História Queda Livre - Alma Aos Pedaços

Adele tinha agora sua alma aos pedaços, não conseguia falar ou chorar, estava congelada, Gail estava morta, ela não conseguiu salvá-la.
Saiu em direção ao gramado da frente, sua roupa coberta de sangue.

- Polícia de Los Angeles, levante as mãos. - Gritou um policial com a arma apontada em sua direção. - Mãos para cima senhora!
Adele estava em choque, andou em direção ao carro da polícia, não via nada, apenas as luzes do giroflex.
- Senhora, vou pedir pela última vez, pare onde está e coloque as mãos onde eu possa ver.
O policial engatilhou a arma, Adele continuou andando em direção à ele.
- Espere! - Kiran gritou antes de ser visto e entrou na frente de Adele. - Por favor, eu a conheço, deixe-me tentar ajudar.
O policial abaixou sua arma em direção aos pés de Adele, ele não baixaria a guarda.
- Adele? - Kiran segurava seu rosto entre as mãos - Por favor Adele, fale comigo!
- Kiran? - Adele finalmente olhou para ele.
- Sim, sou eu. Você está bem? O que faz aqui? De quem é esse sangue?
Adele olhou para sua camisola, sua respiração ficou ofegante e ela voltou a chorar desnorteada.
- Eu não pude impedir... Não consegui salvá-la.
- Quem Del, quem?
- Gail - Kiran levantou seu olhar para além de Adele e olhou para a casa. - Del, sente-se aqui, eu já volto. - A colocou no gramado e foi em direção ao policial com as mãos levantadas. - Senhor, ela está em choque, acho que deve dar uma olhada na casa, o sangue não é dela.
O policial abaixou a arma e gritou para seu parceiro dentro do carro:
- Ei Billy? Fique de olho nos dois, vou dar uma olhada na casa. - E correu para dentro.
Entrou, olhou a sala com a arma em mãos, preparado para qualquer surpresa. Foi à cozinha, olhou o jardim pela janela, voltou e subiu as escadas. Virou à direita e entrou no primeiro quarto.
- Polícia de Los Angeles, por favor... - E abaixou sua arma, estava chocado com a cena e chamou seu parceiro pelo rádio - Billy, contate a Homicídios, temos uma cena de crime.

*****
Eram seis da manhã e Jane chegou mal-humorada ao departamento.
- Por que tão cedo Munfort?
- Jane, bom dia. Desculpe, mas temos um homicídio no bairro de Leimert Park. - Olhou suas anotações - Vítima: Gail Anderson, dezoito anos, garganta cortada e dezessete perfurações no peito, Lena já está colhendo as provas e tiramos fotos do local.
- Quer dizer que estou atrasada?
- Não, decidi te chamar apenas agora, estava muito cedo e você precisava dormir. Tem trabalhado muito nos casos de Mia Burnes e Melissa Summers.
- Agradeço a generosidade sargento, obrigada. - Jane esboçou um sorriso. - Alguma pista?
- Bem, a vítima deu uma festa na casa, foi morta em seu quarto nua e o assassino escreveu Vadia na parede com o que tudo indica ser o sangue da própria vítima.
- Ele estava com raiva pelo visto. Vou descer e ver se Lena tem alguma novidade.
- Espere detetive! Temos uma pessoa na sala de interrogatórios. Ela estava coberta de sangue, Lena pegou suas roupas para fazer uma análise e colheu seu sangue para um exame toxicológico.
- Toxicológico? Por quê?
- A testemunha está desnorteada, não consegue reproduzir palavras que tenham sentido e até o momento é nossa principal suspeita. Estava na cena do crime e coberta de sangue. Queremos saber se o sangue é da vítima e se ela está sob efeito de alguma substância ilícita.
- Ok Sargento, eu vou até lá. Qual o nome da suspeita?
- Bom, você já a conhece detetive. Ela se chama Adele Roberts.
- Ora, ora srta. Roberts, isso está se tornando um vício.