Pov Sef
Depois de um longo dia de trabalho, tudo o que eu quero é me jogar na cama e fingir que não vou acordar cedo amanhã.
Como tudo na minha vida, as coisas não ocorreram bem assim...
--Baby?--digo surpresa ao ve-lo assim que abro a porta do quarto.
--Oi Sef--diz ele vindo até mim.
Hades segura minha mão e a leva aos lábios mornos.
--O que faz aqui? É perigoso, minha mãe pode...
--Não se preocupa com isso, eu dei um jeito de mante-la ocupada--diz ele calmo até demais.
--Hades...O que você fez com a mamãe?
--Nada.
Olho pra ele e apenas ergo uma sobrancelha.
--Ta bom, Caronte ta tendo uma conversa com ela.
--Sobre?--pergunto desconfiada.
--Sobre um possível barco que apareceu magicamente no jardim da casa de vocês.--diz como quem não quer nada.
Ele não fez isso...
Olho pra ele e meu marido ainda tem a cara de pau de me dar um sorriso.
Pela santa margarida, ele fez.
--Ela te mataria se pudesse.
--Eu sei, mas ela não pode--diz ele--Era o único jeito de poder vir.
--Ta tudo bem?
--Estava com saudade e queria te dar as notícias da visão da Hécate--diz abraçando minha cintura.
Será que agora é um mau momento pra dizer que estou exausta?
--O que foi, Sef?--pergunta preocupado--Aconteceu alguma coisa?
--Não, eu só estou muito cansada de hoje--explico--Foi um dia cheio.
--Então faça o seguinte, tome um banho...Você ja comeu?
Faço que sim.
--Ótimo, tome um banho e descanse um pouco, que eu faço uma massagem nos seus pés.
--Mas assim eu vou acabar dormindo--digo.
--Não tem problema.
--Mas você teve tanto trabalho vindo e...
--Sef--diz segurando eu queixo--Se você precisa descansar, então você vai descansar. Não importa o resto. Outro dia falamos de problemas, agora vai logo pegar sua toalha enquanto eu procuro aquele creme estranho que você gosta.
Tudo o que eu consigo pensar é: Tirem o olho, meu povo, que o boy é meu!
Dou um beijinho no seu rosto e faço o que ele diz, tomo um bom banho e meu pijama aparece magicamente no balcão do banheiro. Pelo menos não é um barco.
(Coitada da mamãe!)
--Hades, qual a probabilidade de você fazer massagem nos meus ombros também?--pergunto sorrindo assim que saio do banheiro.
Ele da uma risadinha e bate fraquinho no colchão pra eu sentar perto dele.
--Bem grande, considerando seu cansaço--responde.
--E as pessoas pensam que você é um marido ruim...--penso em voz alta e me sento do seu lado.
Meu baby lindo pega meu pé com cuidado e o coloca sobre seu joelho.
--Como foi seu dia?--pergunto enquanto ele movimenta aquelas mãos maravilhosas nos meus dedinhos.
--Foi normal, nada muito elaborado.
--E seus colegas de quarto?--pergunto fechando os olhos com a sensação.
--São malucos mas dá pra aturar.
--E Apolo?--pergunto como quem não quer nada e automaticamente Hades me da um sorriso.
--Eu sei o que você esta fazendo--acusa.
--Mas eu não to fazendo nada...
--Ta sim, Sef--diz ele cuidando do meu calcanhar--Você perguntava da Maria com esse mesmo tom.
--É diferente, baby.
--Eu sei e que bom que você enxerga isso. Eu não tive nada com Apolo.
--Você beijou ele.
--E ele partiu pra outra, não importa, Sef. Não foi nada.
--Tudo bem...
--Não fica com ciúme.
--Eu não estou.
--Sei...
--É sério, baby. Eu confio em você.
--Então por que perguntou?
--Porque eu fico receosa que vocês se esganem e o universo fique maluco sem vocês dois.
Hades faz cara de quem não acredita mas não diz nada, segue com aquelas mãos incríveis e relaxo conforme ele me toca.
--O que foi que te deixou tão cansada?--pergunta fazendo sinal pra eu ir pro meio da cama.
--A mamãe me fez fazer todas as entregas do dia e ainda cuidar do estoque de sementes--digo exausta só de lembrar.
Hades se posiciona atras de mim e suspiro quando sinto suas mãos nos meus ombros.
--Eu a trouxe pra te fazer companhia, não pra explorar minha mulher--resmunga.
--Ela não ta me explorando...
--Sei...
--Hades?--o chamo ja fechando os olhos.
--Diga.
--O que vai acontecer com a gente?
Meu marido respira fundo e sinto suas mãos mais tensas nos meu ombros.
--Eu não sei, Sef--admite ele--Mas eu garanto que vou te manter em segurança.
--E quem vai te manter seguro?--pergunto pra ele.
--Eu mesmo.
Olho pra ele e me viro devagar, me encontro sentada na sua frente e simplesmente não me aguento e seguro seu rosto nas mãos.
--Se você deixar...
--Sef, a última coisa que eu quero é te manter em perigo.
--Mas eu também não quero te ver nessa situação.
--Eu sou o senhor do submundo--aponta.
--E eu sou sua senhora--rebato--Baby, é só me deixar te proteger. Um cuida do outro.
Hades segura minha cintura com uma mão e coloca meu cabelo atras da orelha com a outra.
--Não devia ser tão valente.
--E você queria o quê? Uma esposa que te chama de senhor e que obedece todas as suas órdens?--brinco fazendo carinho na sua bochecha.
--Se eu quisesse isso, jamais toparia seu plano maluco--responde me fazendo sorrir.
Me inclino e me aconchego no seu peito, de alguma forma estamos meio deitados e fecho os olhos quando o sinto beijar minha testa.
--Vai, deixa?--peço segurando sua mão.
--Sef, eu tenho medo que...
--Eu sei lutar, Hades--aponto olhando pra cima--E é injusto que você tome todas as decisões sobre algo que vai acontecer comigo. Deixa eu te ajudar? Pra valer agora.
Meu marido suspira, eu conheço esse olhar, convivo com seus olhos negros a eras, sei que está pesando tudo.
--Uma mão lava a outra--diz baixinho--Você vai ter que me permitir cuidar de você também--diz e sorrio fazendo que sim.
--Ótimo!--comemoro--Agora, vamos fazer isso oficial...
Hades me olha confuso e cuspo na minha mão como eu via nos filmes, estendendo minha palma pra ele em seguida.
--Mas o quê?...
--Deixa de ser fresco--ralho--É só um pouco de saliva. Vai logo que eu não tenho a noite toda.
Hades revira os olhos e imita meu gesto, apertamos as mãos e bem...Meu marido é meio fresco mesmo, não demorou muito pra ele se levantar e ir lavar as mãos no banheiro.
--Seu fraco...--brinco indo até ele e imitando seu gesto.
--Você que parece um moleque.
--Posso fazer o quê? A culpa não é minha se minha juventude te encomoda--implico sorrindo.
--Juventude? Sef, você tem eras de...
--Calado, velhote!--o interrompo cobrindo sua boca com a minha mão.
Rio quando ele revira os olhos e sinto sua boca me dar mordidinhas na palma da mão.
--Você não tem jeito, sabia?--brinco tirando a mãos da sua boca e ele beija minha palma.
--Sabe, tinha outro jeito de fecharmos nosso acordo...--diz como quem não quer nada
--É? E qual?
Ele sorri feito um moleque e quando dou por mim, ele me carrega e me encontro em cima do balcão da pia do banheiro.
--Hades!
Ele ri e me dou conta que estamos na mesma altura.
--Também envolve saliva já que você faz questão--brinca.
--Você não presta, seu maluco.
Ele gargalha e dou uma mordidinha no seu queixo.
--Vai me deixar esperando ou vai me beijar logo?--pergunto com um sorriso malicioso.
--É pra já minha senhora.
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