Escrita por: Liilyca
Pov Suga
O dia foi extremamente cansativo, cheio de ensaios e entrevistas. Quando enfim conseguimos ir para casa já era tarde da noite e eu só queria um copo de whisky e minha cama, o que me fez ficar ainda mais quieto.
Eu podia sentir o olhar dele em mim por todo o percurso. Na van ouvia sua voz conversando e rindo com Hobi e JK. Taehyung parecia tão exausto quanto eu, enquanto Jin e Namjoon conversavam baixo sobre alguma coisa do ensaio. Mesmo com sono me obriguei a não apagar.
Descemos no hotel e cada membro foi para seu devido quarto. Entrei no meu jogando minha bolsa no canto e indo direto pro banho, enchi a banheira e me joguei dentro dela observando o teto.
Eu poderia dormir ali, mesmo sabendo que acordaria com dores em todos os músculos. Mesmo assim, respirei fundo e fechei os olhos.
- você não deveria dormir aí. - sua voz soou por todo banheiro me fazendo abrir os olhos e me endireitar em súbito.
Ele riu baixo, daquele jeito que faz meu coração aquecer todas as vezes.
Pisquei um pouco pra tentar dispersar o sono e entender que ele estava ali, de shorts e camiseta, os braços cruzados, o cabelo loiro destacando mesmo no branco do azulejo, assim como seu sorriso.
Ele estava rindo de mim. Fechei a cara.
- como você entrou aqui? - soltei meio indignado, meio contido.
- aparentemente você teve um probleminha com seu cartão de acesso e eu como uma boa pessoa que sou fui até a recepção pegar um reserva pra você que estava cansado demais para descer até lá e explicar a história. - contou levantando o cartão de acesso e contendo o sorriso sem muito sucesso.
Respirei fundo me encostando na banheira de novo.
- você tem que parar de fazer isso. - olho para ele tentando ser o mais firme possível. - você não devia estar aqui.
Seu lábio se torce como se ele estivesse chateado, então se aproxima e senta na beira da banheira me observando.
Jimin tem algo nos olhos que não sei explicar. Ele é diferente de todos os outros, ele tem seu próprio brilho doce, gentil e malicioso.
Seu olhar me faz apertar de leve a beirada da banheira sem desviar o meu.
- eu sei, mas eu te chamei, bati na porta e você não ouviu. Além disso, - sua mão toca a minha subindo em meu braço me fazendo arrepiar ao mesmo tempo que uma onda de calor percorre meu corpo. - você parecia muito cansado e chateado, então achei que precisaria de uma massagem pra dormir melhor.
Ele sabia exatamente o efeito que causava e se aproveitava disso.
- Jimin... - tento repreende-lo mas soou mais como um lamento. - alguém pode te ver.
- Eu sei. mas eu fui cuidadoso, não se preocupe. - sua mão toca meu pescoço e minha bochecha me fazendo relaxar involuntariamente.
- Droga. Você nunca me escuta. - resmungo o vendo sorrir enquanto se inclina e me beija devagar, com carinho.
Seu beijo aquece de vez meu corpo, mal percebo que me inclinei pra ele puxando-o pra mim pela nuca molhando-o no processo, mas ele não parece se importar.
- Senti sua falta. - diz quando se afasta um pouco mordendo o lábio.
- Você esteve comigo o dia todo. - solto óbvio.
- Não, não assim. Não é a mesma coisa.
O observo de perto, ele parece chateado, como uma criança fazendo bico. Bagunço seu cabelo o fazendo se afastar com uma careta.
- Eu sei. Mas eu realmente gostaria de ir pra cama. - confesso.
Jimin assente com os lábios torcidos em decepção, ainda chateado. Ele se estica e pega a toalha me oferecendo. Levantamos juntos, vejo que ele olha para o lado enquanto enrolo a toalha no quadril depois de sair da banheira.
- Ei. - toco seu queixo para que me olhe o que ele faz com relutância. - não faz essa cara.
Sei o que ele quer e o que gosta, mas na maioria das vezes, não consigo dar totalmente. Jimin gosta de carinhos, abraços, flores, corações e toda aquela melação. Não sei ser assim. Fui forjado em sujeira e suor. Me sinto um bruto perto dele, mas apesar disso, ele nunca quis me mudar, nunca disse ou fez nada que desse a entender isso.
Ele me aceita e isso é uma das coisas que faz com que eu me apaixone mais por ele a cada dia.
- Você quer ficar? - pergunto me aproximando ainda mais. Seus olhos se iluminam, mas ele parece receoso.
- Posso sair antes de amanhecer. - garante como uma criança que quer muito algo e promete qualquer coisa pra conseguir.
Não consigo deixar de sorrir, me inclino e o beijo, desta vez conseguindo sentir mais a extensão do seu corpo no meu.
- Hobi está no quarto do lado esquerdo e Jin no lado direito. Quais as chances deles manterem a boca fechada? - pergunto ironicamente enquanto desço beijos por seu pescoço e levanto sua camisa sentindo sua pele macia no abdômen definido.
- eu diria que 90% depois de jogar algumas piadinhas "indiretas" durante o café da manhã. - responde com a respiração mais pesada e isso faz meu corpo se acender ainda mais.
- você sabe que eles sabem, não é? - digo entre beijos e passadas de mãos que logo fazem seu shorts e cueca saírem.
- você sabe que eu não me importo, não é? - Jimin rebate provocativo.
O empurro gentilmente até a pia que ele encosta. Agora está sem saída. Prendo meu corpo no seu, suas mãos seguram a pedra de marmore e ele arfa baixo enquanto toco seu membro duro e pulsante.
- não faça isso de novo. Se for vir, me avise. Entendeu? - digo olhando firme em seus olhos que queimam em mim. Ele balança a cabeça e eu paro de me mexer levantando uma sobrancelha. - não ouvi.
- sim... - contém o sorriso e sei que está se divertindo com sua vitória.
- ótimo. - solto em um suspiro antes de o beijar mais firme e forte, o que o surpreende porque ele enrijece meio confuso.
Me afasto e sem aviso o viro para que fique de frente ao grande espelho acima do gabinete e apoiando-se na pedra de mármore. Puxo seu quadril pra mim e aperto sua bunda o ouvindo ofegar.
Olho para o espelho e ele está olhando pra mim com puro desejo, me observando. Então olho para mim mesmo e percebo que meu semblante não é tão diferente do dele.
Nós estamos sedentos um pelo outro. Já faz alguns dias desde a última vez que tivemos alguma privacidade, e ainda assim dura pouco.
Eu faria valer a pena.
Me inclino sobre suas costas tocando em seu membro o fazendo estremecer de prazer e tesão.
- não se mexa, eu já volto. - digo em seu ouvido mordiscando sua orelha.
Jimin fecha os olhos como se se concentrasse, mas não se mexe.
Me afasto e vou até minha mala de mão, quando volto coloco o lubrificante e a camisinha na pia ao lado dele que olha mordendo novamente o lábio, desta vez em expectativa.
Paro atrás dele que não se mexeu, está aberto e inclinado pra mim. Aprecio a vista antes de pegar o lubrificante e passar um pouco nos dedos. Sinto os olhos dele em mim o tempo todo pelo espelho e quando o encaro ele cora o que me faz sorrir e colocar um dedo dentro dele.
Seu gemido é como um baixo ecoar que me lembra ondas do mar distantes.
Mexo meus dedos o preparando, um, então dois, e sua respiração pesa cada vez mais. Beijo suas costas e pescoço enquanto isso. Eu quero o deixar louco, assim como ele me deixa.
- Yoon... - ele se limita em dizer meu nome. Eu amo isso.
- o que?
- por favor.
- por favor, o que? - provoco e ele morde o lábio forte antes de responder.
- eu quero você. - diz com certa dificuldade. Ele está enlouquecendo, seus pés se contorcem e suas mãos agarram a pia tentando se manter equilibrado.
- aqui? - me afasto e indico sua entrada. Ele assente.
Aperto os lábios e tiro meus dedos dele que ofega meio aliviado, meio contrariado. Solto a toalha da minha cintura a deixando cair no chão. Então pego e abro a camisinha a colocando sem rodeios.
Olho para ele que me fita pelo espelho.
- você parece ansioso.
- você está sendo cruel. - ele resmunga e faz bico.
Droga, ele me tira do sério.
Sem aviso me coloco dentro dele lentamente, me inclinando e puxando seu cabelo no processo. Jimin geme e cora ainda mais.
- só estou fazendo durar. - digo cínico e ele quase ri.
- você diz como se não aguentasse muito.
- é mesmo? - solto retórico e começo a me mexer mais rápido.
Os gemidos dele ficam mais altos, mas ainda controlados e abafam os meus que saem involuntariamente conforme entro e saio de dentro dele, com movimentos rápidos e viciantes. A adrenalina sobe em meu corpo enquanto contemplo as sensações e a bela visão dele sendo meu.
Diminuo o ritmo e toco seu membro o masturbando, Jimin está respirando pesadamente.
- o que foi? - pergunta quando encosto minha cabeça no seu ombro.
- você me enlouquece. - aperto seu membro mais forte o fazendo gemer baixo.
- considere recíproco. - ele solta entre ofegos.
- se eu olhar pra você ou me mexer mais um pouco vou gozar. - confesso. - gostaria que tivéssemos mais tempo.
- Nós temos tempo. Olhe para mim - pede e eu levanto a cabeça olhando-o pelo espelho. Ele está mais sério e confiante quando diz: - não precisa se segurar. Nunca, não comigo.
Suas palavras e como são ditas fazem tudo parar. Meu peito se aquece em resposta.
- droga. - resmungo voltando a mexer, mais rápido e duro contra ele que geme mais alto, suas mãos apertam forte o mármore e sei que ele está perto.
Logo me derramo nele e ele no chão do banheiro. Respiramos um pouco antes que eu saia dele e jogue a camisinha fora.
Jimin toma um banho rápido enquanto eu me visto no quarto. Ele volta de roupão e me abraça por trás quando estou pegando um pouco de bebida.
- eu te amo. - diz em meu ouvido me fazendo travar com o copo a caminho da boca.
Eu sabia disso. Já tinhamos passado por isso anos atrás, mas para mim ainda era complicado ouvir aquilo. Eu não sabia lidar com pessoas amorosas e ele era o maior de todos.
- porque está falando isso? - pergunto engolindo um grande gole da minha bebida que desce queimando.
- sei que você sabe e sei que falar essas coisas incomoda você. Mas eu quero reforçar. - me solta apenas o suficiente para me virar para ele. - vi sua cara hoje, vi como ficou com o jungkook. - ele ficou me olhando, esperando uma reação que me obriguei a não dar. - estávamos brincando, como sempre.
- Eu sei. Isso é uma coisa que você faz bastante. - me desvinculo dele dando um último gole na minha bebida e colocando o copo de volta na pequena mesa antes de ir deitar.
Jimin fica parado me observando.
- não há nada entre nós. Você sabe disso. - ele solta tentando ser paciente mas apenas soa indignado.
- e você sabe o que dizem sobre vocês. - argumento o olhando da cama.
- sei o que dizem de todos nós. - sua voz altera um pouco, mas logo ele se recompõe e vem até mim, deitando ao meu lado. - não é justo que você fique com raiva, sou assim com todos. Quero dizer, bem menos com você, mas você entendeu.
Entendi. Porque Jimin era péssimo em disfarçar e acabava me desestabilizando também, e com isso era toda a empresa na nossa cola.
- tudo bem, eu já entendi. - resmungo cruzando os braços. - não estou pedindo pra você mudar nem nada do tipo.
- mas está com ciúmes. - ele me provoca se aproximando e beijando meu pescoço.
- Jimin... - lamento outra vez. Algum dia esse menino me faria ajoelhar.
Ele ri e se inclina apagando o abajur do meu lado, o quarto escurece em uma luz tênue e sensual.
Droga, lá vamos nós de novo. Ele joga a isca e eu mordo.
- descanse, fico até você dormir. - beija o canto da minha boca e deita em meu ombro.
- você fala como se eu fosse uma criança medrosa. Além disso, como se fosse possível eu dormir com você só de roupão na minha cama.
- Ah então é tudo uma questão de sexo. Entendi. - diz fingindo ofensa.
Fecho os olhos e respiro devagar antes de falar:
- eu também te amo. - me viro para ele que me olha com curiosidade. - você nunca entenderia o quanto.
Jimin leva um momento para absorver e então sorri sem jeito, acho que ele está corando, mas é difícil dizer na pouca luz. Seu sorriso se abre, enorme e infantil, os olhos brilham como uma criança vendo as estrelas.
- eu fico feliz. - diz sincero. - porque novamente é recíproco. - ele pega nossas mãos entrelaçadas e beija a minha se encostando novamente em mim. - durma, descanse. Amanhã temos mais um dia cheio.
- descanse também.
- eu vou, daqui a pouco.
- se você ficar doente não coloque a culpa em mim.
- de certa forma ela seria sua sim. Me deixando daquele jeito no banheiro molhado com esse tempo...
- cala a boca. - balanço meu ombro em que ele está encostado o fazendo rir.
- vou ficar bem. - garante.
- você sempre fica.- murmuro mexendo em seu cabelo e fechando os olhos.
O lençol do sono me cobre rápido e reconfortante.
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