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História Quase Sem Querer - Que porra você acha que tá fazendo?


Escrita por: princetri

Capítulo 47 - Que porra você acha que tá fazendo?


Fanfic / Fanfiction Quase Sem Querer - Que porra você acha que tá fazendo?

Lauren POV



 Escuro, muita dor e uma voz distante. Essas são as únicas coisas que meu cérebro está processando no momento.


— Acorda meu amor, por favor.


 Abri lentamente os olhos e minha cabeça doeu como nunca.


— Graças a Deus. - Passou a mão no meu rosto. — Como você está?


— Eu acho q…


— Seu olho. - Me interrompeu. — Tá com um traço vermelho, parece sangue, você tá enxergando direito?


 Afirmei com a cabeça e fechei os olhos.


— Saiu? - Perguntei, os abrindo novamente.


— Não.


 Fechei novamente.


— E agora?


 Balançou a cabeça negativamente.


— Então deixa, depois sai.


 Tentei me sentar, mas uma forte pontada nas costas me fez voltar à posição inicial, deitada com a cabeça no colo da Camila.


— Que inferno, por que tá doendo tanto?


 Olhei em volta e só então eu me recordei sobre o que está acontecendo, estou em uma sala pequena completamente vazia. Me levantei de sobressalto, ignorando totalmente as dores do meu corpo, caminhei a passos apressados até perto da porta, mas não consegui segurar na maçaneta por mais de cinco segundos, prata.


— A gente precisa arrumar um jeito de te tirar daqui. - Falei com urgência. 


— De NOS tirar daqui, você quis dizer. - Retrucou Camila.


 Olhei pra ela, que já está de pé, com os dois braços cruzado, como se tivesse abraçando o corpo.


— Tá frio aqui, né? - Perguntei e ela maneou a cabeça positivamente.


 Ela está vestida apenas com uma calça jeans e uma blusa branca de mangas longas, Camila já costuma sentir muito frio, imagine nessa época do ano.


— Faz tempo que chegamos aqui? Viemos de quê? - Perguntei, tirando meu moletom. 


— Chegamos faz quase uma hora, e a gente veio de carro, eles colocaram alguma coisa em você, porque você não acordou sequer por um segundo. - Respondeu com a voz um pouco aflita.


 Me aproximei e a vesti com meu moletom.


— Melhorou agora? - Perguntei, passando as mãos por seus braços, em uma tentativa de aquecê-la mais.


 Afirmou com a cabeça.


— Por que Emma não ajudou você? - Perguntou em um fio de voz. — Ela não sabe que eles querem te matar?


  Senti mais uma vez meu estômago embrulhar ao lembrar do retorno dela.


— Sabe. - Respondi sucinta.


— Então… por quê?


— Não sei e nem quero saber, eu quero que ela morra. - Esbravejei.


— Amor, não diz isso. - Passou a mão no meu rosto.


— Camila, por favor, não. - Me afastei. — A gente tem coisa mais importante pra se preocupar.


— Eu acho que ela pode ajudar você. - Continuou. 


— Se ela quisesse me ajudar, tinha ajudado lá, agora para de falar nela, POR FAVOR. Faz uma hora que chegamos aqui, então daqui a pouco alguém vai vir me buscar, pra ir até a sala dos anciões, provavelmente você vai junto, então presta atenção. - Me aproximei dela novamente. — Eu vou da um jeito de arrumar uma confusão, então quando estiverem todos distraídos você saí de lá, essa mansão é enorme, mas se você manter a calma você consegue achar a saída, ande normalmente pelos corredores, provavelmente vai ter alguns vampiros pelo caminho, mas você só vai pedir ajuda quando encontrar alguém do clã Nosferatu.


— Como eu vou saber quem são?


— Eles são deformados, a maioria anda com a cabeça baixa, não faz nenhuma cara de repulsa ou horror quando te olharem, são os únicos que talvez te ajude a ir até a saída. - Joguei o cabelo para trás. — Diz que você estava com um amigo, que é do clã Hidden e que você se perdeu dele. Quando você estiver lá fora, você vai dar a volta em torno do muro, até encontrar a parte da floresta que tem umas cabanas de madeira, ao chegar lá você procura por Dinah Jane, quando encontrar não fala com ela na frente de ninguém, principalmente se for uma mulher chamada Normani, não fala na frente dela, nem com ela você fala, fala seu nome pra Dinah que ela vai saber quem você é, entendeu?


— Sim, entendi, aí eu digo pra ela onde você está, certo?


— Não. - Neguei com a cabeça, sentindo um nó na minha garganta. — Você pede pra ela te levar até Lydney, quando chegar lá, você convence algum taxista a te levar até nossa casa, oferece o dinheiro que ele quiser, use minha conta, depois você arruma suas coisas e vai pra Los Angeles.


— Quê? Que porra eu vou fazer em Los Angeles, Lauren?


— Não se machucar já vai ser um bom começo. - Respondi.


— Por favor, me diz que você não está dizendo pra eu ir embora e te deixar aqui.


— Estou, Camz. - Segurei seu rosto entre minhas mãos. — Eu não vou mais sair daqui e eu não quero que você se machuque, entende? Me desculpa, mas preciso que volte pra sua vida.


 Ela empurrou minha mão e riu com escárnio.


— Minha vida, Lauren? Você tá demente ou o quê? EU NÃO TENHO MAIS VIDA EM LOS ANGELES, eu não tenho mais ninguém, faz nove anos que eu saí de lá, nove anos não são nove dias, eu só tenho você e eu não vou te deixar, eu te amo, merda.


 Os olhos dela estão irritados e magoados ao mesmo tempo.

 

— Você tem sua mãe e sua irmã. - Tentei argumentar.


— Você só pode tá tirando com a minha cara. - Começou a andar pra lá e pra cá. — Você esqueceu que minha mãe cortou qualquer laço que eu poderia ter com ela ou com Sofia? Ela me culpa por Alejandro ter ido parar na prisão, você precisa que eu refresque sua memória sobre tudo o que aconteceu, Lauren?


— E você quer o quê, Camila? Morrer aqui? - Perguntei tão irritada quanto ela.


— Eu quero ir embora! - Esbravejou. — Mas com você.


 Eu não sei mais decifrar minhas emoções, estou triste, com raiva, preocupada, com medo por Camila, e isso tudo junto. 


— Essa opção infelizmente você não tem. - Respondi, sentindo uma lágrima descer pelo meu rosto. 


— Então eu…


 Não deixei ela terminar porque ouvi passos no corredor, selei nossos lábios, um beijo com gosto de lágrimas, gosto de despedida, gosto de arrependimento, gosto de dor.


 Quando a porta se abriu eu me afastei.


— Faz isso por mim. - Pedi.


 Virei pra porta, mas ao contrário do que eu esperava, não é nem um dos idiotas que servem os anciões, os que com certeza serão os responsáveis por vir me buscar pra ir até eles.


 É Emma, Emma e Claus.


— Que porra você acha que está fazendo? - Perguntei irritada. — Você voltou por quê? Não estava bom o suficiente na África? Você tá querendo fuder com a porra da minha vida outra vez?


— Camila vai ficar em outra sala. - Respondeu, ignorando totalmente minhas perguntas.


— SALA? - Gritei. — Cela, acho que você quis dizer cela. E ela não vai sair do meu… 


 Cortei minha própria fala, ao notar a roupa que Emma está vestida, uma saia vinho de cintura alta e uma blusa branca de botões ensacada, mas não foi isso que chamou a minha atenção e sim a capa que ela usa sobre a roupa, uma capa vinho, capa essa que é usada por todos os membros do clã Ambrogio, ou seja, por todos os anciões.


— Emma Watson, a imortal. - Eu falei irônica, sacando seu papel ali. — Lembra que a gente achava esse nome bem prepotente? Que hipócrita que você é.


— Eu não estou aqui pra discutirmos o meu passado e sim o seu futuro, então deixa Camila vir.


— Eu não vou deixar, eu não confio em você. - Disse entredentes.


— E eu não dou a mínima. - Falou simples. 


 Claus riu com a resposta dela, que homem desprezível.


 Resolvi engolir todo o meu orgulho, minha cabeça está a mil, sem entender o que de fato está acontecendo. 


— Não leva ela, por favor. - Pedi 


 Ela fez sinal com a cabeça pra que Claus entrasse, ele passou por mim e foi em direção a Camila, eu continuei estática no mesmo lugar, porque eu não tenho mais forças pra uma luta, porque eu estou pela primeira vez em séculos me sentindo incapaz de qualquer coisa. Eu não queria estar tão decepcionada com Emma, afinal se ela foi capaz de ir embora, ela seria capaz de qualquer coisa, mas eu estou, eu estou terrivelmente decepcionada.


— É inverno. - Eu disse, tentando me manter firme e não ceder a vontade gritante que eu estou de chorar. — Ela sente frio, muito inclusive, e fome, não deixa ela pagar por uma coisa que não tem culpa, eu já estou aqui, ela não precisa ficar também. - Emma não esboçou nenhuma reação, apenas desviou o olhar pra Camila, que está gritando para que Claus a solte.


— Lauren, eu quero ficar com você. - Ela gritou, enquanto se debatia.


 Eu não sei o que fazer, se tento mantê-la ali, ou a deixo ir, qual a probabilidade que eu tenho de conseguir tirá-la daqui? Talvez eles mandem ela pra casa, de volta a sua segurança. 


 Quando já tinham passado pela porta, em uma manobra surpreendentemente rápida Camila conseguiu se soltar e deu uma mordida no braço dele, ele gritou e empurrou ela contra a parede, meu sangue ferveu, fui avançar sobre ele, mas antes que eu passasse pela porta, Emma entrou na minha frente, segurei ela pelo colarinho da capa e a encostei na parede da cela, ela deixou um grito alto escapar e eu acabei tomando um susto, afinal eu não tinha feito nada ainda, só a encostado na parede, demorei alguns segundos pra entender o que tinha acontecido, a parede é revestida com prata, ela acertou com o pé na minha barriga e eu cambaleei para trás, retomei o equilíbrio antes que eu encostasse na parede atrás de mim. Ela deu as costas e saiu, por causa da blusa branca, deu pra perceber que está escorrendo sangue pelo seu braço, com certeza feriu as costas, e eu acho é pouco.


 Vendo a porta se fechar, me deixei cair de joelhos no chão, Alice morreu porque ela resolveu ficar comigo naquela maldita vila, e agora Camila está em perigo porque tirei ela de Los Angeles, da sua vida estável, para arrastá-la para a minha.



Talvez um dia você entenda porquê tudo que você toca certamente morre.


Notas Finais


\o/


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