Yeri estava exausta de tanto estudar. Sua mãe passava a cada minuto pelo corredor especialmente para vê o que estava na tela do notebook da garota.
Ela sabe que estou afim de abrir o YouTube.
A menina suspirou abrindo seu caderno em busca de uma página em branco. Em seguida deu play na gravação da aula passado que ela perdeu pois no dia da aula estava comemorando o aniversário de sua prima Sooyoung, agora precisava recuperar as matérias perdidas e rezar para não ter teste na próxima aula.
A menina se acomodou na cadeira e pois seus fones de ouvido. Anotou algumas coisas que o professor dizia, só depois direcionou os olhos para tela e por Deus, como era bonito!
Seu professor poderia facilmente ser confundido com um aluno, seus cabelos eram escuros e quase chegavam ao pescoço dele. Yeri achou extremamente fofa a forma como ele sorria e seus dentinhos ficavam visíveis, como um coelho.
E de repente não conseguia mais tirar os olhos dele, fora difícil saber sobre o que ele falava já que ela só imaginava sobre a vida que os dois teriam quando se casassem.
Depois de vê a mesma aula quatro vezes, Yeri se sentia mais que preparada para um teste.
O nome daquele professor era Jeon Jungkook, era incrível como combinava perfeitamente com ele.
Também possuía uma bela voz, voz que ficou gravada na mente da garota.
No dia seguinte Yeri ignorou o café da manhã e foi diretamente abrir o site de sua universidade, em especial na disciplina de psicologia da educação, ficou animada ao vê que haviam novas publicações do professor no fórum e sem pensar duas vezes comentou uma delas.
Pediu ajuda sobre um assunto que não havia entendido, o que não era de todo uma mentira, algumas coisas não parecia ter sentido para ela.
- YERIM, O CAFÉ!!
Ouviu os gritos da mãe e achou melhor descer antes que Joohyun se irritasse e viesse buscá-la com uma frigideira em mãos.
**~**
Prof. Jeon.
Oi Yeri, li seu comentário e estou aqui para esclarecer suas dúvidas.
A garota quase caiu para trás ao ler aquela mensagem, mas ao invés disso um sorriso satisfeito surgiu em seus lábios e ela rapidamente respondeu.
Yeri22
Oi professor, obrigada pela atenção. Eu realmente não entendi essa coisa de ego, superego e ID. Me socorre prof!
Prof. Jeon.
Se acalme, vamos lá...
Para Freud, as áreas de ação psíquicas são compostas por estes três sujeitos; ID - que contém aquilo que é herdado no nascimento. É a parte de pulsões básicas, em que buscamos a satisfação imediata de nossas necessidades e desejos ex: aliviar tensões e se alimentar.
Superego- É orientado pelo princípio da moralidade, logo o aprendemos com nossos pais, familiares e mais tarde com a sociedade. Uma forma de seguir as normas e ter uma determinada conduta.
E, o ego- "eu" surge a partir de experiências do indivíduo, ou seja, de sua interação com o ambiente. Adequa os instintos primitivos (ID) à realidade social. Ele é o responsável pelo equilíbrio do nosso aparato psíquico.
Yeri encarou aquela mensagem por algum tempo, pensando no que responderia.
Yeri22
Mas prof... E se o meu id me impulsionar a fazer uma necessidade ou um desejo que o superego considere "imoral" o que acontece?
Sim, ela estava pensando em começar a da em cima de seu professor e aquela conversa seria o que chamamos de ponta pé inícial.
Yeri se divertia com tais pensamentos até receber mais uma mensagem.
Prof. Jeon.
O ego "é, pela pressão da necessidade externa, educado lentamente no sentido de avaliar a realidade e de obedecer ao principal da realidade"
Yeri fez mais uma careta e bebeu seu suco em caixinha de uva.
Yeri22
Pensei que Ego fosse uma coisa mais "eu preciso, eu quero, eu posso", dessa forma é menos chata.
Prof. Jeon.
Jkkkkk mas o que seria o mundo se fizemos tudo seguindo essa filosofia.
Yeri jogou a caixinha vazia do suco no cesto e penso sobre o que seu professor havia falado.
Yeri22
Eu a sigo a risca.
Prof Jeon.
Parece ser uma menina levada.
Ela arqueou uma sobrancelha.
O que seu professor quis dizer com aquilo?
Yeri22
Como chegou a tal conclusão, prof?
Prof. Jeon.
Apenas suposições.
Yeri acabou ficando boa parte do dia conversando com seu professor. Prometeu para o Senhor Jeon que contaria sobre o que os colegas falavam em relação a sua aula no grupo do whatsapp.
Yeri passou a se fazer presente nas aulas, pelo menos estava diante de seu notebook assim que o relógio apontava sete e meia da manhã, era difícil acordar cedo, mas ela estava disposta se isso fosse lhe render alguns prints do Sr. Jeon com aquele sorriso de coelho, ou dele concentrado lendo algum dos textos de Freud, ou quando ele bebia chocolate quente em sua caneca do homem de ferro. Ah, ele era tão bem humorado, as aulas passavam mais rápido do que Yeri gostaria e pelo visto ela não era a única que estava adorando as aulas do professor de psicologia da educação.
Certa vez, estava relendo as mensagens do grupo de seu curso quando viu duas meninas comentando sobre como o professor era "gatinho", isso a incomodou - mesmo que fosse uma verdade em sua totalidade -, Yeri não o admirava apenas pela beleza e nem gostaria que os outros o fizessem. Sim, no início o que a incentivou a ver suas aulas foi aquele belo rosto, mas quando o conheceu melhor deu-se conta que era um ótimo professor.
Estavam em mais uma aula matutina de psicologia da educação, o professor Jeon lia alguns comentários dos alunos que discutiam sobre algumas situações hipotéticas dada pelo próprio. Yeri havia dado seu ponto, ela era totalmente contra o tema abordado por um dos colegas. E agora estava jogada em sua cama comendo cereais de animaizinhos. Sua mãe havia saído cedo demais para preparar café da manhã e Yeri em seus 22 anos de vida não se atrevia a pisar na cozinha para cozinhar, gostava de ter uma casa não incendiada.
Estava tudo indo bem, Sr. Jeon até mesmo ria de alguns comentários até que....
Shihyee- você está solteiro professor?
Aquilo foi o ultraje. Yeri pulou na cama ficando sentada e segurando firme o notebook em suas mãos. Ela não viu, mas sua boca começou a tremer e então deu-se conta que estava ansiosa pela resposta dele.
Em contra partida o professor continuou com a sua típica serenidade no rosto e então disse:
- Não que isso tenha algo a ver com a disciplina, mas estou vendo alguém.
E o mundo de Yeri se desfez, junto com provavelmente metade das garotas de sua turma.
O resto da aula passou-se sem mais acontecimentos do tipo, ao que parece as garotas desanimaram e Yeri não teve mais força de vontade para prosseguir defendendo seus pontos no debate, mesmo assim o professor Jeon fora em prol dela e sua tese fora validada como a mais sensata.
Mas Yeri estava arrasada.
Após a aula ela pensou em voltar a dormir e falhou em sua tentativa. Toda vez que fechava os olhos lhe vinha a mente a imagem de seu professor dizendo que estava vendo alguém.
- Mas que droga - resmungou a menina atirando seu coberto em cima da cama e saindo do quarto.
Ouviu o celular tocar e voltou em passos pesados para atender, estava tão irritada que poderia mandar qualquer um para o inferno, exceto sua querida mãe que era quem estava ligado.
- Omma - disse ela ao atender.
- Sua aula acabou? - Perguntou a mulher do outro lado da linha.
- Sim.
- Ótimo, você precisa vir na empresa, é urgente.
Yeri franziu o cenho confusa e disse.
- Por que preciso ir até o seu trabalho no meio da manhã? - ela fez questão de se demorar na palavra "seu", mas se sua mãe notou, fingiu que não.
- Sua tia está aqui, quer vê-la.
Yeri suspirou. A tia Seungwan era uma mulher extremamente rica e apaixonada pela sobrinha, elas nem tinham tanta diferença de idade assim. Seungwan era Dona de uma marca de produtos de beleza famosa e por isso vivia fora do país.
- Encontre-a naquele café aqui do lado.
- Mas... - Tarde demais, a mãe já havia desligado.
A menina encarou o celular até a tela bloquear e seguiu para o banheiro com cara de poucos amigos. Em todo o processo de tomar banho, arrumar-se e pegar um táxi até o café a garota fora infeliz. Amava a tia, mas estava no meio de sua depressão pós descoberta do romance do professor, a única coisa que ela queria naquele momento era ficar sozinha. Era pedir demais?
Yeri pagou a corrida e saiu do carro pisando firme, era um costume de quando estava brava. As portas do café eram todas de vidro e até agora não via sinal de nenhuma mulher loira cheia de jóias lá dentro. Ela suspirou, estava frio e por isso adentrou logo o café. Era um ambiente agradável e familiar para Yeri, sua mãe trabalhava na empresa da família desde que ela se lembrava e muita vezes durante o ensino médico ela ficava boa parte do seu dia ali estudando e esperando a mãe para irem juntas para casa no fim do dia.
- Yeri, finalmente apareceu!
Aquela era Lalisa, a garçonete e velha amiga de Yeri.
- Você sabe como é, essa coisa de ficar em casa. - Disse ela ainda procurando sua tia pelas calçadas próximas. Estava começando a sentir falta de ar por baixo daquela máscara que era obrigada a usar.
- Sim. Mas venha, sente-se - Yeri assentiu e dirigir-se a mesa mais afastada possível, não seria nada agradável se as pessoas ouvissem as barbaridades que sua tia dizia. - Está esperando alguém?
- Sim. Já deve está chegando.
Lisa assentiu sorridente.
- Quando escolher é só me avisar.
Yeri não estava com fome, não até ver um casal comer uma panqueca que parecia deliciosa. Ela pediu uma.
Depois uma criança tomando chocolate quente, droga isso a fez lembrar de seu amado professor...
Yeri bebeu o chocolate o mais rápido que conseguiu, não parecia certo ficar pensando nele ali.
Depois de uma hora ela decidiu que sua tia não viria mais e pagou pelo o que havia consumido, estava prestes a sair do café quando o viu. Oh, era o seu professor, o Sr. Jeon.
- Sr. Jeon? - sua voz acabou saindo mais alta do que esperado e ele lhe ouviu.
O homem estava de máscara, mas Yeri já havia o visto assim em uma foto de seu Instagram, sim ela o havia encontrado nas redes sociais, ele nunca publicava nada, mas ela fora salva pelas marcações e lá estava ele.
Pessoalmente era ainda mais alto do que ela esperava, mais bonito, mais charmoso e oh, como era cheiroso.
- Desculpe? - a voz definitivamente era a mesma.
Mas Yeri sentiu-se uma tola por reconhece-lo emquanto ele não faziaa menor ideia de quem ela era.
- Sou sua aluna, eu acho - resmungou a última parte. E viu ele a olhando por um longo tempo até que uma lâmpada imaginaria se acendesse sobre sua cabeça.
- Yeri22? - disse surpreso.
Yeri riu por ter sido chamada daquela forma. Nas aulas - diante do resto da turma - ele sempre a chamava pelo sobrenome como fazia com o resto da turma.
- Sou eu - ela finalmente respondeu.
Jungkook sorriu, ela não viu seus dentinhos de coelho por causa da máscara, mas sabia que eles estavam ali e algo em seu interior começou a se agitar. Não podia ser, ela estava diante de seu professor no mesmo dia que descobria que ele "estava vendo alguém".
- O que faz qui? - foi ele quem perguntou.
- Vim encontar alguém, mas acho que tomei um bolo - Yeri se odiou por dizer isso. No entanto o Sr. Jeon parecia surpreso.
- Também vim encontrar com alguém, mas ela também não veio - disse ele olhando para os lados e Yeri imaginou que fosse sua namorada. Por que ele namorava uma mulher que lhe deixava sozinho daquela forma? - a minha nova madrasta. Sei que sou bem grandinho, mas meu pai acabou de casando de novo recentemente.
Yeri sorriu, ah como ela sorriu. Não havia lhe perguntando nada, mas de repente o Sr. Jeon estava lhe contando detalhes como aqueles sobre sua vida.
- Bem, já que estamos aqui acho que eu deveria ao menos lhe pagar um café. - Yeri assentiu. Parecia um sonho.
- Acho muito bom. - E novamente se dirigiu até a sua mesa anterior. Agora eles eram os únicos clientes no café.
- Você me reconheceu imediatamente, fiquei surpreso - confessou ele a olhando.
Yeri abriu a boca para dizer algo quando ele foi mais rápido.
- Por coicidência antes de vir aqui eu havia lhe mandado uma mensagem.
- Uma mensagem?
Ele assentiu e então começou a saborear o seu café. E enfim Yeri viu, seus lindos dentinhos. Ela não pôde deixar de sorrir e fora pega no flagra.
- Queria vê-la. - A declaração a pegou de surpresa. De imediato ela não disse nada, nem se moveu ou respirou.
- Q-queria? - sussurrou ela.
- Sim. O semestre está acabando, nossas aulas também então eu pensei... - O celular dele começou a tocar, depois de ler de quem era a chamada ele olhou para Yeri. - Desculpe.
E atendeu. A ligação durou exatos quinze segundos.
- Minha madrasta ficou presa no engarrafamento.
- Está hora deve está um caos mesmo - disse Yeri em um sussurro. Sr. Jeon concordou. - Mas você dizia..?
Ele abriu a boca para falar quando o celular dela tocou. Yeri rosnou baixinho, o que rendeu uma risadinha agradável vinda do homem a sua frente.
- Ah, é minha tia. Só um instante. - E ela atendeu. - Tia?
- Querida, encontrou um garoto com cara de ator no café? Tenho certeza que está vazio, pedi pessoalmente para fecharem para outros clientes neste horários e vocês dois se encontrarem.
Yeri olhou para Jungkook e em seguida para as mesas ao redor, não havia ninguém. Nem mesmo Lisa estava ali.
- Do que você está falando?
- O nome dele é Jeon Jungkook, eu já te falei mil vezes que meu enteado era um gato, acho bom vocês dois saírem daí namorando. Tchauzinho.
Yeri congelou. Deixou o celular cair sobre a mesa e encarou o homem a sua frente. Que tipo de brincadeira era aquela.
- Aconteceu algo? Você não parece nada bem - disse ele preocupado.
- Sua madrasta é minha tia - ela disse rapidamente.
Ele assentiu e não pareceu nenhum pouco surpreso?
- É verdade, desculpe por não dizer isso antes - Sr. Jeon coçou a nuca. - Eu também fiquei surpreso quando vi que se tratava de você, Yeri. - Ele riu. - Pensei "o destino só pode está brincando comigo".
- Do que está falando?
- Minha madrasta me mandou aqui para um encontro as cegas - confessou um pouco corado.
- M-mas hoje na aula você disse que estava vendo alguém!!
Ele a olhou por um momento antes de responder.
- Sim, eu vinha em um encontra as cegas, ver você.
- Ninguém me avisou que isso era um encontro as cegas - eu estou toda mão vestida. Pensou ela. - Então você não namora?
Jungkook assentiu.
- Bem, Seungwan noona me deu ordens claras. - Yeri o olhou curiosa.
- Que tipo de ordens?
Jungkook então se aproximou dela e sussurrou em seu ouvido.
- Eu só poderia sair daqui namorando.
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