POV Amarilis
- Ahnnn, ahnnn.. -Gemo alto ao chegar no meu ápice. -Isso foi sensacional. -Me levanto e vou vestindo minha camisa branca que estava jogada no chão do quarto.
-Nossa... Não vai nem tomar um banho comigo? -O loiro se levanta, indo em direção a enorme parede de vidro, adentrando o box.
-Não da tempo. -Olho meu relógio no pulso. -Tenho que levantar amanhã bem cedo e estou um pouco longe de casa. -Calço meu scarpin azul escuro e fecho o cinto da saia lápis que eu vestia.
-Acabou e você saiu correndo... Nem quis aproveitar esse motel comigo e a garrafa de vinho ainda está pela metade. -Ele aponta ao balde de gelo, com a garrafa dentro e que se encontra em cima da banheira .
-Não fica chateado, você foi muito bom, gatinho. -Sorrio e mando um beijo pra ele, pego minha bolsa e caminho em direção a porta.
-Você não lembra meu nome, né? -Ele sorri sem graça e eu mais ainda.
-Claro que eu lembro... É Pedro! -Sorrio.
-É Paulo. -O loiro me corrige. -Você errou a noite toda.
-Desculpa, eu estou com a cabeça na lua.. Não foi nada pessoal. -Sorrio. -Agora vou indo, foi um prazer e você foi excelente Paulo. -Dou ênfase em seu nome.
-Deixa seu telefone, gata. -Ele sai do box secando seus cabelos loiros na toalha, ele era um lindo homem.
-Pra que? -Cruzo os braços.
-Para nós marcamos de tomar o resto desse vinho. -Rimos. -Que tal?
-Agradeço o convite, mas vamos deixar pra lá, né? Sem telefones. Se o destino quiser, nos encontraremos novamente. Já vou indo, boa noite. -Dou um selinho demorado e me retiro do quarto do motel, indo em direção ao minha Duster bege, aperto o alarme e adentro o carro.
Coloco no GPS o sentido da minha casa. -Caralho, estou a 43 minutos de casa, onde é esse inferno de motel? -Debato comigo mesma e saio. Sei que vocês devem estar pensando "nossa, que vagabunda, dando para um cara que nem conhece", mas afinal, nós não conhecemos ninguém de verdade. Sempre fui contra esse pensamento de homem que come todas é fodão e mulher que da pra todos é vagabunda. Não. Não sou vagabunda. Sou Amarilis, uma jornalista muito bem sucedida e dona do meu próprio nariz. Livre, feliz e dependo de ninguém e nem de homem pra nada, isso pra mim é ser um mulherão e não uma vagabunda. Homens pra mim são um divertimento.
Vou até minha casa ouvindo música. Moro num flet em Copacabana, de frente com o mar. Entro e subo pra minha casa. Olho o relógio e são 3:27. Droga. Amanhã vou trabalhar cedo e estava me dando o desfrute de ficar transando com um desconhecido.
Entro no banheiro e tomo um banho bem quente e rápido, me aconchego em uma camisona larga e deito em minha deliciosa cama macia, que delicia que é descansar.
[...]
7 da manhã o meu celular desperta, segunda-feira começa e mais uma rotina cansativa. O dia está ensolarado. Coloco uma saia mid rose e uma sandália fina nude, por cima uma camisa bem leve de mangas curtas e branca. Escovo meus dentes e penteio os cabelos, me perfumo e pego algumas pastas de pesquisas que fiz durante o final de semana. Sou colunista e preciso estar sempre atenta a todo mundo das notícias. Entro no trabalho as 8:30, ainda dava tempo de tomar café. Passo no drive-thru de uma cafeteria e pego um café puro sem açúcar e um pão de queijo. Entro na empresa já com muita falação para ser tão cedo as conversas paralelas e telefones tocando dominam meus ouvidos.
-Bom dia, Liz. -A morena entra em minha sala sem bater.
-Bom dia, Raquel. Como foi sua noite? -Abro meu computador.
-Como foi a sua né? Saindo com aquele bofe mara ontem! Menina, todo mundo ficou falando quem era aquele deus grego que caiu do céu direto na sua rede. Musculoso, forte, loiro, olhos verdes, alto, rico, cheiroso... -Ela fecha os olhos e eu dou um tapa em sua cabeça. -Terra chamando Raquel. -Rimos.
-Foi muito boa, ele me levou a um motel na puta que pariu, demorei quase uma hora pra chegar em casa, acredita? Mas foi bom, valeu a pena. -Beberico meu café.
-Pra esse você passou o telefone ou vai continuar nessa de que homens são só brinquedos? -Ela revira os olhos.
-Não são brinquedos, ok? Mas não, não passei meu telefone. Foi divertido mas não da pra ficar repetindo a dose do mesmo cara toda vez. -Abro minha pasta e retiro os papéis das pesquisas.
-Sala de reunião, em 5 minutos. -O Jefferson entra na sala sem bater e anuncia, se retirando de imediato.
-Ninguém mais bate na minha sala? Será que eu perdi toda minha dignidade mesmo? -Rimos.
-Vamos, certeza que deve ser uma bronca. -A Raquel se levanta e vamos juntas até a sala.
[...]
Já se passaram quarenta minutos e nada de ninguém começar essa bendita reunião. Todos em volta de uma mesa enorme brincando com suas canetas e o moreno grisalho, José Lúcio, nosso chefe, chega e todos olham atentos em sua direção.
-Bom dia a todos. -Ele sorri.
-Bom dia. -A voz de todos ao mesmo tempo faz um eco na sala.
-Bom; temos muito trabalho a fazer então sem enrolações, vou direto ao ponto. Como incentivo a vocês, eu e minha mãe que é a grande fundadora dessa revista tivemos uma ideia de premiar algum de vocês. Mas só um. O que mais merecer. A premiação é a seguinte: Você subirá um cargo a cima do seu, e os que não tem mais pra onde subir, terá um acréscimo de salário. Exemplo... Colunistas ganharão uma página, uma página ganharão uma grande matéria e grande matéria pode ganhar uma capa de revista toda em dedicação a sua notícia. -Todos arregalam os olhos. -Como vamos saber quem merece ganhar? Será pelo nossos telefones. A notícia que vocês escreveram essa semana, saiu pelas ruas hoje e o assunto que tiver mais elogios até sexta-feira, ganhará a promoção. -Ele sorri e todos os aplaudem. -Alguém tem alguma duvida?
-As escolhas serão totalmente imparciais, né? -O gordinho que eu não sei o nome questiona.
-Com certeza! Nossos clientes e leitores votarão pelos assuntos, não pelo funcionário. -O grisalho responde.
-E por que não fomos avisados? -A Raquel questiona.
-Porque queríamos que vocês fossem como realmente são. Não tentando fingir ser melhor para ganhar, tem que ser sincero o talento. Alguma outra duvida? -Todos permanecem em silêncio. -Ótimo! -José continua. -Então sexta feira teremos outra reunião divulgando o vencedor. Tenham um ótimo dia de trabalho e uma semana produtiva. Amo vocês e tem bombom na porta da sala, podem pegar.
José era um amor, o melhor chefe do mundo. Lembro quando a Marisa, sua mãe, me deu essa oportunidade de emprego quando eu tinha apenas 16 anos como sua assistente pessoal, eu nem sabia o que estava fazendo mas ela sempre me fez sentir importante, sou muito grata por trabalhar aqui. Pego meu bombom e vou pra minha sala. Trabalho, até que da a hora do almoço e vou sair com minhas meninas: Raquel, Ana e Beatriz.
-Eu to ainda chocada com aquele boy que você pegou ontem. -Ana solta enquanto come sua salada.
-Ontem não né, todos os dias ela só pega homem maravilhoso. -Bia complementa.
-E o pior, ela nem da o telefone pros caras. É esse o segredo, né? Fazer a difícil. -A Raquel diz e todas rimos.
-Claro que não! Eu não passo pra não ter homem me enchendo o saco depois. Eu sou muito feliz sozinha, gente, e esse é o segredo, não precisar de ninguém pra se sentir bem. -Termino de comer e bebo meu chá gelado. -Eu vou voltar porque tenho umas matérias pra terminar. Vejo vocês na academia? -Me levanto e ajeito minha roupa.
-Sim, até mais tarde. -Elas falam como um coral.
Volto a minha sala e termino algumas matérias, dou inicio a outras. A última que eu fiz foi referente a um novo remédio que promete eliminar todas as gorduras em poucas semanas. Droga! Deveria ter feito uma matéria melhor se soubesse que concorreria a ganhar uma página inteira pra mim. Olho e relógio e são 18:53, já passou do meu horário. Vou ao banheiro da empresa e coloco legging, tênis e uma regata solta. Tenho um corpo muito bonito e faço muito por onde. Dieta (quase) sempre e muita academia, fazer exercício anima minha alma.
Vou ao meu carro e sigo direto para academia, malho com minhas amigas e saio de lá já são 21:20, vou para casa. Tomo banho e lavo os cabelos que já estavam bem sujos, me enrolo em uma toalha e outra no cabelo. Sigo até a pia e faço uma vitamina de morangos para beber antes de dormir. Sento no sofá assistindo um programa qualquer e mexo em meu notebook, sempre alienada em tudo que acontece. 23:00 bate no relógio e vou secar meu cabelo com o secador, coloco uma camisa larga e me afundo em meus lençóis macios, afinal, eu mereço.
POV Bruno
Acordo e olho pro relógio e são 12:46. Olho para o lado e vejo aquela bunda só de calcinha de renda socada no meio do rabo e tenho flashes da noite passada.
-Kelly, eu disse que seria a última vez na última vez. -A beijo com força.
-Lupa, eu já falei que não me importo, tudo com você é bom e eu quero mesmo sabendo o risco. -Ela retruca e me beija de novo.
A jogo na cama, enquanto retiro minha roupa ela retira a dela e nem preciso chupar antes, ela já está encharcada e virando de quatro pra mim. Fodemos a noite toda como sempre fazemos, e eu acamei dormindo enquanto ela me mamava.
Droga. Meu pensamento me interrompe. Não podia ter feito isso. Levanto da cama e sento na rede que fica no quarto, acendo um fino e fico pensando nessa besteira que fiz. Kelly é uma garota linda aqui perto de casa porém ela é apaixonada por mim e eu não consigo me envolver mais com ninguém. Quando eu tinha 16 anos eu namorava uma mina e cometi o erro de engravidar ela. Eu amo minha filha, ela é tudo pra mim, mas sei que ela veio no momento errado da minha vida e provavelmente com a pessoa errada também. Nanda é o nome da mãe da minha filha, namoramos por poucos meses e ela logo engravidou, tentamos morar junto mas não deu certo porque ela tem ciúme de tudo que eu faço e eu não tenho paciência, gosto de sair, de fumar com meus parceiro, e não quero me amarrar com alguém que me proíba disso. Kelly jura que seria diferente mas é como um bloqueio, nem curiosidade de tentar eu tenho. Não fico só com ela, mas é aquele famoso caso do "se tiver os dois sozinhos, rola" então eu evito até de vê-la.
-Bom dia. -Ela esfrega os olhos e olha em minha direção. -Acho que você perdeu a hora do serviço. -Rimos.
-Eu falei que perderia e você teimou que dava tempo... Quer? -Aponto o beck em direção a ela, que aceita.
-Fala se não é uma cena linda eu só de calcinha na sua cama fumando um verdinho. -A morena faz cara de safada.
-É sim.. -Sorrio meio falso. -Bom, hoje vou aproveitar que não fui trabalhar e arrumar meu cafofo. Você já vai? -Vou tirando as coisas fora do lugar e guardando.
-Nossa, credo, você tá me expulsando?
-Na verdade, to sim. -Sorrio. -Eu disse que era melhor você não vir, eu nunca te enganei, Kelly.
-Ok.. -Ela levanta e coloca seu vestido.
Ela sai sem se despedir. Recolho algumas coisas jogadas no chão, troco o forro de cama e como um pão com mortadela que tinha na geladeira. Terminei de limpar e já são 15h, sou pobre mas sou limpinho. Moro em dois cômodos, um quarto a cozinha, são pequenos mas são suficiente pra mim que moro sozinho. Perdi o dia de serviço então vou no médico tentar pegar um atestado, não posso ter esse desconto no salário. Tomo banho e me troco, vou pro médico e rezo pra conseguir um atestado. No caminho vou andando ouvindo no fone Eminem, e tenho algumas ideias pra uma música e anoto no celular.
[...]
Fiquei horas no hospital jogando no celular porque to sem crédito, mas graças a Deus consegui um atestado do dia informando que estava com dor nas costas e como sou estoquista no mercado, não teria como trabalhar, prometo a mim mesmo não faltar mais por motivos inúteis. To com a barriga roncando, chego em casa e preparo um macarrão com sardinha, já são 21h.
-Caralho, perdi o dia inteiro no hospital. -Tento ver um vídeo no youtube e não carrega.
Vejo que minha internet foi cortada e eu recebo só no final dessa semana, que bosta. Queria ligar de vídeo com minha filha, tento fazer isso todos os dias. Por mais que eu não more com ela, quero estar sempre presente. Termino de tentar escrever uma música mas falho miseravelmente. Vou deitar e dormir, amanhã não posso perder a hora do trampo.
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