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História Quero que você saiba - Onde está Wally


Escrita por: ClotsQueen

Notas do Autor


Oieee!!

Wow, demorou um pouco, mas aqui está o cap novo, ESTÁ ENOOORME e espero que vocês gostem!!

Devo avisar que:
A primeira parte da fic é como uma volta no tempo de onde paramos no capítulo passado, vocês verão pela narrativa, mas caso estejam distraídos ou não percebam o começo retrata como foi o fim do dia de aula, em seguida haverá o paralelismo, ou seja o que aconteceu no mesmo horário com outros personagens!

* A Fanart de capa foi originalmente desenhada por chacapocoX3 (twitter) *

BOA LEITURA!!

Capítulo 8 - Onde está Wally


Fanfic / Fanfiction Quero que você saiba - Onde está Wally

Na segunda-feira à tarde no final da aula, Craig atravessou o corredor para encontrar Tweek, ele olhava freneticamente em busca de uma cabeça loira com cabelos espetados, eles não tiveram aulas juntos nos últimos períodos, e mesmo que Clyde chorasse atrás dele reclamando de fome, não pararia sua busca.

— Craig, vamos comer alguma coisa! Eu ainda tenho treino e você viu, o Stan quer todo mundo lá em 25 minutos!

— Clyde, você não precisa da minha boca para comer, então se vire, tenho mais o que fazer. — A voz monótona de Craig fez Clyde fazer um beicinho.

O moreno parou quando o fluxo de alunos aumentou enormemente, uma garota de olhos puxados trombou em Craig e ela sorriu para ele, o garoto se limitou a mostrar-lhe o dedo do meio indiferentemente, enquanto aproveitava de sua altura para continuar a varrer a massa de alunos em busca de Tweek

— He-hey... ca... caras! O que t-tá p-p-p-pegando? — Jimmy e Tolkien os alcançaram no corredor.

— Craig deve estar brincando e Racer Vermelho. Ele simplesmente saiu correndo da aula antes mesmo do professor de Literatura fechar a boca. — Clyde falou amuado, então voltou seus olhos castanhos para o colega negro. — Tolkien, parceiro! Vamos comer alguma coisa! Estou faminto!

Tolkien girou os olhos.

— Por que você precisa de mim para comer? E pra que tanta pressa? Nossos treinos só começam em uma hora! — Tolkien falou arrumando a mochila nos ombros, ele se abaixou para amarrar os cadarços de seus tênis importados do Japão.

— Cara! O Stan antecipou o horário do nosso treino! Eu tenho exatos... — ele olhou o relógio de pulso — ... três dólares e vinte e três minutos! Tenho pouco tempo e pouca grana, e você é aquele que tem dinheiro pra me dar algo melhor para comer, caralho!

— Por que ele antecipou? — Tolkien questionou vendo pelo canto do olho quando Kyle saiu para o corredor vasculhando os alunos que enchiam o espaço. — Claro que não temos nada com isso, mas o espaço não estava ocupado pelas aulas dos primeiranistas?

Clyde gemeu audivelmente.

— Eu... não... sei...!! Só sei que estou com uma fome do caralho, Toooool~kien...!! — Clyde Falou se pendurando no braço moreno de Tolkien, o garoto negro se encolheu.

— Cara, sossegue! Vamos resolver isso, por agora coma essas barrinhas de cereal. — Tolkien puxou do bolso externo da mochila barrinhas de aveia e mel.

— Ahhhh, meu deus!! — Clyde abriu com os dentes a embalagem e em duas dentadas estava comendo audivelmente. — Obigaô, Olkiem!*

Craig olhou para Jimmy e para uma cadeira de rodas que ficava estrategicamente num local de fácil acesso, tendo uma ideia incrível ele correu até a cadeira e a estacionou perto de Jimmy.

— Cr... Craig o q-q-q-q-que você está f-f-f-f-fazendo, homem? — Jimmy mancou trocando o braço da muleta.

— Cara, vem aqui, tive uma ideia. — O moreno disse sob o olhar curioso de Clyde e sobrancelhas erguidas de Tolkien.

Craig acenou pra Jimmy sentar na cadeira e olhou para frente, Jimmy se ajeitou sentando, ele acomodou a mochila no encosto da cadeira e colocou a muleta de pé como uma espada num suporte especial na lateral, o moreno ergueu-se na posta dos pés, mesmo alto era impossível ver naquela massa de estudantes, mas foi naquele instante que ele teve a impressão de ver uma cabeleira loira espetada no outro lado do corredor, assim — sem prestar atenção aos resmungos assustados de Jimmy —  Craig usou a cadeira de rodas para cruzar o espaço.

— Saiam da frente. Um deficiente está em locomoção. — A voz monótona dele dizia, alguns alunos reclamavam, ao que Craig mostrava-lhes o dedo médio com expressão entediada.

Ele abandonou a comoção de seus amigos e o problema alimentar de Clyde, atravessando por entre conversas e risinhos de outros adolescentes, com ajuda de suas longas pernas em um piscar de olhos alcançou a cabeleira loira.

— Hey, Tweek! — Chamou um passo atrás do loiro e largando Jimmy à própria sorte na saída.

Butters olhou por cima dos ombros, ele cutucou Tweek que voltou seus olhos avelãs encarando Craig, o loiro esquadrinhou em volta do moreno, obviamente procurando algo.

“Ou alguém”. Craig pensou amargamente.

— Oi, Craig. — O cumprimento saiu baixo, mas corajosamente Tweek ergueu a cabeça examinando os olhos azuis cinzentos de Craig. —Thomas deve estar preocupado com você.

Isso fez Craig apertar os punhos.

— Na verdade eu que estou preocupado com você. — O moreno disse simplesmente. — Você não está indo embora sozinho, está?

Apesar da voz indiferente, os olhos azuis faiscavam de irritação, Tweek notou.

— Não se preocupe, estou com Butters, preciso... — Tweek corou encarando Butters que sorria para Craig. — Precisamos fazer umas coisas, então eu e ele vamos conversar um pouco no Café.

— Mas eu sempre levo você em casa, cara! — Craig apontou, uma dica de irritação começava a surgir em sua voz.

Tweek ergueu a sobrancelha depois franziu-a, avaliando a expressão impenetrável e impossível de ler de Craig Tucker, no fundo da cena Jimmy conseguira se erguer da cadeira e se apoiava na muleta para sair, Clyde vinha agarrado à Bebe e esbarrou nele, Tolkien, que dava um beijinho em Nichole conseguiu salvar o amigo deficiente de se estabacar no chão.

O loiro puxou o ar para responder, mas Butters tocou seu ombro e olhou feliz para Craig.

— Oh, vocês podem ir, eu ainda tenho esse treino, sabem? Vou aproveitar que o Tolkien está aqui e falar com ele, — e voltando-se para Tweek, Butters acrescentou: — vejo você à noite... fique bem prontinho, okay?

— Ah... ah, sim... eu... eu vou sim, pode deixar. — Tweek falou corando ardentemente.

O loiro mais baixo se aproximou fixou os lábios na bochecha de Tweek, em seguida, olhando para a cara de poucos amigos de Craig, depositou em sua bochecha um beijo estalado também, ele acenou e começou a se afastar, mas então virou o rosto e olhou direto para o moreno que encarava Tweek.

— Craig, espero que tenha resolvido aquele seu probleminha... — Butters falou piscando. — Se não resolveu, apenas lembre-se daquilo que eu lhe disse, é bom ser inofensivo...

Sorrindo ele se afastou.

— De que ele está falando? — Tweek perguntou curioso.

— Quem diabos sabe do que o Stotch está falando metade do tempo? — Craig respondeu automaticamente, horrorizado com a ideia de Butters ter dito algo sobre sabe-se lá o que para Tweek. — Vocês... tem andado juntos bastante ultimamente.

— É... é sim. — Tweek respondeu começando a caminhar, Craig o seguiu.

Eles andaram em silêncio, quando não havia mais ninguém perto, Craig desacelerou o passo.

— Então... hum... você ainda vai comigo para a escola e volta pra casa comigo, ou... agora vai com o Stotch... — Craig enfiou as mãos nos bolsos, a calçada estava um pouco escorregadia de neve derretida. — ...Ou com o McCormick?

Tweek estancou no lugar, ele se virou tão rápido que perdeu o equilíbrio e caiu, derrubando Craig no processo, seu rosto enterrou-se no peito do moreno. Tweek sentiu o corpo de Craig sólido e quente abaixo de si, não era um monte de músculos, mas era... cheiroso, e o loiro achou que se afogaria no calor que emanava de Craig, ele ergueu os olhos para encontrar o olhar de Craig ilegível, a boca estava semiaberta em surpresa, incapaz de se conter Tweek elevou os dedos pronto para tocar as maçãs do rosto do moreno, mas para desespero do loiro as faces do moreno coravam suavemente, Tweek desviou os olhos e se levantou, Craig cobriu os olhos e o rosto com as costas do antebraço.

— Puta merda, cara, foi mal! Não queria ter derrubado você! — Tweek falou esticando a mão para ajudar Craig a se reerguer.

O moreno agora encarava Tweek com olhar surpreso, como se tivesse acabado de se dar por conta que havia estado com o loiro recentemente pousando em sua virilha, ele fitou a mão esticada de Tweek e aceitou-a, segurando firmemente até ficar sobre seus próprios pés.

Porém quando Tweek tentou soltar a mão de Craig, o moreno o segurou com uma pressão que disparou milhares de alarmes ao longo do corpo de Tweek.

— Você não respondeu: Continuaremos indo e voltando juntos? — Craig pressionou, sua voz era urgente.

O moreno deu um apertão caloroso nos dedos do loiro, queria poder segurar Tweek inteiro junto a si, se amaldiçoou internamente por ter paralisado quando sentiu o peso de Tweek sobre ele, quando sentiu o cheiro dele invadindo seu nariz...uma emoção que não queria que mais ninguém compartilhasse.

— Tudo bem, mas Craig, eu tenho o Clube de Artes.

— Não tem problema. Eu espero por você.

Tweek pensou, sua cabeça agindo velozmente, procurando formas de despistar Craig porque ele ainda tinha negócios a tratar com Butters e Kenny.

— Certo. Okay, Craig, mas você não tem que fazer isso, quer dizer, nem quando nós namoramos de mentira você fez algo assim...

— Eu tinha só 10 anos, claro que eu era um aleijado emocional. Mas, nós somos amigos, não somos? Estarmos juntos, é a nossa rotina. Sempre fizemos isso.

— É óbvio. Vamos continuar fazendo do seu jeito. — Uma sombra passou no rosto de Tweek e sua voz parecia dura, mas Craig não entendeu porque estava feliz em saber que Tweek estaria com ele, havia um sorriso tímido surgindo no rosto do moreno.

Tweek voltou a caminhar, eles dobraram uma esquina e chegaram no café dos pais de Tweek, o loiro se despediu e Craig foi embora, ao longo do percurso para casa Craig empurrou a felicidade para o fundo do coração e começou a pensar em como ia descobrir o que Tweek fazia com aquela dupla estranha... McCormick já era perigoso, e agora havia o Stotch, que parecia de repente inseparável de Tweek.

Craig apertou os punhos cerrados e acelerou o passo, precisava chegar em casa e trocar de roupa.

 

 

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

 

 

As ruas estavam iluminadas parcamente e mesma assim Stan conduziu Kyle através das calçadas cobertas de neve derretida, por sorte o tempo estava colaborando e eles não tinham que enfrentar neve caindo ou vento muito forte, nem nada além do frio.

O moreno apertou os olhos caminhando cegamente, a mão de Kyle era quente na sua e o ruivo andava em silêncio sendo puxando sem reclamar, era um tipo de comportamento que Stan não estava acostumado, em outros tempos certamente Kyle já teria parado e exigido saber o que estava acontecendo.

“Talvez ele nem se importe mais. Provavelmente só estou atrapalhando, ele poderia estar com a namorada.”

Ele riu amargamente do seu pensamento, então largou a mão de Kyle, acelerou o passo não se importando em deixar o amigo para trás, e desabou sentando no meio-fio da calçada.

Kyle não queria falar sobre qual seria a relação de Stan com Gary, mas vê-los tão próximos fez revirar algo em seu estômago, algo que ele não queria escarafunchar, ele estava contente que foi o próprio Stan quem resolveu abandonar a companhia de Gary e, Kyle não negaria, isso fez o coração dele inflar de orgulho e felicidade.

Repentinamente o ruivo ouviu um lamento triste vindo de Stan e sua própria garganta apertou, sem entender o que estava acontecendo e não conseguindo encontrar as palavras certas para questionar, a raiva que sentira em ver Stan com Gary arrefecia aos poucos frente à imagem do amigo, triste, desolado, ferido.

O ruivo se aproximou silencioso, quando estava muito perto, apesar do escuro, viu Stan passar as costas da mão no rosto e ajustar o gorro azul com bola vermelha na cabeça. Kyle deu mais alguns passos e sentou-se ao lado do moreno, automaticamente Stan voltou o rosto para ele, e o coração de Kyle congelou quando viu lágrimas frescas escorrendo dos olhos de Stan.

— Stan... cara, o que houve? — A voz de Kyle não passava de um sussurro. — Você sabe que pode contar comigo, não sabe?

— Por que você acha que aconteceu algo? — Stan respondeu, sua voz estava embargada. — Está tudo bem.

Ao ver Kyle ali, Stan percebeu que precisava abraçá-lo, precisava do cheiro e do conforto que apenas Kyle lhe proporcionava. Ele desceu os olhos para os lábios do ruivo, sentindo a própria boca encher de água e formigar de vontade de beijar Kyle, era uma atividade tão nova e Stan não conseguia entender como vivera tanto tempo sem isso. O moreno baixou a cabeça tentando esquecer tudo, se esforçando para ignorar a sensação de perda que retumbava em seu peito.

O ruivo assistiu Stan esconder o rosto atrás das palmas da mão e se achegou ao amigo, o paralelepípedo do meio-fio era frio, mas no local onde seus ombros se tocaram o calor irradiou, Kyle puxou Stan para si, eliminando a distância entre eles e segurando sua mão.

— Cara... você é meu Super Melhor Amigo... me diga o que está havendo.

Stan encarou as feições de Kyle, um vento espalhou os cabelos dele e o moreno sentiu o coração batendo forte nas suas costelas quando o cheiro suave de gengibre o assaltou, ele tinha muitas coisas para dizer, mas nenhuma palavra saía de sua boca.

O silêncio pairou sobre eles, as declarações estúpidas e falsas de Kyle pararam no domingo, Stan sentia falta de ouvir Kyle se declarar, mesmo que fosse de mentira.

— Acho que estou muito estressado com a escola e o time... — O moreno falou sorrindo de lado. — Você não foi lá em casa ontem. Chegou mais cedo na escola hoje, nós nem conversamos. — Stan apontou.

— Ah, não. Estava ocupado com o Clube de Debates. — Kyle disse segurando a mão de Stan, ele podia ver o perfil do amigo, a mandíbula perfeita e o queixo prenunciado enrijeceram. — Combinei com a Rebecca, então tive que sair muito cedo hoje.

— Rebecca... você e ela estão cada vez mais próximos. — Stan replicou de forma áspera. — Você e ela...

— Eu e ela... O quê? — Kyle questionou confuso.

— Afinal era para ela que você ia se declarar? — O moreno perguntou desviando os olhos. — Você já fez isso, não fez?

Os olhos verdes de Kyle estavam arregalados, era possível ver suas pupilas contraídas.

— Não! Não, cara... por Abraão, não fiz nada... — Kyle respondeu e mesmo com a luz parca Stan viu que suas bochechas coraram. — Por que você pensou isso?

Stan franziu as sobrancelhas.

— Cartman viu vocês dois... no armário... — Stan olhou para Kyle, os orbes verdes brilharam.

— De todas as pessoas você vai ouvir justamente aquele bundão preconceituoso e nazista? — Havia uma ponta de decepção na voz de Kyle. — Não importa para quem vai ser a declaração, aliás, nada importa agora, você está chateado e quero ajudá-lo a ficar legal.

— Mas vocês não estão... sei lá, ficando? — Stan perguntou direto.

— Stan, não deixe a implicância e as fantasias do Cartman te contaminarem... não esqueça todas as idiotices dele, como daquela vez que ele escreveu uma história sobre você ajudando animaizinhos da floresta a trazer o anticristo... ou sendo um lenhador soropositivo que contaminou a Chapeuzinho Vermelho, que no caso era eu.

Stan olhou para Kyle impressionado, depois de tudo o que ele passou, não havia namorada? Não havia Rebecca?

— Bem, aquela história foi bem engraçada! O Tolkien era uma avó muito elegante e educada! — Stan disse sentindo-se toneladas mais leve.

— Claro, no entanto David foi um coyote excepcional! — Kyle jogou a cabeça para trás e Stan se deliciou olhando para o pomo de Adão do ruivo, subindo e descendo.

— Mas ele queria um ato não consensual com Chapeuzinho Vermelho Kyle! — Stan apontou, doido para lamber o pescoço de Kyle.

Kyle o observou com olhos franzidos.

— Certo, mas o Lenhador Cínico salvou o dia! — Kyle declarou, amando ver os olhos azuis de Stan cintilarem de humor.

Stan sorriu, só Kyle tinha esse dom de fazê-lo sorrir de repente e esquecer que estava chateado.

— Verdade, o Lenhador Cínico era muito foda!

— Exceto por não querer atirar em animais E coyotes mexicanos em extinção.

— Cale a boca, o meio ambiente depende de todos nós!

Ele mostrou a língua para Kyle e o ruivo esticou ambas as mãos apanhando as de Stan, assim ele puxou o moreno, colocando Stan de pé, e finalmente o abraçou.

O ruivo suspirou próximo ao pescoço de Stan.

— Vamos para sua casa... ainda não treinei minha declaração hoje... tem uma coisa que quero fazer. — Kyle disse e sua voz soava com uma proposta e uma promessa, ele manteve uma das mãos de Stan segura na sua, o puxando pelas calçadas escorregadias.

O coração de Stan falhou uma batida enquanto ele se deixava levar pelas mãos quentes de Kyle nas suas.

 

 

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Na residência dos Tweaks, Tweek voltou para o quarto com uma térmica de café, outra de leite e alguns biscoitos.

— Eu gosto com leite e algumas gotas de essência de baunilha. — Butters disse feliz, ele observava alguma coisa perto da cama de Tweek.

— O meu preto e puro, vou precisar pra aguentar vocês dois. — Kenny declarou com um sorriso selvagem.

Tweek corou um pouco, mas jogou para Kenny um olhar entediado.

— Butters, estou feliz com a sua ajuda, eu precisava de alguém para conter a... animação do Kenny. — Tweek sentou-se entre os dois gotejando baunilha no café de Butters.

Tweek apanhou a xícara e a levou até Butters, que ao seu lado parecia muito delicado e até frágil, ele apanhou a bebida de Tweek e bebericou calmamente, em seguida largou a xícara na superfície mais próxima e lambeu os lábios observando Tweek por baixo dos cílios claros.

— De onde podemos começar, Tweek? — Butters apontou para algo ao lado da cama.

— Eu e o Kenny... Nós meio que paramos quando chegamos neste nível... — Tweek mostrou se posicionando atrás de Butters. — É nessa parte que o Kenny se afoba todo.

Kenny sentado na cama jogou um olhar para a janela e irritado bufou.

— É uma responsabilidade do caralho, sabia? — Kenny gemeu. — E não ajuda com essa sua expectativa monstruosa, Twinkie!

— Não me chame assim, filho da puta! — Tweek cuspiu.

Um sorriso doce e entendido surgiu aos poucos no rosto de Butters, ele tirou o casaco e ficou apenas com a camiseta azul celeste, a pele branca imaculada do pescoço arrepiou-se quando Tweek se aproximou, ambos trocaram um sorriso.

— Ah... bem... Você precisa pegar com carinho, Tweek... assim... — Butters segurou os dedos de Tweek colocando-os no lugar que queria. — Então você empurra... delicadamente... assim... no final é necessário um pouco de vigor, mas de leve... assim...

Kenny observou os dois interagindo, as mãos de Butters firmemente mostrando o caminho para Tweek, os olhos verde-avelãs de Tweek estavam totalmente concentrados em Butters, Kenny nem entendia porque Tweek queria fazer aquilo, obviamente Craig não precisava de nada como aquilo... tudo o que Craig queria de Tweek era...

— KEN!!! —  A voz de Butters o arrancou os pensamento, olhos azuis límpidos investigavam os dele. — Você vai vir aqui ou vai ficar só assistindo?

— Cara, eu desenvolvi uma técnica infalível de voyerismo invisível durante todos esses anos que sou amigo do Stan e do Kyle!

Kenny se aproximou sentando na escrivaninha, ele encarou Butters nos olhos, pronto para ajudá-lo na tarefa de mostrar algo a Tweek, os dois se entreolharam e Butters o empurrou para a cadeira.

— Como se eles se importassem com a plateia. — Tweek dispensou chamando a atenção dos dois. — Todo mundo sabe que o Stan é muito gay para o Kyle.

O loiro passou os dedos nos cabelos espetados e os correu pelo rosto, limpando uma rápida camada de suor que surgia em sua pele, ele tirou a blusa verde escura embolou e jogou-a na cama, a garganta de Kenny secou quando viu os mamilos arrepiados de Tweek através do tecido verde claro da camiseta que marcava um peitoral que Kenny descobrira nos últimos dias.

— Muitas pessoas são muito transparentes sobre quem gostam, realmente o Stan é muito sensível, ele não pode esconder como se sente. — Butters ofereceu, ainda mostrando a Tweek os passos certos da atividade deles. — E você, Ken? Nunca dá pra saber de quem você gosta.

— Não? — Kenny foi pego de surpresa, dois loiros o encaravam a poucos centímetros de distância. — Eu gosto de todos!

— Isso é um discurso de merda. — Tweek falou rindo. — Obviamente você está tão apaixonado que não sabe o que fazer.

— Não. Na verdade eu meio que sei o que fazer, mas não tive a oportunidade ainda.

— Bem, que seja, vou no banheiro lá de baixo pegar algumas coisas que deixei lá. — Tweek avisou saindo do quarto e deixando Butters e Kenny a sós.

Butters parou na frente de Kenny, se acomodando entre as pernas dele suavemente, suas coxas tocaram os joelhos do outro, Butters se abaixou permitindo que seus olhos ficassem à altura dos olhos de Kenny.

— Mas você tenta qualquer um, Ken. Quem pode encontrar a pessoa que você gosta no meio disso? É quase como “Onde está Wally”, não? — Butters comentou com voz opaca.

— Leo...

— Quando chegamos aqui e eu o puxei pela mão e o pressionei contra a parede, não foi impensado, Ken... nunca é. Estou ajudando o Tweek, mas não sou tolo, eu sei o que quero.

Um silêncio recaiu por um momento imenso em que Kenny encarava com avidez os lábios de Butters, ele respirou fundo, pronto para dizer algo, mas todas as piadas escrotas de cunho pornográfico se perderam enquanto ele encarava os olhos azuis claros como água de Butters.

Então Tweek entrou e Butters se atrapalhou virando e acabou por cair sentado no colo de Kenny.

— McCormick, esse é o meu ajudante, não o assedie. — Tweek falou largando o que ele trouxera nos braços em cima da cama, ele aproveitou para se esticar, um pouco de pele apareceu por baixo da camiseta verde. — E você, Butters... se divirta no final do expediente, ainda preciso das suas mãos habilidosas e sua bunda sentada bem ali, não no colo do Kenny.

— Leo estava só me aquecendo para você me usar todinho, Twinkie.

Tweek praticamente rosnou, irritado com o apelido, Butters veio em socorro dele, já bem longe do colo de Kenny.

— Não o pressione, Ken. — Butters falou. — Temos apenas mais algumas coisas que seria bom repassar.

— Nunca vi ninguém chamando o Butters de “Leo”, nem o Kenny de “Ken”. — Tweek observou. — Quando vocês começaram a se chamar por esses apelidos? Parecem tão íntimos.

Kenny se aproximou encurralando Tweek contra a beirada da cama.

— Sim, você poderia dizer isso... Twinkie... adoro dar apelidinhos...

O rosto de Tweek ardeu, ele jogou um olhar súplice para Butters.

— Eu gosto de pensar que o Ken é especial para mim, mesmo que ele goste de jogar “Onde está Wally” com todo mundo.

Aquilo foi como um soco na cara de Kenny, mas Butters agiu como se tivesse acabado de falar do tempo, ele puxou Tweek para a escrivaninha e terminou seu café com baunilha.

 

O restante da noite correu tranquilamente, na opinião de Kenny Tweek estava definitivamente se superando muito, e eles estavam tão perto da perfeição que era um pecado entregar tudo a Craig depois...

Butters percebeu um pouco afoito que seu horário estava quase no limite, eles estavam exaustos, Kenny tinha os olhos desfocados e Tweek os cabelos em uma confusão absoluta, Butters se ergueu repentinamente, suas bochechas coradas e os lábios inchados.

— Ah! Preciso ir, amigos! — Se eu não chegar antes das 22:00 meu pai me coloca de castigo e não vou mais poder ajudar você, Tweek!

Os olhos arregalados de Tweek pousaram no relógio do celular, eram 21:20, ele apanhou a blusa verde-escura que estava embolada na cama ao lado do casaco de Kenny.

— Eu vou com você, se precisar falo com seu pai!

Butters sorriu agradecido.

— Não é preciso, você precisa de um bom banho e descanso... acho que hoje você aprendeu muitas coisas não é mesmo, amiguinho? Já tem um monte de... você sabe... para mostrar ao Craig!

O sorriso de Butters era adorável e radiante e as faces de Tweek arderam.

— Eu vou com você, Leo. Preciso ajudar a Karen com um trabalho escolar. — Kenny falou ignorando o frenesi que sentiu ao ver a cena protagonizada pelos dois loiros.

Os outros dois anuíram enquanto Butters jogava seu casaco por cima da blusa celeste, Tweek os conduziu pelas escadas até o andar de baixo e se despediu deles, de pé no lado de fora da porta.

— Obrigado, caras! Eu... não sei o que faria sem vocês...

Butters se aproximou e ficou na ponta dos pés plantando um beijinho na testa de Tweek.

— Sei que você ajudaria qualquer um de nós se precisássemos, Tweek. Fico feliz que você me procurou. — Butters o abraçou e Tweek fechou os olhos aproveitando a sensação de conforto.

— Hey! Eu também ajudei, porra! — Kenny reclamou com um beicinho fingido. — Quando o Craig estiver maravilhado e gozando na sua mão você nem vai lembrar que fui eu quem...

Tweek sorriu e Butters o soltou.

— Nossa, cara! Como você é sentimental! — Tweek riu, mas suas bochechas ficaram escarlates. — Mas de fato, nessa hora não vou lembrar nem do meu nome, mas estarei em eterna dívida com vocês dois.

Tweek abriu a porta e os amigos saíram, ele acenou para os dois, Butters sorrindo imensamente, e Kenny mandando beijos irritantes.

Um ruído pareceu vir do lado da cerca, e pareceu rapidamente que Tweek vira uma sombra perto de um abeto, ele apertou os olhos e pensou nos gnomos das cuecas, mas balançou a cabeça ignorando a ideia, Butters e Kenny já haviam virado a esquina e estavam longe de serem vistos, Tweek fechou a porta e na penumbra atrás do abeto, uma sombra suspirou aliviada.

 

Kenny caminhou com as mãos nos bolsos da jaqueta laranja, ele assoprou o ar formando uma nuvem de ar quente contra o frio da noite.

— O mais difícil depois que saímos da casa do Tweek é dormir... sinceramente eu fico muito agitado... e você me atacando daquele jeito na garagem não ajuda em nada.

Butters parou de caminhar e Kenny nem viu quando o loiro se materializou rente ao seu peito, os olhos azuis claros faiscaram quando ele pressionou Kenny em uma árvore, a camada de neve da calçada fez com que os pés de Kenny deslizassem e Butters grudou seus lábios aos dele.

O beijo não fora doce nem meigo, nada de adorável nem suave, era um beijo irritado e selvagem, Kenny estava totalmente surpreso.

— Você está muito aceso, Ken. — Butters sussurrou rente ao ouvido do outro. — Tudo isso por causa das atividades na casa do Tweek? Você ficava sempre assim?

— Mais ou menos... — Kenny gemeu quando Butters mordeu a orelha dele.

— Oh! Acho que eu também fiquei meio mais ou menos...

E dizendo isso Butters esfregou a virilha contra Kenny, o membro já ereto e inegavelmente latejando dentro do tecido.

— Leo... não faça isso...

— Por quê? É tão bom... e eu estou... tão... duro... — Butters falou rente a orelha de Kenny. — Oh! Você também, Ken.

— Porra, Leo...

Butters desceu os lábios e grudou-os aos de Kenny, o capuz laranja caiu quando Kenny apertou as nádegas de Butters por cima da calça jeans, ele usou as mãos para espalmar toda e qualquer superfície, puxando o corpo de Butters para si enquanto sua boca era assaltada pelo loiro que era mais baixo que ele, mas de uma ferocidade e decisão inquestionáveis.

— Sabe, Ken... não é justo você ficar por aí esfregando essa sua libido exagerada na cara de todo mundo... é cruel... — Butters falou em um murmúrio.

Kenny apertou os olhos, Butters ajustou ambas as mãos na cintura de Kenny e continuava fazendo movimentos esfregando as virilhas, Kenny já sentia o pênis doer de tão duro e latente que estava.

— Cru... el? — Kenny conseguiu falar quando uma onda de tesão ameaçava romper-lhe a razão.

— Sim... você deixa qualquer um louco... é injusto... seu jogo de “Onde está Wally”.

Butters esfregou mais rápido, as mãos dele escorregaram por dentro da camiseta e cavavam a carne macia da cintura de Kenny, o outro loiro empurrou os dedos dentro do cós da calça de Butters, e apertou-se mais contra ele, o que foi um erro porque Butters separou os lábios e mordeu o pescoço de Kenny, o cheiro ali era alucinante.

— Leo... você... ahhhh, porra...

Kenny teve os lábios selados pela boca macia de Butters, calor irradiava direto de sua virilha e ele começou mesmo a rebolar revidando os movimentos de Butters, o atrito era enlouquecedor e revigorante, Kenny abriu a boca engolindo um gemido suave e se afastou encarando os olhos desfocados de Butters.

— Você me deixa assim, sabe? — Butters sussurrou rente aos lábios de Kenny e a voz dele foi direto para o pênis. — Tudo sobre você, Ken... ahhh, nossa... é uma provocação...

— Então... nós vamos só foder a seco?

Kenny perguntou e Butters a princípio sorriu, o estômago de Kenny deu um solavanco, é o tipo de sorriso favorito dele, é doce, um pouco infantil, mas é intrépido e parece guardar um segredo.

— Sim, culpa sua.

Para marcar sua palavra, Butters, com toda a agilidade de um atleta e ex-dançarino, roçou o corpo delgado em Kenny de forma delirante, o membro dele estava tão inchado que era incômodo.

— Porra, Leo... eu... isso é foda, cara...

O ritmo de vai-e-vem constante pressionando os pênis juntos em seu frenesi, mas também separados por uma camada espessa e ilegal de tecidos. Kenny subiu as mãos pelas costas nuas de Butters enquanto suas virilhas eram duramente esfregadas, ele deslizou as pontas frias dos dedos pelo peito dele até encontrar os mamilos duros do pequeno loiro, então apertou-os erguendo o rosto para cima, aproveitando-se disso Butters mordeu-lhe a curva do pescoço rente ao ombro.

— Gosto... ah, Ken... gosto tanto do seu cheiro...

Um calor nebuloso estava irradiando da parte inferior do estômago de Kenny, ele sentiu Butters ofegante rente a ele, bufos da respiração dele rastejando na pele pálida, arrepiando os pelos loiro-escuros de Kenny, Butters girou os quadris fazendo Kenny totalmente consciente de que ambos estavam tão na borda que era ridículo, em seguida os lábios macios de Butters beijaram-lhe a mandíbula de Kenny, que apanhou os lábios de Butters entre os dentes apertando-os com uma pressão controlada.

— Ah.... Caralho, Leo... eu quero seu pau na minha boca, porra...

— Oh... ou... tro... ahhhhh, Ken... outro dia... sim...?

Kenny rosnou um segundo antes de sentir uma pontada de prazer enevoando seus pensamentos, ele sentiu que sua vida esvaía dentro de sua roupa íntima, Butters estremeceu em seus braços e gritou sufocado em seu pescoço, um orgasmo obviamente lavando as reações deles.

 

Por um momento eles ficaram em silêncio, nada era ouvido além das batidas dos dois corações, então Kenny riu, ele jogou a cabeça para trás rente á árvore e gargalhou alegremente.

Butters se afastou, um sorriso ingênuo estampado em seus lábios rosados.

— O que é engraçado? — Butters arrumou a mochila nas costas, pequenas gotas de suar escorriam em suas costas e estavam começando e ficar consciente da temperatura da noite.

Kenny se aproximou e espalmou a frente da calça de Butters,

— Tem porra esfriando dentro das minhas cuecas, o que você quer que eu faça? — Ele falou abertamente. — Só me resta rir!

— Bem, é melhor do que jogar “Onde está Wally”.

Butters se afastou acenando, Kenny ficou lá, observando a noite silenciosa, provavelmente todos estavam em casa no calor de seus aquecedores, ele precisava ir para casa e ver o que poderia improvisar para sua irmã comer enquanto ignorava as discussões da mãe e do pai na sala.

Kenny viu quando Butters dobrou a esquina e ia chegar em sua casa, então ele se empurrou da árvore, e chutou a neve a caminho de sua própria residência mal aquecida e mal abastecida, ele olhou para cima encarando o céu.

— Eu sempre soube “Onde está Wally”, nunca foi uma busca.


Notas Finais


Aeeeh!!

Parabéns, vocês atingiram o nível onde o segundo casal começa a rolar! 🎉

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAPÍTULO:

Obigaô, Okem!* ~> Obrigado, Tolkien

"Butters olhou por cima dos ombros, ele cutucou Tweek que voltou seus olhos avelãs encarando Craig, o loiro esquadrinhou em volta do moreno, obviamente procurando algo.
“Ou alguém”. Craig pensou amargamente." ~> Este trecho, será que todos interpretaram certo? Porque é um show de desacertos, aqui nesta cena, Craig acha que Tweek está procurando Kenny, mas na verdade Tweek está em busca de Thomas que parece (para Tweek) ser a nova sombra de Craig.

"(...) no fundo da cena Jimmy conseguira se erguer da cadeira e se apoiava na muleta para sair, Clyde vinha agarrado à Bebe e esbarrou nele, Tolkien, que dava um beijinho em Nichole conseguiu salvar o amigo deficiente de se estabacar no chão." MEU DEUS EU RI MUITO IMAGINANDO ISSO!! Foi aquele tipo de cena desnecessária (talvez) que faz TODO O SENTIDO DO UNIVERSO!!! :D

Craig resolveu aprontar uma coisa neste capítulo, vocês viram o que foi? Se não descobriram, releiam!

Neste capítulo há uma referência a fic que escrevi em collab com Twecker, o título é Chapeuzinho Vermelho Kyle, quem não leu e quer conhecer, tá aqui o link ~> https://spiritfanfics.com/historia/chapeuzinho-vermelho-kyle-6521278

Então, agora é aquela hora que vocês comentam o que estão achando!
Qual será o segredo do Tweek?! Acho que ninguém chegou muito perto de adivinhar... mesmo assim acho divertido se vocês teorizarem algo!

O Style deste capítulo ficou curtinho, é mais como uma prévia para o próximo! Onde eu sei que EU E O STAN VAMOS GOSTAR MUITO!!

Bem, pessoal! Agora comentem, PRECISO DOS COMENTÁRIOS DE VOCÊS, POR FAVOR!!

Mil Bjs,
Vivi


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