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História Quero que você saiba - É assim que se faz


Escrita por: ClotsQueen

Notas do Autor


Oieee!!

Eu havia prometido a mim mesma que queria postar pelo menos (mais) um capítulo antes do final do ano porque esta fic ficou muito protelada em relação às outras durante o ano... então, aqui estamos...

Curiosidade: No tempo linear da fic, do primeiro capítulo até o final deste, passou uma semana! 😲

*A arte de capa é de Vikonder*

Bem, conversamos mais nas Notas Finais!!

BOA LEITURA!!

Capítulo 14 - É assim que se faz


Fanfic / Fanfiction Quero que você saiba - É assim que se faz

 

 

Algo fazia cócegas no seu nariz, por uma fresta na pálpebra vislumbrou fios loiros que tocavam seu rosto, havia mãos pressionando sua cintura e braços enrolados nele, o calor era reconfortante, mas estava bastante difícil de respirar e quando ele tentou se mover o aperto estreitou-se e suas costelas pareciam que seriam esmagadas.

O relógio de parede tinha o ponteiro pequeno quase alcançando o número 6 enquanto o grande ultrapassava o número 8, o quarto parecia bem escuro ainda quando o pensamento de que era necessário que levantassem da cama o fez abrir os olhos rapidamente­.

Os lábios rosados se juntaram em um beijinho terno nos cabelos loiros e macios como os de um anjo, um grunhido contrariado veio do fundo da garganta daquele que o esmagava.

— Bom dia... olá, amiguinho... — Butters sorriu ainda sonolento. — Estou tão feliz que você realmente ficou aqui, mas vamos ter que nos apressar, minha mãe falou que ela e papai viriam em casa se arrumarem para o trabalho.

Contrariado, Bradley se afastou do peito de Butters, os cabelos encaracolados estavam bagunçados, um cacho caía displicente nos olhos dele quando Butters o acordou.

Após saber que seus pais passariam a noite fora, Butters não pôde hesitar em permitir que Bradley passasse a noite ali, sendo consolado após uma séria discussão com seus pais, o estopim da guerra familiar era desconhecido por Butters que apenas serviu de suporte emocional, mas o pequeno Stotch tinha fé de que o amigo conseguiria conversar com seus pais e fazer tudo ficar bem depois.

 

Butters era um eterno otimista, não se podia negar.

 

Muito mais alerta, Butters se ergueu da cama e procurou alguma roupa para o dia, ele não poderia simplesmente expulsar Bradley de sua casa e a Reunião do Clube de Artes favoreceria nisso, uma vez que obrigatoriamente ele teria de sair mais cedo de casa.

Enquanto Bradley puxava as calças jeans e pulôver que foram apropriadamente colocados na máquina de secar na noite anterior para eliminar a umidade da neve que o garoto se expôs, Butters então já vestido foi até o banheiro escovar os dentes, iria apanhar algo para comer no caminho para que não encontrassem seus pais, o loiro ainda tinha um pouco da sobra do dinheiro que Kenny o fez economizar na noite anterior e agora poderia fornecer um café da manhã apropriado para Bradley, ele ainda precisava encontrar Tweek para repassar o que ele e Kenny aprenderam em sua excursão.

Ali de pé no banheiro depois de escovar os dentes, ele encarou sua imagem no espelho e só de pensar nas coisas que viu a excitação tomou conta do corpo dele, o loiro sorriu sozinho admirando a iniciativa de Tweek, talvez o próprio Butters nunca tivesse coragem de fazer algo tão... ousado...

Quando Kenny o puxou para o universo atrás daquelas portas na noite anterior, Butters achou que flutuaria mesmo sem ter asas, o sentimento e o prazer unidos em uma só atividade de forma inegável...

“Isso deve ter me feito gostar ainda mais dele...”

Butters se perguntava se o que sentia por Kenny foi ou não afetado pela experiência do que presenciaram, tudo o que eles viram, e tudo o que eles fariam para demonstrar a Tweek... a atividade toda estava mexendo com ele mais que o loiro esperaria, quando Butters era preenchido da imagem do sorriso de Kenny e a sensação do calor daqueles dedos brincando na sua pele, sentia seu peito transbordar com um sentimento de calor.

“Mas... será que ele também sente isso?”

 

— Butters... estou pronto, se você quiser ir...

Bradley estava parado na porta observando a expressão sonhadora de Butters, os cabelos loiros úmidos na testa pelo ato de lavar o rosto e as faces coradas por motivos que Bradley desconhecia.

— Vou pegar um casaco!

Butters foi em direção ao quarto e alguns minutos depois ele estava fechando a porta da casa, Bradley sorriu para ele, os olhos ainda estavam um pouco inchados e vermelhos do choro da noite passada, Butters estava aliviado por ter sido capaz de acalmar seu amigo, se seus pais estivessem em casa, as coisas teriam ficado complicadas.

— Minha mãe mandou uma mensagem. — Bradley falou quando eles caminhavam até a cafeteria da cidade para apanhar algo para comer. — Ela vai me pegar na escola para conversarmos... papai está arrependido do que falou ontem à noite...

Butters sorriu aliviado.

— Oh, Bradders... eu disse a você... os pais... eles não sabem o que fazer... eles são como crianças grandes e com muitas responsabilidades e às vezes... precisamos ajudá-los.

O loiro de cabelos encaracolados entortou os lábios, seu pai já deveria estar conformado com sua orientação sexual.

— Meu pai não tem direito de trazer a filha do chefe dele para me conhecer. — Bradley apontou. — Ele não decide quem eu posso escolher.

— Você pode ser amigo dela, no entanto.

— Mas as garotas são um saco, Butters! Nunca me dei bem com elas, acho que é por isso que sou gay. Teria sido bem mais fácil se eu não fosse... se elas fossem mais legais comigo...

Butters alisou o braço do amigo e depois segurou a mão dele.

— A pessoa que você é não está relacionada com o comportamento dos outros. Você é quem você é, Bradders... e você é maravilhoso exatamente assim. — Butters o abraçou. — Não mude.

Bradley aproveitou o calor e o aconchego dos braços de Butters, o cheiro suave que vinha dele era como um entorpecente, o acalmando em escalas graduais, a bondade e enorme coração daquele cara o arrebataram para um caminho sem volta.

— Vamos agora, podemos encontrar o Tweek lá!

Quando Butters o soltou Bradley se desequilibrou um pouco e sentiu mais frio de repente, mas acertou o capuz do casaco sobre seus cachos loiros e caminhou ao lado de Butters.

Assim que chegaram à cafeteria, pediram algo para a viagem e foram andando e sorvendo suas bebidas quentes, Butters estava maravilhado com um muffin novo que a Sra Tweak lhe ofereceu, Bradley mordeu uma rosquinha de chocolate.

— Qual é o seu tipo, Butters? — Bradley perguntou repentinamente, ele observou o pequeno Stotch. — Que tipo de pessoa você gosta?

— O tipo...? O tipo que me apaixonar, eu acho? — Ele respondeu incerto.

— E você está apaixonado por alguém? — Bradley tornou a perguntar, mastigando a rosquinha um pouco mais decidido do que esperava.

Mas os olhos azuis cristalinos de Butters não estavam mais o encarando, ao invés disso o pequeno loiro observava um ponto atrás de Bradley, e antes que se virasse para conferir, uma voz bem-disposta surgiu em suas costas.

— Wow! Então encontrei vocês!

— Olá, Ken! — Butters cumprimentou, Bradley não se deu ao trabalho. — Quer um muffin? Acabei de apanhar um na Tweek Bros!

Kenny simplesmente abriu a boca e Butters esticou a mão e empurrou um bolinho entre os lábios dele, o loiro sardento fechou os olhos e cravou os dentes levando metade do muffin.

— Huumm... hummfgmrrumm... Mfmrumfgm!

Bradley girou os olhos irritado, Kenny jogou um olhar divertido para ele mastigando com a boca esticada em um sorriso estúpido, em seguida abriu a boca novamente, e Butters enfiou mais um pedaço, Kenny lambeu os lábios piscando para o outro.

Butters limpou o canto da boca de Kenny e Bradley rodopiou os olhos. “Clichê, clichê, clichê!” Ele pensou rancoroso por Kenny se dar tão bem com Butters.

— Não é?! Este é de chocolate com amoras!

Bradley apanhou a mão de Butters na sua o puxando vagamente.

— Vamos lá? Ou acabaremos nos atrasando e parece que o Tweek já foi.

— Oh, é verdade!

Kenny seguiu ao lado de Butters, Bradley do outro lado lançava olhares que poderiam tê-lo fuzilado, mas ele estava se divertindo com isso, enquanto meio que ouvia Butters tagarelar sobre um projeto que ele e Gary estavam trabalhando, Kenny pensava na noite anterior, se Bradley não tivesse aparecido, ele poderia ter pelo menos dado um beijo de Boa Noite em Butters... tudo o que passaram em Denver, o que viram e o que fizeram... mexeu com ele, havia aquela bolha de calor dentro de seu peito que teimava em se espalhar e transbordar quando observava os olhos azuis brilhantes, mas às vezes também congelava como quando assistia Butters andando de mãos dadas com Bradley, ou geralmente quando pensava no pequeno Stotch, com qualquer outro senão o próprio Kenny.

— ...só não posso falar muito, porque é uma surpresa para o seu time, Ken!

Isso despertou Kenny.

— Uma... como é?

Bradley bufou, e foi ele que respondeu:

— Gary pediu para produzirmos uma pequena homenagem para o time de Futebol. Não íamos fazer nada no início, mas Gary apresentou um fator decisivo.

Kenny não estava entendendo.

— Há um jogo importante domingo, certo? — Butters questionou, Kenny assentiu. — E sábado é aniversário do Capitão de vocês, não é?

— Sim, graças a deus o jogo vai ser no final da tarde. — Kenny apontou, sabia que Stan ainda iria para o evento do Clube de Kyle. — Mas o que o aniversário do Stan tem a ver com o time?

— Essa é a parte que eu não posso contar! — Butters tinha um imenso sorriso no rosto.

Kenny não gostou daquela notícia, mas sorriu enlevado pela imagem do loiro, e estava com uma expressão possivelmente patética quando uma bola de neve acertou o rosto dele apagando seu sorriso.

— ARGH! MEU DEUS! — Os três se viraram e deram de cara com o portão da escola adiante. — VOCÊS ESTÃO ATRASADOS!

— Oh, nossa... perdi a noção do tempo! Tweek deve estar uma fera!

Butters largou a mão de Bradley e acelerou o passo, seguido pelos outros dois, Tweek parecia irritado parado no portão da escola, enrolando outra bola de neve que acertaria um deles em alguns segundos, a pontaria de Tweek sempre foi a arma secreta nas brincadeiras dessas crianças em South Park.

— Como Tweek chegou aqui tão rápido? Não vimos ele no caminho, vimos?

Kenny perguntou observando com o cenho franzido, Tweek estava com um casaco que, pelo tamanho e cor, pertencia claramente a outra pessoa, seus cabelos estavam diferentes, não totalmente lisos, mas mais domados, havia algo na expressão dele que deixou Kenny alerta e curioso.

Quando chegaram até Tweek, o loiro cumprimentou Kenny com um aceno de mão displicente — isso depois de acertar uma bola de neve no meio da minha cara, Twinkie? O loiro do casaco laranja pensou passando por Tweek —, seus olhos avelãs estavam fixos nos colegas de clube, alguém se moveu detrás do muro da escola, e Kenny sorriu imensamente quando Craig Tucker entrou em seu campo de visão.

— Caras! Tem um monte de coisa pra terminar hoje, por que estão atrasados? Não combinamos meia hora antes? — Tweek cobrou examinando a expressão dos outros dois. — Gary já está lá na sala, não sei o que ele tem, mas parece totalmente determinado a concluir tudo hoje.

Tweek apenas deu as costas e caminhou. Sem responder, Butters e Bradley se adiantaram seguindo o líder, Kenny desacelerou e parou ao lado de Craig que mexia aleatoriamente no celular.

— Tweek está usando o seu casaco! — Kenny salientou. — E acho que o shampoo dele é o seu também.

Craig não tirou os olhos do celular, Kenny continuou.

— Aposto que vocês foderam esta noite!

Ele riu encarando Craig, o rosto do moreno ficou rosado levemente quando ele direcionou os olhos frios para o loiro.

— O pervertido aqui é você, com esse sorriso degenerado. — Craig caminhou se afastando. — Comigo as coisas são diferentes.

— Whoah! Pastor Craig! Salve minha alma! — Kenny colocou as mãos para cima, irônico. — Mas falando sério... Tweek passou mesmo a noite na sua casa?

Craig não respondeu e seu olhar estava congelando a neve a olhos vistos.

— Okay... Depois não reclame se ele me procurar para resolver as coisas que você não resolve...

Craig lançou um olhar indiferente, mas estava fervendo em seu interior quando assistia as costas de Kenny McCormick se afastando.

 

A noite passada com Tweek foi, para Craig, uma bagunça acalourada e absurdamente boa... o cheiro resultante de seu shampoo nos cabelos loiros era intoxicante, viciante e estava impregnado no nariz de Craig, ele acordara com o rosto mergulhado entre as mechas de Tweek, com o próprio loiro enroscado, agarrado a sua cintura, esmagando-o, Craig mal havia percebido que seu braço estava preso na lateral de seu corpo e rente ao colchão em um ângulo estranho, parecia que toda sua atenção era exigida em um ponto de sua coxa, onde sinuosamente algo duro tocava-o, esfregando-se como se fosse uma dança suave, quase imóvel, ao perceber isso Craig respirou devagar e precisou se esquivar com precisão para que Tweek não surtasse ao perceber que ambos estavam em idênticas situações constrangedoras ostentando volumes inconfundíveis em seus calções de pijama, até agora Craig não sabia como se livrou daquela ereção...

Isso era uma novidade que ele não estava preparado, ver Tweek tão relaxado e exposto, dormindo calmamente em sua cama fez o coração dele acelerar e depois bater devagar, Craig queria ficar observando o rosto calmo de Tweek para o resto do dia, mas sabia que o celular do loiro em breve o acordaria uma hora mais cedo do que o normal, com o alarme barulhento que o lembraria da antecipação da Reunião do Clube de Artes.

Craig sorriu com a lembrança, ele olhou para a própria mão que tocara os cabelos de Tweek mais cedo pensando que ainda podia sentir a textura além do cheiro do loiro.

— Saia da frente, babacão. — Craig se virou quando um dedo médio surgiu rente ao seu rosto apático, olhos verdes cinzentos brilharam. — Veio assistir sua prima fabulosa jogando ou ainda está babando em volta do Tweek?

Craig estalou a língua desgostoso, ele encarou a bolsa atlética e o rabo de cavalo que mantinha os cabelos vermelhos da prima no alto da cabeça.

— Não enche, Red. — Craig respondeu com outro dedo do meio petulante para a prima. — Vá correr atrás das bolas e me deixa.

— Hey, olha como fala comigo, mais respeito com os mais velhos. — Red respondeu, em seguida voltou seu olhar para Annie e Meagan que a acompanhavam. — Garotas, vão na frente, vou trocar uma palavrinha com meu priminho aqui.

As amigas acenaram e foram em direção ao ginásio onde o Time de Futebol Feminino se reunia todas as quintas pela manhã, o moreno continuou sua caminhada incólume para dentro do corredor da escola.

— Quem disse que eu quero falar com você? — Craig disparou caminhando, suas pernas longas se distanciando rapidamente, Red o seguiu. — Tenho o que fazer na Biblioteca, então cai fora.

— Wow, você usou períodos completos e não frases imperativas! Alguém está de bom humor hoje, hein? — Red ignorou o olhar gelado de Craig. — Ao que devemos esse sorrisinho de antes?

O moreno se virou encarando-a, Red parecia divertida com seu olhar arrogante preso no rosto dele.

— Não tinha sorrisinho nenhum, garota.

Red o observou atrevida, eles chegaram à Biblioteca, mas só abriria em alguns minutos.

— Ah, tinha sim... e não era um esgar sarcástico, era realmente um sorriso como aqueles que você só faz quando está com o Tweek. — Ela acusou. — Sério, vocês estão juntos?

Craig a encarou com desdém.

— Cuide da sua vida.

— Uhh... voltamos às frases imperativas, Jesus! — Red enrolou uma pequena mecha de cabelo em um dedo encarando Craig. — Bem, se você precisar de alguma coisa, saiba que pode contar com sua prima linda aqui!

Craig jogou um olhar entediado a ela.

— Por que diabos eu precisaria de você?

— Porque sou mais experiente no amor! — Ela atirou altiva. — Porque se você quer dicas de como conquistar um cara, eu posso ajudar, mesmo o cara sendo gay, acho que um homem é um homem, certo?

Craig bufou.

— Vá cuidar do seu namorado e me deixa.

— Você não está realmente querendo o cara de North Park, né? Ruby me falou que...

— Apenas... pare, Red.

— Só estou tentando dar apoio à família e essas porras que as garotas legais fazem, okay? — Ela riu e acenou para ele. — Mas falando sério, espero que esteja fazendo algo para recuperá-lo, vocês sempre agiram como namorados, eu não suportaria ver o Tweek com outra pessoa.

Aquela ideia fez o estômago de Craig embrulhar.

— Você não tem nada com a vida dele. — Craig falou se escorando na parede da Biblioteca.

— Realmente, com a vida dele não, mas teria de conviver com essa sua cara desiludida, e acredite em mim, essa sua expressão, essa que você acabou de fazer, é pior, muito pior de aguentar do que assistir o Tweek andando por aí com... sei lá, o Kenny.

— Por que caralhos você foi logo pensar no McCormick?

— Porque sei lá! Eu vi...

Craig virou o rosto quando percebeu a bibliotecária passando entre eles e girando a chave na porta dupla da Biblioteca, o moreno entrou logo atrás dela, Red viu o primo fugindo.

Ele era tão lento, bastava tomar a iniciativa... garotos eram tão complicados...

 

 

~*~*~*~*~*~*~*~*~

 

 

Faltava em torno de trinta minutos para o encerramento da reunião e a verdade era que Tweek já tinha deixado todos por conta própria envolvidos em algo pessoal ou criações para o Halloween, Pete — mesmo contrariado com a sugestão conformista da liderança — organizara um quadro para o Halloween com a ajuda de Mike, ambos demandavam com outros colegas aquilo que parecia, aos olhos do Presidente do Clube de Artes, alguma coisa saída dos filmes de Tim Burton, só que bem mais macabro, mas Tweek parou de avaliar a morbidez criativa do gótico e do vampiro quando Kyle chegou afobado à porta.

— Cara! Preciso falar com você, é só uma ideia que eu tive... — Tweek o observou com as sobrancelhas franzidas. — É só uma dúvida mesmo, juro que não vou pedir pra você fazer mais nada!

Kyle ergueu as mãos em sinal de rendição, apesar da ótima (e incomum) aparência, ele sabia que Tweek andava com muitos afazeres.

— Tudo bem, homem, não fique tão na defensiva! O Clube de Artes é pra isso... pelo menos quando nossa criatividade está em alta é melhor aproveitar... — Tweek respondeu colocando Kyle dentro da sala e levando ele até um canto, os dois ficaram alguns segundos observando o trabalho de Pete, que discutia com Butters sobre adicionar ou não gliter nas estrelas noturnas do quadro dele. — O que você tem em mente?

Kyle varreu a sala e deparou-se com Gary abaixado no chão passando tinta em um enorme cartaz de papel pardo.

— Você entende de elétrica, Tweek?

O loiro esticou os lábios em um sorriso.

— Não e não sabe o quanto estou encrencado por isso...

— Pode me dar alguma luz sobre como fazer isso? — Kyle puxou o celular do bolso e mostrou algumas imagens para Tweek, um vídeo tinha algumas informações, alguns minutos depois Kyle guardava o celular. — Já tenho o material, mas a questão elétrica...

Tweek respirou aliviado.

— Cara, não é tão complicado quanto parece... já ouviu falar em...

— Kyle!! — A voz de Bebe surgiu um segundo antes dela se jogar em Kyle. — O que vocês dois estão tramando tão silenciosos aqui nesse canto?? Hum?? Se for mais alguma surpresa pro time de Futebol, eu, como Capitã das Cheerleaders, quero estar atenta!

— “Mais alguma surpresa”?! Vocês estão preparando algo? — Kyle questionou atento.

— Você só quer surpreender o Clyde, Bebe! — Tweek apontou sorrindo, então voltou para Kyle. — Gary sugeriu algo, sim, eles estão nisso, Butters está liderando, mas o processo já está no final, não era nada rebuscado. E NÃO, Bebe, não precisa nenhuma coreografia especial.

A loira fez um beicinho e pôs as mãos na cintura.

— Ah, okay... — Kyle escorregou um olhar para Gary que arrumava o cabelo ondulado para o lado e sorria brilhantemente para Mandy e Esther. — Tem a ver com o aniversário do Stan?

Tweek abriu a boca, mas Bebe a cobriu com sua mão macia, sorrindo ela piscou para o loiro e voltou seus olhos para Kyle.

— Isso ninguém pode contar.

Tweek notou na hora que Kyle estava desconfortável, a mandíbula do ruivo apertou quando os olhos verdes esmeraldas grudaram outra vez em Gary, Tweek reconhecia este olhar, era o mesmo que havia nos olhos de Craig toda a vez que o moreno observava Kenny.

O loiro olhou para os colegas trabalhando e riu sem humor.

— Meu deus, aquela paleta de cores que o Louis escolheu é péssima! — Ele exclamou em tom de desgosto, se erguendo.

Bebe automaticamente se virou para encarar o quadro que Louis pintava em verde e roxo.

— Deixe que eu vou lá dar algumas dicas, Tweek, pelo Amor de Picasso, é tão difícil?

Ela se aproximou do moreno e o puxou pelo cachecol listrado, fazendo-o prestar atenção só nela (ou em seu busto cheio), no canto, Tweek se virou para Kyle.

— Eu ia dizer que não é nada demais até onde sei, mas se quer um conselho, você deveria vir ao jogo.

—Claro que eu irei! — Kyle falou sem pensar. — Só preciso ver isso aqui, quero fazer sozinho, então está me matando.

Ele apontou para o celular, Tweek sorriu.

— Acredite em mim, sei como é.

— Disse o Presidente do Clube de Artes! — Kyle falou sarcástico rodando os olhos. — Se eu tivesse o seu talento e a sua criatividade...

— Talento não é tão importante assim, é um mito na verdade.

Kyle olhou para ele atravessado, uma careta sutil surgindo, Tweek riu.

— Sei.

Uma batida na porta chamou a atenção de Tweek, ele percebeu que o horário deles estava no final, assim aproveitou para pegar a mochila antes de puxar a maçaneta e dar de cara com olhos azuis cinzentos cravados nele.

— Trouxe café. — Craig arrastou um olhar para Kyle que surgiu atrás de Tweek e ergueu uma sobrancelha. — Não terminaram o que tinha pra fazer ontem?

— Terminamos. — Kyle respondeu seguindo Tweek através da porta.

— Então o que faz aqui, Broflovski? Basquete, Debate, Literatura, Ciências... quantos Clubes você participa?

Kyle franziu o cenho.

— Não estou no Clube de Ciências mais... você saiu também?

Craig desviou o olhar, os alunos começaram a sair da sala, e se misturavam no fluxo do corredor, faltavam poucos minutos para o início do primeiro período.

— Eu tinha mais o que fazer.

— Aposto que tinha! — Uma voz surgiu do nada quando Kenny jogou um braço por cima de Kyle e outro por cima de Tweek. — O que estão aprontando?

— Você sempre acha que as pessoas estão aprontando, Kenny? — Stan falou ladeando Craig, os dois morenos se encararam por um instante, o sinal ecoou nos corredores e Stan observou Kyle debaixo do braço de Kenny. — Vocês tem Literatura agora?

Kyle encarava Stan o analizando, mas foi Kenny quem respondeu.

— Terminamos o trabalho sobre a Odisseia semana passada, certo, Twinkie? Kyle já tinha o dele, vocês fizeram juntos, não?

Kenny olhou de Kyle para Stan observando quando Stan olhou para os pés por um minuto evitando os olhos de Gary que saía às pressas da sala do Clube de Artes com a camiseta do Movimento Mórmon suja de tinta e o casaco enrolado nos braços.

— Fizemos na sexta-feira passada. — Stan respondeu simplesmente, Butters chegou cumprimentando todos.

— Quero ver a surpresa do professor quando apresentar o meu!! — Kenny acenou por cima do ombro de Tweek para os amigos. — Vamos antes que o Kyle comece a surtar por nos atrasarmos conversando no corredor! Até o almoço, caras!

— Não estou surtando, Kenny, sai fora! — Kyle lutou para se desvencilhar, e Kenny riu alto, o puxando para si e afundando o nariz no pescoço do ruivo.

Tweek jogou um olhar acenando com a mão de leve para Craig e os olhos azuis de Kenny brilhavam em malícia quando ele se afastou do ruivo e sorriu por cima do ombro de Kyle, lambendo os lábios e encarando os dois morenos atrás dele.

Stan tinha a sobrancelha erguida, mas Craig não conseguiu disfarçar o desgosto na cena.

— Só nos resta ir para a nossa sala também. — A voz de Butters assustou os dois. — Você fez seu trabalho sobre a Odisseia, Craig?

— Talvez.

Butters se ofereceu para ajudar o moreno, mas Craig o ignorou, Stan massageava a têmpora, o dia poderia ser mais longo do que ele esperava que fosse.

 

 

~*~*~*~*~*~*~*~*~

 

 

A aula correu muito rápida com a quinta-feira lotada de atividades, Tweek e Craig ainda ficaram na Biblioteca por meia hora depois das aulas, terminando um relatório de Geografia enquanto Tolkien e Clyde fizeram um lanche antes dos seus respectivos treinos, eles compartilharam a última aula com os outros membros da Gang, e mesmo Jimmy estava ali fazendo anotações enquanto contava piadas sobre a política atual do mundo.

Quando juntaram suas coisas para ir embora e finalmente saíram no corredor, Clyde e Tolkien estavam a caminho dos seus vestiários, o de Clyde ficava rente ao anexo para o pátio da escola, e Craig estremeceu pensando em como poderiam treinar no campo com neve.

Como faltavam alguns minutos ainda para o início das atividades deles, Clyde e Tolkien resolveram acompanhar os amigos até a saída, foi quando Clyde chamou os caras para assistir uma série no Netflix, geralmente nas quintas eles faziam alguma coisa juntos depois que Tweek saía da Academia de Boxe, e Clyde e Tolkien terminavam seus respectivos treinos.

Craig olhou para o loiro para ver sua reação enquanto Clyde falava sobre um enredo onde uma protagonista feminina matava vampiros-zumbis em um mundo supostamente pós-apocalíptico.

— Mas o assunto não importa, certo, Tolkien? — Clyde tagarelou quando pararam na porta da escola. — O que importa é a gata gostosa como protagonista!

— Concordo que ela é bonita, mas o show peca no terror. — Tolkien falou, Craig só prestava meia atenção. — Não tem nada a ver com o que já vimos e parece mais uma adaptação ruim de The Walking Dead.

  — Cara! Não compare nossa linda protagonista com... aquilo... — Clyde parecia ofendido. — Vamos, pessoal, depois do treino, vamos pra casa do Tolkien assistir essa dama perfeita na telona de 75 polegadas!

Tolkien suspirou, os outros quatro olharam para ele.

— É na minha casa que vamos assistir? — O garoto negro questionou com a sobrancelha arqueada.

— Claro, parceiro! — Clyde respondeu eufórico. — Quem é que tem uma televisão de 75 polegadas?!

Eles riram quando Clyde notou Stan e Kenny indo em direção ao vestiário externo.

— Não dá, caras. Vou pra cafeteria depois da academia, e ainda tenho que terminar uma coisa. — Tweek respondeu, Craig ficou parado o observando sem expressão. — Mas me falem se gostaram e eu assisto sozinho pra trocarmos opiniões!

Os amigos se despediram, mas Craig acompanhou Tweek, antes de se despedir de Tolkien, Clyde ainda jogou um olhar para Tweek e Craig, mas Tolkien fez sinal para ele e os dois se afastaram, Clyde cheio de expectativas com a tal série nova. 

Tweek e Craig andaram alguns minutos em um silêncio confortável, Craig não era de falar muito e Tweek estava tão acostumado que isso, além de relaxá-lo, permitia que ele se perdesse em seus pensamentos.

Craig estancou na frente da academia que Tweek tinha aulas, o loiro percebeu que haviam chegado e acenou para o amigo.

— Nos falamos amanhã, Craig.

O moreno encontrou sua fala um segundo antes de Tweek o deixar.

— Você precisa de ajuda com alguma coisa? — Craig perguntou simplesmente, os olhos cinzentos pousados em Tweek o aqueciam apesar de parecerem sempre frios.

Um minuto se passou enquanto Tweek observava o rosto corado de Craig.

— Não, já tenho toda a ajuda que preciso. — Tweek apertou a alça da mochila. — E você me ajudou muito noite passada, Craig.

O moreno enrijeceu o corpo e suas sobrancelhas se ergueram.

— Eu não fiz nada.

— Me ajudou a relaxar, me deixou descansar. Só de você estar lá... — Tweek limpou a garganta. — Tenho que ir agora.  

Os dois coraram, Craig escondeu o rosto atrás do antebraço evitando encontrar o olhar do loiro.

— Nos vemos amanhã.

Craig colocou as mãos nos bolsos, mas não voltou a olhar Tweek, o loiro meneou a cabeça levemente e entrou na Academia, uma hora socando sacos de areia poderia ajudá-lo a gastar esta energia acumulada dentro de seu peito.

 

Quase duas horas depois e com o céu totalmente azul muito escuro e sem estrelas, Tweek chegou em casa com uma sacola, fora obrigado a passar em algum lugar e comprar “suprimentos”, Kenny gastou tudo o que tinham, e animado como o loiro era, esgotaria a caixa que Tweek acabou de comprar, ele ergueu os olhos verde-avelãs e deparou-se com Kenny o esperando sentado no patamar da entrada, não poderia estar ali há muito tempo, pois as atividades do time de Futebol deveriam ter acabado alguns minutos antes, rapidamente Tweek colocou Kenny para dentro de casa, e foi até a cozinha ligar a cafeteira para alguma bebida quente enquanto o outro loiro vasculhava a sacola subindo as escadas.

Twinkie... só um frasquinho disso aqui é pouco... você sabe... tem que usar bastante... — Kenny tinha um olhar lascivo quando encarou Tweek do alto da escada, o loiro pisou com graça evitando o tapete que escorregava no piso encerado, já acostumado à casa dos Tweaks.

— Jesus! Já falei pra você não gastar tudo! — Tweek gritou colocando canecas na mesa e começando a subir as escadas. — Não precisa tanto, fica molhado demais e escorrega pra porra.

Tweek reclamou, mas apesar de falar baixo, Kenny o escutou.

— Caralho, está reclamando? Mas esse é o espírito!

 

Kenny provavelmente estava no banheiro quando Tweek entrou em seu quarto para deixar a mochila, o loiro descartou o uniforme da academia sobre a cama que, ele observou, ainda estava arrumada, uma lembrança óbvia de que ele não passara a noite ali, de fato Tweek ainda vestia a boxer que relutantemente aceitara emprestada de Craig na manhã daquele dia, e ter uma peça tão íntima em seu corpo fazia toda sua corrente sanguínea acelerar.

Tweek lembrava como fora acordar na cama de Craig, uma experiência longínqua, já que por anos eles haviam evitado a situação, concentrando as noitadas de videogame na casa de Tolkien ou Clyde, Tweek sabia que era uma decisão mais dele do que de Craig, fugindo da possibilidade de assistir o outro dormir, escapando do perigo que seria sentir o cheiro um do outro durante a noite, e acima de tudo, evitando estar tão vulnerável...

Quando abrira os olhos ao som do alarme muitas horas mais cedo na manhã daquele dia, Tweek automaticamente reconheceu o cheiro dos travesseiros de Craig, era o mesmo cheiro amadeirado, com algo que lembrava maçãs... assim que notou isso Tweek arregalou os olhos notando que estava sozinho no quarto, o loiro estava suado, e outra coisa chamou sua atenção quando o loiro sentou na cama, o edredom roçou na sua virilha e ele virou-se de bruço na cama.

— Ah... porra...!

Tweek gemeu abafado pelo travesseiro, o cheiro de Craig em todo o lugar e uma ereção feroz fizeram com que ele mordesse os lábios com força para evitar de descer a mão pela barriga e se tocar dando vida às memórias frescas dos sonhos devassos que tivera ao longo da noite, onde segurava Craig em seus braços e tocava-o em todos os pontos secretos que Tweek nem tivera a oportunidade ainda de descobrir, mas se deliciava assistindo o moreno se contorcer de desejo.

Agora Tweek lembrava bem porque evitara dormir na casa de Craig, ou o moreno na sua, e sabia que a decisão proposital era mesmo de Tweek, Craig sempre dava de ombros quando escolhiam a casa de alguém para a Festa do Pijama, e só e apenas uma vez Tweek ofereceu a sua, isso também só aconteceu quando Craig estaria fora da cidade com os pais.

 

— Hey, por que está suspirando aí? — Kenny chamou a atenção de Tweek se aproximando. — Tem coisa pra caralho que eu e o Butters precisamos mostrar!

— Butters falou que não vem, depois do treino do time de Basquete ele vai acompanhar o Bradders em casa. — Tweek explicou fechando a porta do quarto. — Depois ele ainda precisa ir pra casa ou vai acabar de castigo.

Kenny sorriu, mas Tweek sabia que era um sorriso fraco, o loiro apanhou algo na escrivaninha de Tweek e colocou sobre a mesinha de centro, Tweek se aproximou observando, ele tirou a blusa de lã ficando só com a camisa verde.

— Bem...? — Tweek observou Kenny. — Vai dar conta sozinho?

Kenny ergueu as sobrancelhas e sua expressão mudou, ele olhou Tweek dos pés à cabeça medindo-o, a boa aparência e disposição de Tweek hoje estavam deixando Kenny ainda mais aceso que nunca, ele deu um passo para o lado e ficou de frente para o outro loiro, seus olhos azuis brilharam quando ele esticou uma mão por trás do pescoço de Tweek, puxando o loiro para si, Kenny enredou a outra mão na cintura.

— É assim que se faz.

Quando Tweek começou a reagir arregalando os olhos, Kenny se aproximou ainda mais, observando o rosto corado e os lábios entreabertos de Tweek, ele tentou empurrar Kenny quando viu a boca dele muito próxima, era possível sentir o hálito morno de Kenny em seu rosto, o nariz arrebitado e sardento colou-se ao de Tweek, espalhando calor pelo seu rosto.

 

— Sai, filho da puta! — Tweek se abaixou saindo dos braços de Kenny com o rosto em chamas.

O loiro mais alto gemeu frustrado, seu corpo latejou de impaciência.

— Puta merda... Você é tão indomável, Twinkie... me deixa mostrar a você como se faz...

— Dá pra parar de me chamar assim?

Tweek respirou fundo irritado, mas sorriu se aproximando, a mão de Kenny voltou a sua cintura.

— Já decidiu quando vai... sabe... fazer as coisas com o Craig? — Tweek torceu os lábios sem notar que Kenny o observava com atenção esperando uma resposta. — Vocês passaram a noite juntos, não foi? O que rolou?

Tweek encarou um ponto na mesinha de centro.

— Deixa de ser intrometido, McCormick. Se concentra aqui.

— Não, sério, eu gostaria de saber, a porra que rolou pode nos ajudar aqui, não acha? Você já sabe como ele gosta de... — Kenny lambeu os lábios. — Fala aí, ele é enorme pra caralho, não é? Lembro de ter visto de relance uma vez no vestiário quando jogávamos Baseball no fim do fundamental. Imagino duro, “aquilo” deve ser algo espetacular.

Tweek arregalou os olhos, as lembranças dos sonhos induzidos pelo cheiro de Craig transbordaram em sua mente, ele saiu dos braços de Kenny outra vez, mal havia notado que o loiro o enredara de novo.

— Vou pegar um café, vê se concentra sua energia aqui. — Tweek falou se afastando. — E quero saber o que você e o Butters fizeram ontem à noite, ele já me adiantou algo no Clube hoje, mas sem detalhes. Pena que ele teve que ir com o Bradders...

Ainda falando, Tweek disparou porta afora.

— Estou tentando mostrar, mas você fica se fazendo de difícil... — Kenny amuou falando sozinho. — Bradders... por que todo mundo chama ele assim?

Kenny ficou lá no meio do quarto, olhando para a mesinha de centro, um calor aquecendo aos poucos dentro de seu peito, mas era um calor chamado inveja...

 

 

~*~*~*~*~*~*~*~*~

 

 

Kyle chutava a neve no caminho para casa, seus pés estavam congelados e ele queria chegar logo em casa e tomar um banho quente, ao lado dele Stan caminhava silencioso, as duas mãos afundadas no bolso, a boca escondida em um cachecol e as maçãs do rosto coradas do vento gelado que os encontrava.

Ambos estavam exaustos das atividades com os times, Tolkien estivera absurdamente exigente com a proximidade de um jogo importante, as pernas de Kyle pareciam pilares de concreto de tão pesadas, ele puxou as laterais da ushanka que hoje era preta, o forro cinza escuro de pelos sintéticos aquecia as orelhas de Kyle.

— Você parou... sabe, o treino?

O ruivo deu um pulo surpreso quando a voz de Stan chegou abafada pelo cachecol até ele.

— O quê?

Stan suspirou.

— Você falou que provavelmente neste ponto a pessoa já sabe que você vai se confessar, que deve ter até um plano de rejeição. — Stan explicou relembrando. — E já faz, não sei, uns dois dias que você parou o treino.

Kyle sentiu o rosto aquecer um pouco, lembrando que beijara Stan na noite anterior, mas não usou nenhuma declaração para a atitude, ele simplesmente não pudera resistir, olhando para o moreno alto e corado em sua frente, pedindo que Kyle atacasse logo...

— Não tive oportunidade de treinar, você estava com o Gary. — A voz saiu desdenhosa, Kyle nem mesmo se arrependeu de seu tom impertinente.

Stan acenou com a cabeça.

— Mas estamos aqui agora, uma semana atrás quando você fez isso pela primeira vez, estávamos no meio da rua.

Kyle ponderou enquanto caminhavam em silêncio, Stan parecia preso em sua própria mente, e Kyle estava tão decidido a seguir seu plano, mais tarde poderia ser considerado teimosia, mas agora ele chamava de obstinação, considerou e reconsiderou suas decisões milhares e milhares de vezes depois de sair da casa de Stan e deixá-lo com Gary.

— Vou fazer isso no sábado, já aproveito que você vai estar ocupado com o Gary. — Respondeu direto.

Kyle virou-se e subiu o patamar da frente da casa dos Broflovski, Stan arregalou os olhos e depois mordeu o interior da bochecha, sua garganta apertou, ele ergueu os olhos azuis a tempo de ver as costas de Kyle sumirem no batente da porta, sem perceber haviam chegado a reta final de sua caminhada.

 

 

 


Notas Finais


Oieee!!

Acho que este capítulo é propriamente um preenchimento, um tipo de filler, mas daqueles que você tem elementos do show... 😄 parece bem aleatório, mas está cheio de informações... a fic inteira é assim, pra falar a verdade...

Desculpa, gente, eu sempre vou chamar a Ruby de Ruby... vamos fingir que o nome dela é Trícia, mas o apelido é Ruby, okay? 😝

Obrigada a todos que me acompanharam este ano, sem o apoio de vocês eu não teria feito nada... e aguardem que em janeiro teremos uma nova long Style...

AGORA É A HORA DE COMENTAR!! 💖

Sim, quero saber tudo o que vocês pensam, até sobre o que os irrita *cof (Creeknãosepegando) cof* não sejam tímidos, essa fic precisa de mais feedback do que qualquer outra fic que eu já tenha escrito, porque ela está totalmente em aberto... rs... tenho algumas anotações e um script, mas como tudo vai realmente acontecer... isso não sei ksdjfsldkjfslkjf...
ENTÃO, COMENTEM!!

Se eu não postar mais nada este ano, então...
🎆☀️🎄🎁 BOAS FESTAS!! 🎄🎁☀️ 🎆

Até mais e Mil Bjs,
Vivi


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