Uma luz forte é tudo que Mya conseguia ver. Ela era branca, como o Sol em frente ao seus olhos, e isso os queimavam. A dor fez suas mãos automaticamente cobrir suas orbes, seus braços pesavam como chumbo. Tudo em seu corpo doía intensamente.
"Que lugar é esse?"
Era tudo que conseguia pensar.
Ao poucos começou a lembrar dos dias que passou, da casa misteriosa, de Simon, do baile. Como de repente foi parar ali?
A sala foi se tornando visível aos poucos, uma mulher de jaleco ao seu lado parecia chamar seu nome, mas o som estava tão baixo que mal podia escutar.
Viu seu corpo deitado em um tipo de maca, suas próprias mãos a sua frente estavam tão magras que mal as reconheceu.
- Mya? Mya você pode me ouvir? - a moça repetia.
- Onde estou? - sua garganta ardia a cada palavra.
- Está tudo bem agora. Você vai voltar para casa!
Logo atrás da moça a ruiva pode ver outras camas rodeadas por máquinas, assim como a sua. Gradativamente sua visão foi melhorando, e de longe reconheceu o tom loiro do cabelo de Simon.
- Simon! - ela tentou gritar, porém sua voz estava fraca.
O esforço fez sua cabeça girar. A dor foi tão grande que não resistiu, desmaiando logo em seguida.
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- Bom dia a todos. Devem estar confusos e assustados, é compreensivo, mas tudo será explicado.
O homem de terno colocou algumas pastas na enorme mesa daquela sala de reuniões. No dia anterior todos haviam acordado de um pesadelo que mudou para sempre suas vidas. O sequestro que por fim foi descoberto.
O grupo estava muito debilitado fisicamente, pelo que entederam, foram submetidos a um coma e levados mentalmente a casa. Como isso foi feito? Ninguém sabia. Esperavam que aquele homem os explicassem.
- Vocês foram sequestratos pela Minds Destiny. Uma empresa a muito tempo fechada pela segurança mundial e que por sinal ainda trabalhava sob os panos.
- O que fizeram conosco? - Kevin tentava manter a integridade após tudo aquilo. Como sempre, pensava como os outros se sentiam e deveria ser seu pilar.
- A empresa desenvolveu uma máquina capaz de transportar vocês para um lugar fictício, controlado pelos computadores. Onde faziam isso era secreto até o último sequestro. - o homem fez uma pequena menção com a cabeça em direção a James. - Creio que de alguma forma eles se descuidaram e deixaram pistas na cena do crime.
- Mas isso ja faz dias. - observou Mya. - Se sabiam onde estávamos por que não nos tirou antes?
- Nossos cientistas ainda tentavam entender como desligar seus cérebros das máquinas. Era muito arriscado. Porém, quando descobriram que o mundo não era real suas mentes se autodesligaram do sistema. Foi assim que conseguiram sair.
- Eu quero sair daqui... - Melanie estava abalada demais com tudo aquilo. Queria esquecer tudo aquilo, queria deixar o ocorrido para trás.
Todos estavam assim naquele momento.
Encerrando a conversa, o homem de terno os levou para quartos onde poderiam se preparar para voltar para casa.
Calados, se aprontaram e formam guiados até o avião. Quando já chegaram no aeroporto os guardas se prontificaram a levar cada um para seus respectivos lares.
- Espere. - Bianca quebrou o silêncio que perdurava ate ali. - Não pode acabar assim.
Todos a ouviam atentamente.
- Não posso esquecer o que aconteceu. Não posso esquecer vocês.
- Bianca.. - Darwin tentou acalma-la.
- Não! Vocês me ajudaram a sobreviver lá. Não quero simplismente voltar para casa, voltar para as terapias. Eu preciso de vocês!
- Eu também não quero voltar para minha antiga vida... - Mya lembrou da vida que tinha com sua família. De como era humilhada por ser diferente. Ela nunca se sentiu assim com seus novos amigos.
- Vocês têm razão. O que aconteceu lá não tem como ser esquecido. - Kevin se pôs ao lado de Bianca e Mya. - Nós ficaremos juntos de agora em diante.
- Vocês são uns doidos. - James soltou se aproximando dos colegas.
- EU AMO VOCEEEIZ! - Mizuki abraçou os quatro, fazendo todos rirem e se juntarem ao grupo.
Aquilo não havia acabado. Não podiam abandonar o pesadelo, e sim torna-lo um sonho feliz.
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