1. Spirit Fanfics >
  2. Quente, mas não porque é verão >
  3. Uma viagem de verão

História Quente, mas não porque é verão - Uma viagem de verão


Escrita por: CosmicProject e MiaChan_

Notas do Autor


Oie gente, tudo bom? É a Mia de novo!
Antes do capítulo começar, quero agradecer por todos que estão acompanhando a fanfic, espero que esteja sendo uma experiência legal!
Aconteceram milhares de coisas e isso acabou atrasando bastante a postagem desse capítulo mas agradeço pela paciência de vcs, hahaha.

Espero muito que gostem! Boa leitura!! ❤😊

Capítulo 2 - Uma viagem de verão


Fanfic / Fanfiction Quente, mas não porque é verão - Uma viagem de verão

O dia amanheceu ensolarado, logo escutei a buzina no lado de fora. Olhei pela janela e abri um sorriso ao ver o ruivo na porta, com o celular em mãos. E claro, não demorou muito para que meu telefone começasse a tocar.

– Para de ser apressadinho. – ignorei o toque, coloquei o celular no bolso e sai do quarto com a minha mala. – Ah mãe, já estou indo!

– Mas já? – a mais velha estava na sala, lendo jornal.

– Marquei de encontrar os outros às oito.

– Fique bem, meu amor – se aproximou e beijou minha testa – Seu pai mandou um abraço. Aproveite muito a viagem e me ligue se precisar.

– Mande outro para ele – sorri, logo indo para a porta.

– Está levando seu remédio pra enjôo?

– Eu estou sim, fique tranquila.

Estava cansado, a noite anterior tinha sido difícil. Essa seria minha primeira viagem sem meus pais e ao lado dos meus amigos, então estava ansioso. Tanto que mal consegui dormir: comecei a me arrumar às cinco da manhã, conferi pelo menos dez vezes a lista de coisas que Taehyung me enviou, escutei milhares de músicas e fiquei criando diversas hipóteses sobre o dia seguinte. Até então pegar no sono e depois ser acordado pela buzina no lado de fora.

– Que susto, pensei que tivesse desistido! – Taehyung suspirou, abrindo um enorme sorriso logo em seguida.

– Eu nem demorei – cumprimentei o ruivo, depois acenando para os outros colegas que gritavam na van – Meu Deus, tem certeza que todo mundo está sóbrio?

– Relaxa, eu reservei um lugar bem legal. Então se essa van bater, vamos ficar vivos.

– Que horror, Taehyung.

– E eu achando que você iria me agradecer por isso. – revirou os olhos, pegando minha mala.

– Aeee Jungkook! – ouvi a voz de Namjoon, com Jimin ao seu lado. E essa era a primeira vez que eu os via sem traje de motoqueiros.

– Eae! – sorri, indo atrás de Taehyung.

– Você não esqueceu de nada, né? – o ruivo perguntou assim que sentamos.

– Conferi umas dez vezes, então acho que não.

– Credo, estava tão preocupado assim?

– É, ué. – ouvimos o barulho do carro ligando e uma gritaria depois. – Céus! Isso parece um zoológico.

– Isso porque não chegamos na ilha ainda – Taehyung riu, afundando a cabeça no banco e fechando os olhos.

É. Certamente essa viagem seria mais agitada do que eu imaginava.

[...]

Depois de um trajeto de quarenta minutos até o aeroporto, descarregamos as malas e Taehyung me ajudou com os documentos. Então quando finalmente tudo se resolveu, fomos dar uma volta até dar a hora do nosso vôo.

– O que acha de um sorvete? Eu pago – disse o ruivo, parando numa barraquinha.

– Já vai gastar dinheiro, Taehyung? Não precisa!

– Tarde demais – ele pagou a moça, que sorriu – Vai querer do que?

– Baunilha – sentia vontade de rir toda vez que pensava no quão estranho era a forma como viciei em coisas de baunilha desde que descobri que esse era o cheiro do shampoo de Taehyung. – Com chocolate – completei, para diferenciar um pouco.

– Eu vou pegar um igual – disse ele.

Depois de servidos, voltamos a andar. O olhar do ruivo era calmo, enquanto o meu era provavelmente pior do que o de um zumbi.

– E então, Guk? Animado para os próximos dias ao meu lado?

– É uma viagem com todo mundo. Você não é o foco, Taehyung.

– Isso magoou, viu. – ele fez uma expressão triste, acompanhada de um beicinho.

– Taehyung! – ri alto, abraçando-o – Estou brincando, desculpa!

– Sei, sei – lambeu o próprio sorvete, ainda com a mesma expressão.

– Taetae... – sorri bobo, olhando em seus olhos – Você não ficou triste não, né?

– De jeito algum! – me olhou, seus olhos estavam lacrimejando.

– Ah não – parei, olhando para ele incrédulo – Sério isso, Taehyung?

– Calma, é brincadeira – o ruivo riu alto, limpando as lágrimas – Mas ainda estou ofendido, tá!

– Ofendido por que? Queria ser meu foco da viagem, é?

– Talvez.

Revirei os olhos, no fundo Taehyung era realmente o foco da minha viagem. Até porque foi ele quem me trouxe até aqui, me fez enturmar-me e era quem estava mais ao meu lado em todo esse tempo que estive em Seoul. Mas eu não poderia admitir tudo isso, até porque seria estranho.

– É, talvez você seja um foco da minha viagem... – murmurei.

– Um foco? – ele franziu a testa – Quer dizer então que tem outros?

– Sim. Quero dizer, não.

– Então que tipo de focos são esses e onde é que eu estou encaixado nisso?

– Ah Taetae, você é meu melhor amigo – dei de ombros – É claro que vai ser um enorme foco na minha viagem.

– Faz sentido – terminou seu sorvete – Mas e os outros? O que eles são?

– Amigos.

– Amigos? – bocejou – Ou está gostando de alguém? Vai lá, me conta.

– Muito cedo pra eu me apaixonar por alguém – revirei os olhos – Até porque eu só ando com você praticamente. Qualquer garota que eu ache bonita está interessada em você.

– Aish, hétero – colocou um braço em volta do meu corpo, me fazendo arrepiar.

Mas que diabos?

– Ué! Você é hétero, não?

– E eu lá tenho cara de hétero, Jungkook?

Fiquei em silêncio, encarando meu resto de sorvete enquanto caminhávamos.

– Pensei que já tivesse dito isso a você.

– Espera, então se você não gosta de garotas... gosta do que? – olhei pra ele.

– É tão estranho assim eu não gostar de garotas? – sua testa estava franzida.

– Aah.. – lentamente desviei os olhos, encarando o chão – Entendi.

– Talvez eu seja bi mesmo, mas não tenho tanto interesse em meninas.

– Está gostando de alguém? – abri um sorrisinho – Com certeza essa pessoa não gostaria de te ver assim comigo.

– Nah, tanto faz. Eu não estou gostando de ninguém mesmo! A não ser que você esteja gostando de alguém e não queira que te vejam assim comigo.

– Não, eu não estou gostando de ninguém – era estranho falar isso, fazia muito tempo que eu não me apaixonava por alguém – Estamos quites.

– Ótimo – voltou seus olhos para frente, com um sorriso – O que acha de comprarmos uns lanches agora?

– Mas já? Acabamos de tomar sorvete.

– É pra comer no avião – ele riu – Se não quiser, tudo bem.

– Eu pago dessa vez, pra nós dois.– murmurei – Se não você vai falir antes mesmo de chegar na ilha!

– Me sinto um super consumista com você falando desse jeito.

– É porque você é um! – sorri fraco, entrando numa lojinha – É melhor irmos logo também, daqui a pouco nosso avião chega.

[...]

As duas horas e meia no avião seguiram tranquilas. Taehyung e eu pedimos as passagens um pouco depois, então pegamos um vôo diferente dos outros, mas logo iríamos nos encontrar no hotel, apenas com uma hora de diferença.

– Pode ser um táxi? – o garoto me olhou, com nossas malas ao lado.

– Pode sim – voltei os olhos para o céu – Ah, que bom. Aqui também está com um Sol bem forte.

– Ele chega em dois minutos, fica de olho – o ruivo colocou o celular no bolso, fechando os olhos – Está se sentindo bem?

– Estou sim. – sorri – Não senti nenhum enjôo no avião!

– Isso é ótimo – pegou o celular novamente – Vamos, ele está perto.

Assenti, me levando e procurando pelo táxi.

– Será que é aquele? – fiz sinal para o motorista, que se aproximou.

– Deixa eu ver… – Taehyung foi conferir o celular – Ah, é essa placa mesmo.

– Somos nós! – sorri para o taxista, que parou o carro e veio até nós nos ajudar com as malas.

– Ilha de Jeju, certo?

– Sim – Taehyung assentiu, abrindo a porta – Entre Guk, deixa que eu ajudo ele com as bagagens.

– Obrigado Tae – me apressei e entrei no carro, respirando fundo.

Alguns minutos depois os dois também entraram e o carro deu partida, meu coração batendo forte; finalmente estávamos perto da tal ilha e consequentemente perto do verdadeiro início de nossa viagem.

O caminho até lá não foi tão longo, então chegamos rápido, logo procurando pelo hotel que os outros nos mandaram foto.

– Deve ser aquele ali. – Taehyung apontou, mas eu estava distraído com a bela paisagem – Ei, Guk?

– Sim?

– O hotel... – senti calafrios quando ele segurou meu braço – Será que é aquele?

Fiquei em silêncio por um instante, apenas encarando sua mão forte segurar o meu braço, o mesmo usava anéis que eu não tinha notado antes.

– Jungkook?

– Esses anéis são novos? – olhei para seu rosto, sua testa estava franzida.

– Eu sempre usei esses anéis.

– Sério? Eu não tinha visto.

– Guk, você está bem? – soltou meu braço, tocando minha bochecha e testa, o que me causou arrepios. – Ontem você estava elogiando eles. Até falei que compraria alguns pra você depois.

– Ah é? – ri fraco – Tinha me esquecido disso.

– Deve estar cansado..– murmurou ele – Quer subir nas minhas costas?

– Não é necessário, Tae. Alguém precisa levar as malas.

– Eu peço pra alguém vir, você me parece muito cansado.

– Deve ser por causa do vôo apenas, eu estou bem...

– Melhor não fazer esforço, Guk – ele colocou as malas num canto – Por favor, espera bem aqui. Eu vou pedir pra alguém vir buscar as malas, logo eu venho te buscar.

– Tudo bem... – murmurei, vendo ele logo se afastar.

Sorri fraco e sentei na grama, tocando meu próprio peito. Taehyung era um garoto muito gentil e fazia o meu coração bater de uma forma estranha e descontrolada. Eu era grato a ele por ser um melhor amigo tão compreensivo e generoso, me fazia se sentir seguro.

E então, em menos de dez minutos eu escutei uma respiração ofegante diante de mim, fazendo eu levantar o rosto.

– Me desculpa demorar tanto, Guk. Eles estavam todos na piscina, mas ainda bem que o Jimin ainda estava se trocando.

– Você está bem, Jungkook? – ouvi a voz de Park e assenti.

– Vem, sobe nas minhas costas – Taehyung fez sinal – Jimin vai levar as malas.

– Mas Tae, você deve está exausto.

– Logo vai esfriar. – ele se agachou e tocou o meu rosto, um sorriso triste nos lábios. – Por favor, eu não quero te ver pegando um resfriado.

– Taehyung tem razão. Seria péssimo se você passasse a viagem toda deitado.

– Tem certeza, Tae? – franzi a testa.

– É pertinho, não se preocupe.

– Mas eu sou um pouco pesado...

– Deixa disso, Guk. Sobe logo antes que fique frio.

– Que estranho... – Jimin já estava com as malas, vestia apenas uma bermuda e chinelos – Agora pouco estava um sol daqueles.

– Acontece né. – o ruivo me ajeitou nas costas – Tenta segurar firme, Guk. Por favor!

– Claro – murmurei, envolvendo meus braços em seu pescoço. Fechei os olhos e respirei fundo, logo sentindo seu aroma de baunilha, o que me fez rir – Isso me deixa bem calmo, sabia?

– O que? – perguntou ele.

– Aah, nada não – sorri sem graça, estava me sentindo muito estranho perto dele.

– Vou na frente pedir para preparem o quarto. – Jimin se apressou, enquanto Taehyung andava com mais calma.

– Desculpa, tenho medo de derrubar você.

– Hurum, sem problemas – respirei mais uma vez. Poderia ficar uma eternidade ali em suas costas, sem problema algum.

Taehyung me carregou nas costas até o quarto e fez questão de ficar na beirada da cama, simplesmente parado enquanto me observava.

– Eu estou bem, Tae. Obrigado.

– Disse para sua mãe que arrumaria um quarto para ficarmos juntos, mas só tem esse individual e o de casal – murmurou ele – Espero que você não se importe.

– Relaxa. Posso ligar pra você se precisar de algo, não precisa se preocupar.

– Tem certeza? – se aproximou do meu rosto, fazendo meu corpo se arrepiar.

Mas que diabos está acontecendo comigo?

– É, você não parece estar com febre. – apenas tocou minha testa e pescoço. Podia sentir muito bem seu cheiro de baunilha e seu hálito de hortelã se misturarem e tomarem posse do meu nariz. Era ótimo.

– Estou bem, Taehyung. Obrigado pela ajuda! Vou descansar e acredito que você deveria fazer o mesmo.

– Tem razão – murmurou – Agora que já conferi como você está, seria melhor eu descansar.

Abri um sorriso, assentindo enquanto ele caminhava até a porta.

– Boa noite, Guk.

– Boa noite, Tae – um silêncio enorme se fez, juntamente com o estranho sentimento de vazio dentro de mim. Parecia que no momento em que Taehyung saiu, levou consigo toda a minha disposição.

Respirei fundo e fechei os olhos, precisava pegar no sono. Estava exausto e o ruivo certamente também, então não queria segurá-lo por ainda mais tempo

– Apenas durma, Jungkook – repeti a mim mesmo, afundando meu rosto no travesseiro, me sentia inquieto. – Dorme logo, pelo amor de Deus!

[...]

Não sabia ao certo a quanto tempo eu estava encarando o teto. Por mais que tentasse, não conseguia dormir.

Me inclinei, sentando na beira da cama com cuidado. Ainda me sentia um pouco tonto, mas já estava bem melhor do que antes. Então fui até minha mochila reserva e peguei meu celular, caminhando para cama novamente. Esfreguei os olhos e franzi a testa ao desbloquear a tela e sentir toda aquela luz vir para minha cara

–  Será que ele está dormindo? –  murmurei, procurando pelo contato de Taehyung.

“Visto por último às 21:00pm.”

Ele estava dormindo, isso era certo. Mas não foi o suficiente para me fazer deixar de enviar um “Boa noite, Taetae” antes de jogar o celular no criado mudo e me afundar na cama. Me sentia estranho de certa forma, era como se estivesse sentindo falta dele.

– Dorme Jungkook, dorme! –  resmunguei, fechando os olhos – Você precisa dormir. Vai acabar se sentindo cansado amanhã e isso vai atrapalhar toda a..–  o barulho da notificação me fez pular, avançando para o criado mudo.

Era de Taehyung, ele estava acordado sim. O que me fez abrir um enorme sorriso bobo, mas logo em seguida sentir um choque. Por que eu estava assim?

Abri a conversa, tentando me manter o mais natural possível.

– Você ainda está acordado, Jungkook? – era a mensagem dele.

– Estou. E você pelo jeito também, né?

– Aconteceu alguma coisa? O quarto está com algum problema?

Queria dizer a ele que me sentia estranho, que só queria conversar com ele até cair no sono porque de alguma forma, me sentia bem ao seu lado.

– Não é nada. Apenas não consigo dormir mesmo.

– Ah, então estamos iguais.

Será que ele estava tendo a mesma sensação estranha que eu?

– Sério mesmo?

– Sim. Eu tento, mas não consigo pegar no sono.

– Estamos iguais então. Não consigo relaxar e dormir.

– Está preocupado com algo?

Abri um sorriso fraco, respirando fundo.

– Ansioso talvez.

– Quer conversar?

– Já não estamos fazendo isso?

– Quero saber se você não quer vir aqui.

Hesitei por um momento, esperando o arrepio do meu corpo passar.

– Ou posso ir ai se quiser. – completou.

– Deixa a porta aberta. – me levantei, procurando pelos sapatos – Já estou indo ai.

– Ok –  ele respondeu e então eu deixei o celular de lado, pegando um casaco e indo para o corredor. Não sabia onde ficava o quarto de Taehyung, então fiquei um pouco perdido, passando pelas centenas de portas iguais.

– Buuh! – senti mãos fortes envolverem minha cintura, o que me fez dar um pulo.

Era Taehyung. Seu cabelo ruivo estava bagunçado, seus olhos cansados mas um enorme sorriso em seu rosto.

– Eu tomei um susto, seu idiota.

– Fala baixo. – o garoto riu, me puxando pela cintura e caminhando até um quarto que eu já tinha passado. – Todo mundo deve estar dormindo a essa hora.

– Acho que perdemos um dia todinho – murmurei – Precisamos aproveitar quando amanhecer.

– Quem disse que perdemos? – empurrou a porta, dando espaço para que eu entrasse. –  Fica a vontade.

O quarto de Taehyung era igual ao meu, tirando o fato de ter uma cama de casal.

– Está uma bagunça isso aqui, hein.

– Você sabe como eu sou – caminhou até a janela, puxando as cortinas – Ei, vem ver isso aqui, Guk.

– O que? – me aproximei, tentando ver o que fazia tanto ele sorrir.

– Vagalumes. São lindos, não?

– Uau, você tem a visão da piscina também.

– Me desculpa te deixar num quarto separado – murmurou ele – Tinha reservado esse aqui pra gente mas não sabia que era de casal.

Ri fraco, balançando a cabeça enquanto observava aquela enorme quantidade de vagalumes

– Tudo bem, é apenas um quarto.

– Tem razão.

– Fazia tempo que eu não via vagalumes – sorri – São lindos.

– Realmente – ele foi para beira da cama e sentou – Quer ver de perto?

– De perto? Eles não vão se assustar?

– Não tão perto assim.

– Mas será que podemos ir lá fora?

– Estamos em um hotel – ele riu – Ir lá fora ver vagalumes não é um problema.

– Faz sentido. Então por mim tudo bem!

– Vou vestir algo mais quente, espera um pouquinho?

– Sem problemas – ele ficou de pé e eu sentei, observando o ruivo caminhar até sua mala.

– Fecha os olhos, Guk. Não é pra espiar, viu?

– Por que eu espiaria? – tampei os olhos, minha risada saiu arrastada. –  Já se trocou?

– Para de ser apressado, ainda temos tempo.

– Ainda precisamos dormir, isso sim! – com cuidado tentei abrir uma brecha entre meus dedos. Não que eu fosse pervertido ou algo assim, mas batia uma certa curiosidade em ver como Taehyung era sem camisa.

Céus! Por que eu estava com pensamentos tão estranhos?

– Tarado. – levei um susto ao ver que ele estava bem na minha frente, me encarando. Não consegui ver nada além de uma pequena parte da sua cintura.

– Nada disso! – rebati – Eu só...

Ele riu, aproximando suas mãos e apertando minha bochecha.

– Eu sei que você não é santo. Só não imaginei que quisesse me olhar.

Eu teria respondido com algum “Para de ser idiota, eu não queria fazer isso” se não fosse por aquele sorriso hipnotizante. Seus olhos escuros eram profundos, seus lábios estavam secos e seu cabelo continuava bagunçado, o que trazia ao garoto um ar de inocência.

– Jungkook? – a testa franzida dele me fez voltar a realidade.

– Oi? – respondi sem entonação.

– Suas pupilas estão dilatadas.

– O que? – desviei os olhos – É impressão sua.

– Tudo bem – falou normalmente, respirando fundo – Então vamos?

Fiz que sim, ficando em pé. Evitei falar e olhar em seus olhos enquanto caminhávamos até o jardim, onde ficavam os vagalumes

– Estão bem ali – disse ele, havia animação em suas palavras – Parecem mais bonitos de perto!

– Cuidado pra não assustar eles, Taehyung – murmurei – Ou hipnotizá-los...

– Como assim? – o ruivo riu e eu apenas abri um sorriso.

– Nada.

– Que tal ali? – apontou para um banquinho, que ficava perto dos vagalumes.

– Ótimo – apenas acompanhei ele, que limpou o barro do assento, fazendo sinal para que eu sentasse.

– Uau!

– É lindo mesmo – me joguei para trás, sorrindo enquanto observava aquela imensidão de luzes que se mexiam – Nem parece que são apenas bichinhos.

– Tem coisas que parecem tão insignificantes, mas quando se vê de perto, elas são simplesmente incríveis.

– E desde quando você fala coisas tão profundas? – dei uma risada, finalmente  fazendo contato visual com ele, que sorriu.

– Aah.. –  coçou a nuca, rindo – Tem vezes que ficamos inspirados, né.

– Eu entendo você – analisei suas expressões enquanto o mesmo mantinha seus olhos nos vagalumes.

– Mas minha frase não deixa de ser uma verdade não é?

– Uhum – continuei observando o ruivo, analisando cada movimento que ele dava. Não sabia ao certo se era por conta da nossa intimidade ou se era apenas porque estava sempre ao seu lado, mas sentia meu coração bater forte. Mesmo que isso fosse estranho, Taehyung me deixava encantado com qualquer coisa que fizesse. Desde sorrir até falar sobre coisas idiotas ou profundas demais.

– Quer entrar? – seus olhos se encontraram com os meus, estavam brilhando – Se não podemos dar uma volta por aí.

Sorri bobo, torcendo para que ele não tenha visto o jeito que eu o olhava.

– Claro.

– Então vamos. – estendeu a mão – Ouvi dizer que tem um lago com patos por aqui.

– Tudo bem – observei suas mãos, sentindo um pequeno choque antes mesmo de tocá-las.

Não entendia. Por que estava me sentindo assim?

Por outro lado, Taehyung parecia normal segurando minha mão enquanto caminhávamos para algum lugar qualquer. Meus olhos fixos no chão, outras vezes em nossas mãos dadas. Ele é meu melhor amigo, eu não deveria me sentir assim tão inquieto.

– Você está tremendo, Guk. Quer meu casaco?

– Estou bem – sorri – Esse aqui já está sendo o suficiente.

– Puft. –  revirou os olhos, soltou nossas mãos e foi remover seu casaco. Então colocou por cima do meu ombro, com um sorriso no rosto e seu braço em volta do meu pescoço – Confortável agora, uh?

– Você vai sentir frio, Taehyung...

– Não vou. Aliás, preciso cuidar de você primeiro, – voltou seus olhos para o caminho a nossa frente – Foi o que prometi a sua mãe.

– É, eu sei. – assenti.

Sabia muito bem que ele estava fazendo tudo aquilo porque prometeu a minha mãe e eu me sentia feliz com isso, mas no fundo queria que aquelas atitudes fossem feitas por vontade própria.

– Obrigado, Tae – murmurei.

– Não estou fazendo nada demais – o ruivo continuava olhando para frente, mas meus olhos estavam sobre si.

– Faria isso tudo mesmo se minha mãe não tivesse pedido?

– Claro.

Senti um embrulho no estômago depois de ouvir minhas palavras, não queria ter sido assim tão direto. Mas sua resposta me fez se sentir aliviado, o ruivo tinha respondido sem hesitar.

– É muito bom ver você sorrindo, Guk. Isso já faz parte do meu dia-a-dia.

– Acho que posso dizer o mesmo – desviei os olhos, sorrindo fraco. Sentia como se meu rosto estivesse queimando mas não sabia o porquê.

Apenas fiquei em silêncio, sentindo meu coração bater de forma descontrolada enquanto nos aproximávamos de um lugar qualquer, onde um barulho de água aumentava.

– Me parece que tem uma cachoeira por aqui também – disse Taehyung, segurando meus ombros com firmeza – Vamos ver?

Fiz que sim. Gostaria de fazer qualquer coisa que ele sugerisse, afinal, meu sono tinha feito as malas e ido embora, sabia que ele não voltaria muito cedo.

[...]

A primeira coisa, ou melhor, a primeira pessoa que visualizei ao acordar foi Taehyung. Ele parecia cansado, estava em um sono profundo e abraçava meu corpo com muito cuidado e firmeza. Minha cabeça estava em seu peito e minhas mãos em volta do seu pescoço. Dormimos abraçados, conclui.

– Tae.. – ia chamá-lo, mas aquela expressão de anjo dele me fez mudar de idéia. O ruivo dormia como um bebê, não tinha como reunir forças para despertá-lo.

Os seus cabelos estavam úmidos e bagunçados, cobriam boa parte do seu rosto, então lentamente movi uma das mãos e afastei os fios, sorrindo em seguida. Se tem algo que eu não tenho dúvidas é da beleza de Taehyung, ela é realmente encantadora.

E então dei um suspiro, pousando minha cabeça em seu peito novamente e o abraçando com mais força. Talvez aquilo fosse ser estranho depois, mas a vontade que eu tinha de ficar ali para sempre era enorme.

– Ei Taehyung! Abre a porta! – levei um susto ao ouvir a voz de Namjoon.

– Aish! – o ruivo se moveu de forma bruta mas logo ficou imóvel – Aah, Guk...

– Estou acordado.

– Eu te machuquei?

– Não – suspirei com ódio, não queria ter que levantar.

– Que horas são? – afastou um dos braços para alcançar o criado mudo – Merda. São dez da manhã, Guk. Meu Deus!

– Aah, que pena.

– Você melhorou? – levantei a cabeça no momento em que ele fez a pergunta e assenti – Mesmo?

– Tive uma ótima noite. Isso me ajudou bastante.

Ele riu, apertando meu nariz

– Bobo. Estou falando sério!

– Me sinto um pouco cansado, só isso.

– Quer descansar?

– Vou fazer você perder mais horas do seu dia, Tae. Deixa pra lá.

– Não diga isso – sorriu – Não vejo problema algum.

– Taehyung! Está acordado? O Jungkook não está no quarto! – ouvi a voz de Namjoon novamente – Por favor, me diga que você não sumiu também!

– Eu estou aqui – Taehyung gritou, revirando os olhos – Relaxa.

– Abre a porta ai, vamos fazer umas atividade em grupo lá na grama.

– Calma, eu já vou – respondeu, olhando pra mim.

– Acho melhor a gente ir. – murmurei.

– Seria um problema pra você se te vissem no meu quarto, né? – o ruivo me encarou por um momento, logo depois bocejando – Pode ir pro banheiro, eu tiro ele daqui em minutos.

– Tá legal – gostaria de dizer que não teria problema algum, mas sabia que esse era o certo a se fazer. Afinal, Taehyung é meu melhor amigo, seria estranho se alguém soubesse que dormimos juntos dessa forma, em uma cama de casal.

Então me afastei, coloquei os sapatos e caminhei para o banheiro, em silêncio enquanto Taehyung ia até a porta, falando milhares de palavrões.

Entrei no banheiro e fechei a porta, fui para frente do espelho e soltei todo o ar que estava segurando, não sabia exatamente o motivo de estar tão nervoso assim.

Em seguida abri a torneira e joguei um pouco de água fria no rosto, encarando meu próprio reflexo no espelho

– Jungkook? – ouvi a voz do ruivo, logo abrindo a porta. Abriu um enorme sorriso ao me ver – Ah, está lavando o rosto.

– Ele já foi?

– Foi sim. Eu disse que você tinha acordado cedo e foi fazer uma caminhada pra se acostumar com ambiente – murmurou.

– Que desculpa idiota, Tae.

– Mas deu certo, hein – ele riu, jogando a toalha no meu ombro – Vai rápido, te espero lá na porta.

– Valeu – sorri fraco, observando a porta se fechar. Logo depois olhei para o espelho novamente e fiquei encarando meu próprio reflexo, em silêncio. Respirei fundo, sequei o rosto e sai do banheiro – Estou pronto, Tae. Vamos para a grama né?

– Isso mesmo – o ruivo encarava o celular com um enorme sorriso enquanto se apoiava na porta – Vamos?

– Por que está tão sorridente enquanto olha pro celular? Não vai me dizer que está apaixonado!

– Apaixonado? Quem sabe... – senti um choque percorrer todo meu corpo, o que me fez forçar uma risada – Mas não precisa ficar com ciúmes não, seu bobinho. Isso não vai me fazer te deixar de lado, eu jamais faria isso.

– Eu não estou com ciúmes, na verdade não estou nem aí pra isso – caminhei até a porta e ele se afastou, então abri e larguei de qualquer forma, saindo com pressa.

– Ei, Jungkook?! – não olhei para trás, apenas virei o corredor e fui a procura dos outros.

Não sabia o que estava fazendo, mas suas palavras me deixaram incomodado.

[...]

Nos reunimos na grama, como combinado. Jimin estava no meio da roda ao lado de Namjoon, ambos usavam roupas pretas, iguais.

– Está todo mundo aqui, não é? – Namjoon olhou pra mim e depois para Taehyung, que foi o último a chegar. – Ótimo, então o Jimin vai explicar como vai ser.

– Vamos fazer várias atividades em equipes que serão sorteadas. Cada equipe ficará junta até o final do dia, fazendo todas as atividades que passarmos – disse Jimin – Então pra isso quero que cada um pegue uma bexiga preta e estoure em cima de si mesmo. A cor que sair, será a cor de time de vocês.

– Ah e não se preocupem porque essa tinta sai – alertou Namjoon.

– Ótimo então podem pegar as bexigas e juntar os grupos! – Jimin se animou. As pessoas então começaram a correr e pegar suas bexigas.

– Você não vai, Jungkook? – um dos amigos de Taehyung perguntou, com a testa franzida.

– Vou sim, valeu.

Ele se afastou e eu continuei parado, observando as pessoas rirem enquanto sujavam suas roupas com tintas variadas.

– Você também é roxo, Tae! Estamos no mesmo time! – o garoto que minutos atrás estava ao meu lado, agora ria com Taehyung.

Então, o olhar do ruivo veio em minha direção e ele sorriu. Mas não retribui, apenas virei o rosto e fiquei encarando os outros times. Estava me sentindo estranho desde que chegamos aqui, não queria que Taehyung notasse toda aquela minha inquietação perto de si.

– Todos já sabem quais são seus times? – Jimin olhou em volta, parando seus olhos em mim – Não vai participar, Jungkook?

– Vou sim – murmurei, caminhando em sua direção sem animação alguma.

– Falta só essa – o garoto sorriu, me entregando a bexiga – Quer ajuda?

– Por favor – fechei os olhos. Sentindo o líquido frio da tinta cair sobre meu corpo.

– Ótimo, agora vai pro seu time.

Assenti, limpando o rosto e então abrindo os olhos: eu estava roxo.

– Isso só pode ser brincadeira. – murmurei, voltando minha atenção para o time roxo que berrava. Inclusive Taehyung, exibindo um sorriso daqueles.

Me aproximei deles, um pouco hesitante e forcei um sorriso, evitando ficar ao lado de Taehyung. Só de olhar pra ele eu já conseguia sentir todos os pelos do meu corpo se arrepiarem

– Que bom que caímos no mesmo time, Guk. – por mais que eu estivesse evitando-o, ele não deixou de falar alguma coisa.

– Pois é, que ótimo.

[...]

Depois de uma longa explicação, saímos todos do hotel e fomos para a ilha. Cada time recebeu varas de pesca, iscas, baldes e uma canoa com a cor do time.

– Vocês tem até o anoitecer para pescar o suficiente para o grupo inteiro. Quem se destacar mais, já garante cinquenta pontos! – Jimin gritou enquanto entregava boias para cada integrante.

– Caramba, isso aqui foi tudo muito planejado – uma menina loira que agora tinha o cabelo metade roxo, falou.

– Esse ano eles capricharam – disse Taehyung.

– Vocês são bons de pesca? – perguntou o tal de Hoseok.

– Nunca pesquei – o ruivo franziu a testa, observando os outros times que já entravam em suas canoas.

– Jura? – Hoseok arregalou os olhos.

– Eu posso te ensinar, não é difíc... – a garota loira abriu um sorriso.

– Jungkook me disse esses dias que é bom nisso. Ele pode me ajudar – levei um susto ao ouvir suas palavras. – Não é, Guk?

– Mas eu nunca disse is...

– Vamos indo galera, os outros times já entraram nas canoas – interrompeu minha fala e foi andando para o mar, os outros indo atrás.

Fiquei paralisado e em silêncio mas depois fui também, ignorando qualquer tipo de sensação estranha na minha barriga. Sentia como se estivesse milhares de… borboletas se mexendo dentro de mim.

E então, entramos nas canoas, cada um com suas varas e um punhado de iscas.

– Oi Guk – o ruivo parou ao meu lado.

– Não vou te ensinar nada até porque eu não sei pescar.

– Tudo bem, eu te ensino.

– O que?

– Não é difícil, uh? – ele sorriu, deixando sua vara de lado e indo para trás de mim.

– O que você vai fa...

– Calma – riu, colocando cada braço em um lado do meu corpo – Primeiro você segura assim, olha.

Engoli em seco, sentindo aquelas mãos dele tocarem as minhas mais uma vez. Mas agora, mesmo que eu quisesse, não poderia fugir. A canoa já estava bem longe da superfície.

– Eu não preciso de ajuda, Taehyung.

– Por que está assim?

– Assim como?

Ele se afastou, indo pro meu lado novamente e voltando seus olhos para a água

– Me desculpa, Guk. Era só uma brincadeira! Não pensei que fosse levar a sério. E me desculpa por te forçar a me ensinar a pescar, sendo que eu sei. Só queria falar com você...

– Não levei a sério.

– Você parece irritado comigo – sua voz era séria – Se foi por causa daquilo na porta, relaxa. Eu só estava falando com a minha mãe! Ela me mandou foto de um sobrinho meu que nasceu, eu não pude ver ele ainda então pedi pra ela mandar uma foto.

Meu corpo tremeu e engoli em seco. Era só isso?

– J.. Já disse que não foi nada – dei de ombros, voltando minha atenção para a vara.

– Eu fico triste de te ver assim comigo. Já estou tão acostumado a falar com você que fica estranho quando não faço isso. – ele se aproximou mais, eu era capaz de sentir sua respiração.

– Isso é normal, Taehyung. Somos melhores amigos.

– Eu sei e é justamente por isso que eu não quero esse clima estranho entre a gente!

– Tudo bem.

– Tudo bem?

– É, tudo bem – olhei pra ele – Não estou irritado com você.

– Não mesmo?

– Não mesmo.

O ruivo sorriu, voltando sua atenção para a pesca.

– Obrigado então.

Fiquei em silêncio por um instante, observando minhas mãos trêmulas.

– Tudo isso foi infantil da minha parte Tae, desculpa. – me virei, indo até Hoseok com um sorriso nervoso.

Não podia mais ficar ao lado de Taehyung, mesmo que sentisse necessidade de fazer isso. Ele estava me deixando louco e eu só queria entender o motivo

– Guk...

– Depois nos falamos.

[...]

Grande parte das atividades foram feitas depois do anoitecer. Na pesca, o time roxo ficou em segundo lugar e logo a frente o time azul.

Depois das canoas, nos direcionaram a mata, onde teríamos que procurar por objetos para fazer uma fogueira e depois preparar os peixes. Nesse caso, tivemos mais sorte e ficamos em primeiro lugar, garantindo alguns pontos a frente do time azul.

Mas logo depois caímos novamente no ranking, recebendo pelo menos mais seis tarefas.

– Estão todos aqui? Vou anunciar o time vencedor! – Jimin fez sinal enquanto as pessoas se acomodavam em volta da fogueira.

– Está com frio, Guk?

– Estou bem, valeu.

– Preparados? – Namjoon ficou de pé, estava exibindo um enorme sorriso.

– Qual vai ser o prêmio esse ano? – alguém perguntou.

– Uma viagem no final do ano – Jimin respondeu – Vamos conversar sobre isso com o time vencedor depois.

– Continuando… – Namjoon bateu palmas, chamando a atenção de todos – Posso anunciar o time vencedor?

– Para de enrolar e fala logo – Taehyung riu.

– Cala boca ai ruivinho, vou te jogar nessa fogueira logo logo.

– O tanto de fogo que esse ser humano tem... – falei – Não vai mudar nada se jogar ele na fogueira, Nam.

– Ei! – o ruivo deu um soco no meu braço – Não sou assim não.

– Aham, eu sei – abri um sorrisinho.

– Calem as bocas e deixem eu falar.

– Pode falar – fiz sinal.

– Ótimo – ele sorriu – Então em primeiro lugar ficou o grupo…amarelo.

– Ei, ei! Como assim? – Taehyung ficou de pé. – Quem confunde roxo com amarelo, Namjoon?

– Sossega aí, Taehyung. Foi o amarelo que ganhou.

– Senta logo seu bobão – Hoseok puxou o ruivo, que caiu com tudo no chão – Deixa pra lá, nosso time foi bem.

– Pelo menos nosso peixe foi o melhor – a integrante loira falou – Disso eu tenho certeza.

– Tem razão, nosso peixe merecia uns duzentos pontos – ri, jogando meu corpo para trás – Foi divertido. Quero fazer peixe com vocês novamente.

– Desculpa, Guk. – Taehyung me olhou sem expressão – Você parecia tão animado depois que fizemos os peixes.

– Tudo bem – fiquei de pé – Foi bem legal.

– Numa próxima a gente ganha – Hoseok ficou de pé também.

– Vocês vão jogar? – voltamos nossa atenção para um grupinho de pessoas reunidas em uma roda, próximo a fogueira.

– Jogar o que? – franzi a testa.

– Jogo da verdade – disse alguém.

– E vocês não vão dormir não? – Taehyung franziu a testa.

– Dez horas ainda, está cedo.

– Ah, eu vou jogar! – Hoseok se juntou a rodinha – Vem logo vocês dois.

– Eu não vou não – Taehyung me olhou – Você vai?

– Nunca joguei isso.

– É divertido, Jungkook. Pode vir! – disse alguém.

– Divertido o caramba, eles vão te fazer contar as coisas mais íntimas possíveis – o ruivo segurou meu braço – Vamos pro quarto.

– Para de ser chato, Taehyung. É só um jogo! E muita gente mente nele – disse ele.

– Pode ser legal, Tae. Por que a gente não joga?

– Tem certeza de que quer jogar isso? – parou, sua testa franzida.

– É... – afastei meu braço – Só pra ver como é.

– Tudo bem. Se é isso que você quer... não posso te deixar sozinho nessa mata.

– Obrigado – me virei para o grupo de pessoas que nos encaravam – Vamos jogar!

– Ótimo! Então sentem aqui – Hoseok abriu espaço.

– Vou só acompanhar, não estou dentro – disse Taehyung, sentando ao meu lado.

– Começa por mim – uma menina levantou a mão e olhou para cada um dos integrantes – Quero perguntar pro Hoseok.

– Pra mim?

– É.

– Vai, pode falar.

– É verdade que você já namorou duas pessoas ao mesmo tempo?

– Já começa com essa? – o garoto riu de nervoso. – Poxa, é verdade sim mas as duas sabiam disso.

– Sabiam mesmo?

– Lógico que sim.

– Minha vez – outra garota levantou a mão e apontou para um menino – Você beijaria o menino ao seu lado?

– Não – ele respondeu sem hesitar.

– Ah, agora eu quero ver eles se beijando! – a menina de antes falou, logo boa parte do grupo acompanhando-a – Vai, só um beijinho!

Olhei para Taehyung, que encarava o chão enquanto mantinha os braços cruzados. – Qual o sentido desse jogo? – sussurrei.

– Nenhum e sempre dá merda no final – ele respondeu.

– Beija, beija, beija! – um corinho de pessoas batia palmas enquanto um dos garotos corava.

Eu preciso ir embora agora mesmo. Me sinto no meio de um monte de adolescentes chatos e sinto que logo vou me ferrar.

– Só um selinho, vai! – Hoseok falou, tocando o ombro de ambos os garotos – Isso fica entre a gente.

– Até parece – Taehyung suspirou – Amanhã já está todo mundo sabendo.

– Entra no jogo, Tae – disse alguém.

– Eu não. Vão me dar os desafios e perguntas mais absurdas, com certeza – ele olhou pra Hoseok, que riu.

– Aeee! – logo as pessoas gritaram. Os dois garotos tinham se beijado e agora estavam um bem longe do outro, o que provocou risadas em Taehyung.

– Agora sou eu – um menino loiro levantou a mão e se virou para a garota que tinha feito o desafio – Você faria uma dança sexual para as três pessoas ao seu lado?

– Claro que não! – ela franziu a testa e o menino riu.

– Essa eu quero ver! – Hoseok riu alto – Faz, faz.

– Mas isso aí já é demais.

– Nada é demais nesse jogo – disse alguém.

– Que saco – Taehyung se levantou e deu as costas.

– Vai, você tem que fazer! – o garoto loiro estava rindo enquanto a outra ficava vermelha.

– Isso é demais gente.

– Você fez um garoto que namora beijar outro na frente da namorada – disse ele – E você sabe que a regra é cumprir qualquer desafio se você propor um.

– Eu falei que ia dar merda no final – Taehyung riu.

– Mas gente...

– Você vai esse ou escolhemos outro, mas pode ser pior – uma ruiva sorriu.

– Vish, já estou até vendo – disse Hoseok.

– Vai fazer esse ou não? – perguntaram para garota, que tremia.

– E–eu vou.

– Sem roupa, hein!

– Sem roupa não! Isso já é demais!

– Mas é o desa..

– Mas você não falou sobre ela tirar a roupa antes – falei, chamando a atenção de todos – Não deveria valer.

– Tem razão – disse Hoseok – Está frio. É melhor ela fazer com as roupas mesmo, vai.

– Ah, tudo bem então.

– Jungkook, quer mesmo continuar nesse jogo? – Taehyung se aproximou do meu ouvido – Isso vai só piorar.

– Eu sei... – murmurei.

– Faz logo – disse alguém e a garota então foi para frente das três pessoas.

– Eu vou dar uma volta – Taehyung se afastou e eu engoli em seco, observando seus passos enquanto as pessoas ao meu redor gritavam.

– Taehyung, eu vou com você. Espera! – me levantei.

– Espera, não sai agora não – disse alguém – Eu ia fazer a pergunta pra você.

Voltei minha atenção para o grupo. Todos olhavam pra mim, inclusive uma garota que sorria

– Depois você sai – completou ela.

Olhei para Taehyung, ele estava parado no lugar e me olhando sem expressão.

– Tudo bem, depois dessa eu saio – sentei novamente.

– Ótimo – a garota olhou para todos e depois para mim – Com quem do grupo você dormiria nessa mata hoje a noite?

– O que? – engoli em seco.

– Vai, você precisa responder – disse ela.

– Eu... eu não dormiria com ninguém.

– Vai mano, qualquer pessoa.

Olhei para cada integrante, sentindo meu coração bater forte. Não tinha absolutamente ninguém que eu tivesse intimidade suficiente para dormir naquela mata sem perigo de ser violado

– Eu não sei... eu...

– Vamos embora, Jungkook. – ouvi a voz de Taehyung, logo sua mão tocando meu ombro – Você não é obrigado a responder eles.

– Para de ser chato, Tae! É só uma brincadeira!

– Uma brincadeira idiota – disse o ruivo.

– Então vamos mudar a pergunta – a garota se levantou e me olhou bem nos olhos, com um sorriso – Você e o Taehyung já transaram alguma vez? Fala a verdade.

– O que? – meu corpo arrepiou – Claro qu...

– Vamos embora, Jungkook. – o garoto me puxou, parecia nervoso.

– Está com medo Taehyung? Por que não deixa ele responder?

– Nós somos melhores amigos, por que faríamos algo assim? – Taehyung parou, olhando pra ela com raiva – É a primeira vez do garoto aqui, por que não fazem umas perguntas mais decentes?

– Hm, ele está nervosinho. Acho que tem coisa – alguém riu.

– Mano, vai a merda vocês! – o ruivo bufou.

– Ele deve estar com medo da mãe do Jungkook descobrir – a garota que fez a proposta riu – Acho que daria merda pro lado dele.

– Gente, para com isso. Não vamos levar para o lado pessoal e... – Hoseok murmurou.

– É por isso que eu odeio essas brincadeiras, são tão idiotas. – Taehyung me segurou pelo braço – Vamos, Guk.

– Seria uma pena se ela soubesse – a garota gritou enquanto caminhávamos.

– Tae, ela pode inventar histórias de você. Isso seria ruim... – parei no lugar.

– Tudo bem, eu não me importo – ele estava sério – Essa garota é idiota. Desde que eu fiz um amigo meu dar um fora nela porque é uma falsa, essa menina não para de tentar ferrar com tudo.

Assenti, me encolhendo enquanto ele olhava sério para o chão

– A culpa é minha Tae, me desculpa por continuar no jogo.

– Relaxa, pensei que seria algo pior – ele deu de ombros, mas no fundo parecia triste – Ela é idiota, me desculpa pelas perguntas ridículas dela.

– Mas isso vai ser ruim pra você...

– Deixa pra lá, Guk. Eu não ligo pra isso.

– Eu... – voltei meus olhos para o grupo que ainda nos observava.

– Vamos – Taehyung apressou o passo mas eu fiquei parado.

Não poderia deixar as coisas desse jeito. E se Taehyung acabasse se ferrando por causa disso? Afinal, ele é meu mentor.

– Eu e o Taehyung somos melhores amigos, nunca fizemos nada disso – não hesitei e me aproximei da roda novamente, atraindo a atenção de todos.

– Jungko..

– Até parece. Se isso fosse verdade, era só falar – a garota riu – Quem é o próximo?

Merda. Como eu vou provar que essa merda é mentira?

– Eu quero! Vou perguntar para o K..

– É que eu sou virgem – falei – Ele só não queria que eu me sentisse desconfortável dizendo isso.

– Você é virgem? – perguntou alguém – Como assim? Quantos anos você tem?

Engoli em seco, desviando os olhos para o chão enquanto todo mundo me olhava com uma cara estranha. Pior é que eu não estava mentindo.

– Eu... eu estou falando sério. – murmurei – O Taehyung e eu nunca fizemos nada então parem de pensar em falar bosta, seja lá pra quem for.

– Jungkook – a mão forte do ruivo segurou meu braço e me arrastou para longe da roda. Ele andou rápido, sem olhar para trás.

– Ta–Tae! Isso machuca!

Ele continuou andando e só me soltou depois que cruzamos os corredores e entramos em seu quarto. O ruivo então fechou a porta e respirou fundo.

– Me desculpa, eu não quis te machucar – se aproximou e segurou meu braço – Onde foi?

– Deixa – afastei o braço – Não foi nada demais.

– Vou pegar um gelo!

– Tae – o puxei pelo casaco – Deixa pra lá. Não foi nada, eu juro.

– Tem certeza, Guk? Eu...

– Está tudo bem, relaxa – sentei na beira da cama e ele ficou de pé, me encarando.

– Aish, Jungkook. Por que falou uma coisa daquelas? Eu disse que não precisava!

– Daria merda, Taehyung. E eu não quero que você se ferre por minha causa.

– Mas inventar aquilo? – franziu a testa – Eles vão te encher o saco com isso depois!

– Eu não ligo.

– Mas eu ligo, Guk. É melhor irmos lá desmentir isso – disse ele – Somos amigos e se eles não acreditam, o problema é deles. Não vou ligar pra o que falarem de mim.

– Eu não menti, Tae – falei sério – Então tanto faz, não vou ligar para o que eles me falarem.

– Deixa dessa, Guk. Não quero que ouça coisas idiotas e falsas por minha causa. Fala sério!

– Mas é verdade, Taehyung. Não sei qual o problema de ser virgem – olhei pra ele.

– Espera, então é sério? – o ruivo me encarou, suas sobrancelhas arqueadas.

– É sim – dei de ombros, me levantando – Mas não toca nesse assunto. Não que seja algo que me incomode, eu só... nunca liguei pra isso.

– Mas você está falando sério? Tipo, sério mesmo?

– Estou! – senti uma pontada de raiva – Algum problema nisso?

– Não Guk, claro que não – ele se levantou e segurou meu ombro – Desculpa. Eu só... não imaginava.

– Tanto faz – desviei os olhos.

– Pode deixar que eu vou arrumar um jeito de eles não te encherem o saco por cau...

– Eu não ligo, Tae. Deixa isso pra lá, estou sendo sincero.

– Tem certeza? – me puxou, fazendo contato visual – E você não está chateado comigo não né?

– E por que estaria?

– Porque eu te fiz vir a essa viagem. Se não fosse por mim, nada disso teria acontecido.

– Relaxa – por um momento eu me senti aliviado, então aproximei minhas mãos de seu rosto e apertei sua bochecha – Foi divertido, isso não foi nada. Eu adorei o dia de hoje, o lugar, os vagalumes, o lago, a cachoeira, tudo.

– Eu sei mas...

– Você deveria se cobrar menos, Taehyung. Antes de meu mentor, você é o meu melhor amigo. Não deveria se sentir tão pressionado por minha causa.

– Para de ser gentil – ele franziu a testa – Eu só...

– É sério. Não gosto de te ver preocupado por minha causa, isso me deixa ansioso – falei – Eu sei que não dormiu na primeira noite porque estava preocupado com a minha saúde.

– Droga. Como soube?

– Porque eu conheço você, Tae. Conheço até mesmo a localização de todas as suas pintinhas, seu shampoo de baunilha, seu hálito de hortelã, sei que você queria ser um cachorro também.

– Ei, como sabe disso?

– Você fala enquanto dorme – arqueei as sobrancelhas – Chega a ser engraçado esse desejo seu.

– Cachorros são bem tratados e todo mundo ama. Não é tão estranho vai...

– Então você quer ser bem tratado e amado por todos?

– Não exatamente.. – ele fez bico.

– Aah, Taehyung! Eu não sabia que você era carente dessa forma.

– Para com isso – ele desviou os olhos – Eu não sou carente.

– Claro que é! – soltei suas bochechas e me aproximei de seu peito, abraçando seu corpo – Um bebêzinho.

– Para com isso Jungkook, que merda.

– Hmm. Está nervoso!

– Para. Eu não quero que me abrace, eu não gosto de abraços.

– Até parece – ri alto – Você me abraçou a noite inteira. Na verdade, vive querendo me abraçar.

– Isso porque você gosta de abraços.

– Uhum..

– Eu não gosto.

– Ah, é mesmo? – puxei o ruivo pela cintura, afundando minha cabeça em seu peito e o abraçando forte. Podia sentir meu coração bater acelerado com toda aquela proximidade.

– Aish, assim não vale – não demorou muito para o Tae retribuir, pousando sua cabeça em meu ombro – Você é um chato, Jungkook.

– E você um otário. – ri, fechando os olhos. Era bom estar ali, no abraço de alguém que eu confiava mais do que tudo – Eu sei que você adora abraços.

– Desse jeito quem recusaria, né.

– Bobo – respirei fundo, sentindo novamente aquela sensação estranha de borboletas no estômago.

– Obrigado, Guk. Eu estava precisando disso. No fundo, eu sempre tive medo de as coisas darem errado – disse ele – Às vezes eu me sinto tão perdido, parece até que o mundo vai desabar em cima de mim.

Fiquei em silêncio, apenas ouvindo as batidas do seu coração. Elas pareciam pesadas, cansadas. Nunca tinha visto Taehyung falar daquela forma, muito menos me abraçar tão forte.

– Me desculpa, mas será que nós podemos continuar assim? – perguntou.

– É claro – minha garganta estava seca, me sentia inquieto. – Posso ficar assim pra sempre se quiser.

– Obrigado, Guk – respirou fundo, me abraçando mais forte – Muito obrigado.

Levantei o rosto e envolvi uma das minhas mãos em seus fios, puxando sua cabeça para meu peito

– Você sorri tanto que às vezes eu fico até em dúvida. – sorri fraco, acariciando sua cabeça – Eu sabia que no fundo você não estava bem.

– Me desculpa, Guk. Eu não queria me mostrar dessa forma pra você mas não consegui me segurar – murmurou – Eu me preocupo muito com você porque é alguém que eu gosto, é meu melhor amigo. Sinto um medo enorme de fazer algo errado, sabe?

– Shhh... eu sei – sorri, me afastando e segurando seu rosto – E eu agradeço por isso, Taetae. Nunca me diverti tanto como estou me divertindo nessas primeiras semanas em Seoul.

– Isso é ótimo – seu nariz estava vermelho, um sorriso fofo perdido em seus lábios.

Então fiquei em silêncio, observando seu rosto enquanto segurava com as duas mãos. Parecia que quanto mais eu o olhava, mais surpreendente ele ficava.

Estava em silêncio também, nossos olhares fixos um no outro e meu coração batendo de forma descontrolada.

– Você é bonito, Taehyung – falei. Suas mãos em minha cintura e as minhas em seu rosto, paralisadas.

– Obrigado... – ele murmurou, parecia tímido. Mas então abriu um enorme sorriso, aquele sorriso que fez meu coração bater de forma ainda mais descontrolada e então se derreter. – Sinceramente eu também acho você muito b...

– Qual o problema de você ser meu mentor? – senti meu corpo tremer da cabeça aos pés. Aquele garoto me encantava de uma forma estranha, eu me sentia uma criança boba e apaixonada perto dele.

– O que? Como assim?

– Não podemos nos divertir só porque você é meu mentor?

– Do que você está falando, Guk?

Eu precisava me controlar. Que diabos eu estava querendo fazer?

– Vamos deixar de lado essa história de mentor – colei meu nariz no seu, respirando fundo – E nos ver como amigos agora, pode ser?

– O que voc...

– Me desculpa Tae, não aguento mais isso – antes que eu tentasse raciocinar o que é que eu estava sentindo, não hesitei e colei meus lábios nos de Taehyung. Fechei os olhos e o beijei com toda a vontade do mundo, precisava daquilo naquele momento e Taehyung não me interrompeu. Pelo contrário, me puxou pela cintura, para mais perto de seu corpo e então me empurrou contra a parede

– T–Tae... – seus braços agora estavam um em cada lado do meu corpo. E minhas mãos, desceram do seu rosto e foram para seu peito, em seguida para sua cintura. Puxei o ruivo para mais perto, segurando seu corpo com firmeza contra o meu e a parede. – De–desculpa.

Ele não disse nada, apenas continuou me beijando. Estava tão envolvido quanto eu.

E antes que eu me desse conta, estava enfiando minhas mãos por debaixo de sua camisa, sentindo meu corpo tremer por tocar sua pele, era quente.

– Guk, eu sei que... – ele se afastou um pouco para respirar mas eu logo o puxei para perto novamente.

– N–não... diga nada – sentia como se minha língua estivesse queimando. Eu me sentia flutuando, não queria parar.

O ruivo então deslizou suas mãos e parou na minha bunda, apertando-a. Me pegou no colo e caminhou até a cama, tirou os sapatos com certa pressa e então deitou meu corpo, movendo seus lábios para meu pescoço

– Me desculpa, Guk... eu não consigo me segurar. – ele tirou o casaco, jogando no chão - Eu...

– Você... não é... meu mentor? – eu estava ofegante e ele ainda mais. Não sabia ao certo o que estava fazendo. – Então m–me ensina direi–direitinho, uh?

– Jungkook..

– Por favor – aproximei meus lábios dos seus, beijando com certa violência. Me sentia dependente dele. Precisava de seu toque, dos seus beijos, suas mãos fortes me envolvendo. Eu precisava dele. – Eu quero. Quero você Tae, por favor.

– Guk... – ele se afastou e ficou me olhando, estava com a respiração pesada.

– Eu tenho certeza disso – me levantei e olhei dentro de seus olhos, aproximando meus lábios de seu pescoço – Eu adoro seu cheiro, Taetae.. você é tão bom.

O ruivo ficou em silêncio mas não me impediu de beijar e morder seu pescoço

– Gostaria de que você fosse só meu. – murmurei – Eu estou tão... merda, eu não sei.

– Não precisa pensar nisso agora, – ele me segurou pela cintura e então me ajudou a tirar a camisa, deixando meu peito exposto. – Eu vou ser só seu se você aceitar ser só meu, Guk.

– Por favor – segurei seus ombros, sorrindo bobo. Era perfeito a forma como suas mãos se encaixavam na minha cintura.

O ruivo então fez carinho na minha barriga, deixando beijinhos e deslizando as mãos para dentro da minha calça. Senti como se meu coração tivesse parado por um segundo. Seu toque era quente, delicado e sensual, acompanhavam seu sorriso, sua respiração e sua trilha de beijos em meu pescoço e abdômen. Então Taehyung cuidadosamente retirou minha calça, abrindo um sorriso que me deixava calmo. Guiou meus braços para seu pescoço e então me segurou firme, posicionando meu corpo em seu colo.

– Essa é a minha vez de admirar sua beleza, uh. – seu sorriso era puro, sincero e cativante. Ele estava indo muito mais além do que me dar prazer, estava também me dando amor.

E então, ainda segurando minha cintura, o ruivo voltou a beijar meu corpo. Deixando mordidas leves que me faziam contrair-me, era maravilhoso.

Logo depois deitou meu corpo novamente, tirou os fios de cabelo que estavam no meu rosto e depois a própria calça.

– Taehy...

Me calou com um beijo, deixando sua roupa de lado e então deitando cuidadosamente seu corpo sobre o meu. Movi minhas mãos e agarrei sua cintura, acompanhando a dança de sua língua até então o ruivo introduzir uma de suas mãos dentro da minha boxer.

– Hmm... – senti meu corpo se arrepiar com aquele maldito toque. Mas ao mesmo tempo desejei ser tocado por aqueles dedos todos os dias. Sorri, posicionando minhas mãos em sua nuca e o puxando para perto, beijando seus lábios enquanto o ruivo lentamente envolvia uma de suas mãos ao redor do meu membro enrijecido e dava início a uma masturbação lenta. Abri mais as pernas, então Taehyung usou seus lábios para lubrificar a cabeça do meu pau, o que provocou um choque em toda extensão do mesmo. E quando pensei que o Kim fosse abocanhá-lo, o ruivo se afastou, tirou minha boxer e usou a ponta da língua para lubrificar minha entrada, logo depois usando o dedo indicador para adentrá-la, me fazendo rebolar involuntariamente.

– Perfeito – seus movimentos eram lentos, calmos, delicados. Levou seus lábios para o meu mamilo, enquanto brincava com minha entrada apertada fazendo movimentos circulares.

– Aah... – mordi o lábio inferior, puxando seu corpo para perto do meu. E então, esfreguei meu membro no seu, arrancando de si um suspiro.

O ruivo introduziu mais um dedo na minha entrada, fazendo movimentos de vai e vem, o que me fez contrair-me.

– Dói?

Não era exatamente dor. Era um prazer doloroso, na verdade.

Fiz que não, o ruivo indo um pouco mais fundo, arrancando de mim um gemido. Então beijou minha entrada, tirou sua cueca e deixou de lado, masturbando o próprio pau. Depois me pegou pela cintura e me colocou em seu colo, não hesitei e rebolei em cima de seu membro, vendo o garoto arfar.

– Você gosta, uh? – sorri, mordendo o lábio inferior enquanto o ruivo segurava minha cintura com firmeza, acompanhando meus movimentos que agora eram de vai e vem.

– Qualquer coisa que você faça... eu gosto.

Senti minhas bochechas corarem e então deitei seu corpo, acariciando seu membro antes de colocar a ponta da língua. Nunca tinha feito aquilo antes, mas esperava fazer da forma correta. E antes que eu fizesse qualquer movimento, Taehyung levou uma de suas mãos a minha nuca, movimentando minha cabeça devagar.

– Assim... – ele gemeu, me fazendo derreter por dentro. Nunca pensei que esse som dele pudesse ser tão bom..

Segui o movimento das suas mãos, introduzindo aos poucos seu membro pulsante na boca.

– Guk-ah.. - desceu uma de suas mãos para meu pau e começou a masturbá-lo, fazendo meu corpo tremer e automaticamente chupá-lo com desespero. – Perfeito.

Fechei os olhos e aproveitei cada sensação nova que meu corpo sentia. A de ser tocado por ele, de sentir sua intimidade e sua respiração ofegante.

Meu coração batia como louco.

– Aah, Guk... hmm... ótimo! – ele se contorceu, enfiando seu pau mais fundo. Pensei que iria morrer engasgado, mas a sua mão livre segurava minha nuca e acompanhava meus movimentos.

Comecei a sugá-lo com toda força, sentindo seu pré gozo escorrer pela língua.

– Vamos Guk, goza pra mim – da mesma forma, ele me masturbou com violência, deixando meu corpo fragilizado.

Como algo poderia ser tão doloroso e prazeroso ao mesmo tempo? Eu queria enfiar seu membro na garganta até perder todo ar.

– Hmm... – gemi manhoso, cedendo ao seu toque enquanto lambia a cabeça do seu pênis.

– Aah... – respirou fundo, podia sentir meu líquido escorrer pelo seu peito. – Perfeito, Guk.

– Uh, uh.

– Aqui... – desceu as mãos para minha cintura e inverteu meu corpo, me fazendo deitar. Introduziu seu polegar nos meus lábios e pude sentir então meu próprio gosto enquanto o ruivo massageava minha bunda com a outra mão – Relaxa, Guk. Fica relaxado...

Assenti, meu peito subindo e descendo. Seu dedo saiu da minha boca e foi para minha entrada, onde o garoto penetrou, fazendo movimentos circulares – Dói?

Neguei, fechando os olhos e segurando firme o travesseiro. Precisava me preparar pra sentir aquele membro adentrar meu corpo por inteiro.

– Posso? – sua voz era sensual e falha, seu toque delicado.

– Uh, uhum.. – gemi manhoso, mordendo o lábio inferior.

O ruivo então abriu um sorriso e lentamente introduziu seu membro na minha entrada. Apertei os olhos e Taehyung então aproximou seus lábios do meu abdômen, murmurando palavras gentis

– Tae... – procurei por apoio, gemendo fraco à medida em que o ruivo ia fundo.

– Shh... – seus lábios subiram para o meu pescoço e por fim para minha boca, com um beijo calmo – Assim Guk...

Queria falar, mas todas as vezes em que abria a boca, dela saia um gemido arrastado. O ruivo então abriu meus braços, forçando contra a cama, um em cada lado do meu corpo. Em seguida começou a morder cada parte exposta da minha pele, desde o pescoço até a cintura, o que me fez gemer de forma descontrolada.

– Você é tão gostosinho assim, Guk... – murmurou, seus lábios contra minha pele enquanto penetrava com movimentos de vai e vem. Seus gemidos saiam abafados.

– Hmm, mais Taetae... – murmurei, tentando beijar seus lábios – Por favor...

– Adoro quando me chama assim – ele riu, metendo com mais força. – Vamos, bebê. Geme, uh?

Não foi necessário esforço algum para que eu liberasse gemidos altos. Entretanto, o ruivo precisou me calar introduzindo dois dedos na minha boca, alguém poderia nos escutar.

– Aah – ele arfou, metendo com mais força – Caramba, Jungkook.

Com um dos braços livres, segurei seu rosto, abrindo um sorriso. Ele era lindo e eu não me cansava nunca de pensar ou falar isso.

– Merda – murmurou no momento em que senti um líquido quente escorrer para dentro de mim, era gostoso – Desculpa, Guk. Eu... aah!

– Não – segurei sua cintura, impedindo que ele se afastasse. Eu queria sentí-lo por inteiro.

– Mas... – ele gemeu, seu corpo quase desabando em cima de mim.

– Vai Tae. – fechei os olhos, respirando fundo. Queria gozar de novo.

O ruivo então avançou em meus lábios, tentando conter os gemidos que emitia. Seu líquido escorrendo para dentro de mim, fazendo meu corpo todo se arrepiar. Ele então usou as suas mãos para segurar meus cabelos, seu gemido era manhoso e sua respiração pesada

– Me chupa. – pedi, sentia meu membro pulsar enquanto seu abdômen roçava nele, me causando arrepios – Por favor.

Taehyung se afastou para recuperar o ar, olhando bem dentro dos meus olhos antes de assentir e chupar meu pênis sem cuidado algum, estava sedento.

Gemi alto, meu corpo se contraindo a medida em que ele sugava com mais força o meu pau.

– Tae–tae, hyun–hyung!

Fez movimentos de vai e vem numa velocidade fora do comum, deixando meu corpo em total alerta. Nunca pensei que alguém pudesse chupar tão bem uma rola.

Meus olhos estavam fechados, podia sentir uma pequena baba escorrer dos meus lábios. Então procurei pela cabeça do ruivo, segurando seus cabelos com força antes de inclinar meu corpo e gozar de uma vez, fazendo o garoto engolir todo o meu líquido.

– Gu... – meu corpo relaxou novamente após liberar tudo, Taehyung tossindo.

– Você está bem?

– Veio muito... – tinha gozo escorrendo de seus lábios, mas o ruivo logo limpou com a língua e abriu um sorriso, abraçando meu corpo – É maravilhoso.

Sorri bobo, respirando fundo. Meu coração estava descontrolado e meu corpo suava, igualmente para Taehyung.

– Obrigado meu querido mentor.

– Foi um prazer – ele riu, selando nossos lábios antes de puxar meu corpo para perto de si e me abraçar pelas costas – Boa noite, Guk.

– Boa noite Taetae.

– Foi incrível – afundou o rosto na minha nuca e respirou fundo – É claro, não poderia esperar menos de você.

[...]

Taehyung e eu não tocamos no assunto sobre a noite anterior. Havia apenas troca de sorrisos, às vezes algumas risadas e uma liberdade maior para nos abraçarmos.

Também evitamos olhar para a garota que fez a ameaça, por mais que eu pudesse ouvir as merdas que ela dizia quando eu passava por perto. Mas acabava sempre rindo depois, afinal, eu tinha perdido a virgindade com a melhor pessoa possível e nossa amizade continuou existindo sem problema algum.

Nada tinha mudado, muito pelo contrário, as coisas tinham melhorado. Apenas com exceção dos calafrios, borboletas no estômago e arrepios que Taehyung me causava com ainda mais intensidade.

– Ei, Jungkook. Taehyung! – Jimin fez sinal – Vamos todos pra ilha, vocês vão?

Eu e o ruivo estávamos sentados na grama, observando o céu quando o garoto sorridente apareceu.

– Quer ir, Guk?

– Tudo bem – me levantei e estendi a mão para que ele fizesse o mesmo. E então seguimos Jimin, já avistando boa parte das pessoas jogando bola próximo a água.

– Vôlei. – murmurou o ruivo, franzindo a testa – Eu sou péssimo nisso.

– Você é péssimo em todos os esportes, Tae.

– Por que você é tão sincero? – ele fez bico.

– Vocês dois vão jogar? – Namjoon chamou nossa atenção.

– Ah, eu vou – puxei Taehyung pelo braço – E você também.

– Mas eu sou horrível nisso!

– Nunca vamos aprender se não tentarmos – abri um sorriso, mostrando a ele a posição correta para bater na bola – Apenas rebata a bola assim – o ruivo assentiu, com a testa um pouco franzida.

– Vamos começar! – Namjoon apitou.

A tarde prosseguiu de forma divertida e também nela tive certeza do quanto Taehyung era ruim nos jogos. Quando pensei que ele continuaria indo bem, o ruivo conseguia fazer uma merda daquelas. Mesmo sendo perfeito em todos os sentidos, esporte era com certeza algo que ele não se dava bem.

– Depois da janta vamos nos reunir na fogueira para contar histórias. Até lá, vocês ficam livres para fazerem o que quiser – disse Jimin, depois que todos os jogadores estavam jogados no chão, exaustos.

– Nunca mais jogo vôlei – Taehyung reclamou.

– Se depender de mim, você vai jogar até aprender.

– Você só quer rir da minha cara, isso sim! – ele me olhou com desprezo, fazendo bico.

– É, também – ri com deboche, observando seu olhar perdido no céu.

– Acho que vou na piscina – murmurou – Fomos em tudo, menos na piscina.

– Tem razão... acho que seria bom pra relaxar depois de um jogo desses.

– Sinceramente, essa foi a melhor viagem que eu já fiz – o ruivo sorriu – Foi divertido, Guk. Obrigado!

Fiquei em silêncio, apenas assentindo. Seus olhos brilhavam enquanto observava o céu de vários tons, parecia feliz. Meu coração batia forte.

– E você? – nossos olhares se encontraram e eu sorri.

– Pra mim foi uma viagem maravilhosa... agradeço por me fazer vir.

– Posso me juntar a vocês? – olhei para cima, Hoseok exibia um sorriso.

– Claro – sorri sem jeito ao ver o garoto se acomodar entre nós dois e Taehyung rir, colocando um braço em volta do pescoço dele.

– Que céu bonito, nem tinha reparado – disse o garoto.

– Pois é, cara. Isso aqui relaxa que só! – Taehyung parecia divertido, seu braço ainda no mesmo lugar.

Os dois então continuaram conversando, meus olhos deixando de admirar o céu para encarar minhas próprias mãos, mesmo que não tivesse nada de interessante nelas. Respirei fundo e fechei os olhos, pensando em tudo que deveria fazer antes de voltarmos para casa. A viagem já estava chegando ao fim, eu precisava aproveitar mais.


Notas Finais


É isso. Espero que tenham gostado, até o próximo! 😊


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...