Kakashi já não estava aguentando aquela mulher enchendo sua paciência. “Será que ela não se toca?” Ele encheu seu copo e levou até a boca, abaixando a máscara apenas pouco para beber, o copo tampava a região que a máscara tinha descoberto, fazendo sua face continuar um mistério para a mulher à sua frente e todos ao redor.
— Achei que você já tinha ido embora — disse descontente e debochado.
— Eu disse que não desistirei de você.
— Mey, você está perdendo o seu tempo. Eu não quero nada com você.
— Você fala isso agora, mas aposto que posso te fazer mudar de ideia! — falou piscando e convicta.
— Ei! Kakashi, você veio! — disse Yamato, se aproximando dos dois, com uma garrafa em uma das mãos.
— Na verdade, eu nem me lembrava dessa festa. Só fui me tocar depois de chegar no bar! — disse Kakashi, bebendo uma dose atrás da outra.
— Não vai me apresentar seu amigo? — disse a mulher se intrometendo.
— Essa aí é a Mey... Mey é a mulher responsável por ferrar com minha vida amorosa que mal havia começado — falou como se estivesse narrando uma história infantil, mostrando que o saquê que ele bebia exageradamente já começava a surtir efeito. A mulher o olhou com desdém, mas ignorou tudo que ele disse.
— Hum? Como assim vida amorosa? Desde quando você tem uma? — perguntou Yamato que ia se sentando ao lado de Kakashi, com os olhos arregalados.
— Pois é... depois de tanto tempo pulando de galho em galho, consegui encontrar uma pessoa para mim e essa praga aparece para me atrapalhar. — Todos na mesa estavam bebendo bastante, inclusive Mey que só ouvia a conversa dos dois sem se importar, como se nenhuma das ofensas lhe afetasse.
— Mas quem é essa mulher que te deixou assim? Você sempre vivia falando para eu beber menos e hoje parece que está querendo me superar!
— Se eu te contar você não vai acreditar!
— Fala logo, sempai!
— É a Sa-kura — ele disse em meio a um soluço.
— O quê? Sakura que foi sua aluna? — Yamato ria exageradamente pela situação.
— É, aquela garota me deixou amarrado. E pior que ela me viu beijando essa mulher e falou para eu não procurar ela mais — disse apontando para Mey.
— Ei! Eu não tenho culpa, nem sabia que você tinha namorada. Além do mais acho que você gostou do meu beijo! — Yamato chamou uma garçonete, pedindo mais três garrafas de saquê e a moça logo as levou com prontidão.
— Ah, sempai, se ela não sabia não foi culpa dela, né. Me desculpa, mas culpado foi você por ter deixado!
— Mas que droga... será que ninguém me entende? — falou dando um tapa na mesa, descontente. — Você poderia ter evitado, você que quis, você que deixou. Blábláblá! Eu não queria nada! Eu só quero a Sakura — falou sério e intransigente.
— Foi mal, foi mal! Eu não queria te irritar. Mas iaí, ao menos tentou falar com ela?
— Ela não está na vila. Está numa missão.
— Não sei porque você está tão preocupado então! Já que me beijou e ela te largou, a gente podia aproveitar a situação! — falou a mulher maliciosa.
— Eu não sei não, sempai. Se você gosta mesmo dela deveria esperar ela chegar. E eu tenho que te dizer que ela é bem gatinha, se você largar ela de vez eu pego!
— Você está ficando maluco Tenzou? Nunca mais fala uma coisa dessas — disse se aproximando dele, com a voz firme e ameaçadora.
— D-desculpa! Não falo mais isso. — Yamato estava com as mãos no alto, como se estivesse antecipando um golpe de defesa. — Mas, voltando ao assunto, o que você pretende fazer para ela reconsiderar você?
— Eu não sei ainda. Mas vou descobrir um jeito... — Ambos se ajeitaram na cadeira e ficaram olhando para Mey.
— Porque você fez isso? Agora ele está sofrendo, não está vendo? — disse Yamato, melancólico.
— Eu não tive a intensão de magoar ninguém. Será que ninguém pode pensar em mim? Eu também estou apaixonada, e é por ele. Não posso simplesmente desistir e esquecer — disse bebendo e apontando para Kakashi com olhos chorosos.
— Eu só sei que você estragou minha vida no momento em que se aproximou de mim. E o pior é que nem me lembro de quando realmente conheci você! — Kakashi estava cabisbaixo, e eles bebiam como se não houvesse amanhã. Yamato então começou a chorar falando que queria um amor para ele também. Que se um dia tivesse a sorte de ter Sakura para ele nunca estragaria como seu sempai fez. Mey por outro lado chorava dizendo que Kakashi nunca a amaria, e que ela morreria sem ele. Kakashi, bêbado, ficou observando os outros dois por um tempo e resolveu que era hora de ir embora. “Mas o que eu faço com esses dois agora?” Ele então se levantou, apoiando Yamato em seus ombros — ou ele se apoiava no de Yamato, não dava para saber ao certo — e chamou a moça para ir embora. Na hora de pagar Kakashi persuadiu Yamato a pagar a conta, dando a desculpa de que ele já estava ferrado demais, e que o outro deviria amenizar pelo menos isso para ele.
Kakashi foi cambaleando junto com Yamato até a casa do mesmo, e Mey os seguia.
— Sempai, onde é que eu estou?
— Na porta da sua casa e é melhor você entrar logo. — Os dois se despediram com dificuldade, já que Yamato ficava abraçando Kakashi, dizendo o quanto ele sentia pena do ninja. Após muita ladainha Kakashi foi embora, e Mey foi atrás.
— Você por um acaso está perdida? — perguntou, bêbado demais para conseguir olhar para ela com algum foco.
— Eu achei que você fosse querer um pouco de companhia, depois de tanta bebedeira. Eu não mordo! — disse maliciosa. E ele não viu como discutir, estava grogue e só queria chegar logo em casa, mas a casa dele parecia não chegar nunca. Depois de muitos tropeços e palavrões conseguiu chegar até a porta de casa. Já indignado com a mulher que o seguia.
— Vai embora, não está vendo que não te quero?
— Ah, larga de ser ruim. Me dá ao menos uma oportunidade — Kakashi nunca tinha rejeitado uma mulher bonita, mas essa ele queria que esta desaparecesse. Mas era fraco demais para fazer alguma coisa, estava se sentindo triste e carente. Sentimentos que ele desconhecia antes de começar a gostar de Sakura. Abriu a porta e permitiu a mulher entrar em sua casa. Foi direto para o quarto e se jogou na cama, a mulher vermelha de vergonha, mas feliz por ele ter deixado ela entrar, deitou ao seu lado, começando a afagar os cabelos do ninja e até lhe beijou aa boca, por cima de sua máscara.
Mas ele não a queria, não era ela que ele amava. Com os olhos fechados pensava em Sakura, a imaginava ali lhe beijando. E acabou que ambos embriagados e vendo o quarto todo girar, dormiram sem dizer uma palavra um ao outro.
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