História Querido professor - KakaSaku - Capítulo 13 - Reunião - Parte II

(POV Kakashi) 

— Sakura?! Professor?! — Eu e Sakura nos viramos para a porta por onde saía Sasuke Uchiha. 

— Pronto, agora todos os interessados no assunto chegaram. — Itachi sorriu maliciosamente satisfeito. 

—Sasuke? O que está fazendo aqui? — Perguntei antes da Sakura. 

— Itachi me chamou, disse que a reunião era do meu interesse. Mas o que vocês estão fazendo aqui?! — Sasuke olhou para mim e Sakura, se demorando sobre a Haruno, antes de voltar a encarar os irmãos. Esses, por sua vez, sorriam maliciosamente, como se eles saboreassem aquela situação desconfortável ao máximo. 

— Acho melhor entrarmos e nos sentarmos, a conversa parece que vai ser divertida. — Itachi falou e senti meu estômago embrulhar. Olhei de relance para Sakura, que estava quieta até então. Pude vê-la respirar fundo antes de seguir os Uchihas para o escritório. 

— Não entendo o que Sasuke tem a ver com esse assunto. — Sakura falou séria. Sasuke a encarava desconcertado. 

— Acredite em mim Haruno, por mim seria muito melhor se não precisasse envolver ele no assunto, mas seu querido Madara deixou muitas informações em seu testamento e achei melhor me adiantar sobre esse assunto. 

— Alguém pode me dizer o que está acontecendo? O que Madara, Sakura e Kakashi tem a ver com vocês dois? — A voz de Sasuke beirava a desespero e quando estava prestes a intervir, Sakura tomou a frente. 

— O que eu tenho a ver? Simples, seu irmão é pai do meu filho. — Todos se voltaram para o Uchiha mais novo, analisando sua reação. 

— Isso é ridículo! Izumi está grávida do Itachi, esse é seu único filho. — Ele se virou para o irmão mais velho esperando que Itachi concordasse com o que dizia. 

— Não é bem assim Sasuke. Infelizmente o filho da Sakura é realmente meu. — Percebi que em suas frases, Itachi sempre tentava se distanciar ao máximo da criança. 

— Desde quando você tem filho?! Desde quando você e meu irmão estão juntos?! — Dessa vez me coloquei à frente de Sakura. Sasuke estava com raiva e destilou seu ódio naquelas palavras. Senti Sakura encolher atrás de mim, abalada. 

— Não fale assim com ela. — Mantive minha voz baixa. — Você não sabe da história inteira para julgá-la assim. 

— E você sabe da história inteira, professor? — Seu tom de deboche não me afetou. — Qual sua participação nisso tudo? 

— Também estou curioso, Kakashi. Sabe de toda a história e ainda assim está apaixonado por ela? — Shisui fez cara de nojo e senti meu sangue ferver. 

— Não sei de onde tirou que estou apaixonado, Shisui, mas estou curioso em saber qual o motivo da sua cara de nojo. Pelo que eu saiba os únicos seres repugnantes nessa sala são você e Itachi. 

— Ela é uma garota de programa Kakashi. — Itachi falou como se aquilo fosse óbvio. 

— Garota de programa?! — A voz de Sasuke se destacou e ficamos em silêncio. Queria tirar Sakura daquele prédio o mais rápido possível, mas não o fiz porque sabia que ela não gostaria de fugir. Sua mão em meu ombro foi seu pedido para que eu me afastasse e assim o fiz. 

— Eu era sim uma garota de programa Sasuke, e foi assim que eu e seu irmão nos conhecemos. — Notei que sua voz era decidida. — Não tenho vergonha de admitir, nem todos nascemos em berço de ouro e às vezes as pessoas precisam fazer coisas assim para sobreviver. — Sasuke engoliu em seco, mas não interrompeu. — Fui contratada para a despedida de solteiro de Itachi… — Naquele momento olhei soslaio para Itachi que abria um sorriso pervertido no rosto, como poderia alguém ser tão desprezível? — E foi quando engravidei dele. 

— Claramente interessada no dinheiro. — Shisui falou e dessa vez não me contive. 

— Cale a boca seu merda. — O segurei pelo colarinho e ao contrário do que eu esperava, ele sorriu. 

— Kakashi, por favor. — Sakura pediu. Me afastei voltando a me encostar na parede atrás de Sakura. — Shisui, seus comentários são nojentos, mas se espera me desestabilizar dessa forma então ficará frustrado. Madara, ao contrário desses dois, foi quem se preocupou com Iori e me ajudou a dar uma vida digna a ele. 

— Iori? — Pela primeira vez Sasuke falou baixo e se sentou na cadeira mais próxima. — Estou confuso. Madara me pediu para que…

— Pediu para que você cuidasse dele, não é mesmo? Aquele velho não pode me deixar quieto nem depois de morto. — Itachi reclamou. 

— Não ouse falar assim dele! — Sakura estava com raiva, não era para menos. Provavelmente Madara tinha sido o único a ajudá-la em toda aquela situação. 

— Continuando, e se me permite vou acelerar a história já que tenho uma esposa grávida me esperando em casa. — Bufei irritado, mas Itachi ignorou. — No testamento do seu querido tio ele deixou para que toda a situação da criança ficasse para você resolver. É claro que ninguém espera que você tome a frente Sasuke, imagino que isso pareça demais. Caso queira ignorar esse pedido Shisui será o responsável. 

— Ainda não entendi porque você disse que queria conhecer Iori. — Sakura interrompeu. 

— Acontece que essa história já está saindo do controle, e preciso retomar o controle antes que tudo desmorone. Inclusive contar a Izumi sobre ele. — Essa pegou todos de surpresa, exceto Shisui. 

— Madara deixou para o advogado dele uma carta que deveria ser entregue a qualquer site de fofoca contando sobre o filho bastardo, e a única condição para essa carta não ser entregue era se o próprio Itachi revelasse ao mundo sobre isso. — Naquele momento eu tive que rir e todos se viraram para mim. 

— E se eu não quiser que isso seja revelado? — Fiquei surpreso com a reação da Haruno. 

— Você não quer?! — Itachi parecia aliviado, mas confuso. 

— Claro que não quero. Iori não precisa do seu sobrenome, e tampouco do seu desprezo. 

— Mas precisa do meu dinheiro. — Itachi resmungou. 

— É claro que precisa do seu dinheiro, uma criança não vive de ar ou de boa vontade. E Sakura não fez o filho sozinha então seja homem Itachi e assuma sua responsabilidade. — Falei exaltado. 

— Então como quer resolver isso Sakura? — Shisui perguntou. 

O silêncio tomou conta do escritório pela primeira vez. Observei cada rosto ali presente, Sasuke ainda estava sentado com o olhar vago, provavelmente absorvendo tudo que tinha sido revelado. Shisui e Itachi olhavam para Sakura com expectativa e ela agora estava olhando pela janela, respirando fundo ponderando o que dizer. 

— Não quero seu dinheiro, mas no momento ainda não sou capaz de sustentá-lo sozinho, e receber a pensão é direito dele, quanto a isso eu não posso ir contra. Quanto a questão de você conhecer seu filho ou não, por mim preferia que não e pretendo conversar com o advogado do Madara sobre isso, a não ser é claro que você, por vontade própria, queira conhecê-lo. Só que se decidir por isso, tenha em mente que qualquer mágoa que você causar a ele eu irei pessoalmente acabar com a sua vida. — Sakura era uma verdadeira leoa e pude ver que engolia o próprio orgulho quando admitia que não podia sustentar o próprio filho sozinha. Me aproximei e apertei seu ombro tentando confortá-la. 

— Preciso pensar a respeito. — Foi a resposta de Itachi. Ele então se virou para Sasuke. — E você Sasuke, o que resolveu fazer? 

— Eu não sei. Tudo isso parece um pesadelo, ainda não tenho uma resposta. —  De todos na sala, Sasuke parecia o mais afetado. 

—  Enquanto ele não se decide, serei eu a intermediar essa situação. —  Shisui falou. —  Continuarei a passar o mesmo valor que Madara estava passando se Itachi estiver de acordo. 

—  Tanto faz, só resolva isso logo. —  Revirei os olhos, Itachi era uma criança mimada no corpo de um adulto. 

—  Então acho que já podemos ir Sakura. —  A chamei e ela assentiu. 

—  Quando tivermos uma resposta eu te avisarei. —  Shisui se virou saindo do escritório. 

Não ousei falar nada até que saímos do elevador. Eu estava me sentindo mal por Sakura e Iori, e frustrado por não conseguir ajudá-la de forma mais eficaz. Já no estacionamento ela encostou em um pilar e se agachou abraçando as próprias pernas, chorando. O som daquele choro me desestabilizou e me aproximei dela a puxando para ficar de pé e a envolvendo em meus braços. 

—  Eu estou aqui, Sakura, estou aqui com você. —  Sussurrei enquanto a apertava contra meu peito. 

Ela chorou sem parar em meus braços, e pude sentir seu corpo ficando mole até que a peguei em meu colo já adormecida, imagino que de exaustão, e a coloquei no banco do carro. Meu coração estava em pedaços em vê-la naquela situação. 

—  Eu prometo que de hoje em diante eu vou te proteger, mesmo quando você disser que não precisa eu estarei ao seu lado Sakura.