— Como está a nossa noiva? — entrou animado.
— Estou nervosa — fiquei de pé — Minhas mãos estão tremendo também.
— Não é pra tanto, você está se casando com o nosso grande CEO Jeon — sorriu de canto — Mas não se preocupe minha flor — se aproximou de mim — Se você o aguentou por oito longos anos, isso é noventa e seis meses, dois mil novecentos e vinte dias, setenta mil e oito horas, você já conheceu todos os seus lados e suas fases, saberá lidar com ele pelo resto de sua vida.
Realmente, já faz um bom tempo que trabalho com ele, mas foi só há uns meses atrás que pude conhecer a sua verdadeira face.
Jungkook é uma pessoa cheia de mistério, alguém que eu nunca pensei que poderia me surpreender e me atrair.
Eu o odiava, até a sua respiração me irritava. Preferiria passar o dia inteiro organizando relatórios, lidando com o balanço financeiro, fazendo ligações internacionais, até ensinar aos estagiários todo o programa que usamos e os procedimentos, qualquer coisa menos ficar com ele, na mesma sala, vendo ele se gabar o quanto é inteligente, competente e poderoso. Não é uma mentira, mas cansa falar tanto disso.
E as viagens?
Eu odiava. Ele era tão mandão, tão egocêntrico, adorava se gabar e me fazer concordar na frente de todos os sócios me fazendo parecer uma secretária louca e apaixonada pelo chefe.
Lembro até de apelida-lo como demônio. Eu dizia que trabalhava para o próprio diabo. Mas como não dizer? Ele me enlouquecia, me sufocava, era tão duro e louco.
Sim, ele era louco.
Mas o pior é que tudo foi proposital.
Tudo isso foi uma forma maluca e estranha que ele encontrou de me fazer crescer, superar meus limites, e como ele disse há um tempo: me lapidar.
Pegar uma pedra preciosa e torná-la mais bela do que já é.
Como eu disse, o CEO Jeon é louco.
Mas um louco maravilhoso, que eu sou apaixonada.
Senhor, eu sou apaixonada por um louco, só posso ser uma louca também.
Jeon Jungkook, o que você fez comigo?
Foram tantos dias ao seu lado por obrigação, e agora, passarei mais dias ao seu lado, por querer, por escolha própria, e ainda estou ansiosa.
Eu sou mesmo uma louca.
Uma louca apaixonada por um louco.
— Queridinha? Hello? Terra chamando noiva ?
— Oi! — pisquei os olhos algumas vezes
— Onde você estava florzinha? Já está animada pra noite de núpcias é? — riu de canto — Esse sorriso largo no seu rosto só pode significar isso.
— Nada disso Bernardo.
— Ata, me engana que eu gosto — me puxou — Senta aqui que eu vou retocar a tua maquiagem.
— Obrigada Bernardo. Sério, por tudo.
— Que isso meu bem, você sabe que não precisa agradecer, se não fosse por você a minha empresa de casamentos teria falido a três anos atrás, e eu não seria esse sucesso que sou hoje.
— Que nada, você teria conseguido dar a volta por cima, você é muito inteligente e esperto.
— Isso é verdade — riu pequeno — Mas você ainda foi o grande motivo de eu ter continuado. E tenho que te agradecer novamente por ter se lembrado de mim.
— Não há outra pessoa melhor que você pra esse trabalho.
— Ah, você tem toda razão. Viu aquele tapete amarelo horroroso que queriam colocar no salão? Jesus Maria José, vocês tem que queimar aquela coisa. — ri — É sério, ainda estou traumatizado. Credo.
— Obrigada por impedir esse crime da moda.
— Hunrum, era capaz da polícia aparecer aqui. Eu iria—
— Com licença — bateram na porta entrando — _____, está na hora.
— Já? — me senti mais nervosa ainda — Yuna, não sei se quero entrar agora.
— Se você não entrar o Jungkook enfarta. — riu — Sério, ele não para de olhar o relógio, está tão nervoso.
— Eita, parece que essa noite de núpcias vai deixar marcas — terminou minha maquiagem — Você curte um sadomasoquismo amor?
— Bernardo!
— O quê? — riu — Você acha mesmo que aquele homem só gosta do clássico? Mamãe e papai? — gargalhou — Amada, espero que a lua de mel seja em um quarto aprova de som.
Pegou suas maletas e saiu do quarto rindo.
Com certeza eu estava vermelha de tanta vergonha.
— Esse Bernardo é tão sem vergonha — ditou — Amei — riu animada.
— Yuna por favor, vamos logo.
— Vamos. E... Já comprou os anticoncepcionais?
— Eu vou dar um anticoncepcional na tua venta.
— Parei parei.
Fiquei de pé.
O vestido longo estava jogado no chão, o juntei com a ajuda da minha irmã e saí do quarto entrando no corredor.
— E como está as coisas entre você e o Nam?
— Estão ótimas, amanhã vamos pra casa de praia dele, matar as saudades dessas semanas que estive fora. Foi tão difícil.
— Eu imagino. E é bom cuidar bem do Nam, ele é uma pessoa incrível.
— Eu sei né — entramos no outro corredor a direita — Mas com certeza nós vamos brigar quando ele por fogo na minha cozinha. — ri
— Boa sorte então.
O salão onde irá acontecer a cerimônia estava logo a frente, soltei o vestido e o deixei arrastar no chão.
— Sem sombra de dúvidas ninguém nunca viu uma noiva tão linda — ditou meu tio se aproximando — Seus pais estariam muito orgulhosos de você. — tocou nos meus ombros deixando um selar na minha testa — Assim como eu estou.
— Muito obrigada. Pai.
Ele sorriu largo, em seguida estendeu o braço para que eu segurasse e assim fiz.
Caminhamos em direção ao salão. As portas foram abertas revelando as pessoas em pé aguardando minha entrada.
A música soava alta, sorri para algumas pessoas ao lado, mas logo minha atenção foi roubada quando o avistei parado no altar.
Ele estava simplesmente lindo.
Me apaixonei mais um pouco quando seu sorriso largo surgiu só seu rosto, o terno preto estava perfeitamente alinhado no seu corpo, e ele mantinha uma postura doce.
Assim que cheguei no altar, segurei a sua mão. Pude ver o brilho nos seus olhos.
Era a minha galáxia.
Lentamente ele sibilou algumas palavras com a boca:
“ Você está linda.”
Agradeci internamente sorrindo de canto.
“Mas acho que estou mais”
Revirei os olhos.
— Nós estamos aqui reunidos para ...
[...]
Cinco dias depois
Paris, França
Ouvi duas batidas na porta. Me levantei da cama e fui abrir a mesma.
— Olá — cumprimentei a camareira
— Boa noite senhora Jeon, aqui está o vinho que pediu.
— Muito obrigada — abri mais a porta permitindo que ela entrasse no quarto empurrando o carinho.
— Se desejar mais alguma coisa basta ligar para a recepção.
— Está bem — concordei com a cabeça, logo ela saiu do cômodo fechando a porta.
Rapidamente abri a garrafa, coloquei uma certa quantidade nas duas taças e deixei sobre a mesa.
Andei em direção a janela, a Torre Eiffel nunca esteve tão linda como está nessa noite.
Tirei o roupão e estendi no cabide do quarto ficando apenas de lingerie preta, ouvi um barulho de porta sendo aberta, olhei em direção ao banheiro e vi meu marido sair de lá apenas com uma toalha na cintura enquanto secava os cabelos.
— Vinho? — perguntei, não esperei sua resposta, apenas andei até a mesa, peguei uma taça e levei até ele.
— Obrigado amor — recebeu bebendo tudo de uma vez.
— Quer fazer alguma coisa hoje? — voltei a mesa com a taça vazia e despejei mais do líquido.
Senti seu corpo atrás do meu e logo fui abraçada.
— O que acha de ficarmos aqui — deixou um selar nos meus ombros — E fazermos amor mais uma vez? — me arrepiei com a voz rouca do moreno próxima ao meu ouvido — Já vamos voltar para Seul amanhã, então vamos fazer dessa noite a melhor de todas.
Deixei as taças sobre a mesa e virei ficando cara a cara com ele.
— Você tem razão amor — colei mais nossos corpos — Vamos aproveitar — beijei seus lábios.
Suavemente nos conectamos, suas mãos passeavam no meu corpo alisando cada canto. Nosso beijo era delicado, prazeroso e cheio de amor, não tínhamos pressa, apenas desejo um do outro.
Aos poucos demos passos até a cama, onde deitamos sem interromper nenhum beijo.
Arranquei a toalha do seu corpo o deixando nu sobre mim.
— Acho que ter me apaixonado pela minha secretária foi a melhor coisa que já me aconteceu.
— E eu já acho que ter te odiado foi a melhor coisa que me aconteceu, pois foi apenas por causa disso que continuei na empresa, pra te provar que eu era a melhor. — ele riu de canto
— Lembro de uma vez ouvir você dizendo que queria me matar.
— Sim, eu dizia: quero matar meu chefe. — rimos
— E agora? Não quer mais?
— Claro que quero. Só que agora...o amor fala mais alto. Agora eu te amo.
— Eu também te amo. — me beijou.
Continuo querendo matar meu chefe, só que agora as coisas mudou assim como os meus sentimentos.
Agora eu o amo. E matá-lo, só se for de amor.
The End.
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