1. Spirit Fanfics >
  2. Reaprendendo a Amar - Hiatus >
  3. Worst pain.

História Reaprendendo a Amar - Hiatus - Worst pain.


Escrita por: nunesmiih

Notas do Autor


Oi, Oi, amores. Tudo bem com vocês?

Gostaria muito de agradecer a todos comentários e favoritos, significa muito pra mim saber que estão gostando. 💗

Eu estou muito feliz mesmo! Chegamos a 236 favoritos e 60 comentários com o primeiro capítulo. Vocês são incríveis e eu só tenho a agradecer por isso. Toda a minha gratidão, anjos.

Então, aqui está o 2° capítulo da fanfic Reaprendendo a Amar. Espero que gostem do capítulo, assim como eu gostei de escrevê-lo. Eu realmente estou amando escrever essa fanfic. Ela tem um significado muito importante para mim. Vou ir com calma aqui para mostrar o desenvolvimento do personagem e como ele vai lidar com suas emoções. Quero narrar cada pontinho com cuidado, calma e amor.

>>> Pretendo atualizar uma vez na semana, porque também tenho as minhas outras fanfics.

Espero que continuem dizendo o que estão achando da estória. Se gostarem, não tenha vergonha, pode comentar à vontade. Isso alegra-me e também irá ajudar-me bastante para saber o que estão achando da fanfic, que vou dedicar-me ao máximo. Conto com a grande ajuda de vocês!

Link do grupo de minhas fanfics e das outras redes sociais voltada a fanfic nas notas finais.

— Tenham uma boa leitura!

Capítulo 2 - Worst pain.


Fanfic / Fanfiction Reaprendendo a Amar - Hiatus - Worst pain.

‘’E é verdade que você encontrou um lugar melhor

Mas eu daria o mundo para ver o seu rosto

E estar perto de você

Mas parece que você foi muito cedo

Agora, a coisa mais difícil é dizer adeus

Adeus, adeus, adeus

Adeus, adeus, adeus.’’ ― Mariah Carey (Bye, Bye)

Point Of View Justin Bieber. 

Estados Unidos - São Francisco, Califórnia 31 de dezembro de 2007.

― NÃO! ― grito com os meus olhos repletos de lágrimas, sentindo uma imensa dor percorrer por todo o meu corpo. Abaixo a minha cabeça sentindo as lágrimas descerem como se não tivessem mais fim.   

Dou mais um grito agudo após ver a minha mãe falar com médico. Passo a caminhar de um lado a outro aqui deste pequeno cômodo, a qual eu tive esperança que ia ter a notícia que a Janine iria voltar para os meus braços como deveria ser, mas ao contrário de tudo isso é que ela não vai voltar. Eu não vou ver mais aquele sorriso a qual eu estava acostumando, eu não vou ter a sua presença completando os meus dias e seu sorriso para iluminar o meu mundo.  

― ISSO NÃO PODE ESTAR ACONTECENDO! ― eu grito, trazendo a minha mão direita até o meu couro cabeludo, puxando os meus fios sem me importar com a pequena dor que isso está causando-me, porque a maior dor agora está em meu coração e eu não sei como lidar com isso, não faço ideia de como será a minha vida sem a mulher que eu escolhi para amar, a mulher que me ensinou a amar da forma mais pura e verdadeira. ― ISSO SÓ PODE SER UM PESADELO! 

Caio de joelhos aqui neste piso duro e choro sem me importar com o que as pessoas vão falar ou achar. Eu acabei de perder o amor de minha vida, e junto dela o nosso filho que estava a caminho e eu nem sequer sabia. 

Eu acabei de perder o sentindo da minha vida. 

Sinto um corpo, encostar-se ao meu lado e minha mãe que está de joelhos também, abraça-me, puxando-me em direção de seu peito onde eu ouso a colocar a minha cabeça para me debulhar em lágrimas como se fosse um bebê faminto que acabou de nascer. Os braços de minha mãe, apertam-se cada vez mais contra o meu corpo enquanto ela sussurra: que tudo irá ficar bem.

Mas eu sei que não. 

― Diz pra mim que isso é apenas um pesadelo? ― tiro a minha cabeça de seu busto e encaro-a nos olhos, vendo que estão chorosos e que ela está apenas tentando se manter forte para que eu fique forte também. ― Mãe, fala para mim que quando eu acordar nada disso vai ser real?  

― Meu filho… ― sua voz saí trêmula. ― A Jan, ela não vai mais voltar, mas você tem que ser forte para encarar toda essa situação ― nego com a minha cabeça. ― Eu não sei o que te dizer em um momento como este. Nunca estamos preparados para lidar com a morte e principalmente com a partida daqueles que amamos, por mais que sabemos que faz parte do ciclo de nossa vida aqui na terra, ninguém jamais quer ver uma pessoa que amamos partir desta forma ― minha cabeça começa a doer e eu forço as minhas vistas para olhar para o rosto da mulher a minha frente. Mulher essa que me deu a luz e desde então tem sido uma grande figura importante em minha vida. ― Mas tenha em mente, Justin, nada acontece por acaso, tudo tem uma razão, a gente nunca quer entender agora qual é essa razão, mas um dia você vai entender.   

Abaixo a minha cabeça. 

― A única coisa que vou dizer é que eu irei te colocar em minhas orações ― trás as suas mãos até os meus cabelos e acaricia-os ― Vou pedir a Deus para confortar o seu coração e o meu também, porque está doendo… Desde que vocês começaram a namorar, eu fui a quem mais torceu por vocês.  

 Isso é verdade.

― Eu sempre os apoiei, os aconselhei e a tratei como uma filha para mim. Dói e vai doer por algum tempo, mas vamos pensar que ela está em um lugar melhor agora. Um lugar melhor do que esse que estamos, lá não há mais sofrimento e ela sofreu antes de partir por ter sido atingida de uma forma brusca ― levanto a minha cabeça para olhá-la novamente. ― E tente pensar que ela do lugar onde estiver, não irá querer vê-lo triste e vai estar sempre olhando por você. 

― Ela tinha que estar aqui, mãe ― sussurro. ― Ela não deveria ter ido ― ouço passos aproximarem-se de nós. ― A gente tínhamos tantos planos para vivermos juntos ― volto a desabar. ― Ela estava grávida, estava esperando um filho meu, nosso primeiro filho. Eu não só perdi a Janine, mas perdi também o nosso filho que estava a caminho. 

A vida foi tão cruel comigo.

Caio para trás deitando no chão, trazendo as mãos até o meu rosto, na tentativa de abafar o meu som.  

― Eu apenas quero vê-la ― grito e sinto quando dois enfermeiros chegam ao meu lado, eles seguram-me e em minha veia, aplicam um líquido e eu tenho certeza que é para me sedar, mas não quero sedativo, eu quero apenas a mulher que eu amo aqui ao meu lado dizendo que isso não passou de um sonho ruim. ― Eu preciso de você, Jan! ― é a única coisa que falo após ser tomado por uma sonolência que eu não sou capaz de lutar porque é mais forte que eu.  

01 de Janeiro de 2008.

Abro os meus olhos e fecho-os rapidamente porque o clarão da luz, incomoda-me o bastante, tento mais uma vez e não consigo. Tento mais uma e vou abrindo os meus olhos aos poucos, acostumando-me com a luminosidade de um novo dia. Dia esse triste e completamente cinza e eu tenho certeza que eles jamais voltaram a serem coloridos como antes.  

Olho para os lados e percebo que ainda estou em um quarto de hospital.

Meus olhos curiosos percorrem cada canto deste cômodo, vendo o quanto tudo aqui exala tristeza. Respiro fundo voltando a realidade de que nada daquilo foi um pesadelo e que foi tudo real. 

Eu a perdi para sempre.

Abaixo a minha cabeça, sentindo algumas lágrimas quentes descerem por minha face no instante em que pisco os meus olhos. Eu preciso sair daqui, eu preciso vê-la, eu tenho que dar o meu último adeus a mulher que tanto amo. Tenho que começar a tentar ter forças porque eu não sei se vou suportar vê-la em um caixão quando em alguns meses, eu iria vê-la em um lindo vestido de noiva passando pela a porta da igreja, pronta para dizer sim para mim e para construirmos uma linda vida ao lado um do outro como vínhamos planejando.  

Passo as mãos entre os meus fios, perguntando-me o porquê disso ter acontecido comigo. Ontem à noite, estávamos tão felizes, falando do futuro e ansiando fortemente para que tudo aquilo que planejamos viesse acontecer. Aquele sentimento que tomou conta de mim naquele instante em que não quis sair. Foi um aviso, um pressentimento, mas nenhum de nós dois imaginávamos que isso iria acabar nos acontecendo. Recordo-me o momento em que a Janine disse-me que eu parecia que olhava para ela como se quisesse gravá-la em meus pensamentos. Sua frase pedindo para eu não esquecê-la também me vem a mente porque é como se nós dois pressentimos as coisas, mas não estávamos aptos o bastante para decifrar cada pequena coisa que sentimos.  

A morte é triste. 

Ver a partida daqueles que amamos é algo doloroso.

Perder alguém que amamos é triste e o mais triste ainda é ver que eu estava ao seu lado no momento do acidente, por pouco tempo, ela não morreu em meus braços, e se isso acontecesse, eu com toda a certeza iria desabar ainda mais.  

Neste instante, eu estou até mais calmo por ainda, encontrar-me sobre o efeitos dos sedativos que eles aplicaram em mim, o que me fez dormir e só vim acordar agora. Entretanto, a dor ainda corrói o meu coração, eu não sei explicar de onde ela vem e nem consigo achar uma explicação para a mesma, só sei que ela se faz presente e é como se o meu peito tivesse sido rasgado ao meio. Ontem quando o médico, disse-me aquelas palavras que me fizeram entrar em um surto, eu não soube descrever o que sentia, acho que é algo inexplicável o que estou vivenciando neste momento.  

Relembro-me que a primeira vez quando encarei essa dor, foi aos doze anos de idade, eu era apenas uma criança quando vi o meus avós maternos falecerem. A minha avó faleceu de um câncer e meses depois o meu avó também faleceu de um câncer. Eu fiquei abalado por perder pessoas tão importantes na minha vida, eu era uma criança. Contudo, eles já estavam doentes e por mais difícil que era, nós já estávamos meio que nos preparando para isso. Já com a Janine é completamente diferente, ela estava bem e em instantes a perdi para sempre, e essa dor de perdê-la veio de uma maneira mais forte e avassaladora, deixando-me o homem mais triste deste mundo.  

Esse ano em que chegou já não faz sentido para mim, porque eu não quero recomeçar a minha vida sem ela aqui ao meu lado, dando-me o apoio em que eu preciso. 

― Você acordou, querido! ― ouço a voz de minha mãe que saí de uma pequena porta onde julgo que deva ser um banheiro. ― Eles tiveram que aplicar um sedativo em você pela maneira a qual vocês se encontrava antes ― diz cautelosa, aproximando-se de mim que sento sobre essa maca. 

Olho em seus olhos verdes e os mesmo estão inchados pelo o choro. Minha mãe sempre considerou a Janine como uma filha, elas se davam super bem e a própria sempre dizia que a Jan, havia sido a nora de seu sonhos, aquela que tinha tudo o que a encantava. O vestido de noiva, ela a ajudou a escolher. Elas iam para todos os lugares juntas. Adoravam cozinhar juntas, conversar, sair para compras e falar sobre decorações. Construíram uma bela amizade com o passar dos anos, e eu posso tentar imaginar a dor que a minha progenitora também está sentindo em uma situação como essa. Pattie apenas está se mantendo forte para deixar-me forte com tudo isso, ainda olhando em seus olhos, percebo que ela acabou de chorar.   

― Como você está se sentindo agora? 

― Péssimo!  

― É difícil, mas vamos ter que aprender a conviver com isso ― pega em minhas mãos. ― Eu lembro quando os seus avós morreram… Quando eu perdi a minha mãe, eu sofri tanto e nada na época me consolava, mesmo sabendo que ela estava com câncer e tinha poucos dias de vida, eu sabia que a quimioterapia estava fazendo-a sofrer, mas mesmo assim, eu só  a queria viva para eu cuidar dela ― abaixa a cabeça ― Meses depois, quando eu perdi o meu pai foi mais difícil ainda, não havia, recuperado-me de uma perda e lá vinha outra. Ali, eu definitivamente senti vontade de morrer porque eu jurava que eu não ia conseguir viver sem tê-los comigo como sempre foi. 

Ouça-a chorar e levanta a sua cabeça, olhando em meus olhos.  

― Eu achava que ia morrer, mas não morri. Eu senti vontade de morrer, mas eu lembrei de você que precisava de mim ― trás suas mãos até o meu rosto, acariciando. ― Eu vi que por mais doloroso que era, eu precisava ser forte porque aqui ainda havia pessoas que precisavam de mim. Precisei aprender a viver com essa porque sabia que do lugar onde eles estivessem, não queria me ver triste ― suspira. ― Vai doer, mas vai chegar uma hora que essa dor vai amenizar.

― Acredite em mim!   

Aperto a sua mão, incapaz de dizer algo. 

Ouvimos a porta ser aberta lentamente e viramos para trás, dando-nos de cara com o médico que caminha ao nosso encontro. Ela dar um sorriso, sem mostrar os dentes e caminha até mim.

― Que bom que acordou ― fala. ― Você já podem ir ― olho para a prancheta em suas mãos.

― Obrigada, Doutor! ― minha mãe agradece, e eu faço um aceno com a minha cabeça, em forma de agradecimento também por tudo o que fizeram, ele retribui-me e em instantes deixa o quarto.

― Mãe, e o corpo da Jan? ― sinto essa pergunta, arrepiar o meu corpo por inteiro e fecho os meus olhos.

― Está sendo velado em um grande salão próximo da casa dos pais dela ― diz por fim, e eu volto para a realidade dura de novo. ― Assim que você foi sedado, eu liguei para a família dela e os comuniquei o que tinha acontecido. Os pais dela ficaram arrasado por perderem a sua única filha e correram para cá, mas o corpo dela já havia sido levado para fazerem todo o procedimento e agora pela manhã chegou no salão ― aperto os meus olhos. ― Os pais dela decidiram enterrá-la hoje mesmo, às cinco e trinta da tarde. Liguei quando o dia nasceu para a mãe dela e ela disse-me que não iria aguentar olhar tanto para o corpo da filha neste estado. 

Abro os olhos.

― Precisamos ir para lá.

― Mas antes você precisa passar em casa e tomar um banho ― olha-me e concordo com a minha cabeça. 

 ― Posso ir para a sua casa?

― Por que não quer ir para a sua?

― Não quero ir para lá agora ― saio da cama, ficando em pé, sentindo o meu corpo doer pelo acidente de ontem à noite. ― Ontem estamos lá tão felizes e eu só quero encarar o vazio de meu apartamento quando voltar para casa depois de sepultar o corpo dela ― sou sincero sobre o que estou sentindo. 

••• 

Após ter chegado na casa de minha mãe, encontrei-me com o meu pai que já estava a nossa espera. O Jeremy, falou-me algumas palavras de conforto, mas parece que nada do que eu ouço conforta o meu coração. Eu o ouvi com calma antes de seus braços envolveram o corpo, dizendo que as coisas iriam ficar bem e que eu poderia contar com ele para o que fosse preciso. Ao terminar, rapidamente, eu saí daquilo e fui para o banheiro de meu antigo quarto onde tomei um banho gelado, que me fez acordar para encarar o que está por vir. 

Não irá ser fácil vê-la sendo velada por mim, por nossos amigos e familiares. Ela era querida por todos e acredito que todos os seus amigos vão estar lá para dar-lhe o último adeus. 

Agradeci muito por ainda manter algumas roupas aqui por sempre estar aqui na companhia de meus pais. Olho a minha imagem no espelho e estou vestido por uma calça preta social, a camisa também é social e da mesma cor. Nos meus pés estão sapatos do mesmo estilo e cor. Os meus cabelos que foram lavados estão apenas penteados em um topete, não estou tão preocupado com aparência.

Passo a mão no rosto e meus olhos estão cansados, vermelhos e inchados.

Uma batida é depositada na porta e eu viro para trás dizendo: um entra. Não demora e a minha mãe passa pela mesma, vestida em um vestido longo preto e com seus cabelos amarrados em um rabo de cavalo. 

― Tem certeza que irá comer nada antes de ir? ― pergunta preocupada, porque a última vez que me alimentei foi ontem no café da tarde que tive com a Jan antes nos arrumarmos para sairmos.

― Eu não consigo.

― Nem um café puro? 

― Nem.

Sua cabeça balança levemente. Eu Olho as horas em meu celular vendo que já são oito horas da manhã e precisamos ir. 

No caminho, irei comprar as flores.

Um nó, forma-se em minha garganta porque eu sempre a dava flores, ela amava receber flores em vida e hoje as que irei levar,  a própria não poderá nem sequer ver e muito menos saber que eu as levei. Contudo, mesmo assim, eu irei levar o arranjo mais lindo de toda a floricultura.

Saímos de casa todos em silêncio, iremos no carro de meu pai. Ele disse-me que não vai, deixar-me dirigir neste estado em que eu me encontro. Ocupo o meu lugar no banco de trás, vendo a minha mãe, sentar-se no do passageiro e o meu pai do motorista. 

Recordo-me rapidamente do cinto de segurança, e passo-o por meu corpo, deixando-me seguro e certifico-me de que os meus pais fizeram a mesma coisa, porque pela falta do uso dele, por um deslize, ela agora não está aqui comigo.

Olho para o vidro da janela tenho visão da paisagem aqui de São Francisco. Vejo as pessoas passando de um lado a outro na correria do dia a dia. Acredito que cada uma dessas pessoas também estão enfrentando as suas dificuldades, não importa elas quais sejam. Para mim, hoje o dia nasceu nublado e cinzento, mas acredito que em outros lugares, para muitos nasceram da mesma maneira, porque a todo instantes há alguém perdendo alguém. Há pessoas que se encontram doentes em leitos de hospitais, sem esperança alguma e outras enfrentando suas batalhas diárias que não são fáceis. Porém, para alguns o dia nasceu colorido, cheio de vida e esperança, afinal, acabamos de entrar em mais um novo ano.  

Pego-me pensando que eu nunca mais irei ver aquele doce sorriso, a sua voz que era calmaria para os seus dias cheios e exaustivos. Não sentirei nunca mais aquele abraço bom me acolher, onde eu sentia-me protegido de tudo e não havia espaço para o medo, porque eu tinha o conforto que precisava. Vou sentir saudades de passar as tardes chuvosas com ela assistindo a um bom filme de romance, das vezes em que pedíamos pizza por termos preguiça de ir a cozinha preparar algo para a janta. Das suas risadas altas que eram músicas para o meu ouvido, do jeitinho dela que a fazia ser quem ela era: a Janine doce e meiga que conquistava a todos.  

Vou sentir saudades de tê-la mais tempo no meu apartamento do que em sua casa e de todas as vezes que ela olhava para mim e dizia: um eu te amo. 

O meu futuro teve a rota de todos os planos mudados, porque eu jamais poderei vivenciar tudo o que planejei sem ela.

Olho para a aliança em meu dedo anelar.

― Pode parar aqui, por favor, pai? 

― Claro, nós também iremos comprar as flores para levar ― fala, estacionando perto de uma floricultura. 

Abro a porta do carro e procuro por minha carteira. 

Ando em direção da senhora vestida em um vestido floral e com um avental em sua cintura. Ela sorri para mim e eu apenas aceno para ela, por não se conseguir esboçar um sorriso pela dor que rasga o meu peito neste momento.

― Bom dia! 

― Bom dia! ― falo olhando algumas das flores que tem aqui. ― Eu quero um lindo arranjo de flores vermelhas.

― Eu um de rosa brancas ― meu pai fala.

― E eu um lindo buquê de lírios ― fala a minha mãe por último, e logo a senhora faz três arranjos rapidamente. Fico observando a sua habilidade, e vendo que isso deve ser por muitos anos de prática, porque em menos de cinco minutos já estamos com tudo o que desejamos em mãos. 

Pagamos e deixamos o local prontos para irmos até o local do velório dela.

••• 

Depois de quarenta minutos no trânsito, nós chegamos ao local. Experimento as minhas pernas fraquejarem ao estar de frente ao salão. Contudo, a minha mãe, abraça-me e manda um olhar de conforto para mim. Sinto-me pronto e movo as minhas pernas, andando calmamente. Olho para os lados e vejo milhares de carros estacionados aqui, várias pessoas vieram.  

Entro no local vendo olhares vir em nossa direção. Os pais dela ao perceberem a minha presença, veem até mim e eu noto que eles choram ser parar. Não estão diferentes de mim, porque eu também volto a chorar sentindo um dor tão grande em meu peito, deixando-me sem ar. 

Abraço a sua mãe.

― Eu sinto muito, senhora Josephine! ― ouço o seu suspiro. ― Eu não sei o que dizer a senhora, mas eu só sei que isso que estamos sentindo dói muito. A Janine estava grávida de nosso primeiro filho e eu não estou sabendo lidar com essa dor de tê-lo perdido ― seu abraço fica mais apertado. ― Eu sei que a senhora como mãe também está sentindo um dor abrasadora, mas vamos orar para que nossos corações recebam o conforto divino, após esse dia triste. 

Ela afasta os nossos corpos, pegando em minhas mãos e olhando em meu olhos.

― Eu sabia que ela estava grávida ― sussurra. ― Semana passada quando ela descobriu, eu estava ao seu lado. Você precisava ver o quanto ela estava feliz por ter um pedaço de vocês crescendo dentro dela ― pisca com algumas lágrimas caindo de seus olhos. ― Ela ficou radiante, porque sabia que mesmo que não foi planejado, vocês iriam amar tanto essa criança. Ela não quis lhe contar porque queria fazer uma surpresa depois de vocês verem a chegada do novo ano.

Sinto o meu ar fugir gradativamente de meus pulmões.

Por que dói tanto?

― Do lugar que ela estiver, ela vai te amar para sempre e vai ser grata por todos os momentos que vocês compartilharam juntos ― concordo, sabendo que eu também irei amá-la para sempre. 

Falo com o pai dela que também está bem arrasado, com alguns familiares próximos e alguns de seus amigos e amigas. Vieram até mesmo algumas amigas da infância, algumas da faculdade e as que conhecemos no trabalho. Todos desejaram-me conforto e eu agradeci.

Agora caminho em direção do caixão.

Passo o dedo na lateral, sentindo-o gelado e aproximo-me mais vendo a sua face. Seu corpo está coberto por pétalas de rosas brancas, por cima há o tecido filó e há um véu em sua cabeça. 

Choro.  

Toco em sua mão e a mesma é tão dura e gélida agora. Subo e toco a sua face vendo que a textura de sua pele mudou completamente.

― Eu não vou saber viver sem você ― falo. ― Você pediu para eu ser feliz, para eu seguir em frente, mas eu não vou conseguir fazer isso sem você. Você era a minha felicidade e se eu não tenho você, eu não tenho nada ― aperto a sua mão, mas agora ela é incapaz de me corresponder.  

E isso dói.

Curvo o meu meu corpo chorando sobre o seu caixão, não sabendo encarar tudo isso. 

Ontem estávamos felizes e hoje eu vou enterrar o corpo de minha amada. 

Meu pai, puxa o meu corpo contra si e eu choro em sua camisa, assim como fazia quando eu era pequeno. 

Não abro os meus olhos porque não quero encarar essa realidade dura.  

As horas foram passando arrastadas demais, eu fiquei o tempo inteiro próximo do caixão dela, após tomar mais um sedativo em comprimido. Teve uma celebração celebrada por um padre que falou várias coisas, entre elas que a morte não é fim de tudo: é apenas uma passagem para uma nova vida.  

Eu chorei ao ouvir isso, porque eu queria ela aqui comigo e nada me conforta. 

Seus pais falaram várias coisas, seus amigos, os meus pais e alguns amigos e familiares. Agora quem terminou de falar foi o seu avô paterno, o qual relembrou alguns momentos em que compartilhou com ela. 

― Justin, se sente pronto para dizer algo? ― levanto a cabeça, fico de pé, e aproximo-me do local onde todos falaram seus elogios fúnebres. Minhas mão soam porque eu nunca na vida, imaginei-me fazendo isso.

― Eu quero começar dizendo que de todas as escolhas, a melhor foi ter escolhido a Janine para compartilhar os meus dias, meses e anos. Eu lembro-me até hoje do nosso primeiro olhar durante uma passada no corredor da universidade onde estudamos… Naquele dia, eu senti que ela seria a mulher de minha vida, aquela que eu iria escolher para viver grande coisas comigo e nós vivemos. Nos amamos, eu fui amado da maneira mais pura e ela hoje vai também tendo a certeza que foi muito amada por mim ― faço uma pausa. ― E continuará sendo… Porque de todas as pessoas que conheci, a Jan foi mais doce, a mais pura, meiga, inteligente e talentosa. O seu sorriso vai estar pra sempre gravado em minha memória, assim como o som de suas risadas. Recordarei cada momento incrível que eu vivi ao seu lado. Vou sentir tantas saudades das tardes chuvas que compartilhamos assistindo aos seus filmes favoritos de romance, entre ele o nosso favorito Ghost: Do Outro Lado da Vida. Temos várias memória favoritas, mas a de nosso noivado, sem dúvidas, foi a mais inesquecível. Eu não tenho mais o que falar porque eu poderia ficar horas falando o quanto a Janine foi incrível aqui nesta terra. Do bom coração que possuía e da maneira de ver sempre a vida. Eu vou te amar para sempre, Janine Victoria  Lawrence, descanse em paz!  

A parte mais dura foi ver o caixão sair.

Agora estamos caminhando em direção do cemitério onde acontecerá o enterro. Estamos nos aproximando, já é fim de tarde e tudo foi como os seus pais organizaram. Olho para o céu, vendo o sol, escondendo-se cada vez mais, mostrando-me que a noite irá chegar em breve.

Ao chegarmos, andamos calmamente vendo o caixão sobre o lugar onde vai ser colocado. 

Abraço a minha mãe e  caminho com as flores em minhas mãos, sentindo uma terrível dor de cabeça que já me acompanha desde ontem à noite. Sei que essa noite, não vou conseguir dormir.

Suspiro fundo.

Após mais algumas palavras do padre e ao cantarmos mais um louvor em sua memória.

O sepultamento começa. 

Fecho os meus olhos, ao ver a terra sendo jogada sobre o caixão. Ouço choro baixo e choro altos e eu começo a chorar também, vendo que ela foi sepultada. 

Várias pessoas enfeitam o seu caixão com flores, e eu espero toda aglomeração passar, para poder me aproximar.

Leio:

Janine Victoria Lawrence.

1985 - 2007.

‘’Filha, amiga e uma boa companheira. Um exemplo de amor e humildade. Você viverá para sempre em nossos corações, porque o amor que sentimos por você, é mais forte do que a morte que nos separa.’’

 Abaixo-me, após ler e deixo a meu buquê de rosas vermelhas em sua cova, eram as suas favoritas. 

Deixo mais algumas lágrimas caírem de seus olhos.

Isso não vai ser um adeus, Jan ― falo. ― Porque você viverá para sempre em minha memória! ― abro a minha carteira e vejo uma foto nossa sorrindo em uma das viagens que fizemos. Levanto-me dando mais uma olhada para trás, sentindo um dor tão grande por saber que agora vai ser tudo diferente do que eu havia imaginado durante esses anos vivendo ao seu lado. 


Notas Finais


Eu estou muito feliz mesmo! Chegamos a 236 favoritos e 60 comentários com o primeiro capítulo. Vocês são incríveis e eu só tenho a agradecer por isso. Toda a minha gratidão, anjos.

Minhas outras fanfics:

° Cassandra: https://www.spiritfanfiction.com/historia/cassandra-14796924

º O Preço do Arrependimento: https://www.spiritfanfiction.com/historia/o-preco-do-arrependimento-16677035

Link do grupo de minhas fanfics: https://chat.whatsapp.com/28XeYJsjJM0HyeeGKwpuvt

Instagram das fanfics: https://www.instagram.com/fanficsofmiihnunes/

Playlist da fanfic: https://open.spotify.com/playlist/4vbFgb37Pb8PIZlHUdBQ1X?si=PMF4OD-hSkCPyGALQ_Dw8Q

O que acharam do segundo capítulo?

Gostaram?
Foi um capítulo triste, não é mesmo? Céus, eu chorei tanto esse capítulo, porque eu acabei revivendo dois momentos de perda que tive que enfrentar na minha vida real. Lembro que foi difícil e eu decidi trazer parte do que já passei para essa fanfic. Esse capítulo apesar de triste é muito necessário para os capítulos que vem a seguir.

Espero que continuem dizendo o que estão achando da fanfic, meus anjos. <3

Espero que continuem dizendo o que estão achando da estória. Se gostarem, não tenha vergonha, pode comentar à vontade. Isso alegra-me e também irá ajudar-me bastante para saber o que estão achando da fanfic, que vou me dedicar ao máximo. Conto com a grande ajuda de vocês!

Com todo amor, Miih. <3

Até o próximo capítulo!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...