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História Quem disse que precisa ser docete? - Capítulo quinze - Count on me


Escrita por: RikuAbsolem

Notas do Autor


Esse capítulo ficou curtinho, mas é importante que seja assim. Ele é a continuação da primeira parte de I'm a mess, será muito importante para se entender como andava a relação dela com o gêmeo para que não ajam complicações no futuro... Só para esclarecer a dúvida de algumas, sim, o Alexy aqui é totalmente gay. Nada de bi ou estar se descobrindo hétero também. No fundo talvez ele só queira ser amigo da Amber, ou quem sabe se vingar mesmo. Talvez a Amber só esteja pirando.

Por falar pirando, beijos Dance_Noir, adorei suas suposições sobre a história, estou até pensando em colocar algumas coisas, só não direi quais.

Eu só ia postar isso no dia seis pois precisa estudar, mas houveram imprevisto e estarei ocupada no período, então foi hoje mesmo. Obrigado pela paciência que possuem comigo, desculpa qualquer erro ou desgosto.

Capítulo 16 - Capítulo quinze - Count on me


Fanfic / Fanfiction Quem disse que precisa ser docete? - Capítulo quinze - Count on me

Meu coração... 

– Bem, não se surpreenda com o que direi, não é uma novidade, mas... Basicamente é um segredo, não conte a ninguém. – O azulado exclamou parecendo nervoso, sorri comigo mesma, imaginando o porquê dele desconfiar de mim.

Não dava para negar que eu havia ficado curiosa, tanto por ele ter um segredo quanto por querer conta-lo para mim. Porém, eu não podia ficar mais contente, era a primeira vez que alguém sem ser as meninas dizia-me, o melhor, pretendia dizer-me sobre algo aparentemente pessoal. Claro, haviam chances de que eu, em momentos de raiva, usasse contra ele como fazia com os segredos do pessoal da escola, mas eram poucas as chances disso acontecer se fosse pelo Alexy. Se bem que ele já aprontou comigo no passado por causa da Lynn, seria quase como uma vingança.

– Pode falar. Não direi a ninguém. – Murmurei convicta.

Era estranho, mas eu tinha a pequena impressão de que ele encarava o nada. Eu quase podia vê-lo, sentado na varanda de sua casa, as pernas esticadas paradas sobre a grade enquanto permanecia sentado quase imóvel em uma cadeira de metal, o celular parado no peito que subia e descia vagarosamente, o olhar perdido estando direcionado ao céu estrelado que não perdia o brilho mesmo com a luz dos postes. A princípio caia de sono e fora ali para tomar um vento na tentativa de manter-se acordado, porém, acabou perdendo-o ao longo do falatório, o frio incomodando-lhe tanto quanto a mim. Contudo, isso eram apenas minhas suposições, não havia como eu saber de verdade, eu não podia vê-lo realmente, nem comprovar se sorria ou não para mim.

– Sabe que eu não confio o suficiente em ti ainda, certo? – Alexy perguntou serenamente. Estava ansioso e receoso, pude notar isso pelo tom de voz.

Todavia, eu não lhe entendia. Pretendia falar algo mesmo não confiando em minha pessoa, aguardando secretamente que eu espalhasse seu segredo para todos da escola, uma esperança doentio de fazer com que detestassem-me ainda mais do que já o faziam. Imagino se seria apenas isso, mais um plano para acabar comigo, deixar-me mal perante a todos, fazer com que eu ficasse tão constrangida como quando achei que recebia uma carta de amor do Kentin, ou na vez em que Priya cortara meu cabelo.

Suspirei pintando desentusiasmo.

– Eu já esperava por isto. – Falei infeliz, sem fingir surpresa ou pôr deboche no tom. Nem eu confio em mim, pouco provável que os outros confiem. Confiança é igual a amor próprio, se você não tem os outros não terão por ti. – Esse é o seu segredo? Acho que todos da escola escondem isso também. Algumas deixam bem claro, aliás.

Escutei uma risada vinda de Alexy, recatada e baixa, medo de que alguém fosse acordar provavelmente. Podíamos estar nos comunicando por telefone mas, eu quase conseguia sentir sua respiração tocando minha pele, um cheiro estranho de eucalipto havia espalhado pelo quarto junto a um calor destruidor. Os mini pelos de todo o meu corpo haviam se arrepiado.

– Não estás errada em imaginar isso. Mas temos bons motivos. – Disse respirando fundo. – E não, esse não é meu segredo.

Nada de surpresa. Nenhuma emoção pude demonstrar além de indiferença.

– Oh, então...

Não falei nada, apenas esperei que contasse seu segredo. Eu não estava com sono, a energia dominava-me controladora, sem permitir que um simples bocejo saísse por meus lábios, então encostei-me melhor no encosto da cadeira, apoiando o celular no ouvido.

Ouvi-o suspirar.

– Acreditas no amor, Ambre? – Perguntou com ar de descrença.

Prendi a respiração, religando a tela do notebook, a senha de entrada dando fácil acesso, droga. Eu realmente deveria troca-la.

Castiel... Loging...

Meu coração pulou compassos e eu tive a impressão de que poderia morrer. Essa resposta era óbvio, claramente ele sabia a resposta.

– Eu...

– Ah, é mesmo. Tu gostas do Cassy. Então credes. – Falou interrompendo-me misterioso. Arregalei os olhos, agradecendo por ele não poder ver como minha face estava vermelha naquele momento, mordi o lábio antes de continuar. Sim, ele sabia da resposta e ainda assim me perguntara, mais uma vez me peguei pensando se possuíamos tal intimidade. Ele ter me dado seu telefone foi apenas pelo piquenique. Que modo de chama-lo é esse? – Não te preocupe, não debocharei de ti por seus gostos.

Não parecia que o Alexy estava sendo sarcástico ou frigido, parecia nem importar-se em fazer uma pergunta tão intimida, nem se importa com meus possíveis sentimentos. A forma como falara, em si, demostrava que estava sentindo pena, mas não dava para decifrar se era do meu amor ou de algo a mais. Ainda posso jurar que estava triste, mas isso era apenas uma ilusão de minha novamente, porque ele é gay, não hétero ou bi.

Conectando a rede sem fio. Aguarde...

– Do que estás falando, A-Alexy? – Indaguei constrangida. Mesmo sabendo que ele já sabia disso.

– Ah, Am. Sabes muito. Paixão de infância. Nêmeses/melhor amigo do irmão. Arrumador de bonecas. – Falou remotamente calmo mas com sarcasmo, pisquei tanto pela luz quanto por suas palavras, quem fala barra em uma conversa? Que absurdo. Meus lábios tremendo levemente ao perguntar.

– Alexy, tu estás assustando-me. Como sabes destas coisas?

Sorriso. Tenho a impressão de que ele está sorrindo novamente. É quase como se eu pudesse ver seus lábios. Imagino se ele está sentado na cadeira que arrastou, ocupando um lugar na varanda ao olhar para a imensa e escura rua, sua pele clara sendo banhada pela lua.

– Vamos apenas dizer que uma certa garota consegue descobrir tudo quando quer ajudar. – Alexy falou baixo. Parecendo querer cortar esse assunto.

– Quando quer se meter, isso sim. – O corrigi, sabendo perfeitamente de quem se tratava. O azulado abafou uma risada, parecendo prestes a responder. – Ela é tão metida.

Até mais que eu. E olha que eu futrico a vidas das pessoas até não sobrar mais nenhum podre escondido. No entanto, ela faz isso apenas com a desculpa de que é para um bem maior

– Um pouco, mas apenas as vezes. – Concordou. – então é verdade?

– E qual o problema se for? – Perguntei escutando-o rir baixo. Qual é, ele tá sugando gás Hélio? Fica rindo de mim. Ninguém tem esse direto. Senti meu rosto corar.

– Nenhum. Mas não pensa em esquece-lo? Eu não quero me meter mas... Oh, desculpe. Te acordei? – Perguntou, mas não parecia para mim, então apenas fiquei quieta (mesmo que internamente eu quisesse ouvir o que iria dizer. )

– Ah, sim... Está falando com quem? Tá tarde. – a voz baixa e rouca– indicando que havia acabado de acordar – de Armin soou do outro lado da linha, estava distante, mas bem clara de se entender. Passos vagos foram ouvidos por mim, acertavam na madeira aproximando-se cada vez mais.

– Ale- Comecei a chama-lo. Shiu.... Escutei de um dos dois, provavelmente para mim, provavelmente do Alexy. Comecei a digitar para entrar no Google, eu poderia ter desligando, mas admito que fiquei curiosa com os gêmeos. Além disso, era muito melhor ouvi-los conversar um com o outro do que ficar acordada sem fazer nada. Apoiei o celular no ombro para que não caísse enquanto entrava nas redes sociais.

Alexy respirou fundo quando pude ouvir o som de algo arrastando (talvez uma porta ou janela de vidro.) Fiquei por alguns segundos apenas ouvindo sua respirar descompassada. Era estranho estar nessa situação com o azulado, principalmente por não termos uma grande intimidade como a que possuo com Li e Charlotte. Ocorre de as vezes ser desanimador sair com elas, falar sempre dos mesmos assuntos repetitivos ou banais demais, mas, em sua maior parte, é muito útil, quando vamos as compras por exemplo, é um das melhores coisas que acontecem comigo, ou quando passamos noites em claro falando baboseiras sobre garotos ou rindo das meninas como a Bia.

– Ah, não é ninguém não. Estou apenas ouvindo alguns áudios antigos. – Explicou/mentiu o azulado, a maneira sutil que falara isso impressionara-me, nem gaguejar ele gaguejou. Pelo visto até ele mente para o irmão com frequência. Mas, por que mentir agora? Imagino que por causa do horário, ou por ser eu.

– Mas eu ouvi você falando. – Armin retrucou. Imagino se na verdade ele não estava ouvindo a conversa por trás.

– E eu estava. Sozinho. – Alexy mentiu mais uma vez como se fosse a coisa mais simples do mundo, soltando uma risada contida e abafada em seguida. Acho que ficou nervoso. Nossa. Surpreendente. Mas é o velho ditado. Todos somos humanos, cheios de erros segredos e mentiras.

– Hum... Espero que sim. – Armin e eu ouvi Alexy suspirar. Eu não acreditaria nisso. – Mas por que está aí fora usando apenas uma calça e blusa de moletom? Está frio, Alexy. A cama também deve estar fria agora. Precisa se aquecer de alguma forma.

– Eu sei. Vamos beber algo quente?

– Claro. – A voz de Armin soou abafada, base como se estivesse encostando-a em algo. Uma risada sendo ouvida a seguir.

Bi. Bi. Bi. Fez o telefone, indicando que havia desligado, o término daquela inusitada conversa. No fim, ele não me contou o segredo. E eu estou ainda mais ansiosa com o piquenique amanhã.


Notas Finais


Aceito ideias por mensagem.


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