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História Quem somos nós - Capítulo 7: longe de mim


Escrita por: amanur

Notas do Autor


Mais um capítulo! Boa leitura!

Capítulo 7 - Capítulo 7: longe de mim


Quem somos nós

Escrito por Amanur

...

Capítulo 7: longe de mim

...

Sasuke

...

 

Quando acordei, encontrei o meu apartamento organizado. As roupas espalhadas estavam dobradas sobre o sofá, a louça suja estava limpa, e ainda havia uma xícara de café quente com um pedaço de pão fatiado esperando por mim sobre a mesa. A única coisa que não estava lá era aquele cara. E me perguntei porque diabos tinha o deixado entrar.

 

***

 

Voltei a vê-lo no semestre seguinte, quando voltei às aulas.

Eu não falei com ele, sequer olhei para ele, com o intuito de fazê-lo se decidir o que queria fazer.

 

E, aparentemente, ele escolheu não falar comigo.

 

Mas ele falou comigo um mês depois. Eu estava indo embora para casa, quando vi a Sakura passar pelo corredor. A segui até o portão da instituição, mas não pude falar com ela, porque o Naruto estava ali, me esperando. Ele percebeu o que eu estava fazendo, mas não disse nada.

 

— Você sabia que há um planetário aqui perto? — me perguntou.

 

E eu achei engraçado sua maneira de me abordar, como se fôssemos conhecidos de longa data. E como se nos falássemos sempre.

 

Suspirei.

 

— Sei...

— Já foi lá?

— Não… — resmungo, voltando a caminhar, agora em direção a minha casa.

— Por que não?

— Por que nunca tive necessidade de ir lá.

 

Ele parou bem na minha frente, empacando o meu caminho, me encarando com o cenho franzido numa careta estranha.

 

— Você só faz coisas por necessidade?

— Quem não faz coisas por necessidade? — o empurrei para o lado, e segui meu caminho.

 

Mas por algum motivo ele parecia querer implicar comigo.

 

— Vamos lá!

— Você não tem que trabalhar na biblioteca, não?

— Está fechada por causando um problema no sistema.

 

Continuei caminhando. Mas em seguida ele conseguiu chamar minha atenção novamente.

 

— Ahh! Entendi. Agora entendi quem é que quer se distanciar das pessoas.

— Você quer que eu o parabenize pela descoberta, Sherlock?!

— Cara, por quê? Por que ser tão hostil e menosprezar os outros?!

— Quem disse que eu menosprezo os outros? Você não me conhece! Me deixe em paz.

 

O empurrei com mais força para o lado e apressei os passos. Mas bem como eu temia, ele veio atrás me perseguindo.

 

— Vamos ao planetário! Eu o desafio a sair da sua bolha de comodismo a fazer algo diferente uma vez na vida.

— Cara, você não sabe nada sobre a minha vida, para falar sobre a minha bolha de comodismo... O que é que você quer de mim?

— Eu quero agradecer por ter me deixado ficar no seu apartamento naquela noite. Só isso.

— Ah. Bom, nesse caso, você não precisa se sentir obrigado a nada.

— Mas eu sinto! E só vou descansar se vier comigo na porra desse planetário!

 

Parei para encará-lo, me arrependendo do que tinha feito. E eu estava começando a desconfiar de coisas, na verdade.

 

— Escuta, não sei que o te disseram ao meu respeito, mas eu não sou gay, ok?

— Ei, ei, ei! Espere aí? E quem foi que disse que eu sou gay?

 

Fiquei olhando para ele desconfiado.

 

— Ahn, caso tenha se esquecido, eu estava lá, na biblioteca, no dia em que você beijou aquele imbecil, e eu ouvi muito bem o que ele disse antes disso.

— Hum. — ele fez cara séria, colocando um dedo sobre o queixo como se estivesse a pensar. E aí deu de ombros — Eu o beijei para provocá-lo, e eu não estive com ninguém, em motel algum. O imbecil deve ter me confundido.

— Você está mentindo.

— Bom, não estou aqui para convencer ninguém de nada. Você acredita na mentira que quiser.

 

Isso me deixou pensativo.

 

— Então, porque raios você está insistindo nisso, cara?

— Eu já falei, você é surdo?

 

Dava para ver nos olhos dele que ele estava decidido a me encher o saco pelo resto da minha vida se fosse necessário. E, bem, necessidades por necessidades, naquele momento, eu necessitava me livrar dele. Então, suspirei revirando os olhos ao mesmo tempo.

 

— Tá, que seja... Vamos na porra desse planetário...

 

***

 

Fazia tempo que eu não saia de casa para algum lugar que não tivesse relação com a faculdade ou… aquela loira. E por algum motivo, eu me sentia estranho por isso. Quase como se estivesse fazendo algo proibido.

 

O lugar não estava cheio. Havia bem pouca gente, na verdade. O lugar, em si, me dava arrepios pela escuridão que banhava todas as paredes. E para completar a tenebrosidade do ambiente, uma música medonha, que variava entre piano e flauta, tocava ao fundo.

 

Num dos cantos, havia uma sala com uma tela enorme onde passavam filmes com óculos 3D, mas estava fechado. No centro, no teto, havia uma cúpula onde uma galáxia se movia lentamente, entre cores como azul, roxo, vermelho e magenta. Num outro canto, ainda havia um grande telescópio cuja lente se projetava para fora do prédio, mas que estava interditado, porque estava quebrado.

 

De repente, o outro cara se aproximou de mim com um panfleto do local que era distribuído aos visitantes, com a programação do planetário.

 

— Ah, que droga! — disse — As melhores atrações daqui são no fim de semana... Acho que hoje só poderemos sentar numa dessas cadeiras e observar o teto, ou olhar para o telescópio quebrado... Que pena... queria muito ver o filme, para ver como é estar no espaço.

— Tenho certeza de que a experiência do filme não chega nem perto da realidade.

— Eu sei, eu sei... Mas mesmo assim...

 

Nos sentamos numa das poltronas reclináveis, para ficar encarando o teto com as estrelas que rodopiavam lentamente, nos banhando com suas cores. Quem quisesse, poderia colocar os fones de ouvidos acoplados nas cadeiras para ouvir uma gravação explicando o que se passava no teto, mas preferi ficar apenas observando.

 

— Não sente como se, de repente, estivéssemos mergulhando no meio da galáxia olhando as estrelas? — de repente, ele pergunta.

— Hun.

— Acho que eu seria capaz de passar um dia inteiro aqui, só olhando para esse teto.

— Hun.

— Algumas pessoas diriam que isso é tedioso. Você acha isso tedioso?

— Eu não me importo.

— Eles poderiam mudar de música, no entanto...

— Concordo.

 

Eu não olhei para ele, mas vi que olhou para mim com um meio sorriso no rosto. Continuei encarando aquele teto idiota de estrelas idiotas girando idiotamente sobre nossas cabeças, me lembrando de coisas que eu não queria lembrar. Sorrisos que eu nunca mais veria, vozes que não mais ouviria, e ruídos e estrondos que eu jamais esqueceria.

 

Tentei pensar em outras coisas, trabalhos da faculdade, por exemplo, mas minha mente sempre voltava ao que eu não queria rever.

 

Então, de repente inquieto, me levantei.

 

— Tenho que ir.

 

Saí correndo até em casa. Acho que corri por uns dez quilômetros, sem parar. Quando cheguei em casa, desabei no chão, em frente a porta. Não consegui mover um dedo sequer por uma hora, no mínimo.

 

Eu tinha que encontrar ela.

 

Então, à noite, fui àquele bar novamente, onde ela dançava com um vestido branco, e um lenço comprido, preto e brilhante, sobre os ombros. Me sentei na mesa de sempre, no canto, recluso, quando vi meu irmão um pouco mais à frente e um estranha sensação me invadiu, corroendo meus pensamentos lógicos, porque, de repente, me levantei, e dei alguns passo em direção a ele.

 

Mas antes que ele pudesse me ver, algo aconteceu no palco, chamando a atenção de todo o público do bar. A Ino tinha caído do pole dance, e parecia ter machucado o tornozelo. Imediatamente, Itachi saiu correndo em direção a ela, para socorrê-la com as outras dançarinas. Em seguida, o dono do bar subiu no palco para distrair dos fregueses, enquanto ela era carregada para dentro.

 

Eu fui para fora do bar, e fiquei um tempo ali, até ver o meu irmão sair com ela até o seu carro. Pensei novamente em interferir, mas ela entrou no carro dele, e enquanto ele dava a volta para entrar pelo lado do motorista, ela me viu, e lançou aquele olhar como quem diz “não se atreva”!

 

— Até parece que consegue ler meus pensamentos. — resmunguei a mim mesmo.


Notas Finais


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