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História Quase Sem Querer - I hate you, I love you


Escrita por: princetri

Capítulo 29 - I hate you, I love you


Lauren POV



— Eu não acredito, Lauren. - Camila disse, andando de um lado para o outro.


 Eu acabei de chegar na agência, estava repassando a agenda do dia pra Camila, quando do nada ela surtou, ao me ouvir falando sobre uma revista que quer ela como capa para a próxima edição. 


— O que tem demais nisso, Camila? - Perguntei, sem entender o porquê de toda a euforia. 


— Lauren, não é qualquer revista, é a VOGUE. - Disse, como se fosse óbvio. 


— E o que tem demais nisso? - Me ajeitei na cadeira.


— Meu Deus, Lauren. - Respondeu, sem paciência. — Essa é uma das revistas de moda mais conceituada do mundo e eles querem que eu seja capa, não é uma simples entrevista é a CAPA.


— Pelo visto é bom eu confirmar logo a sua disponibilidade. - Falei, ainda sem entender. 


— O quê? Você ainda não fez isso?


— Ué, não, eu disse que ia analisar a proposta, porque tem outras revistas querendo a mesma data que eles, então eu…


— Lauren. - Ela me interrompeu, parou na minha frente e me fez girar na cadeira pra que eu ficasse de frente pra ela, segurou minha mão entre as suas e continuou. — Não se dá chá de cadeira na VOGUE.


 Dei de ombros.


— Certo, mais tarde eu ligo pra eles, agora vamos focar na sua agenda de hoje, porque já estamos atrasadas.


 Me levantei, peguei a agenda e minhas chaves na mesa e saí, com ela vindo atrás de mim. Quando chegamos ao estacionamento, ela não foi em direção ao seu carro, ela continuou vindo atrás de mim e quando eu entrei no meu, ela também entrou no banco do carona.


— Tá sorrindo por quê? - Ela perguntou, colocando o cinto. 


 E só então me dei conta do meu sorriso. 


— Nada. - Liguei o carro e saí do estacionamento.


 Hoje Camila só terá fotos e uma entrevista, e tudo isso para uma mesma revista, não é uma revista muito grande, mas devido ao número de cancelamentos na semana passada, eu fechei com ela.


— Eu acho que é aqui. - Eu disse parando o carro.


 Camila não se moveu, ela ficou parada, dentro do carro, olhando para a fachada do prédio, onde tem o nome da revista estampado. 


— O que foi? - Perguntei, vendo que ela não fez menção em descer do carro.


— É… nada, você acha que podemos cancelar com essa revista? - Olhou pra mim.


 Franzi o cenho.


— Camila, você sabe que está super distante da sua meta do mês, mas se você quiser a gente pode sim, mas por quê? Você não está se sentindo bem?


— Tô, é só que… - Soltou o ar dos pulmões. — Deixa pra lá, você promete não sair do meu lado?


— Claro, Camz, mas por quê? Você tá bem mesmo? A gente pode ir embora se você preferir, se você não bater a meta da agência eu reembolso. - Tranquilizei.


— O quê? 


— A gente pode ir emb…


— Não, sobre você reembolsar a agência, eu não quero que você faça isso, Lauren, pelo amor de Deus, nem cogite essa hipótese, se eu não bater a meta, deixe as consequências virem.


— Mas não vai me fazer fal…


— Lauren. - Me interrompeu. — Eu já disse que não, agora vamos logo. - Abriu a porta e desceu do carro.


 Tinham duas pessoas na salinha de entrada, uma mulher, que a julgar por esta atrás do balcão é a recepcionista e um homem que está de costas pra entrada e de frente pra ela, ela comentou alguma coisa com ele e de imediato ele se virou na nossa direção, primeiro ele pareceu surpreso por nos ver ali, mas depois colocou um sorriso no rosto e veio caminhando em nossa direção.


— Meu Deus, que surpresa, eu pensei que vocês não viriam! - Disse ele, animado. 


— Fechamos  um contrato, por que não iriamos vir? - Perguntei, sem entender essa estranha recepção.


 Ele olhou para Camila, mas desviou o olhar rapidamente.


— Nada, só achei que a grande Camila Cabello não iria querer sair em uma revista não tão renomada, AINDA. - Respondeu ele.


— Acho que já podemos começar, Nathan, ainda tenho coisas pra fazer hoje. - Camila disse, aparentemente impaciente. 


— Claro. - Sorriu. — Me acompanhem.


 Ele nos levou para uma aparente sala de reuniões, que tem uma pequena mesa e algumas cadeiras em volta.


— Se não se importa, eu prefiro fazer a entrevista primeiro. - Ele disse, colocando um microfone em cima da mesa, em frente a Camila, que já está sentada.


 Colocou mais alguns materiais em cima da mesa e puxou uma cadeira ao lado da Camila.


— Você pode sair se quiser. - Ele disse, olhando pra mim.


— Não, eu prefiro que ela fique. - Camila contrapôs. 


— Sem problemas. - Ele sorriu. — Então vamos começar.


 Eu não entendi o porquê da Camila ter mudado de humor de uma hora pra outra, mas deixei pra lá, embora eu não sofra de TPM, sei que humanas normais sofrem muito com isso. A entrevista se seguiu normalmente, ele fez algumas perguntas chatas sobre moda, sobre o ocorrido da semana passada e uma que eu até gostei: “Você ainda namora o idiota do Austin Butler?” A julgar pela forma que ele chamou o namorado dela, acho que eles se conhecem de outro lugar.


— Eu acho que você já fez perguntas o suficiente. - Camila disse, antes de se levantar. — Podemos fazer logo essas fotos?


 Ele desligou o microfone e também se levantou. Camila saiu na frente, porta afora, quando eu ia segui-la, senti ele segurando no meu braço, olhei para o lugar onde ele mantém a mão e ele rapidamente soltou.


— Desculpa. - Sorriu, eu já estou achando muitos forçado esse excesso de sorrisos. — É que meu sócio sempre pede pra assinar outro contrato depois da entrevista, eu não entendo muito bem o motivo, mas prefiro não contestar pra não perder a sociedade, os papéis estão naquela gaveta. - Apontou. — Pode ficar à vontade e sentar aí pra ler.


 Bufei e fui na direção indicada, peguei os papéis e me sentei na mesa para ler, é a merda do mesmo contrato que eu assinei antes, rabisquei nas folhas e as coloquei na gaveta novamente, vi o Nathan saindo de uma sala e fui até lá.


— Camila tá aí? - Apontei pra porta que ele acabou de sair.


— Tá sim, mas ela pediu pra eu avisar pra você esperar aqui fora, como o ensaio é de biquíni ela disse que não vai ficar muito à vontade na sua frente. - Ele disse e saiu pra outra direção.


 Bufei e retornei pra sala de reuniões. Não fica a vontade de biquíni na minha frente, mas abrir as pernas pra mim ela pode, joguei meu celular em cima da mesa e me sentei lá novamente. Como a porta está aberta pude ver quando o Nathan retornou pra sala que Camila está, franzi o cenho quando vi dois seguranças parando em frente a porta fechada, me levantei e fui até a recepção.


— Seu chefe sempre coloca segurança na porta quando vai fotografar? É um procedimento normal? - Perguntei pra moça. 


— Desculpa, mas não posso falar sobre o procedimento da empresa com estranhos. - Respondeu prontamente. 


 Senti um calafrio percorrer minha espinha. Girei nos calcanhares e fui em direção a porta guardada pelos seguranças.


— Eu quero passar. - Falei, parando de frente pra eles.


— Desculpe, senhorita, mas o seu Nathan disse pra não deixar ninguém passar, então por favor, vá esperar sua modelo na sala de espera, que ficamos todos bem.


— Se você não sair da minha frente ago… - O segurança da esquerda não me deixou terminar de falar, colocou a mão no meu ombro e me empurrou pra trás. — Eu tentei não utilizar a violência. - Eu disse, antes de segurar no braço dele e girar para trás, até ouvir um “track”.


 Ele caiu de joelhos no chão e começou a gritar segurando o braço mole. Aproveitando que estou de costas, o outro segurança prendeu o braço no meu pescoço, coloquei as mãos para trás, e pela cabeça dele o puxei para cima, o lançando no chão logo depois, as costas dele bateu com toda força no piso, ele nem se mexeu mais, provavelmente desmaiou. Humanos e sua fragilidade, o outro olha pra mim com uma cara de terror. Tentei abrir a porta, mas ela estava trancada, então me afastei um pouco, e bati com a sola do pé, fazendo a porta cair.


 Acho que nunca senti tanta raiva, quanto a que estou sentindo agora, vendo essa cena, o vestido que Camila usava mais cedo, rasgado no chão e o Nathan, com as calças abaixadas pressionando ela contra a parede, tentando a todo custo abrir suas pernas com uma mão, enquanto a outra tapa a boca dela. Quando eu dei por mim, já estava segurando ele pelo pescoço e o pressionando contra a parede.


— Eu deveria ter desconfiado dessa sua cara podre. - Falei com repulsa. 


— Vai dizer que você também não tem vontade de comer ela. - Ele disse com um sorriso nojento no rosto.


 Levei minha mão livre até o meio de suas pernas, especificamente em sua genital, o olhar cínico que ele estava no rosto se transformou em um de pavor, quando utilizei toda a minha força pra apertar aquela região, quando percebi que ele estava a ponto de desmaiar o soltei no chão.


— Acho que a partir de hoje você não come mais ninguém, meu caro. - Antes de sair de perto dele dei um último chute em sua barriga, o que fez ele se curvar ainda mais no chão. — E se você se aproximar de novo dela, você não vai sobreviver pra contar a história.


 Passei os olhos pela sala e não encontrei mais Camila ali, a passos fundo fui até a recepção. 


— Qual direção ela foi? - Perguntei.


 Ela apontou pra saída. Tinha um tubo de álcool em cima do balcão, despejei na minha mão e fui atrás de Camila.


 Encontrei ela no caminho do estacionamento.


— Eu sinto muito. - Segurei em sua mão e ela parou de andar, quando ela olhou pra mim senti o meu coração se apertar, por ver seu rosto molhado de lágrimas. — Eu deveria ter percebido que tinha algo de estran…


 Ela não me deixou concluir, se jogou nos meus braços e colocou o rosto na curva do meu pescoço e se antes ela estava chorando, agora, ela chorou ainda mais.


— Não é sua culpa. - Ela disse, entre soluços. — Ele já tentou isso outra vez.


— Por que você não me disse isso, Camila? Você não precisava ter passado por isso de novo. - Falei irritada.


— Eu não quero ser demitida da agência, Lauren, eu odeio essa profissão, mas é tudo que eu tenho.


 Me afastei um pouco e segurei seu rosto entre as mãos. 


— Você não pode se colocar em perigo dessa forma, só por causa dessa merda de meta, seu bem estar é mais importante do que tudo isso, Camz. E se eu não tivesse percebido que tinha algo de estranho? Aquele infeliz teria conseguido fazer essa merda com você.


— Desculpa, eu… eu pensei que… - Não concluiu, e começou a chorar de novo.


 A abracei apertado e desisti da repreensão, no momento só quero que ela se acalme. Quando senti a intensidade do seu choro diminuir, eu a levei até o carro.


— Eu vou deixar você em casa, aí depois eu vou buscar seu carro na agência. - Falei, a ajudando com o cinto de segurança. 


— Me leva pra sua casa, por favor, Maria vai ficar me perguntando o que aconteceu e eu não quero que mais ninguém saiba. - Pediu, passando a mão no rosto.


 Concordei e nos levei para minha casa, fiz o caminho todo tentando desfocar meus pensamentos, porque meus instintos gritam, imploram, pra eu voltar lá, e acabar com a vida daquele miserável. 


 Emma está sentada no sofá da sala, quando ela ouviu a porta se abrindo, ela me olhou, mas ao ver Camila ao meu lado, logo voltou a olhar para o notebook no seu colo. Levei Camila até meu quarto, deixei ela tomando banho e desci, pra pedir comida, ao finalizar o pedido, olhei pra Emma, que continua olhando para o seu notebook. 


— Eu sei que você tá me chamando de trouxa em pensamento. - Falei.


— Lê pensamentos agora? - Perguntou, sem desviar a atenção da tela.


— Não, mas eu conheço você.


— Eu só espero que você não venha chorando pra cima de mim depois.


  Soltei o ar dos pulmões e contei pra ela sobre o ocorrido, só então ela olhou pra mim.


— Eu sinto muito. - Ela disse.


 Antes que eu pudesse continuar, ouvi passos na escada, é Camila descendo, assim que ela chegou perto de mim, Emma subiu para o segundo andar.


— Você deve ter um ímã pras roupas da Emma. - Eu disse, olhando pra roupa que ela está vestida. 


— Sério que essa também é dela? - Perguntou olhando pra si. — Você não tem roupa sua no seu guarda-roupa então.


— Quase isso. - Sorri. — Eu pedi comida pra você.


— Eu não estou com a mínima vontade de comer.


— E você quer o quê?


— Se eu pedisse pra você se deitar comigo na sua cama e passar o resto da tarde assim, você aceitaria? - Perguntou, com os olhos ainda vermelhos do choro. 


 Sorri e a puxei para um abraço demorado, antes de responder:


— Por que não?


 Subimos para o meu quarto, e quando me deitei ela também se deitou, mas no outro extremo da cama.


— Você pode se deitar perto de mim, Camila, isso não vai ser uma traição, faça de conta que sou sua melhor amiga.


 Ela se arrastou um pouco na cama, até conseguir ficar com o rosto na curva do meu pescoço. 


 Também não precisava ser tão perto.


— Eu não tenho melhor amiga, você é o mais próximo de amiga que eu tenho.


 A puxei mais contra mim, acariciando suas costas, mas permaneci calada e ela também não falou mais nada.


 

Camila POV


 

 Acordei por volta das 3h da madrugada, e Lauren ainda está dormindo, ao longe eu estou ouvindo a melodia de uma música que eu adoro, me levantei e segui o som, parei em frente a uma sala no segundo andar, Emma está de costas para porta, sentada de frente para um piano, e enquanto toca ela canta a música em um sussurro quase inaudível.


— Pode entrar. - Ela disse, parando de tocar.


 Senti minhas bochechas corarem, eu jurava que ela não tinha notado a minha presença.


— Eu amo essa música. - Eu disse, parando ao lado do piano. — Você toca a muito tempo? Porque você toca perfeitamente bem.


— Sim, a muito, muito tempo. - Ela disse e pela primeira vez desde que nos conhecemos ela fez contato visual comigo, por mais do que alguns segundos.



— Por isso você é tão boa, você pode tocar ela de novo?


 Ela sorriu fraco e deu início às notas iniciais da música, cantando tão suavemente quanto antes:



(Song: I hate you, I Love you - Gnash)



Eu me sinto usada


Mas ainda sinto sua falta


E não consigo ver o fim disso


Só quero sentir o seu beijo


Nos meu lábios


 


E agora o tempo está passando


Mas eu não consigo explicar o porquê


Me dói tanto cada vez que eu vejo você


Perceba o quanto eu preciso de você


 


Eu odeio você, eu amo você


Eu odeio querer você


Você quer ela, você precisa dela


E eu nunca serei ela



 Percebi que a voz dela começar a falhar, então continuei no próximo verso:



Sinto sua falta quando não consigo dormir


Ou após o café


Ou quando não tenho fome


Sinto sua falta do meu lado no carro


Meu suéter ainda tem areia


Das noites que não recordamos




Você sente minha falta como sinto a sua?


Dormíamos juntos e me apeguei a você


Amigos também podem partir seu coração


Estou sempre cansado, mas nunca de você


 


Parei de cantar e ela começou novamente:


 


Aqui sozinha vejo você observá-la


Como se ela fosse a única que você já viu


Você não se importa e nunca se importou


Você não tá nem aí pra mim


Como você nunca percebeu


Que está me matando lentamente?


 


 Ela parou repentinamente de tocar e voltou a olhar pra mim.


— O que você tá fazendo acordada? - Perguntou. — É madrugada.


— É que, eu tenho que ir pra casa, não avisei a Maria que não ia dormir em casa e também o…


— O seu namorado. - Ela completou, já que eu deixei a frase pela metade.


— É, ele vai viajar hoje cedo e talvez passe lá por casa.


 Ela apenas afirmou com a cabeça.


— Você pode me emprestar seu celular? Não sei onde deixei o meu. - Falei, já que ela se manteve calada.


— Pra que você quer?


— Chamar um táxi.


— A chave do meu carro tá no sofá da sala, pode ir com ele, amanhã a Lauren pega. - Disse, olhando as partituras sobre o piano.


— Obrigada. - Fui em direção a porta, mas parei. — Eu acho que estou começando a gostar de você.


— Não goste, porque eu continuo sem gostar de você. - Ela disse, sem nem se dar ao trabalho de olhar pra mim.


Notas Finais


<3


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