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História Quem disse que precisa ser docete? - Capítulo nove - Exagerado


Escrita por: RikuAbsolem

Notas do Autor


Desculpe-me por demorar a postar mas.. Eu realmente desgosto deste capítulo, mesmo reescrevendo seis vezes não consigo acha-lo bom. E olha que tirei demasiadas coisas desnecessárias; como o Alexy falando com o Nathaniel sobre o seu plano, ele conversando com o irmão sobre a presença de Ambre no apartamento, o Kentin brigando com o Castiel por causa dela em um pensamento da Ambre. Mas, ainda não consegui gostar muito dele... (As coisas que tirei não faziam diferença a história, as que fazem entrarão em um dos próximos capítulos)

O Armin é um amor de pessoa, quando está sem roupa ou de bom humor.

Capítulo 10 - Capítulo nove - Exagerado


Fanfic / Fanfiction Quem disse que precisa ser docete? - Capítulo nove - Exagerado

Nova amizade... Talvez.

"Amor da minha vida
Daqui até a eternidade
Nossos destinos
Foram traçados na maternidade"

- Ambre?

Senti alguém tocar meu ombro esquerdo, sua mão fria fazendo uma corrente elétrica espalhar-se por todo o meu sistema nervoso.

- Oh meu Deus! - Gritei assustada, abaixando-me de forma que eu ficasse basicamente sentada no ar apenas os pés encostando no chão. Coloquei minha bolsa sobre meu colo, abraçando-a em uma tentativa mal pensada de proteger-me caso qualquer coisa fosse acontecer comigo e afastar-me de seu toque.

Fechei os olhos, querendo gritar como eu jamais havia feito antes, mas nenhuma lágrima ou palavra quis sair. Aquela era uma das poucas vezes em que eu sentia-me tão assustada... Dá última vez foi quando descobri que meu pai batia no Nathaniel, fiquei tão tensa naquele momento, contudo não foi por isso que chorei naquele dia, foi mais pela culpa e decepção que senti. Eu não esperava que meu pai fosse capaz daquilo, muito menos que eu seria desatenta ao ponto de nem conseguir notar o quão sofrido era a sobrevivência de meu irmão na nossa casa.

- Tu estás bem? – Pisquei ao ouvi-lo falar, sua voz soando levemente familiar em meus ouvidos, um pouco baixa e contida, ao ponto de não parecer com a que eu estava a ouvir antes.

O quê?

A pessoa pareceu abaixar-se, tocando novamente em meu ombro, dessa vez com mais delicadeza. Senti seus finos dedos fazendo círculos sobre minha roupa, proporcionando calafrios em meu corpo.

Levantei um pouco minha cabeça, abrindo parcialmente os olhos para ver a pessoa que tocava-me, a luz do sol que se punha fazendo sua face ficar bem a mostra. Um suspiro saindo por meus lábios ao vê-lo, meu coração voltando a um ritmo normal.

Franzi o cenho, estranhando sua presença.

- A-Alexy? O que fazes por estas redondezas? - Perguntei ainda trêmula, o gaguejar saindo naturalmente, como se fosse comum em meu vocabulário.

"Paixão cruel, desenfreada
Te trago mil rosas roubadas
Pra desculpar minhas mentiras
Minhas mancadas"

O gêmeo dos cabelos azuis comprimiu o lábio, receoso. Ele estava agachado a minha frente, trajando a mesma roupa que costuma usar na escola, porém sem o seu casaco laranja. Segurava cinco sacolas com uma das mãos, uma chave presa ao dedo mindinho.

 Ora, Ambre... Moro aqui com os meus pais. Bem, não no meio da rua. Ali, naquele apartamento diante da padaria...  Inclinou o rosto para onde se referia.

"Já disseram o quão bonita você fica assustada? Não, pois bem, considere dito, essa é a mais pura verdade que existe." A brisa fria daquele temeroso anoitecer soprou as palavras em meu ouvido, sendo irreverente e seco para alguém tão presente. Sorri sem jeito, olhando para Alexy incomodada com a situação.

Antes que ele pudesse continuar, ajoelhei-me encostando minha calça jeans no asfalto manchado pela poeira. Passei meus braços ao redor do pescoço, abraçando-lhe sem ter nenhuma hesitação, o calor de ambos os corpos chocando-se.

- Am-Ambre! - Exclamou surpreso, sua pele esquentando pela vergonha e o toque, porém passou o braço ao meu redor, ignorando isto. - Tu estás bem? Nossa, estás... tremendo.

– Estou bem, não precisas te preocupar.  murmurei acomodando minha cabeça em seu pescoço, o cheiro de seu shampoo chegando a minhas narinas.

Juro que se alguém da rua ver-nos dessa forma poderia até pensar algo errado, no entanto eu realmente não estou importando-me com isso no momento, nem com o que acontecesse ao redor de nós. Admito que não escutei o que ele faz por aqui, mas isso também não tem tanta importância. Estou surpresa mesmo é com o fato dele nem meu amigo ser e não estar incomodado por mim está abraçando-o, qualquer outro ser lá da escola ficaria assustado e soltou-se empurrando-me com tudo em direção ao chão - coisa que eu também faria, afinal, ninguém toca em uma deusa como eu e sai impune. Todavia, isto não significa que tenhamos intimidade, muito menos que queiramos ser amigos.

"Talvez na próxima, Ambre." A voz de antes sussurrou, sendo bem mais gentil se comparada com antes. Afastei-me do gêmeo em salto para trás que fez cair de bunda, aflita com o que a pessoa poderia estar vendo. Olhei para os lados a procura de alguém, porém o único ser que podia ser visto era o jovem, que agora havia se levantado e olhava para mim desconfiado, a sobrancelha arqueada.

- O que fazes por aqui nesse horário? - Indagou intrigado, um sorriso lateral surgindo em sua face, a impressão de que aquele sorriso não me era estranho dando-me certos calafrios Parecia não estar se incomodando com minhas ações, apenas com a presença.

- Eu... Onde estou por falar nisso? Acho que me perdi, durante a ida para o parque... Todo o caminho... - Olhei para ele esperando uma resposta, enquanto levantava-me daquele chão sujo.

Por que ele não pergunta o que aconteceu?

O direcionei um sorriso torto, suspirando tranquila. Ele pareceu momentaneamente contrariado, tentando tanto não sorri quanto evitar ficar com a expressão fechada. As sacolas foram divididas para que ambas as mãos as segurasse. Pisquei devido a claridade das luzes dos postes que começavam a acender. Alexy fez beiço, porém sorriu diferente.

- Tu simplesmente te perdeste? - Perguntou e eu assenti envergonhada. – Tão peculiar, devo reconhecer o meu espanto. É a primeira vez que vejo alguém dessa idade, sem ser o Lysandre, perder-se por aqui. Suspeito, eu diria.

- Oras, Alexy. Há uma primeira vez para tudo nesta vida, não suspeite de acontecimentos. E tu, por que andas aqui afinal de contas? - Perguntei encarando-o intrigada. Mera agonia surgindo abaixo de meu ventre, criando um nó em minha garganta.

"Exagerado
Jogado aos teus pés
Eu sou mesmo exagerado
Adoro um amor inventado."

Ele inclinou a cabeça para o lado, levantando as sacolas para visíveis a mim.

- Ah, fui fazer compras porque, como eu disse antes, moro bem ali. No apartamento azul da esquina e lá não tinha nenhum ingrediente. - Disse, apontando para um grande prédio de vários andares no fim de um condomínio. Prestei atenção nele por alguns segundos, antes de preocupar.

Comecei a vascular os meus bolsos em busca do dinheiro da passagem ou do telefone, porém não achei nada, então encarei-o curiosa, provavelmente eu havia de ter os esquecido na colégio, ou simplesmente perdido pelo caminho.

Droga, como irei para casa?

Olhei-o triste, perguntando se tinha um celular.

– Não, sinto muito, está em minha casa.

 Posso ir lá, para que me empreste? – Indaguei sem pensar muito, vendo-o franzi o cenho enquanto arregalava minimamente os olhos pela pergunta.

Ele parecia pensar e repensar sobre deixar ou não que fosse ao seu lar. Na verdade, eu nem deveria ter lhe pedido esse tipo de coisa. Saímos juntos o quê? Duas vezes, no máximo - se não contar aquela conversa na lanchonete.

 Pode ser. Vamos até lá.

Alexy sorriu sem jeito, abaixando-se e pegando a minha bolsa que havia caído sobre um pequeno monte de terra. Ele entregou-me ela, tocando minha mão com mais demora que o necessário.

Teria sido melhor conferir o chão onde antes a pessoa desconhecida estava... Teria sido bem melhor, poderia ter evitado tantas decepções.

...

"Eu nunca mais vou respirar
Se você não me notar
Eu posso até morrer de fome
Se você não me amar."

Expectativa talvez fosse algo que eu devesse ter com menor frequência. Na minha mente a casa do Alexy seria um local colorido em tons alegres e vivos de tinta e as pinturas seriam estranhas e chamativas, porém, parece apenas uma residência normal, similar a minha em aparência e diferente no tamanho.

Nós mal havíamos trocado mais que algumas palavras desde nossa conversa no meio da rua. A única coisa que ele havia dito era para que eu tomasse cuidado pois "As más línguas pegam qualquer acontecimento e transformam em uma fofoca inexistente. Um boato cruel que é capaz de destruir a vida de uma pessoa." Havia declarado isso, apertando o número de seu andar no elevador, a expressão, que foi vista por mim pelo espelho do local, era de perfeita indiferença, no entanto, tinha um pequeno sorriso moldado em seus belos lábios de coloração rosada.

Adentrei hesitante no apartamento, murmurando um baixo "com licença" para ninguém em específico, seguindo o gêmeo até a cozinha, onde ele colocou todas as sacolas sobre o balcão e me olhasse. Um suspiro saiu por seus lábios quando ele apontou para a parede atrás de mim.

Olhei para a direção em ele apontava, notando um telefone branco preso a quina da parede, um bloco amarelo ao lado.

Fitei novamente o azulado, sua expressão estava confusa ao dirigir-se a mim, fazendo parecer que ele lutava internamente contra a vontade de me falar algo. Porém Alexy nada disse, apoiou as mãos na cintura, deixando um suspiro sair.

Ah, como sou boba, nem o endereço desta residência sei. E essa situação não deveria estar acontecendo.

Consegui contar até quinze lentamente enquanto Alexy escolhia suas palavras, pisquei devagar algumas vezes, tentando evitar falar qualquer desnecessidade que pudesse atrapalhar os seus pensamentos.

- Preciso ir lá dentro, tenho que resolver alguns problemas. - Murmurou por fim, suas orbes claras encontrando-se com as minhas, avisando que o chamasse quando o motorista chegasse eu o chamasse, para emprestar o cartão do elevador.

Observei-o seguir em silêncio entrar pela porta que levava ao corredor. Meus pensamentos gozavam da ação do garoto, deixar uma, praticamente, estranha sozinha em sua residência, contudo ele não poderia saber de meu deboche, pois acabaria por criticar a minha forma de agir quanto a sua gentileza. Sendo franca, o Alexy é um dos poucos alunos do colégio que agem normalmente comigo, parecendo não se importar com o modo rude que o trato e trato seus amigos.

Ele não me disse qual o endereço daqui, como posso chamar o motorista assim? Bem, aqui é um dos bairros da zona mais nobre da cidade, então está longe da minha casa.

Balancei a cabeça negativamente algumas vezes, um suspiro saindo por meus lábios ao pensar no quão estúpida eu estava sendo. Andei até uma cadeira da mesa localizada no centro da cozinha, sentando-me nela, notando de imediato um pequeno livro. Na capa negra escrito em letras garrafais o nome “Armin e Alexy” Fiquei em dúvida sobre mexer ou não nele, mas fui totalmente vencida pela curiosidade e abri na primeira página, vendo o desenho de um gato preto e gordo, na lateral escrito: Henri Jr.

- É feio ir a casa dos outros sem convite e ficar mexendo nas coisas. – A voz de Armin preencheu o recinto. Fechei o livro sem muito cuidado enquanto cruzava as pernas, pondo as debaixo da mesa.

O moreno estava parado entre a porta vazia da cozinha e a geladeira, olhando-me de forma analista. Eu retrucaria para afronta-lo, mas seu tronco desnudo ganhava toda a minha atenção.

Armin pareceu perceber para onde eu olhava pois abriu um sorriso sacana, o que fez meu rosto esquentar minimamente pela vergonha de ter sido pega no flagra. Desviei meu olhar para sua face, tocando a minha lentamente com as pontas dos dedos. Ele não incomodava-se pela água que escorria pelos seus cabelos e molhava a toalha roxa ao redor de seu pescoço.

– Ora, por que esta em minha casa, afinal?  –Perguntou presunçoso, umedecendo seus lábios com a ponta da língua. Ele rumou em minha direção, sentado na cadeira defronte a em que eu estava, nossas olhares se encontrando.

"E por você eu largo tudo
Vou mendigar, roubar, matar
Até nas coisas mais banais
Pra mim é tudo ou nunca mais"

Arquei a coluna, ficando ereta enquanto a encostava na base de madeira. Coloquei as mãos sobre a mesa, vendo-o pegar o livro e passar a examina-lo, checando se eu havia feito algum estrago nele.

– Vim usar o telefone, seu irmão deu-me permissão. – Sussurrei em tom de desculpa, notando que ele abria um cordial sorriso, seus lábios crispados em seguida ao passar por uma das páginas. – Por que me encara desta forma?

Ele levantou o olhar, duvidoso quanto ao que expressar ou falar, pôs o caderno fechado novamente sobre o pano da mesa, soltando uma risada quase nasal.

- Tu crês mesmo que eu ia acreditar nesta desculpa? Que insanidade, minha cara. Compreendo muito bem que estas aqui por causa de Alexy, contudo tu andas cercando-o demasiadamente ele por estes dias e isto incomoda-me. Tu te apaixonou ele? – Inquiriu com deboche, parecendo satisfeito e assustado com a ideia de garotas gostarem de seu gêmeo.

- Não possuo o menor interesse no Alexy, Armin. Não tenhas dúvida sobre isto. – Exclamei aturdida, ele franziu o cenho descrente, mas sorriu em seguida.

- Oh, entendo. Tu te apaixonaste por mim então. – Reformulara a frase de forma convencida, a malícia voltando a ser esboçada por ele ao por sua mão sobre a minha.

Senti minha nuca ficar quente e dolorida com suas palavras, então afastei nossas mãos e toquei meu pescoço, apertando com os dedos frios a parte que parecia ter sido comprimida.

- Estou gozando de vossa cara, garota. Não fiques tão nervosa por tão pouco. – Falou ao notar meu estado estranho. Suas mãos continuando esticadas sobre a mesa, só que mais distante da minha.

Suspirei mais tranquila. Olhando-o indignada pela brincadeira de mau gosto.

– Estás esperando que venham buscá-la? – Inclinou a cabeça para o lado mudando de assunto, as largas costas encostando-se na cadeira.

Meu Deus do céu, como um garoto que passa maior parte do tempo jogando vídeo game possui um corpo esbelto desta forma? Isto deve ir contra a lei da física, nem o Alexy apresenta possuir tamanha massa física.

- Na verdade, nem ligar pude ainda... – Murmurei sentindo que ele queria que eu explicasse, olhei para minha mão que voltara ao lugar de antes, voltando a falar. – Seu irmão não deixou o endereço, então... Não posso chamar o motorista, muito menos possui dinheiro para chegar até em casa.

"E por você eu largo tudo
Carreira, dinheiro, canudo
Até nas coisas mais banais
Pra mim é tudo ou nunca mais"

E é deste momento que mais me arrependo de ter isso parar ali.

Armin abriu a boca para responder, porém o único som que saiu por sua boca foi um riso, que em seguida virou uma alta e estrondosa gargalhada. Ele riu livremente por poucos segundos enquanto eu apenas o olhava contrariada. Aos poucos ele parara, sua expressão normalizando, a face ficando vermelha, provavelmente por perder tanto fôlego.

Fitei-o sem jeito para o moreno, inclinando um pouco minha cabeça para o lado, um sorriso surgindo em ambos os rostos.

- Isto é a cara dele. Esquecido. – Murmurou pensativo.

Ele retirou uma pequena caderneta de, provavelmente, dentro da calça jeans, junto a uma caneta pequena . Não entendo o porquê, mas ao vê-lo fazer isto lembrei-me momentaneamente do Lysandre, talvez seja porque eu pensava que apenas ele andasse com coisas assim. Passamos um tempo em silêncio, ele escrevendo algo em uma das folhas brancas e eu batucando entediada na madeira.

Pensei até que ele ficara constrangido, mas isso só durou até que ele virasse o papel para mim.

Notei quase de imediato que aquele era o possível endereço do local, então peguei o papel, olhando para a letra em busca de conseguir decifrar a caligrafia.

 Assim tu podes ir embora logo. – Armin disse.

– Ah, que pena. Eu queria tanto ficar em sua companhia, aproveitar-me do quanto tu estás tratando-me bem. – Falei sarcasticamente, levantando-me para ir ao telefone.

Seu olhar não demonstrava completo desagrado por mim como no começo, por isso não incomodei por sentir que ele ficara olhando-me durante o pequeno percurso até o objeto branco. Peguei o telefone, discando o número de minha residência, um sorriso que nem eu entendi o porquê surgindo em meus lábios. A presença de certo azulado desconfiado não sendo percebida. 

"Exagerado
Jogado aos teus pés
Eu sou mesmo exagerado
Adoro um amor inventado"



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