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História Quase Sem Querer - França


Escrita por: princetri

Capítulo 41 - França


Emma POV


 Eu tinha acabado de descer pra sala, quando a porta foi aberta bruscamente, e pra minha surpresa quem entrou por ela foi o Austin, ele olhou por todo o ambiente e depois se aproximou de mim.


— Eu acho que fiz merda, Emma, você precisa me ajudar. - Ele disse, com uma voz que beira o desespero. 


— Por que eu tenho que ajudar você? - Ergui uma sobrancelha. — Nós não somos amigos, Austin, e eu não estou com cabeça pra mais problemas agora.


— Eu contei pra o pai da Camila sobre o que a Lauren realmente é, mas não era pra ele ficar com raiva da Camila e ele tá com raiva dela também e eu não quero que nada aconteça com ela, Emma, por favor, me ajuda, ele tá aqui na cidade e eu não sei como parar ele.


 Não consegui falar nada, nesse momento só estou conseguindo pensar na Lauren, em sua segurança, caminhei até a porta, mas voltei na metade do caminho e parei de frente ao Austin, dei um soco certeiro no seu rosto e no mesmo instante ele caiu pra trás com o nariz sangrando.


— Se alguma coisa acontecer com a Lauren, eu mato você, Austin. - Cuspi as palavras, ele se manteve calado, apenas ruídos de dor escapam pela sua garganta enquanto ele tenta estancar o sangue.


 Quando eu já estava entrando dentro do meu carro foi que eu me lembrei que não sei onde Lauren está, voltei pra dentro de casa, e levei um tempo pra finalmente conseguir localizar meu celular. Agradeci mentalmente pelo fato dela ter atendido rapidamente.


— Onde você tá? - Perguntei no mesmo instante que ouvi sua voz do outro lado.


— Em frente ao prédio da Camila, tô indo pra casa agora, por quê?


 Soltei um suspiro de alívio.


— Não deixe ela em casa, traz ela pra cá.


— Mas você não disse que queria conversar comigo hoje? - Perguntou confusa.


— Nós estamos com um problema Lauren, traz ela pra cá, assim que vocês chegarem eu explico.


 Ela não perguntou mais nada, só disse que já está vindo. Olhei para o lado, Austin está sentado no chão e encostado na parede, assim que ele chegou vestia uma blusa branca, que agora está na sua mão cheia de sangue. Fui até a cozinha e voltei com um pouco de gelo em um saco, joguei na direção dele e me sentei no braço do sofá 


— Obrigado. - Agradeceu colocando o saco no rosto.


— Você não pode tentar interferir na escolha delas, Austin. - Falei, assistindo sua careta de dor ao encostar o gelo no rosto  


— Eu a amo, Emma, ela não pode simplesmente me deixar depois de todo esse tempo e como se não fosse o suficiente é por uma aberra…


— Cuidado com o que vai falar. - Eu disse antes que ele pudesse completar a frase.


 Ela não terminou, jogou o saco de gelo para o lado e colocou a mão no rosto, para cobrir as várias lágrimas que já descem.


— Como você consegue? - Ele perguntou olhando pra mim, com os olhos vermelhos. 


— Consigo o quê?


— Querer que elas fiquem juntas, eu sei que você gosta da Lauren, acho que todo mundo sabe. - Ele disse e deu uma tentativa de sorriso que mais pareceu uma careta.


— Ela não sabe. - Sorri de lado. — E a Lauren já passou por tanta coisa, Austin, que embora pareça clichê, agora a única coisa que eu quero é que ela seja feliz, da forma que ela escolher. 


— Eu pensei que íamos ficar juntos pra sempre. - Choramingou.


— Nada nessa vida dura pra sempre. - Respondi e só então percebi a Lauren já parada na porta.


— Faz tempo que você chegou? - Perguntei me levantando e ela negou com a cabeça.


— Qual o problema? - Perguntou.


 Nesse momento Camila apareceu atrás dela, a empurrou pra o lado e entrou na sala, o sorriso que ela estava no rosto sumiu no mesmo instante que ela viu o Austin sentado no chão. Desviei a atenção dela e tornei a olhar para Lauren.


— O pai dela já sabe sobre você. - Respondi.


 No mesmo instante os olhos da Lauren foi tomando uma tonificação avermelhada, e ela olhou para o Austin, já sabendo o que seu olhar significava, agi rapidamente e parei na sua frente. 


— Sai da minha frente Emma, a culpa é desse imbecil, não é? - Perguntou irritada, com os olhos brilhando em vermelho intenso  


— Você não vai machucá-lo, Lauren, essa não é a solução. - Falei antes de olhar pra Camila, ela continuava estática no mesmo lugar, como se tivesse parado no tempo. — Conversa com ela, depois pensamos no que vamos fazer.


 No mesmo instante ela desviou o olhar pra Camila, e fez o que eu pedi. Virei e fui até Austin.


— Acho que já tá na hora de você ir, e tenta não aparecer mais por aqui, porque quando a Lauren quer uma coisa ela consegue, e eu não pretendo machucá-la pra te defender. 


— Eu não tenho medo dela. - Ele respondeu irritado e se levantou do chão.


— Pois deveria. - Ouvi a voz de Lauren vindo do outro lado da sala.


— Mas não tenho. - Ele rebateu e em segundos Lauren já estava segurando ele pelo pescoço contra a parede.


— Droga. - Falei irritada.


— Eu posso te matar se eu quiser. - Ela disse e bateu a cabeça dele contra a parede.


— Eu não me importo. - Ele disse, com certa dificuldade, devido a mão dela prendendo seu pescoço. 


 Fiquei assistindo a cena, pensando no tanto de confusão que a Lauren nos mete.


—  Solta ele, Lauren. - Camila disse, tocando ela.


 Ela fez o que Camila pediu e se afastou, Austin teve uma crise sucessiva de tosses pelo aperto em sua garganta. 


— Por favor Austin, vai embora. - Camila pediu, com a voz embargada.


— Mila, me perdoa, eu não queria causar problemas pra você, eu não sabia que ele ia ficar com raiva de você também, por favor me perdoa.


 O amor é uma merda mesmo, pensei.


— Só vai embora, por favor. - Ela disse.


 Ele olhou pra todos nós na sala, apanhou a blusa do chão e saiu. Lauren se sentou no sofá e apoiou a cabeça nas mãos, olhando para o chão. Eu e Camila acabamos colidindo uma na outra, por irmos no mesmo instante na direção de Lauren, dei espaço e ela passou por mim, sentando-se ao lado da Lauren no sofá.


— O que eu faço? - Lauren perguntou, levantando a cabeça e olhando pra mim.


— Mudar de país, Lauren, não é meio óbvio? - Perguntei  


— O quê? Ela não pode ir embora… ela não pode me deixar. - Camila disse, olhando pra mim.


 Rolei os olhos.


— Eu por acaso disse que você não poderia ir junto? - Perguntei, sem me esforçar para esconder minha irritação. 


— Eu… eu não posso ir pra tão longe da minha irmã. - Disse ela.


— E você quer que ela faça o que? Fique aqui pra morrer? Na melhor das hipóteses ela consegue matar seu pai, você sabe o que pessoas como ele fazem com pessoas como a gente, Camila? - Perguntei irritada. — O melhor é quando apenas mata, mas muitos da nossa raça, quando são caçados por esses malditos, são vendidos pra merda de laboratórios, que nos trata como aberrações de pesquisa, é o inferno na terra.


— Meu pai não é assim. - Ela disse com a voz embargada.


— Sim, ele é, e eu sugiro que você aceite isso o mais rápido possível, porque ela não pode mais ficar aqui, desde que ela me disse que seu pai é um caçador eu venho pesquisando sobre ele e infelizmente ele não trabalha sozinho, então se você realmente ama ela, essa não é a hora de pensar na sua irmã, porque não é a vida dela em jogo.


Lauren POV


— Pega leve, Emma. - Eu disse quando percebi que lágrimas desciam pelo rosto da Camila. — Ela não tem culpa.


— Só pra você saber, Lauren, ele já está na cidade! - Quando ela terminou de falar, voaram dois vasos de uma vez e colidiram contra a parede.


— O que foi isso? - Camila perguntou assustada, olhando para os cacos no chão.


 Emma saiu da sala.


— Foi ela. - Apoiei novamente a cabeça nas mãos.


 Camila saiu do sofá e se ajoelhou na minha frente, me fazendo olhar pra ela.


— Eu não vou deixar o meu pai fazer nada com você.


— Isso tá acima do seu controle, Camz.


— Eu vou falar com ele.


— Não, você não vai, você ouviu o que aquele babaca disse, ele está com raiva de você.


— Eu não sei o que fazer, Lauren, me perdoa, isso é culpa minha, ele só sabe disso por causa do Austin, me perdoa. - Limpou o rosto.


— Camz. - Segurei o rosto dela entre minhas mãos. — A culpa não é sua, nós vamos dar um jeito.


 Me levantei, fazendo com que ela levantasse também e a puxei pra um abraço.


— Eu vou com você. - Ela disse, com a voz embargada e o rosto preso na curva do meu pescoço. - Eu não quero te perder, eu vou pra onde você estiver. 


 Quando Camila finalmente estava mais calma, peguei o notebook, coloquei em seu no colo e me sentei ao seu lado.


— Você pode escolher onde quer morar. - Eu disse e ela sorriu fraco, olhando pra tela.


— Pra mim tanto faz. - Olhou pra mim e me deu um selinho demorado. — O importante é estar com você.


 Eu não queria que ela tivesse que escolher entre eu e a irmã, e eu sei que ela está triste por isso e eu estou tentando ao máximo não ficar também. Com o notebook ainda no colo dela digitei “França” na área de pesquisa.


— Conhece? - Perguntei e ela afirmou com a cabeça.


— Tive lá ano passado para um desfile, mais especificamente em Paris.


— Então é pra lá que nós vamos. - Eu disse e ela sorriu.


— Talvez eu vá gostar dessa nova experiência. - Ela disse e colocou pra comprar as passagens.


 Segurei na mão dela, a fazendo parar, quando vi que ela tinha colocado apenas 2 passagens, mudei o número para 3 e ela franziu o cenho.


— A Emma. - Expliquei.


— Ah. - Colocou a mão na boca. — Eu esqueci dela.


 Depois que finalizou a compra ela colocou o notebook na mesinha de centro e se levantou.


— Onde você vai? - Perguntei.


— Em casa, eu não posso ir para o outro lado do oceano sem se despedir da minha irmã, da Maria, minha mãe, pegar minhas coisas. - Ela disse, gesticulando com as mãos.


 Afirmei com a cabeça e me levantei.


— Então eu vou com você, me espera aqui que vou falar rapidinho com a Emma.


 Subi as escadas, mas antes que eu pudesse bater na porta do quarto ela se abriu.


— Que susto, Lauren. - Emma disse e levou a mão até o peito.


— Eu que deveria tá assustada, não você. - Falei, tentando descontrair. 


— Até porque eu sou muito diferente de você, né? Estamos no mesmo barco, de alvo para o caçador. - Revirou os olhos. — O que você quer?


— Só avisar que a Camila aceitou ir com a gente, e agora eu vou lá na casa dela, porque ela precisa fazer umas coisas, mas você já pode ir arrumando suas coisas, porque em menos de duas horas estamos de volta.


 Ela girou nos calcanhares e entrou dentro do quarto novamente, pegou o celular em cima da cama e veio em minha direção.


— Eu sei que não vai adiantar nada eu dizer pra você não ir até a casa dela, então vou com vocês. - Passou por mim.


 Nas escadas fui falando para Emma sobre as passagens que comprei, e os detalhes do voo, ela permaneceu calada. Ao chegar na sala, corri os olhos por todo ambiente, que se encontra vazio. 


 Emma pegou um papel em cima da mesinha de centro e leu em voz alta:


— “Eu prefiro fazer isso sozinha, não quero que você se arrisque ainda mais por mim, então por favor, me espera aqui. P.S: Peguei o carro da Emma, por favor, não deixe ela saber.” - Quando terminou de ler, ela bufou e jogou o papel de volta na mesinha. — Eu acho que você deveria ensinar bons modos pra ela.


 Não consegui não rir, quando Emma pega implicância com uma pessoa, se torna ainda mais mal humorada do que já é. Me sentei no sofá e ela também fez o mesmo. Peguei meu celular e deixei em cima da minha perna, pra caso Camila ligue. 


 Insisti com Emma pra que ela dissesse o que quer conversar comigo, mas ela mandou deixar pra depois, então resolvi parar de insistir, uns 45 minutos depois meu celular começou a chamar, não é um número reconhecido por mim.


— Oi. - Atendi.


— Lolo? - A voz está abafada, eu quase não consegui ouvir.


— Sou eu Sofi, onde você está?


— O papai tá aqui, tava brigando com a Mila e agora não deixa ela sair do quarto, você precisa vir aqui Lolo, eu tô com muito medo dele. - Choramingou do outro lado da linha.


 Não deixei ela falar mais nada, finalizei a ligação e coloquei o celular no bolso, peguei a chave do meu carro e antes que Emma viesse atrás de mim, eu impedi ela.


— O pai dela tá lá. - Falei. — Então você não vai, eu entrei nessa sozinha, então eu vou ter que sair sozinha, não quero que se arrisque pela milésima vez por mim.


— Uma porra que eu não vou. - Puxou a chave da minha mão e saiu na minha frente em direção ao carro.


Notas Finais


Estamos perto do fim, talvez uns 4 capítulos ainda.


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