Dean POV
- E eu não quero que você desapareça da minha vida de novo - eu pedi e minha voz vacilou, saindo quase como um sussurro - é tudo o que eu lhe peço, Amy.
Meu coração batia acelerado enquanto Amylee me encarava, imóvel. O silêncio se prolongava e a ansiedade começava a atrapalhar minha respiração, temendo que tudo aquilo não se passasse de um sonho e, num piscar de olhos, eu acordasse em um mundo sem Amylee.
Ela entreabriu os lábios e eu esperei, mas ela desistiu de falar o que quer que estivesse em sua mente. Amylee soltou o ar de seus pulmões, encarando o céu, colocando as mãos na cintura.
- Ia dizer alguma coisa? - pressionei, percebendo que ela não diria nada.
- Eu não posso - Amylee respondeu e eu esperei uma continuação que não veio.
- Não vou aceitar essa desculpa - rebati - quero um motivo muito bom para isso. E não quero a mesma história de “você precisa ficar longe de mim”.
- Mas…
- Você disse que ainda me ama - continuei - bem, e eu ainda amo você. O que nos impede de ficar juntos?
- Eu menti - ela disse - fiquei com você porque meu tempo estava acabando. Foi só naquele momento. Eu nunca quis prolongar nossa relação, entende? Nunca foi amor, eu estava apenas me divertindo.
Eu a encarei, enraivecido. Percebi ela vacilar, não conseguindo sustentar meu olhar.
- Espera que eu acredite nisso? - indaguei, aproximando-me dela.
- É tudo o que eu tenho para te dizer - Amylee deu as costas para mim e eu a puxei pelo braço, empurrando-a contra uma grande árvore que se erguia em direção ao céu negro.
Amylee arfou, olhando-me diretamente nos olhos, desviando para minha boca, o que foi a deixa para que eu colasse meus lábios nos seus. Seu corpo rígido relaxou contra o meu assim que eu investi mais no beijo, capturando seus lábios de uma maneira lenta, deslizando minhas mãos pela sua cintura. Senti seus dedos se perderem em meu cabelo e uma sensação boa invadiu meu corpo, saciando meu desejo incontrolável em senti-la em meus braços novamente. Mordi seu lábio inferior e me afastei, ouvindo sua respiração ofegante. Amylee tentou me beijar novamente, mas eu desviei, encontrando seu olhar carregado de desejo.
- Ainda vai dizer que não me ama? - sussurrei e Amylee me empurrou, voltando a andar naquela espécie de trilha escura.
⛤
- Vocês estão bem? - Sam perguntou, olhando para eu e Amylee, que havíamos acabado de retornar ao quarto de hotel que estávamos hospedados.
- Sim - Amylee respondeu, pegando sua mochila e indo direto para o banheiro.
- Aconteceu alguma coisa? - Jo perguntou e eu me sentei no sofá.
- Ela foi sequestrada - respondi - deve estar estressada.
- O que exatamente aconteceu? - Sam indagou e eu suspirei, contando toda a história sobre os caipiras caçadores.
⛤
Chegamos no RoadHouse e Amylee continuava ignorando-me completamente. Descemos do carro e Jo pegou sua mochila, assim como Amy, o que causou um aperto em meu peito.
- Como foi lá? - Ellen perguntou assim que entramos.
- Bem legal - Jo respondeu - Amylee foi sequestrada.
Ellen olhou para Amylee, com um misto de surpresa e preocupação.
- Aí eu a salvei - falei, provocando Amylee com um olhar convencido, o que a fez bufar discretamente.
- O que era? Um Djinn? - Ellen perguntou.
- Eram humanos - Sam respondeu e Ellen franziu a testa, claramente achando que era uma piada - isso mesmo, humanos.
- Esse mundo está cada dia pior - Ellen respondeu e um silêncio momentâneo ocupou o lugar.
- Então, essa é a hora que você nos diz adeus? - Ash surgiu, vindo dos fundos do bar, olhando diretamente para Amylee.
- Como assim? - Amylee respondeu.
- Não vai embora com os Winchesters?
- Não - Amylee disse e eu não posso negar a pontada de decepção que eu senti.
- Não? - Ash indagou com surpresa e todos nós olhamos para Amylee, que corou no mesmo instante.
- Ainda não - respondi por ela - mas em breve. Ficarei por perto - encarei-a - se precisaram de algo, sabem onde nos achar.
Meneei com a cabeça em despedida e saí, sendo seguido por Sam.
Amylee POV
- Vai deixar o amor da sua vida ir embora por aquela porta? - Jo indagou assim que os rapazes saíram do bar.
- Com base no quê você fala isso? - devolvi a pergunta, encarando-a.
- Sam nos contou sobre você e Dean - Jo respondeu - achei que vocês tinham vivido uma paixão avassaladora, mas pelo visto ele exagerou. Ou você teria ido embora com ele - ela terminou de um jeito provocativo e eu vi que Ellen fingia organizar o balcão e Ash olhava para o relógio em seu braço, tentando dar a entender que eles não estavam mais ouvindo.
Ouvi o barulho do Impala no lado de fora e eu suspirei, tentando ignorar a agonia que insistia em crescer em meu peito.
- Eu fiquei com Dean sim - falei - por um tempo. Mas isso foi antes, agora é diferente.
- Diferente como? - Jo insistiu, abrindo duas cervejas, colocando uma ao meu lado no balcão.
- Diferente - peguei a cerveja e a levei até a boca, ainda sentindo o gosto doce do beijo que Dean havia me dado.
⛤
Cerca de duas semanas haviam se passado sem nenhum contato com os Winchesters, até que eles reapareceram no RoadHouse.
- Olá, meu amor. Saudades? - Dean disse para mim com um olhar provocativo, sentando-se do outro lado do balcão, observando-me limpar os copos.
- Oi, Sam - cumprimentei Sam, desviando de Dean, tentando controlar as batidas descontroladas de meu coração ao revê-lo.
- Olá, rapazes - Ellen disse - o que fazem aqui?
- Achamos um caso - Sam respondeu e Ellen colocou uma dose de whisky para cada um deles - e alguém quis vir convidar Amylee para nos acompanhar - Sam disse e Dean sorriu, olhando-me.
- Só se não tiver nada melhor para fazer - Dean disse.
- Ela não tem - Jo apareceu - olá, meninos.
- Oi - Dean e Sam disseram juntos.
- Na verdade, eu… - comecei e Jo bateu em minhas costas.
- Vai ir, não é? - Jo disse, iniciando sua torcida secreta, o que me lembrava de Kath - é só uma caçada, qual o problema?
- É, Amy. Qual o problema? - Dean indagou - estou pedindo para nos ajudar em uma caçada e não para casar comigo.
Meu estômago gelou e eu olhei para Dean, sendo contemplada com um sorriso travesso.
- Vai? - Dean indagou e eu engoli em seco.
“Claro que vai”, a voz de Kath era tão nítida que eu senti minha nuca arrepiar.
- Tudo bem - assenti - vou.
“Que mal tem, não é?”, pensei.
- Querem mais uma ajuda extra? - Jo indagou e Dean deu de ombros.
- Por enquanto, não - ele respondeu - se precisarmos, eu entro em contato.
- Vou pegar minhas coisas - falei e Dean sorriu, mordendo o lábio.
E eu seguia na luta para controlar a arritmia que ver Dean causava em mim.
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