1. Spirit Fanfics >
  2. Raízes >
  3. Como lidar?

História Raízes - Como lidar?


Escrita por: Hannah_Sea

Notas do Autor


Olar, meus amores! Estão bem?

Peço licença pra me alongar um pouquinho mais aqui nas notas pra falar algumas coisinhas:

1- Eu queria ter postado ontem pq foi MEU ANIVERSÁRIO!!! E eu amo aniversário! Hahaha. Mas aí fiquei muito entretida com as coisas do níver e não deu tempo, então estou postando hoje mesmo. ;)
2- A fic está caminhando pro fim... O que é triste porque eu estou apegada à história e às leitoras lindas que tive o prazer de conhecer aqui, mas é feliz porque é o fim de um ciclo maravilhoso do qual só levarei boas lembranças. Além disso, uma pausa nas postagens vai possibilitar eu me dedicar a outras coisas também (que envolvem novas fics). Faltam só mais dois capítulos depois desse de hoje, então já vão preparando os coraçõezinhos!
3- Eu amo conversar com as leitoras e com outras autoras aqui no site. E às vezes dessas conversas saem ótimas reflexões e até umas inspirações! No cap de hoje tem dois trechinhos que surgiram após conversas com duas lindas que são @Pri_Poranga e @Madison_Mermaid . Então desde já agradeço às duas pelos ótimos papos e pelas ideias que eventualmente saem deles.

Mas chega de blá blá blá, né? Vamos ao cap. Espero que gostem! :)

Capítulo 23 - Como lidar?


A descida automática e cadenciada pelos degraus de mármore se deu sem que ela percebesse. Dalila ainda sentia um misto de confusão e surpresa após o inesperado rumo da conversa com o cavaleiro de Virgem quando chegou a Touro e percebeu que, provavelmente, levara mais tempo do que imaginava nessa empreitada. Metade dos convidados já haviam partido. Ela olhou atentamente em volta e não encontrou Mu, então partiu para a casa de Áries.

Ao dar os primeiros passos na sala ela ouviu a voz suave vinda da cozinha:

- Dalila?! – chamou o lemuriano, atento à presença do cosmo da companheira.

Ela caminhou até lá, ainda imersa em seus pensamentos, deparando-se com o dono da casa arrumando algumas louças no armário ao lado da pia.

- Mu... – ela respondeu ao chamado, ainda aérea.

- Aconteceu alguma coisa? – Ele a fitou, preocupado, colocando os últimos pratos numa pilha e fechando o armário a seguir. – Você parece abalada com algo.

A lemuriana deu alguns passos até ele, um pouco decepcionada por sua falta de capacidade de esconder as coisas e ainda imersa em seus pensamentos sobre os eventos recentes.

- Mu, você sabe a cor dos olhos de Shaka de Virgem? – perguntou, na intenção de conferir se ele também já havia os visto.

- Por que está me perguntando isso? – ele rebateu, aproximando os pontos circulares em sua testa, sem entender. Continuou a mirar o olhar confuso da companheira, inquietando-se com a falta de resposta dela. – Dalila, está tudo bem? Você desapareceu do churrasco sem dar notícias e agora chega aqui com essa cara e essa pergunta estranha. Onde você estava? O que aconteceu para te deixar assim?

Num impulso ela o abraçou. E embora um pouco surpreso com essa reação, Mu a acolheu em seus braços, fazendo um carinho nos cabelos rosados da companheira com as pontas dos dedos.

- Eu fiquei preocupado com você – o lemuriano assumiu.

- Eu... eu... Não pretendia me alongar. Desculpe-me por ter te causado essa inquetação.

Ele continuou acariciando a cabeça dela e abraçando-a carinhosamente sem compreender exatamente o que se passava, até que sua mente por fim ligou os pontos.

- Espera um pouco – falou, afastando-se um pouco para poder mirá-la nos olhos, enquanto enumerava as evidências: – Você veio lá de cima; a hora que saiu do churrasco, acredito que apenas uma pessoa já havia partido; e agora me faz essa pergunta... Você estava na sexta casa! – concluiu, abismado.

- Eu estava – ela assumiu, envergonhada.

Contrariando as expectativas, Mu deu um sorriso divertido.

- Por que está rindo? – Dalila perguntou, confusa com aquela reação. Esperava uma repreensão por parte do lemuriano.

- Confesso que achei ousado você ir tirar satisfação com Shaka de Virgem – reconheceu, erguendo os pontos circulares em sua testa.

- Ah, não foi exatamente tirar satisfação... Na verdade... Na verdade foi bem diferente do que eu imaginei.

- Ele foi indelicado com você? – perguntou, preocupado. – Shaka é um homem muito reservado e pode ser uma pessoa difícil nos primeiros contatos.

- Não! – ela respondeu enfaticamente. Em seguida pensou um pouco. – Na maior parte do tempo não. – retificou, lembrando-se do início da conversa.

- Você quer falar sobre isso? – ele propôs, com uma feição serena ao observar a confusão mental da lemuriana.

- Acho que agora não. Quero só pensar um pouco no assunto. Podemos falar sobre isso depois?

Era muita informação para a cabeça de Dalila o fato de o cavaleiro de Virgem ter incentivado o relacionamento entre ela e Mu pensando no bem do lemuriano. Somado a isso, toda aquela interação singular do indiano com ela ainda precisava de um tempo para ser digerida.

- Tudo bem – Mu respondeu, notando a inquietação da companheira. Achou melhor deixar para depois essa conversa para não pressioná-la. Ele colocou alguns fios do cabelo curto dela atrás da orelha, num gesto carinhoso. – Mas só respondendo sua pergunta: são azuis. Os olhos de Shaka são azuis.

- São mesmo! – ela confirmou automaticamente, um tanto admirada.

- Espera, ele abriu os olhos pra você? – questionou, surpreso.

Dalila se envergonhou, sem saber se essa informação era muito relevante ou se tinha algum significado.

- Sim... – confirmou, reticente. Em seguida acrescentou: – São olhos muito misteriosos, como os seus.

O cavaleiro inclinou a cabeça, confuso com aquela revelação.

- Meus olhos são misteriosos? – perguntou, dando um lindo sorriso.

Dalila sorriu de volta, contagiada pela feição tão graciosa do companheiro.

- Na verdade eles já foram bem mais, acho que hoje já consigo decifrar muitos dos enigmas desse profundo olhar verde escuro... – constatou, fitando as lindas íris esverdeadas.

- E o que ele te diz agora? – questionou, com a voz mais baixa e aproximando-se dela.

- Que você deseja imensamente sentir a minha boca na sua.

- Essa foi fácil – ele sussurrou, já próximo aos lábios dela. Então aproveitou-se da privacidade da cozinha para satisfazer ao desejo recém expresso na fala da companheira.

Por um instante Dalila se esqueceu de todas as dúvidas e incertezas que antes assolavam sua mente, entregando-se à sensação suave e molhada daquele beijo lento. Embrenhou os dedos pelos fios lisos e aveludados da nuca do cavaleiro, que a segurou pela cintura, tocando as mãos hábeis e macias nessa parte exposta do corpo dela devido ao cropped que usava. Logo, ele escorregou uma mão para as costas dela e começou a subir e descer gentilmente os dedos acompanhando o vale formado bem na linha da coluna, causando-lhe um arrepio gostoso.

O fato de estarem a sós pela primeira vez desde que retornaram ao Santuário não passou despercebido de ambos. Suas línguas passaram a se procurar com mais urgência. Dalila desceu as mãos pelos braços de Mu, arranhando de leve seus tríceps ao sentir a respiração do lemuriano mais rápida rente a seu rosto.

Num movimento rápido, ele a ergueu pelas coxas, colocando-a sentada sobre a pia e acomodando-se entre as pernas dela. Dalila sentiu seu coração se acelerar, em parte pelo pequeno susto que levou com aquele gesto atrevido e em parte pelo desejo crescente que sentia pelo homem à sua frente.

A saia dela acabou subindo e a fenda que terminava em sua coxa foi parar no quadril. Abertura essa pela qual o cavaleiro astutamente foi subindo a mão, lentamente, enquanto mantinham a intensidade do beijo.

Dalila aproveitou a posição para cruzar as pernas atrás dele, puxando seu quadril mais pra perto e sentindo o almejado volume crescendo dentro das calças do cavaleiro roçar-lhe a intimidade por cima da roupa. Um gemido baixo escapou da sua boca quando ele liberou seus lábios para descer os beijos pela lateral do rosto, chegando até o pescoço.

- Mu... Não podemos... Fazer isso aqui – A razão se expressava na fala, enquanto seu corpo clamava pelo contrário, esfregando-se cada vez mais ao corpo dele e puxando levemente seus cabelos ao senti-lo descer os beijos até sua clavícula.

- Realmente não podemos – ele sussurrou rente à pele dela, deslizando a mão pela fenda da saia e puxando atrevidamente a lateral da calcinha, no intuito de tirá-la.

Foi quando vozes foram ouvidas na sala. Provavelmente eram pessoas saindo do churrasco e atravessando, naturalmente, a casa de Áries.

Ainda mais rápido do que chegou àquela posição, Dalila viu-se novamente no chão em frente a Mu, sem entender exatamente como aquilo ocorrera. Os dois se fitavam, ofegantes, quando ele deu um sorriso acanhado, mas sugestivo, ajeitando os cabelos que Dalila bagunçara segundos antes.

- Essa droga de Santuário conservador! – ela reclamou, arrumando a própria roupa ao constatar que seria realmente impossível escapar com ele sem serem vistos naquele dia com tamanho movimento. Respirou fundo. – É melhor eu ir, então, antes que um certo cavaleiro me seduza mais uma vez – concluiu, dando um sorriso malicioso a ele.

A lemuriana olhou para a porta certificando-se de que ninguém os via antes de dar mais um beijo molhado de despedida nele. Quando se afastaram e ela já estava de saída, foi chamada novamente pelo cavaleiro.

- Minha azaleia...

Ela se virou, aguardando a continuação

- Não quer deixar uma lembrancinha para eu pensar em você à noite? – perguntou, com um olhar insinuante.

Dalila fitou-o sem entender. Então começou a sentir algo se mover dentro da roupa e percebeu sua calcinha escorregando por suas pernas. Ele estava usando a telecinese! Ela sorriu, um tanto surpresa com aquele ato provocativo. Então levantou um pé de cada vez para que a peça saísse por completo de seu corpo e pairasse no ar até chegar à mão do cavaleiro, que a levou até o rosto sentindo seu perfume sem tirar os olhos dela.

- Uhn, parece que alguém aqui estava gostando... – comentou, passando um dedo na umidade da peça e levando à boca.

Dalila sentiu todos os pelos de seu corpo se arrepiarem.

- Mu de Áries, se continuar me provocando desse jeito eu vou te arrastar para o quarto na frente de meio Santuário e vou acabar com essa sua fama de cavaleiro mais discreto e sereno – ameaçou, apontando para ele.

Ele riu.

- Tudo bem, já tenho o que eu preciso, prometo me comportar agora.

Dalila riu e lançou um beijo à distância para ele antes de sair da cozinha. Estava adorando essa versão desinibida de Mu agora que estavam mais íntimos.

O – o – o – o – O – o – o – o – O

Era tarde da noite e Dalila se revirava na cama de solteiro que parecia absurdamente pequena naquele momento. Não pelo tamanho em si, mas pela falta de algo fundamental que lhe acompanhara nas últimas noites: a presença de Mu a seu lado.

Os dias em Jamiel foram poucos, mas tão intensos, que era difícil imaginar agora voltar à vida como era antes, separando-se de seu amado ao final de todas as tardes. Eles criaram um laço tão forte de afeto, de desejo, de ancestralidade... Era algo que transcendia o entendimento, não podia ser descrito, apenas sentido.

A lua, que brilhava cheia e soberana lá fora, entrava por uma fresta na cortina do pequeno quarto formando um fio de luz, sendo o suficiente para tornar todo o cômodo visível aos olhos já acostumados com a escuridão. Observando aquela claridade, Dalila lembrou-se das palavras do homem iluminado.

“Seja a família que Mu nunca teve e sempre almejou”, ele disse. Mas como ela faria isso se havia essa regra implícita de não relacionamento no Santuário? Anteriormente ela já havida dormido na casa de Áries em algumas ocasiões, mas sabia que esse fato começaria a chamar a atenção caso se repetisse muitas vezes. E não queria que logo Mu, um cavaleiro tão discreto e respeitado, fosse mal visto por conta disso. Os outros jamais entenderiam a profundidade do sentimento que os unia. Certamente pensariam que ele estava querendo se aproveitar de sua nova aprendiza.

Dalila virou-se olhando o teto e respirou fundo tentando organizar as ideias, mas não conseguia chegar a conclusão alguma. Só tinha saudades em seu coração. Via tão nitidamente como se estivesse diante de si aquele belo rosto de traços suaves, o sorriso tímido e os brilhantes olhos verdes escuros que a fitavam com tanta expressividade. Os dois pontos circulares em sua testa, além de serem um charme, eram o sinal da raça lemuriana a que ambos pertenciam.

Tão inteligente, tão sereno, tão irresistivelmente lindo e sexy. Lembrou-se do episódio daquela tarde, ao ser colocada em cima da pia sob os beijos lascivos e toques atrevidos do cavaleiro. Ele sabia como enlouquecer uma mulher!

Sem que ela percebesse foi vivenciando mentalmente tais sensações. Recordou-se de todas as vezes que aquelas mãos habilidosas dedilharam seu corpo provocando as mais intensas reações. Ela deslizou os próprios dedos pela barriga por cima da camisola fina imaginando o toque suave do companheiro, sentindo sua respiração se agitar um pouco.

- Ah, Mu, olha o que você faz comigo! – exclamou para si mesma, passando a outra mão na testa e afastando os cabelos.

Ponderou um instante se ia mesmo fazer aquilo. Mas sua mente logo foi seguindo um rumo sem volta repleto de imagens dos luxuriosos beijos que trocaram em Jamiel, do indefectível corpo nu do companheiro colado ao seu, daquele toque que a fazia perder a razão.

Mesma razão essa que se esvaiu naquele momento, levando-a a mover os dedos em sincronia puxando lentamente a barra da camisola, para em seguida descer a mão pelo ventre e alcançar a própria intimidade úmida por dentro da calcinha. Um suspiro involuntário escapou-lhe a boca com esse primeiro toque. E então lembrou-se das palavras de Mu mais cedo, pedindo uma “lembrancinha” para pensar nela à noite ao ficar com sua peça íntima.

- Espero que esteja fazendo a mesma coisa agora, cavaleiro de Áries – sussurrou.

E com a outra mão desceu pelo pescoço, puxando para baixo a alça da vestimenta leve e alcançando o próprio seio, lembrando-se dos beijos lascivos que o companheiro distribuía pacientemente nessa região. O encontro da ponta dos dedos com o mamilo rijo provocou um leve arquejo instintivo em suas costas.

E tomada pelo desejo e pelas lembranças eróticas das noites com o cavaleiro, ela se tocou, contorcendo graciosamente seu corpo e enchendo o quarto de suspiros baixos de uma respiração descompassada, resultado do movimentar jeitoso de suas próprias mãos. E chegou ao clímax em um último gemido dedicado tão somente ao dono de seu coração e de seus pensamentos.

A respiração pesada foi se acalmando aos poucos enquanto ela arrumava a própria roupa, aproveitando a sensação agradável após o prazer. E logo que se recompôs, foi tomada pelo relaxamento do alívio físico, ocupando o lugar dos pensamentos embaraçados de outrora e possibilitando, enfim, um sono tranquilo. 


Notas Finais


Quem nunca, né?
Mulheres do meu Brasil, toquem-se! <3
Esse é um assunto até banalizado entre os homens e na maioria das vezes continua sendo um tabu entre as mulheres. Então fica aqui meu singelo propósito de naturalizar esse ato tão lindo quanto importante.

Beijos a todas e todos, até o próximo cap! ;*


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...