Pov: Millie Bobby Brown
Já eram mais de meio dia e eu ainda estava furiosa, odeio quando os turistas jogam lixo na praia, o costume é tão grande que quando vêem, acham que podem jogar.
Aqui na cidade ninguém joga lixo no chão, o respeito é grande e nos acostumamos a deixar tudo limpo, faço parte do grupo do meio ambiente, ou seja, não consigo ver quando sujam aqui.
Estou no “escritório” do meu avô, Malina e Chosen estão junto a mim, Noah e Dylan, estamos vendo as pranchas como meu avô havia dito.
-Eu quero essa arco-íris... -Malina diz. -Eu achei ela linda!
-Essa é sua então! -Meu avô sorri.
-Eu quero essa aqui, Sr. Brown! -Chosen aponta para a preta com um raio.
-Essa é a sua! -Diz ele.
-Vovô.. e essa? -Pergunto. Havia uma prancha branca com fumaças azuis pintadas, ela parecia a prancha de Kelly, eu quero ela.
-Essa era uma encomenda, mas o cara desistiu… -Ele percebe que eu havia gostado. -Quer ela? Fique para você! -Sorrio e pego a prancha.
-Parece a da mamãe… -Dylan sorri. -Ela é linda mesmo!
-É.. -O olho. -Vamos almoçar? Eu estou faminta! -Digo rindo.
Entramos em casa e meu avô começou a cozinhar, enquanto isso eu e Chosen arrumamos a mesa.
-Conhecemos os turistas, vovô. -Noah diz. -Eles são legais, um até ficou de olho na Lina! -Noah ri ao olhar a cara de Dylan.
-Não vi graça. -Meu irmão diz de cara fechada.
-Aquela ruiva é linda. -Chosen diz. -Acho que ela gostou de mim…
-Nos seus sonhos, Chosen! -Eu e Noah dizemos em uníssono o fazendo revirar os olhos.
-Presley gostou daquele cacheado! -Malina diz.
Uma coisa que não sai da minha cabeça, aquele cacheado tem o par do meu colar. Quer dizer, só existem poucos colares daquele, mas nenhum aqui na América, ele é um colar japonês -eu acho-, mas é muito estranho um garoto tê-lo, sempre pensei que essa história de par não existia. Eu, por exemplo, o meu par sempre foi a Kelly e ela não tinha o colar, isso de par não existe, não mesmo.
-Millie! -Ouço Dylan gritar e me tirar do transe.
-AAA! -Grito ao ver o prato no chão. -Desculpa vovô, eu estava distraída…
-Tudo bem, filha… -Meu avô pega a vassoura. -Podem subir, ainda vai demorar para o almoço sair. Fiquem tranquilos, eu junto isso aqui. -Ele sorri e eu também.
Subimos para o quarto de Dylan e começamos a conversar, Chosen estava dizendo que havia ficado encantado com a beleza da ruiva de sardas e que queria chamá-la para sair.
-Percebemos que aquele garoto estava te matando com o olhar! -Dylan ri.
-E você? -Chosen cruza os braços. -Ficou todo ciumento por causa de Jaeden estar olhando demais para Malina!
-Isso é diferente. -Dylan revira os olhos nos fazendo rir.
-Millie, você vem mais tarde, né? -Noah pergunta.
-‘Pro San? Acho que sim. Talvez, não sei. -Dou de ombros.
-Por que? Vai fazer alguma coisa mais tarde? Disse que não ia. Vamos, Millie! -Noah diz manhoso.
-Talvez eu vá, é noite de danças, eu não gosto de dançar, sabe disso. -Reviro os olhos.
-Qualquer coisa você pega a prancha e vai surfar. Sabe que vai acabar fazendo isso.
-Eu sei, lina. -Digo. -Talvez eu vá gente, eu não sei, é só mais tarde, não precisa disso. -Ouço meu avô nos chamar e descemos para almoçar.
A insistência dos meus amigos as vezes me deixa furiosa, se eu disse que vou, eu vou, se eu disse que não, não vou, se eu disse que talvez eu vá, é bem provável que eu não vá. Simples assim. Que droga.
Pov: Finn Wolfhard
Jack estava comendo como se nunca tivesse colocado um pedaço de bolo de carne na boca, Wyatt já havia saído da mesa e alguns de nossa turma ainda não haviam aparecido para almoçar, perderão o almoço se não aparecerem em um pouco mais de uma hora.
-Finn, quero que fique. Preciso de ajuda com os alunos que chegarão mais tarde. -Diz a professora. -São alunos mais novos, mas não vão ficar conosco. O diretor apenas pediu que eu os recebesse, mas são muitos e Joe não poderá me ajudar.
-Eu fico sim, Srta. Duncan. Mas eu tenho um compromisso mais tarde…
-Não se preocupe, será rápido. -Ela sorri.
Ela se levanta da mesa e caminha até seu quarto, na mesa fica apenas eu e Jack, como sempre.
-Vamos mesmo sair com aquele pessoal? -Jack diz de boca cheia. -Eu gostei deles, a Millie parece ser legal, Noah é bonito, Malina tem um sorriso lindo, Dylan… -Eu o interrompo.
-Você fez uma análise geral, ou algo assim?! -Digo rindo. -Eu concordo, todos são bonitos e legais, mas acho que o tal do Chosen não deixou o Caleb muito feliz… -Rimos.
-Caleb mal chegou e já arranjou briga com ele, eu acho que Sadie agora vai ter que correr!
-O que estão fofocando hein, garotas? -Caleb chega rindo.
-De você, gatinho! -Povoco.
-Finn, meu deus! -Wyatt aparece. -Ainda comendo? Jack, você é lento!
-Eu já acabei, estou só esperando o Grazer mesmo. -Dou de ombros.
Jack revira os olhos e põe a última garfada na boca, nos levantamos e levamos tudo para a cozinha da pousada.
-Tenho que ajudar a Srta. Duncan com os mais novos, nem sabia que eles viriam também. -Digo. -Eu não sei que horas termina, então devo me atrasar ‘pro compromisso. -Jack revira os olhos.
-Ângela não te deixa em paz? Ela vive de olho em você! -Wyatt reclama.
-Deixe ela, a mulher perdeu filha e marido. Ela deve sentir falta da criança! -Caleb diz.
-O que aconteceu com a família dela mesmo? -Pergunto.
-Ela engravidou cedo e a filha nasceu morta, o marido a abandonou e ela passou um tempo fora. Eu acho que é isso… -Caleb franze o cenho. -É, é isso que eu ouvi. -Ele coça a nuca. -Gente, a Sadie dormiu de novo, Sophia pediu para avisar… -Ele abaixa a cabeça.
-Ei, o que foi cara? -Jack pergunta.
-Sadie está se sentindo péssima, eu vejo isso no olhar dela, alguma coisa ‘tá acontecendo e ela não quer falar… -Ele se senta em minha cama. -Finn, sabe de alguma coisa?
-Foi mal, eu não sei de nada… -Ele põe as mãos no rosto.
-Eu estou preocupado, ela anda cansada, triste, aquele dia da pizza ela estava tão alegre, mas hoje…
-Sadie é assim, cara… -Wyatt diz.
-Eu sei, mas… -Ele se senta. -Eu queria ajudar, queria ser alguém que ela confia. Eu sei que aquela ruivinha não está bem...
-Eu vou falar com ela… -Digo. -Se ela está mal, descobriremos. -Ele sorri.
Acho lindo a preocupação de Caleb em relação a Sadie…
Se dão bem.
Eu gosto disso.
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