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História Rebirth - Prologue.


Escrita por: MrJay_Harley

Notas do Autor


Olá! Essa é minha primeira fanfic por aqui, espero que gostem!

Capítulo 1 - Prologue.


Fanfic / Fanfiction Rebirth - Prologue.

― Por favor, Harleen! Me mate logo!


Olhei para Guy e não pude evitar sentir pena. Ele estava magro, abatido, quase sem vida. Seus olhos estavam fundos e olheiras escuras os cercavam. Seus olhos castanhos claros que antes eram pura alegria, agora não passavam da mais profunda trizteza. Seu olhar era vago. Sua boca estava ressecada, o nariz vermelho, a pele sensível... Em um estado deplorável.


Meu pai era um criminoso, minha mãe muito severa, e meu irmão estava seguindo os passos de meu pai. Minha irmã mais velha não morava conosco, por sorte. Eu cresci em uma família conturbada, sempre em meio ao caos, brigas, coisas ruins... A polícia sempre atrás do meu pai, batendo em nossa casa, minha mãe sempre descontando tudo em mim e meu irmão.


Cresci no mais absoluto inferno. 


Guy havia me ajudado a me levantar, sempre secando minhas lágrimas, me dando conselhos. Nos conhecemos ainda adolescentes, e, desde então, ele se tornou meu amigo. Contei minha história pra ele na primeira semana em que nos conhecemos; eu precisava desabafar com alguém.


Os anos foram se passando, ele sempre estava me ajudando, estando sempre perto quando eu precisei, como um verdadeiro irmão, até que um dia ele confessou que gostava de mim. Desde então começamos a namorar, mas nunca passamos além dos beijinhos, mãos bobas, uns amassos... Coisas bobas.


Enfim, assim que terminei o colégio e me tornei de maior, dei um jeito de sair da minha casa o mais rápido possível, e fui morar sozinha. Queria ser independente. Comecei fazendo uns "bicos", para pagar a faculdade de psiquiatria que eu estava fazendo, até conseguir um emprego fixo em um restaurante qualquer.


Guy uma vez me perguntou o por que de eu ter escolhido fazer psiquiatria. Eu apenas o respondi que queria entender o que se passava na cabeça do meu pai, e que queria ajudá-lo, assim como a outras pessoas. Também queria demonstrar as semelhanças entre enlouquecer e estar apaixonada.


Já me chamaram de louca, por pensar assim, mas um dia todos vão entender, afinal, o amor pode levar à loucura, e podemos fazer loucuras por amor. Só não enxerga quem não quer ver.


Para chegar onde queria, eu sabia que precisaria de preparos, então comecei com pesquisas, projetos... Até chegar ao ponto que, talvez, tenha me levado à essa situação.


Eu precisava da ajuda de alguém, e ninguém seria melhor para desempenhar esse papel, do que Guy. Confesso que eu não sabia que chegaríamos a tanto, mas aqui estamos. Pedi à ele que fizesse uma loucura por mim. Que cometesse um crime.


No início, ele relutou muito, me disse que eu estava ficando louca, mas após muito insistir e dizer que era pra me ajudar, ele aceitou. Meu único objetivo era tentar compreender o que levavam criminosos à roubar, matar, e pensei que se usasse o meu namorado pra isso, talvez ele soubesse me descrever o que eles sentiam.


Porém, não deu muito certo.


Após o primeiro roubo, Guy me disse que, por um momento, sentiu a adrenalina correndo por suas veias, a sensação do temor ser pego, de ser observado, de ser entregue. Curiosa com tudo aquilo ― e sem nunca deixar de anotar ―, pedi à ele que fizesse algo maior.


Após alguns outros roubos, assaltos, pedi à ele que cometesse um assassinato. Ele reafirmou que eu era louca, brigou comigo, e ficamos quase uma semana sem nos falar.


― Já que estou na merda mesmo, não custa nada tentar ― ele me disse ao reaparecer.


Depois de planejarmos tudo, e ele matar uma senhora, ele simplesmente enlouqueceu. Entrou em depressão, pois não aguentou conviver com o fato de que tinha feito coisas horríveis. Eu sabia que parte da culpa era minha. Eu o manipulei, e o usei.


Guy já havia tentado se suicidar três vezes; a primeira, se afogando na banheira; a segunda, se cortando; e a terceira, se enforcando. Por um lado, eu o entendia. Eu não sei se conseguiria viver com toda a culpa que ele sentia.


― Eu não posso, Guy ― respondi, com a voz falha, pelo tempo que fiquei calada, pensando.


― Por favor, Harleen. Eu já fiz tanto por você! Por favor ― Me olhou com os olhos suplicantes.


― Eu... Não sei se consigo ― respondi, com sinceridade.


― Eu também achava que não conseguiria, mas olha o que eu já fiz! ― se levantou da cama e se ajoelhou diante de meus pés ― É só o que eu te peço. Por favor. Eu não consigo fazer isso sozinho.


O olhei perplexa. Observei seu rosto magro, seus olhos suplicantes por um instante. Eu não conseguiria fazer aquilo. Ou conseguiria?


― Tudo bem, Guy. Levante-se, por favor. ― ele o fez ― Vou te ajudar.


― Obrigado, Harleen. É por isso que eu te adoro. ― se deitou na cama ― Prefiro que você me sufoque com o travesseiro.


Respirei fundo. Coloquei um par de luvas pretas nas mãos e passei suas mãos pelo travesseiro para deixar suas digitais, logo peguei o mesmo em minhas mãos. Eu faria com que tudo parecesse um suicídio.


― Vou sentir sua falta, Guy. ― o abracei pela última vez ― Obrigado por estar sempre comigo, e, acima de tudo, ser meu amigo.


― Obrigado também, Harleen. Também vou sentir sua falta ― me soltou.


Assim que ele se deitou, eu espremi o travesseiro em seu rosto e observei seu corpo se debater, até parar. Chequei sua pulsação que não existia mais e o coloquei em uma posição em que parecesse que ele mesmo havia feito aquilo.


O olhei uma última vez e fui embora.


E assim é o ciclo: o amor pode levar à loucura, e podemos fazer loucuras por amor.  


Notas Finais


O que acharam? Logo sairá o primeiro capítulo. Beijinhos, amores!


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