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História Raro Amor - Jaeyong - Pessêgos e Rosas


Escrita por: DamDia

Notas do Autor


Olá, Pessoas!
Estou de volta e muito obrigado para quem favoritou e espero que vocês continuem gostando!
Não quero me estender muito, então... Boa leitura!

Ps: Personagens novos vindo aí!

Capítulo 2 - Pessêgos e Rosas


Fanfic / Fanfiction Raro Amor - Jaeyong - Pessêgos e Rosas

"O tempo não comprou passagem de volta. Tenho lembranças e não saudades."  - Mário Lago.

 

Atualmente. Vinte e quatro de dezembro.

Abro a janela do quarto sorrindo, arrependendo-me logo em seguida ao sentir o vento gelado entrar. Minha agitação por ser dia de natal, foi totalmente congelada pelo vento que havia entrado.

— Sehun, já está na hora de acordar!. – Esbravejo vendo ele me ignorar.

Sento na minha cama que fica de frente para a sua.

— Não adianta me ignorar, a culpa é sua por ter voltado para casa tão tarde, então é melhor já ir acordando. —   Falei jogando um travesseiro em sua direção. —  Não sei como você conseguiu entrar, a neve ontem cobriu pelo menos um terço da porta. 

E novamente ele pareceu me ignorar completamente, apenas virou de lado se cobrindo.

— Última vez que tento. E só para avisar, já é meio dia. Ainda temos inúmeros preparativos para o jantar de hoje.

Como um milagre, pela primeira vez ele pareceu me ouvir. Meio sonolento, vejo ele se espreguiçar enquanto começa a trocar de roupa.

 Envergonhado, eu viro meu rosto para o outro lado dando de cara com uma Yoona furiosa encarando Sehun. 

"Agora entendi" Pensei. Pergunto-me como ela entrou no quarto sem eu perceber.

— Sério, Sehun? — Questiona Yoona com os braços apoiados na cintura. — Eu e mamãe estamos começando a enlouquecer lá embaixo na cozinha. 

Olho para o chão com um leve sorriso de lado, torcendo para Sehun não ver.

— Jaehyun acordou super cedo, já terminou de montar boa parte da decoração. Temos poucas horas até o jantar. Espero que você comece logo a colocar todos os pisca-pisca ao redor dessa casa. — Com passos pesados ela vai em direção até a porta, mas antes acaba virando em minha direção. — E você, para de rir!

 Yoona volta andar em direção a cozinha me deixando ali sozinho com um Sehun que agora resmunga sobre algo.

— Você deveria ter me acordado! — Fala Sehun terminando de se trocar.

— Sério!? — Indago sem paciência. 

Apenas me levantei, não queria ter que ficar discutindo com ele. Afinal  era natal, e o que eu não queria é perder meu tempo com coisas ruins.

Desci as escadas chamando atenção da minha mãe, que pareceu surpresa por eu ainda estar ali. Havia dito mais cedo que iria na casa de Kai, levar o presente dele e o da Jennie. 

Com o jantar desta noite, seria bom entregar os presentes e ver eles.

— A Jennie ligou filho. — Falou minha mãe me dando um biscoito de gengibre quebrado. — Você vai sair mesmo?

— Vou sim, vou passar na casa do Kai. — Respondo comendo mais um dos biscoitos que estavam em cima da mesa.

Yoona, muito perspicaz, logo tira o prato de perto de mim.

— Jaehyun eu avisei a você… — Minha mãe começa a falar. — ...que hoje iremos receber um dos clientes do meu escritório. Ele é um grande amigo meu, então é bom você voltar cedo.

Desde o divórcio, o tal cliente era uma das poucas pessoas que continuaram a pedir os serviços da minha mãe. Depois da separação, meu pai levou quase todos os clientes do escritório de advocacia, que antes era dos dois. 

— Não se preocupe, mãe. Não perderei nunca a chance de conhecer esse seu "grande amigo". — Digo piscando para ela. 

Yoona rir deixando nossa mãe levemente constrangida.

— Jae, vê se consegue passar na confeitaria, encomendei um bolo. 

— Pode deixar! — Respondo para Yoona já indo até a porta para sair de casa.

Já conseguia pensar na dificuldade que seria chegar na casa de Kai, que apesar de perto, teria neve em todo canto para dificultar.

Peguei a jaqueta preta e a bota para a neve da mesma cor, ambos estavam no armário embaixo da escada. 

Com uma mão colocando a bota e a outra no celular tentei mandar uma mensagem legível para Kai. 

Tentei escrever “Kai já estou a caminho de sua casa, espero que você e Jennie já estejam pronto”. Porém, acabou que eu enviei “Kai já estou faminto de sua casa, espero que você e a Jennie já estejam no ponto”. Balancei a cabeça em reprovação, precisava sair de casa antes que a neve voltasse a cair.

 

 

Ponto de vista - Kai

Parecia que eu estava hipnotizado, a bola de basquete girava no meu dedo indicador e eu só conseguia pensar nisso. Sem pensamentos, apenas uma bola girando. 

No entanto toda essa calma se foi. A bola que antes girava, agora estava quicando no chão na mesma intensidade que os passos pesados de Jennie. 

— Nossa que impaciência. – Comentei mantendo a atenção nos passos pesados de Jennie.

— Vinte e um minutos... Jaehyun já devia ter chegado. – Falou ela, enfim parando de andar. 

Encarei-lhe sorrindo mentalmente, algumas algumas coisas se mantinham as mesmas. Pensei isso ao ver ela contrair a testa pensativa.

— Se acalma! — Falei deitando por fim na cama. — É por isso que as suas rugas estão mais visíveis. 

Um, dois, três e... Por incrível que pareça Jennie não retrucou, nem deu mais um de seus discursos sobre como meu humor é " ...tão sem graça quanto um palmito fazendo piada". Ou ainda, como eu tinha sorte de ter sua amizade.

— Pensei que você ia começar a me xingar. – Confessei olhando para o teto.

Seus passos ficaram mais alto até ela parar na lateral da cama sentando do meu lado.

— Pode ter certeza que na minha mente já xinguei você de tudo que é nome e entidade.

Segurei o riso e ela pareceu fazer o mesmo. Nos olhamos e parecia, numa fração de segundos, que...

— Sério?! – Esbravejou Jaehyun entrando no quarto com uma expressão de indignação. — Desculpa gente, mas a neve está horrível e para piorar... acabei esquecendo o presente de vocês.

Jennie pareceu tão assustada quanto eu com a entrada de Jaehyun, porém logo tratou de se recompor enquanto ia abraçar o recém-chegado.

E naquele momento eu estava tão feliz em vê-lo quanto eu estaria se ele não tivesse chegado agora. 

— Não se preocupe depois você entrega. — Falei levantando da cama.

— Kai, eu te disse para estar pronto. — A voz de Jaehyun havia soado mais indignada do que antes.

— Calma, eu só vou colocar um casaco e podemos sair. – Falei levantando da cama.

Os olhos indignado de ambos foram até mim.

— Está quase zero graus lá fora. – Disse Jaehyun indo direto para minha janela abrindo a cortina, uma das grandes manias que ele tinha. – Acho que um simples casaco não vai ser suficiente, e você vai passar mais de meia hora para trocar de roupa.

— Quer apostar quanto que isso não leva nem cinco minutos. – Falei indo até o armário.

— Eu sei que natal é feito de milagres, mas nem se sua vida dependesse disso Kai, para calçar um sapato você leva cinco minutos.

Íamos começar uma discussão sem sentido como sempre fazíamos, mas logo a voz de Jennie se fez presente.

— Desisto de vocês! – Esbravejou a garota saindo do quarto enquanto deixava eu e Jaehyun nos olhando confusos. – Vou esperar vocês lá embaixo.

— Que bicho mordeu ela? - Perguntou Jaehyun.

— Jisoo.

E em segundos Jaehyun parecia entender tudo.

Haviam duas coisas que afetam Jennie em cheio, o fato de não fazermos o que ela  manda e o fato de uma pessoa chamada Jisoo existir.

 

Ponto de Vista – Jennie.

Tanta coisa para eu me preocupar, e agora a Jisoo e sua família voltaram a ser uma delas. "Por que eles resolveram voltar para a cidade?" Penso. 

Quando a notícia sobre a mudança deles para Londres se espalhou por todo o bairro, todos da minha família brindamos com o vinho mais caro da adega do meu pai. 

Desci as escadas da casa de Kai, indo sentar no sofá para esperar os dois.

Quatro anos de pura felicidade, e essa preocupação volta. E o fato de Jisoo e sua família terem voltado, traz consequentemente, a competição infantil entre minha família e a deles de volta. E infantil é só um jeito de falar. Vai ser um dejavú totalmente desagradável.

Pensei que tudo isso tinha ficado na época do colégio e como queria que tivesse ficado.

Juro que me arrependo de ter decidido não me casar, agora só restou eu de filha para lidar com os negócios da família, a mobiliária e todos os seus problemas. 

Eu devia ter feito igual a Lena e casado com um homem mais rico que a nossa família, ou ter feito igual a Luna e me mudado para os estados unidos dizendo que conseguiu um emprego na casa branca. Ou melhor, ter feito como Sarang e ficar fingindo de burra pelo resto da minha vida.

Ia começar a voltar meus xingamentos para Jisoo, quando a porta da casa de Kai abriu e o Senhor Kim entrou com um saco de compras.

— Jennie?! – Falou ele me vendo solitária sentada no sofá. – Kai não está em casa?

O rosto dele parecia incrivelmente cansado.

— Está sim. — Levanto-me indo até ele dando um abraço. — estou esperando ele acabar de se arrumar.

Lembro de quando ele ainda ensinava na faculdade, Psiquiatria, a minha matéria favorita. 

— Feliz natal então. – Falou ele com um sorriso no rosto. – Jaehyun está aqui também?

— Está sim. – Respondi voltando a me sentar no sofá.

— Sabia que ele havia passado aqui, me assustei ao ver as cortinas da casa aberta, pois jurava ter fechado.

Sempre achei uma consciência engraçada o fato de Jaehyun se consultar com ele, e isso ter ajudado Kai e Jaehyun se aproximarem tanto no fim do colégio.

— Ele está bem melhor agora. — Digo sobre Jaehyun.

Ele concorda comigo balançando a cabeça.

Isso era verdade, agora Jaehyun estava muito melhor.  E não tinha mais as crises, que aconteciam com a simples menção ao nome de Taeyong. E o melhor ele deixou de se isolar por achar que sua doença nunca passaria.

Com passadas fortes, os dois vinham descendo a escada. 

Sorri, ambos pareciam iguais, usavam apenas roupas preta. O que diferenciava era o fato de Jaehyun usar uma touca de lã sobre os cabelos. 

— Decidiram para onde vamos? – Perguntei ao chegarem perto de mim.

Peachs and Roses, mas antes preciso buscar uma encomenda na confeitaria. — Disse Jaehyun.

— Certo! — Respondi pegando no braço dos dois, para assim irmos até o nosso destino. 

 

Ponto de Vista – Jaehyun.

O caminho até o restaurante parecia mais difícil que nunca. As três quadras pareciam se estender até não puder mais, com a neve bloqueando a passagem, já havia se passado mais de vinte minutos desde que saímos da casa de Kai e fomos na confeitaria.

Tentei entender o que os dois, mais atrás, estavam falando. Porém, me detive a olhar para o chão numa tentativa de evitar uma possível queda. E com o bolo de Yoona nas mãos, o cuidado era redobrado.

Com a visão do Peachs and Roses — o restaurante que mais parecia um bar — eu comecei a aumentar o passo. Só para tentar sair desse frio. 

Chegamos no restaurante já indo em direção a nossa mesa. 

— Isso sim... – Comentou Jennie ao sentir o aquecedor.

Fomos nos desfazendo do sobretudo. A "nossa mesa" como chamamos era o melhor local possível, nos dava uma visão perfeita da porta, mesmo ela estando distante e ficávamos longe das outras mesas.

— Três garrafas de soju, por favor. -  Falou Kai passando o pedido para Juno. Parecíamos três alcoólatras bebendo no meio da tarde, e na véspera de natal.

Em pouco tempo as nossas garrafas iam ficando vazias. Eu já começava a ficar "mais feliz". Enquanto isso, Jennie estava fazendo seu monólogo. Kai e eu apenas concordávamos sem interrompê-la.

— A faculdade está simplesmente insuportável! Por que escolhi fazer medicina? — Disse ela virando mais um copo. —  Quando soube que as férias aconteceriam mais cedo esse ano, me veio uma felicidade gigante. Até a possibilidade de passar mais tempo com meus pais e a Sarang parecia bom. 

Seus olhos começavam a piscar mais pesado.

— Kai, soube que uma das garotas do último ano da faculdade está a afim de você. – Comentou Jennie virando a bebida que restava em seu copo, e eu podia ter jurado sentir uma ponta de ciúmes em seu comentário.

Kai pareceu olhar desconfiado, apostaria a conta da mesa que ele não estava acreditando no que Jennie dizia. Digamos que a auto estima de Kai era tão ruim quanto a Jennie fingindo não se importar com ele.

— Impossível. – Afirmou Kai olhando para a porta em sua frente.

Senti que Jennie ia comentar algo novamente, mas eu acabei falando primeiro que ela.

— Todas as pessoas de alguma forma estão afim de você Kai, só você não quer vê. Se você não fosse meu amigo, eu já tinha te dado uns bons beijos. – Falei sincero e ele pareceu engasgar com o que eu acabara de dizer.

Com isso um silêncio pesado caiu sobre nós para logo começarmos a rir alto.

Mas a risada foi logo interrompida. Como uma cena em câmera lenta, a porta do Peachs and Roses se abria.

Um sapato preto e um salto alto cinza entravam andando em sincronia, levantei devagar meu olhar para cima. O sobretudo marrom dele contrastava perfeitamente com o sobretudo verde dela, as mãos dadas pareciam quase se fundir. 

Levantei mais um pouco o olhar. 

Vi o cabelo escuro dela, o cabelo claro dele. Estreitei mais um pouco o olhar, o rosto de Jisoo se fez presente assim como o dele. Taeyong.

Era realmente Taeyong e Jisoo. Ambos de mão dadas entravam, como se estivessem fazendo algo rotineiro. Por um momento fiquei sem reação.

— Aqueles são... – Falou Kai antes de ser interrompido.

— Jisoo... – Disse Jennie.

— E Taeyong. – Falei.

— O que eles estão fazendo aqui? e juntos? – Questionou Kai. Eu e Jennie apenas demos de ombro.

Minha respiração começou a ficar mais pesada. Quatro anos, quatro longos anos foram o tempo em que vira Taeyong pela última vez. E diferente de antes, não existia Taeyong e Jaehyun, para mim Taeyong passou a ter a mesma importância que um conhecido. 

Pelo menos é o que eu achava até agora.

— Acho melhor irmos. – Disse Jennie se levantando. — E Jaehyun, você ainda tem que arrumar as coisas para o jantar.

Puxei do bolso uma nota qualquer de dinheiro, colocando em cima da mesa. O mesmo foi feito por Kai e Jennie que já colocavam seus sobretudos. Levantei-me pegando o meu casaco e o bolo.

O caminho até a saída do Peachs and Roses pareceu demorar mais do que o caminho da casa do Kai até aqui. 

Para terminar a nossa caminhada até a porta, me permiti dar uma última olhada para Taeyong que para minha surpresa me encarava estupefato. Limitei-me a olhar para ele rapidamente e com todas as minhas forças desviar do seu olhar, como se não o conhecesse.

A volta pareceu incrivelmente mais rápida, me despedi de Kai ao virar na terceira quadra. E de Jennie logo depois, seguindo meu caminho até minha casa.

Taeyong começava a martelar em minha cabeça.

Além dele só conseguia pensar duas coisa. Primeiro, era natal e minha mãe ia me matar por eu estar levemente bêbado e chegando perto da hora do jantar. E segundo, eu precisava contar para o Doutor Kim sobre essa volta repentina. 

Por incrível que pareça, acho que talvez Taeyong não tenha tanta importância para mim... Não como antes.

 


Notas Finais


É isso pessoas, espero voltar com o próximo capítulo o mais breve possível, ainda essa semana.
Seria muito bom saber a opinião de vocês, sintam-se livres para comentar! Irei adorar.
Mais uma vez obrigado :)
E até mais!


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