História Quimera - Paixão

Não sei qual é o sentimento mais estranho que alguém pode sentir, mas acho que a paixão pode ser um desses. Você está bem consigo mesmo, com seus amigos, tudo é normal na sua vida, então de uma hora para outra uma luz acende e você percebe que o cupido te atacou sem mais nem menos.
É como uma paulada que você recebe na cabeça e começa a ver as coisas de outra forma, principalmente o seu alvo – porque se existe paixão, existe também alguém em questão para se apaixonar. E o alvo… Ahh! O alvo! Esse não tinha defeitos e quando tinha algum, todos eles ficavam invisíveis por causa desse sentimento estúpido.
E o pior da paixão são os primeiros instantes em que você percebe que está com essa “doença”. É uma relação de amor e ódio com esse sentimento infeliz, pois primeiro vem as borboletas e tudo parece mais alegre e “o alvo” é perfeito, os defeitos são irrelevantes e você não quer pensar em outra coisa a não ser no ser amado, mas por outro lado há o medo de não ser correspondido, o receio de ser rejeitado e de sofrer por causa disso. No meu caso, não era apenas um receio, eu tinha certeza. Não havia nada que eu pudesse fazer para mudar a história, eu sabia que não havia espaço para mim no coração do meu “alvo” e eu tinha certeza de que se eu abrisse a boca ou se de algum modo a pessoa amada soubesse o que eu sinto tudo estaria arruinado. Por outro lado eu também tentava ser positivo e tentar imaginar que talvez eu pudesse ser correspondido, mesmo que essa possibilidade fosse remota.
Mas acho que talvez agora seja um pouco tarde demais, eu vi na noite anterior, com meus próprios olhos, minha melhor amiga com o meu amigo mais sincero e tinha certeza de que agora eles estavam juntos e era pra valer.
Mesmo que meus sentimentos fossem sinceros, naquele momento eu não podia fazer mais nada e tinha que aceitar a atual situação e tentar seguir em frente. Eu não sabia como, mas teria que descobrir um jeito.
E foi com esses pensamentos que comecei mais um dia em Comté De Bounevialle. O jeito era tentar me concentrar nos estudos para não pensar em mais nada e evitar sofrer ainda mais.