1. Spirit Fanfics >
  2. Reborn >
  3. Pra sempre

História Reborn - Pra sempre


Escrita por: thatazinhaomg

Notas do Autor


Olá meus amores! Ameeeeei os recadinhos de retorno! Vocês me fazem ter mais prazer ainda em escrever S2
Preparem os corações para as fortes emoções do capítulo de hoje. Bom capítulo! :*

Capítulo 12 - Pra sempre


(…) — Acho que terminamos por aqui. — antecipou-se Westmoreland. — Lembre-se do sigilo que alertei no início de nossa conversa. Tenha um bom dia Arthur. — terminou se erguendo do assento. Ele sabia muito bem para onde iria naquele momento.

*********
Delphine estava com a mochila pronta. Estava sentada na cama, aguardando ansiosa o retorno de Cosima. Nas mãos segurava e observava ternamente uma sequência de três fotos. Em uma delas Cosima e ela faziam caretas, na segunda, ambas estavam muito próximas, com bochechas coladas e um enorme sorriso aberto, ao passo que a última mostrava as duas trocando um beijo romântico. Delphine adorava recordar aquele dia,  quando seus problemas aparentemente estavam próximos de ter um fim. O silêncio foi rompido por batidas ruidosas à porta. Delphine praticamente prendeu a respiração e ergueu com cautela as pernas para cima da cama, mantendo-as envolvidas pelos braços. As batidas se repetiram dessa vez com maior potência e foram acompanhadas por uma voz já conhecida: 

— Abra agora, do contrário, farei aquela mulher que passou a noite aqui abri-la, mas garanto que não será de uma forma gentil. — a primeira ameaça havia chegado, em tom de voz cortante.

Delphine sentiu um temor invadir seu coração. Ponderou algumas alternativas, porém não podia arriscar. Cosima chegaria a qualquer momento e, de fato, ele a abordaria. Se mandasse uma mensagem agora, aí que Cosima tentaria bancar a heroína. Obedeceu ao comando e abriu a porta, entretanto não encarou quem por ela entrava, adiando o encontro de olhares. Westmoreland percorreu cada canto daquele espaço com os olhos que, em seguida, foram direcionados para ela que, acuada, estava mais ao fundo do quarto. Ele fechou a porta e se aproximou mais, a ponto de erguer o queixo da moça com a mão. Delphine sentiu seu estômago revirar, em razão da tamanha repugnância que sentia por aquele homem. Ele afrontou-a, como se estivesse inspecionando-a e seu semblante era um misto de animosidade e desaprovação.

— Achou mesmo que eu não te encontraria querida esposa? — indagou com sarcasmo e mantendo a inspeção criteriosa. Continuou após uma tensa pausa:

— Veja só o que você se tornou, uma típica mulher do mundo exterior. — mencionou tocando com desprezo a roupa que Delphine vestia, em seguida seus cabelos. — Bem, a brincadeira acabou. Pegue apenas aquilo que trouxe da Comunidade, nada de celular ou coisa parecida. O carro está nos esperando lá fora.

Se aproximou do ouvido da moça e ainda murmurou:

— O juízo final começou, querida.

Delphine permaneceu imóvel por um curto espaço de tempo até ter a coragem de encará-lo olho no olho. O ódio estava extravasando as barreiras de sua sanidade.

— Está esperando o quê?! — ele aumentou o tom de voz.

— Aqui as coisas são diferentes Peter. Você não tem poder sobre mim. Eu não vou a lugar algum. Vá embora. — Delphine foi incisiva.

Westmoreland soltou uma risada exasperada e a encarou com escárnio. Delphine estava o desafiando. Ele viu as fotos sobre a cama dela e apanhou uma a uma. A indignação foi evidente e instantânea. Rasgou cada uma das três fotos sem pensar duas vezes.

— Você veio pra cá e se tornou uma meretriz?! É isso mesmo?! — exclamou. — Sabe como isso é encarado pelo Celestial? Vou te ensinar novamente qual é o papel de uma mulher. Vai se lembrar do que é um homem de verdade.

Dessa vez a risada partiu de Delphine, em tom de desafio.

— Lá vocês pregavam um amor que nunca existiu. Só aqui eu fui aprender o que é o amor de verdade. Ela me completou, me fez mais mulher e me fez sentir o que eu nunca havia sentido. Coisa que você nunca fez, nem nunca fará.

Westmoreland perdeu o controle com o que ouviu e desferiu um soco no rosto da mulher a sua frente, que foi lançada para trás, devido à intensidade do golpe. Delphine sentiu o nariz latejar, já podia sentir o gosto do sangue que aflorava. Sentiu imediatamente uma dificuldade de respirar.

— Isso é um ultraje contra mim! — exclamou como um louco no auge de sua ira. —  Agora preste muita atenção, pois eu vou falar mais uma única vez. Você vem comigo, ou não será difícil dar fim a essa mulher com quem está tendo um caso. Crimes homofóbicos são ainda comuns. Fácil desaparecer com ela sem chamar atenção. 

Aquela ameaça foi fulminante para Delphine. Ela sabia bem do que aquele homem era capaz. Nunca desejaria colocar em risco a pessoa que mais amava no mundo. Se ergueu do chão com dificuldade, ainda tonta pelo soco. Caminhou até o banheiro se amparando nos móveis e com papel higiênico tentou limpar o ferimento no rosto que era lancinante. Em seguida, retornou ao quarto, pegou a sacola no fundo do armário com sua antiga veste e acompanhou aquele monstro.

*********

Cosima correu como se corresse uma maratona. Nunca teve um perfil atlético, sempre foi a típica nerd que odiava a aula de Educação Física, mas naquele dia cruzou o campus da UCLA com um fôlego nunca antes visto. A morena chegou ofegante ao alojamento de Delphine e bateu à porta com urgência. Batidas curtas e fortes.

— Del, sou eu. — disse em alto e bom som, não se importando com quem estivesse ouvindo, tentando recuperar o fôlego perdido.

Aguardou por uma resposta que não veio. Não ouviu nenhum tipo de ruído que indicasse movimentação no interior do alojamento. Não esperou muito até verificar que a porta se encontrava destrancada. O coração acelerou e o medo assolou. Entrou e não encontrou ninguém. A mochila permanecia no mesmo lugar. Sobre a cama, restavam pedaços das fotos das duas, o que fez o desespero tomar conta de Cosima, que foi explorar o último cômodo que faltava com a tensão à flor da pele. Lá, viu resquícios de sangue sobre a pia, e papéis banhados por sangue. Sentiu a força se esvair de seu corpo e se amparou ali mesmo, no chão do banheiro. Ela não podia fraquejar, não agora. Pegou seu celular, trêmula, ligou para o número de Delphine, mas ouviu o toque vir dali mesmo, do interior do banheiro. O aparelho estava no canto esquerdo da pia. Pegou o  celular, após cancelar a ligação, e constatou que ele também continha marcas de sangue. Desbloqueou a tela e se deparou com uma mensagem escrita num aplicativo de notas.

"Eu não desisti de você. Eu te amo. Pra sempre."

As lágrimas brotaram mais forte do que nunca.

“Eu também não vou desistir de você, vou te encontrar até no fim do mundo". Cosima pensou e chorou de soluçar.

Levaram alguns minutos até que Cosima conseguisse se recompor. Tentou clarear as ideias, enxugando as lágrimas que insistiam em cair. Agora a batalha era de gente grande. Nunca haviam enfrentado algo semelhante, por isso, mais do que nunca, ela precisaria de aliados. Antes mesmo de tomar qualquer iniciativa viu uma chamada perdida de Art no aparelho de Delphine. Resolveu retornar a ligação:

— Que bom que ligou. Algo estranho aconteceu hoje. Ainda está na UCLA?— Art perguntou acreditando estar falando com Delphine.

— Sou eu, Cosima, senhor Bell. Ela se foi. Venha até o alojamento dela, precisamos conversar.

— Estou indo para aí. — Art confirmou sem questionamentos.

Cosima fez mais duas ligações. Convocou Scott e Felix, duas pessoas de inteira confiança, as quais ela sabia que poderia contar com a ajuda incondicional.

Scott e Felix chegaram antes mesmo de Art. Cosima preferiu não antecipar o assunto, mesmo perante a insistência dos rapazes que rapidamente observaram sua fragilidade e sua face inchada e vermelha pelo choro. Art chegou ao alojamento estranhando a presença dos dois jovens ali, mas preferiu não questioná-la sobre o fato. Felix e Scott se sentaram na beira da cama, ao passo que Art e Cosima se sentaram em dois puffs que compunham o ambiente.

— Chamei os três aqui, porque preciso da ajuda de vocês. Melhor, eu imploro pela ajuda de vocês. — A última frase saiu inevitavelmente embargada, por isso Cosima respirou fundo. 

— Cos, pelas Deusas Egípcias, fale logo o que aconteceu, estou ficando preocupado. — Felix exalava tensão.

— Há alguns meses uma linda mulher, com uma mente brilhante, chegou aqui na UCLA. Ela escolheu ser chamada de Sarah, pois estava fugindo do seu passado e queria se proteger. Ela nasceu numa comunidade de total isolamento, sem contato algum com o exterior, um tipo de seita. Eles chamam de comunidade Prolethean. Lá ela era censurada, podada e violentada de inúmeras maneiras. Seu nome verdadeiro é Delphine, e o único sonho que ela tem — as lágrimas rolaram — é o de ter uma vida normal, longe daquele lugar que só lhe trouxe tristeza. Esse sonho, no entanto, foi interrompido hoje  — estava cada vez mais difícil finalizar a história — porque um monstro, que se diz marido dela, veio buscá-la e levá-la de volta para aquele lugar.

Os semblantes dos presentes eram similares, demonstravam preocupação e tensão.

— Como assim levou-a? — perguntou Scott — ela não está mais aqui?

— Ele irá machucá-la?! — Felix não conteve o desespero.

Art parecia indignado. Se levantou e começou a andar de um lado para o outro do quarto. O sentimento de culpa se agigantava dentro dele.

— Eu podia ter impedido! A culpa é minha. Ele foi ao meu escritório, disse que Delphine era esquizofrênica, que era marido dela e eu simplesmente nada fiz.

— Você que disse que ela estava aqui? — Felix questionou desapontado. 

— Não! Isso eu nunca faria.— exclamou Art.— Provavelmente ele deve ter seguido Delphine depois que saiu da cerimônia ontem e monitorado ela desde então. Ele disse que veio à UCLA a mando do partido, não tenho nada a ver com isso, eu juro.

— Cos, onde fica essa comunidade? Delphine chegou a te falar? — Scott interferiu.

— Sei que é no Arizona, mas ela nunca me disse nada mais detalhado sobre isso. Na verdade, ela tentava reviver o mínimo possível seu passado. No dia em que ela fugiu, aconteceu um grande acidente em um templo recém-construído. Eles atribuem a culpa à Delphine, simplesmente porque ela os advertiu de que os cálculos da obra estavam errados e de que tudo viria abaixo. Eu realmente tenho medo do que pode acontecer com ela.

Scott se antecipou e fez uma busca rápida em seu smartphone e haviam menções aos proletheans, todavia nada específico ou que registrasse a  localização da seita.

— Pelo visto não será fácil descobrir a localização da Comunidade. Não há nada específico na rede. — resmungou Scott.

— Scott você consegue hackear o computador dela? Talvez encontre alguma coisa...— sugeriu Cosima.

— Sim. Isso é simples. Faço isso agora mesmo.

— É um bom começo. Eu vou procurar alguns contatos meus no departamento de história, talvez saibam algo mais sobre os proletheans. — informou Art.

— Será que a gente consegue descobrir a placa do veículo que ele veio? Porque a pé é que não foi. — Felix argumentou.

— Posso tentar verificar as imagens de segurança do campus. É uma ótima ideia. — Art concordou.

— Não é à toa que assisto CSI desde a primeira temporada. — Felix murmurou quase que para si mesmo.

*********

A viagem se manteve silenciosa por horas. Delphine estava exausta. Sentia fortes dores ainda, além de sentir fome e sede. Numa área em que avistava-se deserto dos dois lados da sinuosa estrada, finalmente, o carro encostou em um posto de gasolina, seguindo as instruções de Westmoreland, que sentava ao lado do motorista. Delphine se manifestou batendo no vidro à sua frente:

— Preciso ir ao banheiro.

Westmoreland murmurou algumas coisas inaudíveis ao motorista, visto que o carro possuía uma barreira de vidro separando a parte interna dianteira da traseira. Ambos desceram do carro e, instantes depois, a porta traseira foi aberta para Delphine descer. 

— Nem ouse fazer nenhuma gracinha.  — Westmoreland murmurou ao pé do ouvido dela, segurando o braço dela com força suficiente para lembrá-la do que ele era capaz. 

Delphine adentrou o fétido toalete anexo à loja de conveniência do posto de gasolina. Se assustou com o que viu no espelho. Seu rosto, em especial seu nariz, estavam demasiadamente inchados. Delphine aproveitou para analisar se havia fratura, mas constatou que não chegara a tanto. Uma mancha enegrecida rotulava sua face. Utilizou o sanitário, em seguida lavou mãos e rosto, e ainda bebeu água da pia, pois sabia que Westmoreland pretendia privá-la de alimentação e água pelos próximos dias. Era um comportamento típico das punições que ele usualmente lhe atribuía. Antes  de deixar o toalete, ouviu uma conversa vindo de um pouco adiante, o que a fez parar no corredor de modo que não fosse vista.

"Não, só anunciaremos a chegada dela, quando eu autorizar. Eu mais do que ninguém, tenho muitas contas a acertar". — era a voz de Westmoreland.

"Entendo mestre. Ela lhe tirou toda sua família. Me sentiria da mesma forma".

Delphine teve um choque repentino. Será mesmo que Angela e seus filhos haviam morrido no acidente no templo?  E seu pai, teria tido o mesmo destino? 


*********
Os esforços para adquirirem informações sobre os Proletheans permaneceram ao longo do dia. Cosima não havia comparecido às aulas daquela quinta-feira, tampouco tinha se alimentado propriamente. Estava extremamente abatida ao fim do dia. Os quatro haviam marcado um encontro novamente, dessa vez no alojamento de Felix, para tratarem dos avanços nas pesquisas.

— Hackeei o computador de Delphine e não achei nada que pudesse ser de ajuda. A única coisa relevante foi a pesquisa que ela realizou sobre o deputado Peter Westmoreland. Ele está no segundo mandato, demonstra intenções de concorrer ao senado e não há nenhuma menção ou conexão dele à seita. — explicou Scott.

— Del afirmou que ele é o mestre, topo de cadeia dentro dos Proletheans, por isso fiz uma pesquisa para saber sobre os antepassados deles. Achei registro de que todos nasceram na mesma cidade natal, Window Rock, Arizona. — foi a vez de Cosima apresentar os resultados de sua investigação.

— Isso já nos dá um perímetro pra busca. Segundo meus contatos no departamento de história, os Proletheans datam do século XIX. Existem poucos registros, pois é uma comunidade de extremo sigilo, que burla até mesmo o envio de informações demográficas ao governo. Por mais de 100 anos foram errantes, mudavam a localização da comunidade de tempos em tempos para afastar os curiosos e impedir as interferências do meio externo. Hoje, segundo eles, há rumores de que a comunidade permanece no mesmo lugar há várias décadas.

— Alguma notícia sobre a identificação do veículo Art? — perguntou Cosima.

— Isso vai levar um pouco mais de tempo. Mas acredito que...

Cosima bateu na escrivaninha a seu lado mais por instinto do que raiva propriamente dita, interrompendo seu professor.

— Cosima, queremos resgatá-la, tanto quanto você. — Art falou seriamente, chamando-a inclusive pelo primeiro nome. Àquela altura do campeonato, formalidades eram dispensáveis.

— Eu sei, eu sei. Me desculpa — falou passando a mão por sobre o rosto, num sinal evidente de exaustão. — É que não temos esse tempo! Ela confiou em mim! Eu disse a ela que a protegeria, que tudo ficaria bem. — o choro aflorou e Scott logo a amparou.

— Prestem atenção. Não podemos agir por ímpeto. O que estamos prestes a fazer é extremamente perigoso. Um passo em falso e todos nós estaremos em risco. Amanhã espero estar com a identificação da placa do veículo em mãos, mas só ela por si não adianta muita coisa. — Art chamou a atenção dos demais presentes.

— Precisamos de alguém que consiga, por meio dessa placa, rastrear o veículo para chegarmos ao deputado. — Scott se apressou em comentar.

— E a gente precisa de armas também...certo? — Felix levantou a questão retomando a atenção de todos, que se afligiram. — Ou vocês acham que a gente vai entrar nessa Comunidade com um: “com licença”? — todos se encararam por um tempo.

— Armas hoje em dia são de fácil acesso, mas localizar um veículo dessa forma, é um serviço que não tenho nem noção de onde procurar. Apesar de que dinheiro não será problema. Acho mais do que justo usar todo o dinheiro da publicação para o resgate daquela que tornou tudo possível.

— Então acho que sei como resolver isso. — Cosima se adiantou.— Os três olharam curiosos à espera de uma explicação. — Art consiga a placa, o resto eu resolvo, por enquanto. — ela finalizou.

Os três se entreolharam novamente.

— Certo então. Qualquer coisa me liguem. Boa noite senhores. — Art deixou o quarto de Felix. Assim que a porta bateu os dois rapazes a encararam e fuzilaram Cosima com os olhos.

— O que você está tramando? — Scott logo perguntou.

— Aysnley tem acesso a esse tipo de serviço.

— A advogada do diabo gostosona? — Felix se intrometeu.

Cosima assentiu e Scott a encarava nada satisfeito.

— Acho que a fome deve estar te fazendo não raciocinar. Só pode.

— Tem alguma ideia melhor Scott? — a morena retrucou.

Scott ficou sem palavras.

— Sabe que ela vai querer mais do que só o pagamento em dinheiro, né? Por que a história de acabar com a carreira dela, não vai colar de novo. Ela fez serviços pra você e sabe de segredos que a colocam numa situação de igualdade.

— É, eu sei disso. — Cosima concordou desapontada.

— Para tudo produção! Você vai ter que pagar com sexo? MEO DEOS! Delphine vai dar uma voadora nessa mulher, quando souber. —  Felix comentou e Cosima revirou os olhos.

— Eu já vou. Obrigada por tudo novamente meninos. — Cosima foi se levantando, pronta para sair.

— Eu vou te acompanhar Cos. Vamos parar para lanchar. — Scott se apressou em dizer.

— Não, não precisa.

— Cos, meu anjo, você não pode se deixar sucumbir pela situação. Del precisa de nós mais fortes do que nunca. — Felix aconselhou a amiga, genuinamente preocupado.

Cos deu um abraço forte nos amigos e saiu, sendo acompanhada no encalço por Scott.

***********

Delphine tinha apagado durante as últimas horas. A fraqueza tinha tomado conta de cada célula do seu corpo. Foi acordada bruscamente e puxada pela porta do veículo sem nenhuma cautela. Estava escuro, porém ela reconheceu muito bem onde estava. Mesmo na total escuridão ela reconheceria. Aquele lugar guardava um cheiro. O cheiro da tristeza, melancolia, violência e maldade que ficara impregnado em sua mente. Ela estava no pátio de sua antiga casa. Casa: substantivo feminino, edifício destinado à habitação. Nada mais do que isso. Nunca fora, nem seria um lar. O motorista a conduziu para o porão da casa, pelo acesso localizado do lado externo do terreno. Nem sinal de Westmoreland. Realmente o mestre não queria que os demais membros da Comunidade soubessem de sua chegada, naquele dia ao menos. Descendo os poucos degraus de acesso, o motorista acendeu a luz do cômodo que estava completamente empoeirado.

— O mestre pediu para a senhora trocar de roupa. Deve colocar a veste. As vestimentas de agora devem ser colocadas naquele saco preto. Amanhã passarei para recolher.

Delphine nem se deu ao trabalho de assentir. Assim que o motorista deixou o porão, ela fez o solicitado. Enquanto recolava a sua antiga veste, lembrou com carinho de uma das primeiras conversas que teve com Cosima:

 

— Vamos fazer o seguinte, te empresto algumas coisas pelos próximos dias até que você possa fazer compras. A minha antiga colega de quarto deixou algumas coisas pra trás, devem te servir.

— Jura? Muito obrigada! - Delphine mostrava animação.

— Acho que não têm o mesmo estilo, mas temporariamente vai servir. Pra começar – Cosima revira sua estante – uma roupa para você dormir.

Cosima lança uma blusa comprida para Delphine, para servir como camisola. A jovem investiga a peça como se fosse de outro mundo.

— Onde está o resto? — pergunta, após um tempo.

— Resto do quê? — não compreendeu Cosima.

— Da roupa.

Cosima não segura o riso e encontra uma calça longa e folgada e lança para a jovem.

— Claro, claro. Desculpa, forcei a barra para um primeiro dia.

Ela sabia que essas lembranças seriam o gatilho que lhe manteria viva. Como sentia saudade do cheiro de sua amada, que ao contrário daquele lugar, exalava vida, amor e plenitude. Delphine foi então despertada desse doce devaneio pelos pesados passos dele.


Notas Finais


AHHHHH tadinha da nossa Del. Será que o sofrimento dela só tá começando??
Será que nossa equipe de resgate vai funcionar?? Será que Cos vai vender o corpinho dela para a VACAynsley O.o ??
E aquele filhote de demônio do Westmoreland??
Semana que vem estarei de volta. Favorite, deixe seu comentário, deixe o seu grito, hahaha fique à vontade! Bj Bj galerinha!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...