História Rapto por amor - Problemas no paraíso

Dois dias depois, Marinette e Adrien decidiram contar às suas famílias sobre o seu namoro. Ambas as famílias ficaram muito contentes, mas, ainda assim, queriam mais, queriam que eles se casassem. Indiretamente, as famílias de Marinette e Adrien, começaram a tentar convencer os dois namorados a casarem-se, mas eles estavam tão concentrados e contentes com o seu namoro, que não lhes davam ouvidos.

Todos os dias, Adrien ia buscar Marinette e iam dar um passeio de barco ao lago, tal como tinham feito no dia em que se declararam um ao outro. Encontravam-se no lindo jardim que existia entre as casas dos dois. No fim, despediam-se com um beijo apaixonado e, às vezes, trocavam presentes lindos, que ambos guardavam com muito carinho. Um dos presentes que Adrien deu a Marinette foi um colar de ouro com um pendente em forma de coração com as iniciais dos dois namorados gravadas. Ela nunca o tirava. Aquele era talvez o presente que Marinette mais estimava, e foi o presente que deu início aos problemas.

Um dia, estava Marinette a ir para o jardim, quando chocou contra um rapaz ruivo, que parecia ser da idade dela. Como isso não pareceu ser muito importante, Marinette continuou a andar. Mas, quando estava mesmo quase a chegar lá, o rapaz ruivo correu para ela e pôs-se à sua frente, impedindo-a de continuar a andar.

- Ahhh…olá! Outra vez… - disse o rapaz.

- Olá. Posso…ham…passar? – disse Marinette, ansiosa por sair dali.

- Sim, sim, claro. Quero dizer, não. Quero dizer, talvez. É que… - disse o rapaz.

Marinette já estava a ficar demasiado impaciente. Ela só queria sair dali! Estava tão perto! Até já conseguia ver o Adrien! Seria assim tão difícil para aquele rapaz dar um passo para o lado?

- Ahhhh…Desculpa, mas eu vou passar. – disse Marinette, impaciente.

- Espera, não! – gritou o rapaz, aflito.

Tarde de mais. Marinette deu um passo para a frente, mas antes que ela conseguisse sair dali, o rapaz estendeu a perna, para ela tropeçar, e ela acabou por cair. Mas, antes que ela caísse no chão, o rapaz agarrou na Marinette e disse:

- Eu disse que não te devias ir embora.

Marinette estava muito confusa. Num momento estava a tentar sair de ao pé daquele rapaz e no outro ele estava abraçado a ela. Mas quem era aquele rapaz? E porque é que ele a estava a tratar daquela maneira se nem sequer o conhecia?

O rapaz estava a olhar intensamente para ela com os seus olhos azuis brilhantes. Eram lindos... Esperem, no que estava ela a pensar? Ela amava Adrien e apenas o Adrien. Marinette empurrou-o e pôs a sua melhor cara zangada. Afinal, quem pensava ele que era?

- Desculpa, mas quem és tu?

- Eu chamo-me Nathanael. – disse o rapaz, fazendo uma vénia. – E qual é o nome da mais bonita garota do mundo?

- Ahhh…eu chamo-me Marinette. Agora, posso passar?

- Claro que sim. Espero poder vê-la em breve, Marinette.

Marinette nem respondeu. Saiu dali a andar muito depressa, mal podendo esperar para se encontrar com Adrien. Mas, quando estava mesmo quase a chegar ao Adrien, tão perto que ela o conseguia ver a acenar-lhe, Nathanael voltou a atacar.

- Desculpe, menina Marinette, mas acho que tenho algo que lhe pertence.

Agora Marinette estava mesmo zangada. O que é que aquele Nathanael queria?

- O que é? – disse Marinette, quase a gritar.

- Bem, tenha calma. – disse o rapaz, rindo-se. Mas Marinette não estava a achar piada nenhuma. – Da primeira vez que nos encontrámos, quando a menina chocou contra mim, deve ter deixado cair este colar.

Nathanael mostrou-lhe o colar. Era um colar dourado com um pendente em forma de coração e as letras “M” e “A” gravadas nele.

Marinette levou as mãos ao pescoço, e reparou que era verdade, ela não tinha o seu colar. A coisa mais preciosa que tinha. A coisa que simbolizava o seu amor e de Adrien.

Marinette estendeu a sua mão e Nathanael colocou-lhe suavemente o colar na sua mão. De seguida, agarrou na sua mão e sussurrou-lhe ao ouvido:

- As letras gravadas no colar estão erradas. Deviam ser “M” e “N”.

Nathanael piscou-lhe o olho, largou-lhe a mão e afastou-se, com um ar convencido. Entretanto, Marinette estava parada no meio do jardim, espantada com que tinha acontecido, enquanto Adrien olhava para ela, uns metros mais à frente, também ele espantado.

Marinette decidiu tentar esquecer aquilo tudo e continuou o seu caminho para ao pé do seu amado Adrien. Quando chegou, Adrien não a abraçou ou beijou, como era costume. Olhou para ela com um olhar zangado, triste, mas principalmente desapontado. Ele tinha visto tudo o que tinha acontecido com Nathanael. Marinette tentou dizer alguma coisa, mas antes que conseguisse dizer algo, Adrien parou-a e disse:

- Estamos atrasados para o nosso passeio.

Eles passaram o passeio todo calados, sem olhar um para o outro. Marinette tentou várias vezes contar ao Adrien o que tinha acontecido, mas, de todas as vezes, a voz não lhe saiu da garganta.

Quando o passeio acabou, voltaram ao jardim onde se tinham encontrado mais cedo, e ficaram a olhar um para o outro em silêncio. Marinette percebeu que estava na altura de explicar ao seu namorado o que tinha acontecido. Contou-lhe tudo. Como se tinha sentido, o que tinha, o que Nathanael tinha dito, sem deixar que Adrien a interrompesse. Depois, ficaram mais um pouco a olhar um para o outro, até que Adrien lhe sorriu e, suspirando, disse-lhe:

- Marinette, eu acredito em ti. Mesmo que não quisesse, tinha que acreditar. Eu amo-te, nunca te esqueças disso. Além disso, lembra-te que eu vi tudo. E pareceu-me que passaste aquela…conversa toda com um ar bastante zangado.

Marinette não podia estar mais aliviada. Ela só conseguia pensar no quão bom era o seu namorado e quanta sorte tivera ao encontra-lo. Ela amava-o tanto, não iria conseguir suportar que ele ficasse zangado com ela.

- Eu só quero que saibas que também te amo. Amo-te mesmo muito! Eu nunca quis nada com aquele Nathanael. Eu nunca te trairia! – disse Marinette, com lágrimas nos olhos.

- Eu sei, Mari, eu sei… - disse Adrien enquanto a abraçava.

Ficaram os dois abraçados durante mais algum tempo e, quando se separaram, foram para casa de mãos dadas e a sorrir, o seu amor mais forte do que nunca.

Mas não repararam no rapaz ruivo que os observava, cheio de ciúmes. Um rapaz ruivo que nunca mais os ia parar de perseguir.