. Puxou a colcha com um pouco mais de força, visto que o peso de Christophe dificultava a coisa e ele não fazia qualquer menção de se levantar. Talvez aquilo não fosse necessário, mas ele sentiu o ímpeto de qualquer forma. Abanou a fumaça azul do cigarro antes de se ajeitar embaixo da colcha fria contra o calor do seu corpo.

-Por que você tá puto? - Christophe perguntou depois de quase um minuto de silêncio, esmagando o cigarro pela metade no cinzeiro.

Ele havia se deitado de costas, coberto até o pescoço, apenas os tufos de cabelo ruivo para fora. A única iluminação no quarto, agora, com as cortinas fechadas, era a do abajur do lado de Christophe. Havia um cheiro muito suave de comida no ar, devido ao yakisoba dentro de uma caixinha no frigobar que Kyle havia comido mais cedo. Era um quarto pequeno, com um papel de parede rosa envelhecido que já estava descascado, móveis antigos que teriam certo charme se não fossem tão descuidados, uma poltrona azul próxima à janela e um pequeno quadro acima da cama com uma pintura de patos em um lago, sem moldura.

-Eu não tô puto. - Kyle resmungou, puxando ainda mais a colcha para cobrir parte da sua bochecha.

-Você tá muito puto. - Christophe respondeu com uma voz que, ao ouvinte desatento, pareceria muito indiferente. Mas Kyle já conhecia aquele homem bem o suficiente depois de cinco anos de convivência, compartilhando todo tipo de experiência com ele, então aquele tom provocativo na voz grossa de Christophe não passaria despercebido por ele.

Irritado, Kyle empurrou a colcha para se virar de barriga para cima, o rosto se voltando na direção do outro; ele ainda estava coberto até a metade do peito, apenas o mamilo direito aparecendo, o braço para fora do cobertor. Christophe continuou digitando alguma coisa no notebook, fingindo não perceber os olhos verdes de Kyle reluzindo naquela luz fraca, atacando-o. Christophe tinha a coluna torta naquela posição, levemente inclinado para frente, e o cordão no seu pescoço ficava pendurado, balançando sem o apoio do peito. Kyle havia dado aquele cordão a ele no seu segundo aniversário juntos. Era um cordão de couro preto com um pingente de quartzo rutilado. Kyle o havia comprado no Peru quando viajaram para a América Latina a trabalho, e o senhor que vendeu para ele parecia ter quase cem anos, um cigano de rua que falou com muita paixão sobre aquela pedra. Kyle não se lembrava do que ele havia dito, mas se lembrava muito bem do quanto a pedra o lembrava de Christophe. Ele quase nunca tirava aquele cordão do pescoço.

-Você tá transando com outra pessoa? - Kyle perguntou de repente, deitando-se de lado para encará-lo.

As sobrancelhas grossas de Christophe franziram de repente. Ele usou as pontas dos dedos para fechar o notebook de repente, colocando-o sobre a mesa de cabeceira sem dizer nada, depois repousando o cinzeiro sobre ele. Não disse nada enquanto fazia isso. O silêncio fez com que Kyle apoiasse a mão direita no colchão para erguer o tronco, sentando-se com as costas apoiadas na cabeceira da cama. Seu coração batia com força dentro do peito, tão forte que ele teve receio de que Christophe pudesse ouvir, mas seu rosto continuava perfeitamente controlado.

-Kyle, eu moro e trabalho com você. De onde caralhos eu ia arrumar tempo pra comer outra pessoa?

-Isso não tem graça.

-Eu tô falando sério.

-Vai se foder, Christophe. - Kyle disse de repente, irritado, voltando a se deitar de costas. O cobertor caía por cima da curva da sua cintura, deixando muita pele exposta.

Durante alguns segundos, Christophe não se moveu ou disse nada. Ficou ali parado na mesma posição, uma ruga entre as sobrancelhas, a boca preparada para dizer alguma coisa, mas nada saiu. Então, ele coçou a barba malfeita e bufou, soltando um riso sarcástico e irritado ao mesmo tempo.

-De onde você tira essas merdas? - Perguntou, levantando-se da cama.

Contra a própria vontade, Kyle espiou por cima do ombro quando sentiu seu peso deixar o colchão; Christophe andou até o frigobar que, por algum motivo, ficava em cima da mesinha. Os músculos das suas costas se moviam sob a regata solta em seu tronco. Kyle amava aquelas costas, talvez tenha sido a primeira coisa que amou em Christophe. Ele abriu o frigobar para retirar uma garrafa de água gelada, destampando-a e virando um gole demorado que abaixou consideravelmente o conteúdo dentro da garrafa. Um pouco de água escorreu pelo queixo e pescoço dele, mas Christophe não se importou em secar. Depois disso, voltou o olhar ao outro na cama, que já havia desviado o rosto para encarar a parede. Christophe guardou a garrafa e bateu a porta do frigobar com força.

-O que é que você tem? - Perguntou em um tom muito mais irritado, demonstrando toda a paciência que ele não tinha.

Kyle esfregou os olhos, suspirando fundo.

-Nada.

Ele já estava arrependido de ter dito qualquer coisa. Encolheu-se mais debaixo da coberta e torceu para que Christophe apenas ignorasse a sua pergunta e voltasse a fazer a merda qualquer que estivesse fazendo antes. Kyle só queria dormir, embora soubesse que não conseguiria fazê-lo tão cedo, visto que cada parte do seu corpo estava muito bem acordada. Era difícil fechar os olhos. Seu corpo estava quente devido à velocidade do sangue correndo em suas veias, pois o coração batia muito rápido. Por alguns segundos, nada aconteceu. Kyle começou a relaxar os músculos.

Naturalmente, isso não durou muito tempo. Ouviu os passos voltando a se aproximar da cama, o peso de Christophe subindo no colchão e, de repente, sua mão arrancando com força o cobertor de cima dele de maneira tão repentina que o corpo nu de Kyle ficou exposto sem que ele pudesse relutar. Kyle se virou para encontrá-lo assustadoramente próximo, esticando o braço para empurrá-lo, mas Christophe nem se moveu. Ele penetrava Kyle com aqueles olhos castanho-esverdeados que tinham um brilho muito característico, as pupilas dilatadas revelando o quanto ele estava de saco cheio.

-Me deixa em paz. - Foi o que Kyle respondeu, virando o rosto para o outro lado quando a mão de Christophe agarrou seu maxilar com força. Talvez a intenção fosse apenas tocá-lo, mas Christophe nunca sabia como fazê-lo de forma que não fosse grosseira, especialmente diante de rejeição. Ele apertou as pontas dos dedos no contorno do maxilar e pescoço de Kyle, afundando as unhas roídas na pele, deixando marcas avermelhadas. Kyle segurou seu pulso e voltou a encará-lo sem ter escolha.

-Para de agir que nem criança. - Christophe disse na mesma voz grossa que usava para dar qualquer ordem, e qualquer circunstância, e alguma coisa naquele tom era sempre um pouco excitante.

Kyle fechou as pernas, roçando uma coxa na outra, sentindo as bochechas corarem. Mordeu o lábio inferior com certa força, resistindo a encará-lo, um pouco intoxicado por aquele cheiro de cigarro e almíscar e aquele odor característico da pele dele que Kyle conhecia tão bem. Talvez, no fundo, fosse exatamente isso que ele desejasse. Talvez, inconscientemente, o que ele realmente estivesse tentando fazer era tirá-lo do sério. Porque ele sentia tanta falta daquele toque descuidado, daquela pele que estava sempre quente, mesmo no inverno, ele sentia tanta falta de ter o seu rosto agarrado dessa forma e sentir o hálito fresco de Christophe a poucos centímetros.

O problema não era exatamente falta de sexo. Eles transavam, sim, mas o tempo havia passado e algumas coisas eram diferentes agora. Christophe parecia muito mais cansado o tempo inteiro devido aos meses estressantes que tiveram, quase nunca passando mais de uma noite no mesmo lugar, aceitando trabalhos muito mais estressantes pela falta de dinheiro. O que mais assustava Kyle era a sensação de que nada disso teria importado no início, no primeiro e no segundo ano, quando a vida de mercenário ainda era, de alguma forma, parte do tesão. E eles nunca conseguiam tirar as mãos um do outro. Christophe estava sempre respirando o mesmo ar que ele, agindo como um animal no cio toda vez que eles se esbarravam sem querer, endurecendo por qualquer coisa. Naquela época, se Kyle aparecesse sem roupa no quarto, a resposta dele nunca teria sido “então vai se vestir”. Eles não estariam discutindo sobre a janela para começo de conversa.

E todas essas coisas o aterrorizavam e preenchiam a sua mente com a ideia de que talvez ele não estivesse mais interessado, talvez houvesse outra pessoa.

E por isso, ele se sentia tão vulnerável, tão sensível a qualquer toque. Era difícil tirar os olhos daquela barba malfeita que crescia no rosto de Christophe e não imaginá-la roçando pelo seu pescoço. A mera ideia o deixou arrepiado. Christophe o observava de perto, perto o suficiente para que Kyle entrabrisse os lábios como se fosse beijá-lo, mas aquela mão não permitiu que ele movesse o rosto. A tentativa fez Christophe sorrir.

-Se você queria foder, tem jeitos muito mais fáceis. - Ele sussurrou próximo aos lábios de Kyle, seus olhos ainda com um misto de raiva e tesão.

Sentindo-se exposto de repente, Kyle o empurrou. Não foi uma tentativa muito forte, certamente não o suficiente para que Christophe recuasse.

-Se eu quisesse foder, eu deveria procurar em outro lugar. - Kyle respondeu, o tempo inteiro ciente de que não deveria. - Você tem mais o que fazer.

A mão grande de Christophe soltou o maxilar dele, gerando um alívio e uma insatisfação ao mesmo tempo. Logo em seguida, Kyle o sentiu puxar uma mecha grande do seu cabelo com a mesma palma, apertando os dedos entre os fios com força, seu rosto ainda ali, sem mover um centímetro.

-O que você disse, sua vadiazinha?

-O que você ouviu. - Kyle respondeu, um sorriso sacana insinuando brotar em seus lábios, porque ele não tinha medo dele. Nunca teve, mesmo antes de conhecê-lo, e talvez fosse por isso que Christophe se sentia tão atraído por ele desde o princípio.

Seus dedos eram grossos e rudes, mas longos e elegantes ao mesmo tempo, agarrando os fios de cabelo de Kyle exatamente na medida certa para fazê-lo arquear um pouco as costas, os lábios rosados entreabertos, os olhos refletindo a luz do abajur, brilhando com interesse. Christophe não retribuiu aquela expressão provocativa, mas em vez disso, roçou o nariz pela bochecha macia do outro, respirando bem perto para deixar a pele dele arrepiada em todos os lugares. Separou os lábios para colocar a língua para fora, tocando o rosto de Kyle com ela, bem próximo à orelha, o que fez o ruivo encolher o ombro em defensiva. Christophe pressionava o rosto contra o dele enquanto provava o gosto da pele que conhecia tão bem, roçando os dentes pela região do maxilar e descendo para o pescoço exposto dele. Kyle respirou fundo, fechando os olhos quase sem perceber. Sentiu aquela boca quente e úmida chupando a carne sensível da lateral do seu pescoço, explorando os pontos mais sensíveis, e com isso, Kyle se contorceu.

Levou a mão ao ombro de Christophe, sentindo a pele quente e exposta dele com a ponta dos dedos, e o arranhou enquanto o segurava, um gemido pálido escapando de seus lábios que continuavam entreabertos o tempo inteiro. Agarrou o tecido fino da regata de Christophe e puxou porque precisava se segurar em alguma coisa enquanto sentia aquela boca devorando o seu pescoço de forma barulhenta, mas delicada, porque Christophe fazia amor de uma forma muito peculiar; ele desceu a língua pelas clavículas de Kyle, mas ainda não estava deitado sobre ele, como se quisesse ter controle do seu corpo enquanto deslizava a mão cheia de calos pela extensão da barriga trêmula de Kyle, sorrindo ao erguer a cabeça e enxergar o quanto ele estava duro.

A mão que segurava os cabelos de Kyle aliviou a força de repente, descendo pela orelha dele e brincando com o lóbulo durante não mais que um segundo. Mas Kyle ergueu um pouco o tronco de repente, trazendo a mão para a parte de trás da cabeça de Christophe, puxando-o com ansiedade para que seus lábios se encontrassem. E Christophe não o negou. Encontrou sua língua com a mesma fome, disputando espaço dentro da boca. O beijo de Christophe era sempre forte, vigoroso, como se ele beijasse com o corpo inteiro, mas também havia um aspecto tão lento de explorar cada pedacinho ao alcance dentro daquele ritmo agressivo. E Kyle era viciado naquele beijo, todas as vezes como se fosse a primeira. Ele desceu as mãos pelo tronco largo de Christophe, tateando-o com as mãos, querendo puxá-lo para cima do seu corpo, sentir seu peso, encaixando-se ao corpo dele em um abraço envolvente, agoniado com o fato de que ele ainda estava completamente vestido. Queria vê-lo, sentir nada além daquela pele grossa, os pelos e os músculos contra os seus. Pressionou o quadril contra o dele, roçando-se contra o volume da sua calça, mas Christophe trouxe a mão ao seu pescoço e interrompeu o beijo antes do tempo. Kyle respirava irregularmente agora, a região em torno dos lábios molhada de saliva.

Christophe o devorou com aqueles olhos animalescos antes de empurrá-lo com força contra o colchão e virar seu corpo de bruços sem qualquer dificuldade, porque Kyle não ofereceu resistência. Abaixou a cabeça, pressionando a testa contra o colchão por impulso, erguendo o quadril no ar ao dobrar os joelhos, mas manteve o peito deitado contra o colchão. Por alguns segundos, nada aconteceu. Ele podia sentir o ar frio do quarto em torno da região sensível entre as nádegas. Tinha os mamilos duros e uma pequena camada de suor se formando em seu corpo. Então, veio a sensação do toque daquela mão pesada percorrendo as suas costas lisas, escorregando pela da sua cintura apenas para sentir a curva. O toque era leve, propositalmente, para provocá-lo. Kyle sabia disso. Podia sentir os olhos de Christophe queimando sobre ele, apenas admirando.

Pôde senti-lo se movendo na cama e o toque desapareceu de repente. Ouviu o som de tecido sendo retirado do corpo, e confirmou logo a sensação do peito nu de Christophe tocando as suas costas, o rosto dele muito próximo da sua nuca, mas podia sentir que ele continuava vestindo a calça pela sensação do tecido grosso roçando contra a sua bunda. O calor que ele emanava era insuportável, tornava difícil até mesmo respirar, e era tudo o que Kyle desejava sentir. Logo, os dedos de Christophe fizeram caminho até a sua boca; ele meteu o indicador e o dedo médio sem pedir licença, forçando Kyle a separar os lábios, o que o ruivo fez com um gemido baixo e úmido, aceitando-os em sua boca com vontade. A textura dos dedos era áspera e deliciosa. Kyle respirava ofegante enquanto percorria a língua por eles e os chupava de forma barulhenta, um pouco de saliva escorrendo pelo seu queixo no processo.

-O que te deixou tão rebelde hoje? - Christophe perguntou, mesmo que ele estivesse com a boca ocupada demais para responder. Logo, ele puxou a mão bruscamente, os dentes de Kyle roçando pela sua pele sem querer, deixando um traço de saliva entre a boca do ruivo e seus dedos.

-Vai se foder. - Foi a resposta de Kyle.

Christophe riu baixo, mordendo o lábio por instinto enquanto levava a outra mão ao pescocinho de Kyle, segurando-o com firmeza exatamente como ele gostava, levando a outra mão da boca dele à bunda, abrindo espaço entre as nádegas sem pedir licença. Era nessas horas que Kyle o achava cruel. Christophe não tinha pressa. Ele podia ser agressivo e descontrolado o quanto fosse, mas quando passava os dedos em torno do cuzinho de Kyle durante sabe-se lá quanto tempo, tinha esse hábito irritante de aproveitar cada segundo. Kyle sentia uma ardência insuportável de dentro para fora, que deixava suas coxas trêmulas e dificultava a respiração. O som dos dedos molhados de Christophe brincando com ele também era intoxicante.

-Filho da puta. - Kyle gemeu com um sorriso quando sentiu a ponta do dedo indicador de Christophe o abrindo para entrar, mas parando ali mesmo. O pau de Kyle latejava. Ele moveu os quadris inconscientemente, as pernas bem separadas, esfregando-se contra o colchão, seu corpo já coberto de suor. Agarrava o lençol com as duas mãos, o corpo em estado de alerta, esperando que alguma coisa acontecesse. O músculo apertava em torno do dedo grosso de Christophe enquanto ele deslizava dolorosamente devagar até o limite mais fundo possível.

-Você tá tão mal educado hoje, o que eu vou fazer contigo?

A mão em torno do pescoço de Kyle fez força para puxá-lo um pouco para trás, de forma que seu queixo apontasse para cima e dificultasse ainda mais a sua respiração, suas costas arqueadas levantando ainda mais aquela bundinha redonda que fez Christophe ter vontade de tirar o dedo de dentro dele apenas para apertar aquelas nádegas, deixando marcas grosseiras na pele branca, mas não teve coragem de fazer isso. Então, virando a palma para cima, ele puxou o dedo médio até quase retirá-lo, sentindo a pulsação forte, o quão apertado e quente era dentro dele. Christophe sorriu, sentindo-se um homem de sorte. Em um movimento brusco, meteu o indicador junto para deslizá-los, inteiros de uma vez só, fechando os olhos ao ouvir o gemido trêmulo em resposta.

Passando a língua pelo lábio inferior, Christophe se debruçou sobre ele novamente, o pau duro dentro da calça bem pressionado contra a coxa esquerda de Kyle enquanto ele forçava os dedos em um ângulo específico, sabendo exatamente o tipo de reação que sairia disso. Quando eles estavam começando a se apaixonar, Christophe passava mais de meia hora apenas brincando com os dedos dentro dele, conhecendo todo tipo de resposta a determinada velocidade ou pressão, onde e como ele gostava. Agora, já era parte da natureza deles. Começou devagar, com movimentos circulares que faziam com que Kyle se contorcesse um pouco, movimentando o quadril sem se dar conta, virando o rosto de lado para pressionar a bochecha contra o colchão. Christophe acariciou os cabelos dele que caíam em frente ao rosto e grudavam na pele devido ao suor.

De repente, ele forçou os dedos tão fundo e tão rápido que Kyle gritou, apertando os olhos. Christophe levou a boca ao ouvido dele, circulando a parte externa com a língua antes de mordiscá-la, fodendo-o com os dedos repetidas vezes em um ritmo muito mais acelerado que fez Kyle pensar que fosse derreter contra o colchão.

-Aí, aí mesmo. - Gemeu baixinho, encarando os olhos de Christophe tão próximos, que estudavam qualquer reação sua. Kyle desceu o olhar para a boca dele, os lábios um tanto rachados e secos, o inferior mais grosso que o superior, tão suculento que Kyle esticou o pescoço para morder-lhe o lábio com força. Christophe sorriu fraco, forçando os dedos dentro dele de tal forma que Kyle gemeu contra a sua boca, em meio a um beijo desajeitado, naquela voz mansinha que soava como música aos ouvidos de Christophe.

-Aqui? - Perguntou com uma voz rouca, sem parar de beijá-lo, mexendo os dedos por dentro dele exatamente no ponto que o fazia perder o controle.

Kyle apertou os dedos em torno do lençol até os nós das mãos ficarem brancos. Um sorriso fraco nasceu em seus lábios que ele não conseguia mais manter fechados, sugando o ar bruscamente, afastando um pouco o rosto de Christophe. O homem por cima dele endireitou o tronco, espalmando a mão livre na parte inferior das costas de Kyle, descendo-a pelo contorno da nádega esquerda, deixando um tapa barulhento que ardeu a ponto de ele gritar; apertou os dedos com força em volta da carne firme dele, deixando marcas avermelhadas que lhe pareciam a coisa mais bonita do mundo. Durante alguns segundos, ele apenas observou enquanto seus dedos entravam e saíam do cu apertado dele, parando mais uma vez para cuspir neles de forma a lubrificá-los; fazia tudo mais lento agora.

-Por favor… - Kyle disse depois de algum tempo, respirando fundo, usando os dois cotovelos para erguer a parte superior do tronco, depois alcançando a mão por trás até a própria nádega para puxá-la, expondo a entrada enquanto movimentava o quadril devagar.

-O quê? - Christophe perguntou, retirando os dedos de dentro dele num ritmo excruciantemente lento. - O que você quer?

Ele tinha um jeito de falar como se nada o afetasse, como se não estivesse se contorcendo para tocar o pau rígido dentro da calça, a ponto de explodir. Christophe DeLorne era um homem mais controlado do que aparentava.

Quando a mão de Kyle tentou alcançar o volume da calça dele, Christophe o segurou pelo pulso com força e prendeu sua mão nas próprias costas, segurando-o sem cuidado.

-Você sabe o que eu quero. - Kyle respondeu, irritado.

-Não sei, o meu inglês é meio ruim. - Christophe respondeu com um sorriso sarcástico, deixando que o pau roçasse levemente contra as nádegas dele. - Me fala.

-Mete logo em mim, por favor…

Kyle pôde ouvi-lo desfazer o fecho do cinto, perdendo o calor daquelas mãos grandes em seu corpo, mas foi um alívio quando sentiu a ponta da glande dele roçando tão leve contra a sua bunda, e apesar do toque sutil, era perceptível o quão duro ele estava. Por mais que amasse levar nessa posição, Kyle gostaria muito de poder estar vendo o pau de Christophe naquele momento, de pegar nele. Em anos de viagem aos cantos mais remotos do planeta, aquele pau continuava sendo uma das coisas mais lindas que ele já teve a oportunidade de ver. A cabeça tão grossa e rosada quando ele ficava assim duro, a extensão longa pela qual ele poderia passar a vida inteira deslizando a língua, sentindo as veias pulsando, massageando o saco dele. Kyle estremeceu por inteiro ao ouvi-lo cuspir na própria mão e se masturbar um pouco – duas ou três afagadas lentas – antes de encaixá-lo entre as nádegas de Kyle, segurando-o firme pela cintura, escorregando o pau contra a pele dele algumas vezes sem penetrá-lo.

Mas antes que Kyle pudesse separar os lábios para xingá-lo por isso, um gemido forte escapou antes de qualquer palavra, porque Christophe conhecia o tempo certo para parar de brincar com ele. Aqueles poucos segundos antes que Kyle ficasse verdadeiramente frustrado e decidisse se rebelar. Foi aí que ele forçou só a cabecinha, o suficiente para imobilizá-lo durante alguns segundos. Era uma cena tão linda, aquele primeiro momento em que Kyle estava extasiado demais para reagir ou falar ou fazer qualquer coisa além de se agarrar ao lençol como se sua vida dependesse disso, o rostinho virado de lado, corado e quente, o quadril se movimentando para trás sem que ele pensasse sobre, era apenas instintivo. Christophe não se moveu mais durante alguns segundos, escorregando uma das mãos pela curva suada da cintura dele, a outra segurando o próprio pau. Ele franziu o nariz de leve em uma expressão de satisfação quando sentiu Kyle pressionando a bunda contra ele, enterrando-o mais fundo por conta própria, sem esperar que ele se movesse.

-Olha só como você fica bonzinho rápido. - Sussurrou com uma voz fraca, movendo o quadril alguns centímetros para frente, deslizando o pau bem devagar um pouco mais fundo e recuando de repente, repetindo o movimento de forma lenta e intensa o bastante para que Kyle não respondesse nada além de gemidos fracos de alívio.

Quando teve certeza de que ele já estava bem acostumado – o que não durava muito mais do que dez ou quinze segundos -, Christophe se debruçou para cobrir o corpo inquieto de Kyle com o seu, o peito deslizando pelas suas costas, provocando uma sensação tão quente de que um corpo se unia ao outro, e era delicioso por si só. Mas uma mão apoiada no colchão, a outra retirando os cabelos ruivos da nuca dele, Christophe começou a impulsionar o quadril para frente e para trás em movimentos mais amplos, aumentando o ritmo pouco a pouco, enchendo os pulmões de ar enquanto fechava os olhos e deixava escapar um gemido rouco e baixo devido à sensação tão quente e apertada em torno da carne sensível do pau. Ele podia sentir o coração acelerado de Kyle batendo com força. Soltando o ar lentamente pela boca, trouxe a mão por baixo da nádega dele e apertou, mordendo o lábio sem perceber, não interrompendo o movimento das estocadas em momento algum. Kyle se contorcia embaixo dele, agarrando seu braço apoiado no colchão porque parecia a coisa mais firme a se segurar.

O quarto inteiro parecia abafado agora. A mão de Christophe voltou à cabeça de Kyle, os dedos enroscando pelos cachos ruivos enquanto pressionava seu rosto com força contra o colchão novamente, forçando-o a abaixar o tronco, erguendo o quadril em resposta sob o peso do outro, as coxas bem separadas apenas para recebê-lo, sentindo-o entrar e sair inúmeras vezes. Kyle arranhava o braço de Christophe sem perceber, roçando os lábios pelo pulso dele, mordendo a carne de leve e com tesão. Chegava num ponto em que qualquer pedaço do corpo do outro parecia delicioso.

Então, Christophe levou a mão à boca dele, o polegar invadindo os lábios úmidos e rosados. Perdendo o apoio do braço, ele se deitou por inteiro, cobrindo o corpo de Kyle com o seu, extasiado com o toque da pele, carne na carne, deslizando facilmente devido ao suor. Kyle chupava seu polegar, os gemidos agora mais abafados, mas igualmente fora de controle enquanto a velocidade das estocadas aumentava, agora não tão fundo. O corpo de Kyle respondia ao choque da invasão; arqueou as costas para se posicionar em um ângulo melhor, fechando os olhos, tomado pela sensação da mão forte segurando seu queixo, a respiração quente de Christophe próxima à sua orelha, arrepiando cada pelo do seu corpo, tudo isso somado ao pau que entrava e saía de forma curta e rápida, deslizando com facilidade agora que ele estava totalmente relaxado.

-Sua putinha gostosa. - Christophe sussurrou em um tom quase carinhoso, umedecendo os lábios contra o ouvido de Kyle antes de passar a língua quente pelo seu lóbulo, ao mesmo tempo em que pressionava o pau no ângulo exato para que a glande massageasse a sua próstata, fazendo com que Kyle apertasse os olhos e alcançasse a mão por trás para pegar nos cabelos suados dele, virando o rosto com os dentes cravados no lábio inferior sem medir força, gemendo baixinho e sem parar, fazendo que sim com a cabeça.

Christophe segurou o pescoço dele para ter apoio, o polegar acariciando o a pele de Kyle suavemente. Apoiou o outro cotovelo no colchão e puxou sua cabeça de forma que os lábios se encontrassem, ainda que mal encaixados, em um beijo barulhento enquanto retomava o movimento do quadril de forma lenta, agora socando o pau com toda força o mais fundo possível repetidas vezes, sempre recuando com o quadril bem devagar para sentir cada centímetro sendo comprimido pelas paredes internas que Kyle contraía quase sem perceber. Christophe gemeu baixo ao que seus lábios se separaram, afundando o rosto nos cabelos de Kyle e inalando como um bicho, envolvendo o tronco dele em seus braços para abraçá-lo com força, mantendo o movimento dos quadris em um ritmo consistente.

Após quase um minuto fodendo-o assim lentamente, Christophe retirou o pau e ergueu o tronco com o apoio das mãos. Kyle gemeu frustrado, virando-se para olhá-lo, esticando as pernas para mudar de posição. Virou de barriga para cima, uma das mãos deitada sobre o peito, as pupilas dilatadas de desejo. A entrada ardia, e ele fechou as pernas instintivamente, sorrindo quando Christophe lambeu a palma da mão e alcançou o pau de Kyle, rígido como pedra, ao mesmo tempo em que se erguia para frente e o beijava com força, a outra mão subindo pelos seus cabelos para acariciá-los à sua maneira rude. Kyle chupou a língua dele, gemendo baixo pelo gosto intoxicante, trazendo as duas mãos ao rosto de Christophe, sentindo os dedos roçando pela barba que também avermelhava a sua pele. Christophe o masturbou algumas vezes antes de levar as duas mãos às coxas de Kyle para separá-las, umedecendo o pau de saliva mais uma vez antes de penetrá-lo de novo, dessa vez mais ansioso, apoiando um cotovelo ao lado da cabeça de Kyle no colchão, o peso parcialmente sobre ele.

Senti-lo dentro novamente foi um conforto. Com mais firmeza no movimento agora, a cabeceira da cama batia contra a parede quando Christophe começou a meter sem controle. Kyle deslizou uma das mãos pelo peito dele, dobrando as pernas para se abrir o máximo possível enquanto o tocava com tesão, a palma da mão trêmula deslizando pela carne firme do peito dele, depois escorregando pelos músculos firmes do braço. Kyle ergueu a cabeça para alcançar o pescoço de Christophe, afundando-o ali enquanto cheirava e lambia a pele, levando um dos braços em torno daquele tronco forte para cravar os dedos nas costas dele, chupando a carne sensível do seu pescoço com força. Christophe puxou sua cabeça para trás de repente, usando a mão em seus cabelos, e os dois se olharam nos olhos durante os longos segundos em que Christophe diminuiu o ritmo das investidas para apenas sentir o pau fundo dentro dele, movimentando-o lentamente, franzindo o nariz de tesão, passando a língua pelo lábio superior enquanto observava o rosto excitado de Kyle, a sua boca aberta para respirar ofegante, os olhos estreitos. Christophe o achava tão bonito, de uma maneira que jamais conseguiria dizer.

Eles tinham os rostos próximos, imersos em um momento de êxtase que precedeu a retomada de estocadas tão fortes e tão rápidas que pressionavam o corpo de Kyle contra o colchão e o empurravam mais para cima, mas os dois corpos continuavam enroscados. Christophe afundou o rosto no ombro de Kyle e o mordeu, enquanto o outro deslizava as duas mãos pelas suas costas quentes e molhadas, arranhando-o com força, gritando rouco bem próximo ao seu ouvido. O abdômen de Christophe fazia pressão sobre o seu pau latejante, mas não parecia o suficiente, e Kyle se contorcia de vontade de tocá-lo, sabendo que faltava muito pouco para atingir um limite. Mordeu o lábio com força e tombou a cabeça para trás quando a mão calejada de Christophe envolveu sua glande e massageou. O toque era descuidado e quase doía na carne sensível. Era forte demais. O pau grosso dele abrindo-o por dentro, latejando fundo em seu corpo, entrando e saindo de forma quase violenta, tudo aquilo fazia com que as costas de Kyle tremessem e ele não pudesse mais aguentar. O limite foi quando Christophe mudou o ângulo para tocar sua próstata com precisão, porque conhecia de cor o seu corpo.

Envolvendo-o em suas pernas, abraçando-o com o corpo inteiro e tremendo embaixo de seu peso, Kyle gozou com um gemido alto seguido de outros muito mais finos, as pontas dos dedos enterradas nas costas de Christophe a ponto de quase machucar a pele. O gozo quente e viscoso se espalhou entre a mão de Christophe e o abdômen de Kyle. Os movimentos não diminuíram, não de imediato, o que foi um alívio. Logo, Christophe virou o rosto e pressionou o nariz e os lábios contra a bochecha de Kyle, gemendo baixo e diminuindo o ritmo pouco a pouco enquanto liberava o gozo dentro dele, mordiscando o maxilar de Kyle com os olhos fechados, respirando fundo. Ele ainda levou alguns segundos para parar totalmente, mesmo depois de acabar de gozar.

Esse era um dos momentos preferidos de Kyle. Esses poucos segundos de imobilidade, quando o êxtase começava a se dissipar, mas eles ainda estavam imersos naquela ultra-sensibilidade do orgasmo, tão próximos que era difícil dizer onde um começava e outro terminava, o pau de Christophe ainda fundo dentro dele. Sem pensar sobre, porque seus pensamentos estavam nublados, Kyle escorregou uma mão preguiçosa até os cabelos úmidos de Christophe para acariciá-los. Porque na imersão daqueles momentos pós-sexo, ele nunca conseguia se lembrar porque estava chateado para começo de conversa.

Christophe beijou sua bochecha logo antes de sair de dentro dele com um grunhido baixo. Levou alguns segundos para rolar para o lado na cama, espreguiçando-se, tateando a mesa de cabeceira à procura do maço de cigarros. Ele não havia tirado a calça por completo, então apenas a puxou para cima sem fechar o botão, os pelos pubianos ainda à mostra. Kyle se ajeitou, deitando-se de lado, sentindo o gozo escorrendo pelas nádegas enquanto se movia, mas não se incomodou de limpar imediatamente. Por alguns instantes, ele apenas queria ficar ali, parado, observando o homem ao seu lado acender um cigarro e fumar, a fumaça azulada subindo lentamente, a luz alaranjada do abajur iluminando sua pele suada, o peito completamente nu, apenas o colar com a pedra pendurado em seu pescoço.

Kyle esticou a mão para tocar a pedra, o que fez com que Christophe se voltasse para ele. Passou alguns segundos em silêncio, apenas encarando-o com os olhos de menino que apenas Kyle tinha a oportunidade de ver, pois ele só vestia aquela expressão nos momentos mais íntimos.

-Como é que você acha que eu tô comendo outra pessoa se você já me dá um trabalho desses?

Kyle riu, embora não devesse ter sido esse o propósito. Com Christophe, era sempre difícil saber quando ele estava brincando ou não. Alguma coisa no seu tom parecia incomodada. Umedecendo os lábios, Kyle rastejou no colchão para diminuir a distância entre eles, deitando a cabeça no peito de Christophe, que o recebeu envolvendo o braço em torno dos ombros dele.

-Eu não falei sério. - Murmurou em um tom de desculpas, passando o braço por cima do abdômen duro de Christophe, abraçando seu tronco. - Eu só tenho medo de que você canse.

-De você?

Kyle não soube responder. Apenas escolheu os ombros.

Deixando o ar escapar pelas narinas, Christophe virou o rosto de lado para dar uma tragada longa no cigarro, fechando os olhos pesados de sono.

-Você é um idiota. - Disse, cobrindo a cabeça de Kyle carinhosamente com a mão, soprando a fumaça do cigarro.



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