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História Guardiões dos Céus (Imagine Jooheon - Monsta X) - Capítulo 1.


Escrita por: skywonkyun

Capítulo 2 - Capítulo 1.


Fanfic / Fanfiction Guardiões dos Céus (Imagine Jooheon - Monsta X) - Capítulo 1.

Eu cheguei à faculdade no primeiro dia de aula, após passar o dia inteiro à procura de algum emprego e sem obter sucesso. Parecia impossível que as pessoas daquele país me aceitassem ali, ainda mais que eu ainda estava me adaptando ao idioma.

Eu andei devagar pelo pátio enorme e verde com tantas árvores e flores da Universidade, tudo perfeitamente iluminado pelos postes e movimentado ao ponto de ser quase impossível andar sem esbarrar em alguém. O verão estava dizendo adeus enquanto as aulas estavam para começar.

Lembro perfeitamente da primeira coisa que senti ao pisar naquele pátio: Um pressentimento ruim que na época eu ignorei completamente, julgando ser apenas o nervosismo da primeira semana de aula.

Lembro também de olhar em volta, enquanto tentava domar meu cabelo teimoso com o vento e finalmente avistar Jooheon ao lado de cinco garotos perto da entrada do prédio principal. No entanto, não tentei qualquer contato, porque muito embora eu morasse em sua casa temporariamente naquele intercâmbio, eu sentia que ele não queria qualquer aproximação comigo.

Este não era o único motivo da nossa aproximação, afinal não tínhamos nem chance quando ele saía muito cedo para trabalhar e, sinceramente, eu também não ansiava muito por conhecê-lo melhor. Ele era alto e loiro, com olhos pequenos e puxados com feições que pareciam sempre irritadas. Além disso, ele era sempre fechado e quieto demais, então decidi que não iria invadir seu espaço pessoal durante aquele intercâmbio. Eu dormiria em sua casa com sua família, mas após um ano, iria embora sem olhar para trás. 

Quando me aproximei da entrada do prédio, Jooheon me lançou um olhar rápido, apenas tempo o suficiente para eu saber que ele me reconheceu, e depois virou como se eu fosse uma estranha.

Os outros cinco garotos junto dele eram igualmente intimidadores. Todos eles pareciam altos demais. Dois deles não eram só altos, mas musculosos também. Observei os meninos rapidamente e logo saí a procura da minha sala pelo campus. Eu fazia um curso de Artes no Brasil e após diversos testes, eu fui aprovada para estudar na Universidade da Coréia do Sul. Eu sabia o básico de coreano, mas ao vivo era mais difícil ainda. Não havia nenhum motivo específico para eu querer justamente vir para aquele lugar, eu apenas era atraída para lá.

Demorei quase vinte minutos para achar minha sala e quando finalmente a encontrei, o professor já estava discursando, o que me fez ter que entrar ali de fininho e me sentar na única carteira vaga.

— Todos os alunos do intercâmbio terão direito a um monitor que irá lhes ajudar durante toda a sua permanência nesta Universidade. — O professor falava pausadamente para que pudéssemos compreender. — Eu vou chamar pelos nomes e vocês poderão identificar o seu monitor rapidamente e depois começaremos a aula. — Ele nos notificou e meu estômago se comprimiu de nervoso, torcendo para que meu monitor fosse gentil, porque eu não era lá muito rápida em raciocínio sob pressão. Após alguns nomes, ele finalmente indicou o meu:

— S/N? Lee Minhyuk será seu monitor. — Eu varri a sala com os olhos encontrando o oriental de rosto amigável, tagarela e loiro que era amigo de Jooheon.

Eu não sabia se ficava feliz por isso, mas sorri uma vez que ele sorria para mim também. Eu respirei fundo e o observei trocar de lugar, ficando ao meu lado.

— Oi, eu sou o Minhyuk. — Ele disse, amigável, e eu sorri aliviada.

— S/N. — Eu falei, simplesmente.

— Qual é o seu nível de coreano?

— Avançado, mas, sinceramente, ao vivo é bem mais complicado. — Eu admiti, rindo nervosamente e ele sorriu, compreensivo.

— Eu imagino. Vou te ajudar no que precisar. De onde você é? — Ele puxou papo enquanto o professor continuava anunciando alguns monitores. Eram cinco alunos de intercâmbio na minha sala.

— Brasil. — Minhyuk abriu bem os olhos, surpreso, e junto um sorriso se formou em seus lábios.

— De tão longe, isso vai ser legal.

— Imagine o quão perdida eu estou. — Eu admiti, rindo, nervosamente.

— Você pega o jeito rápido. — Ele me prometeu.

Ao contrário do que Minhyuk disse, a primeira aula foi terrível. O tempo passou voando como a língua do professor e eu simplesmente não consegui anotar nada. Eu mal entendia do que ele estava falando e comecei a entrar em desespero. Por que coreanos falavam tão rápido? Por que a pressa?

— Tudo bem? — Minhyuk me perguntou assim que a aula acabou e o professor se retirou. Eu virei para ele totalmente pasma, o pânico devia estar escrito na minha testa em caneta vermelha.

— Esse é o normal por aqui?

— Geralmente é. — Ele entregou a má notícia e eu respirei fundo, encarando meu caderno em branco.

Nós não usávamos notebook simplesmente porque não era necessário naquele curso, afinal pela grade, nós passaríamos grande parte em campo, aprendendo sobre as variadas artes e fazendo as nossas próprias. 

— Ei, não se preocupe. Você pega o jeito. Pode levar o meu caderno. — Ele me ofereceu o dele e eu o encarei, surpresa.

— Mesmo? Eu o devolvo amanhã, prometo.

— Sem problemas. — Minhyuk sorriu. — Eu sou seu monitor, então se você precisar de algo, me avise. Está com fome?

— Um pouco. — Na verdade, eu estava morrendo de fome, mas duvidava que eu conseguiria comer algo de tão nervosa.

— Vamos até a cantina. — Ele me chamou. — A aula só recomeça em meia hora.

Ao chegarmos à cantina foi ainda pior. Eu não sabia nem o que pedir e fiquei completamente perdida. Eu só queria um salgado ou uma bolacha, não tinha nada simples? Eu via muitos alunos com pequenas bandejinhas de arroz e lámen. Via também alguns doces bem estranhos e que me deixaram desconfiada. Então, optei por um pequeno pãozinho recheado com creme. Não era apetitoso como uma coxinha, mas eu sobreviveria.

— S/N, esse é o Kihyun. — Minhyuk me chamou assim que me livrei da fila com meu pãozinho esquisito e doce.

— Olá, prazer. — Eu o cumprimentei, timidamente, e logo identifiquei o amigo de Jooheon de cabelo castanho. Kihyun tinha um sorriso doce e um rosto impecável como se tivesse saído de um dorama, no entanto, eu lembrava que ele era o mais baixo do grupo de Jooheon.

— Oi, tudo bem? — Kihyun abriu um sorriso simpático para mim.

— Tudo bem. — Eu sorri, nervosamente.

— Ela ainda está meio apavorada. — Minhyuk informou ao amigo. — Afinal, ela é brasileira.

— Brasileira? — Kihyun se surpreendeu. — Legal! Por que veio de tão longe?

— Nada em especial. — Eu tentei desconversar, timidamente. — Mais pela cultura e a arte.

A verdade é que eu não tinha uma razão específica para estar justamente na Coréia do Sul. No dia em que fui escolher quais faculdades queria cursar, como se fosse destino, meu dedo recaiu sobre aquela. Foi simplesmente a primeira que tentei, mas eu não queria soar desinteressada. 

— Eu faço música. — Kihyun me informou e eu sentia que poderia relaxar ou talvez fosse o efeito do doce no meu organismo. — Você não é a garota que está ficando na casa do Jooheon? — Ele continuou a tagarelar e eu arqueei as sobrancelhas surpresa que ele soubesse.

— Sim, eu estou ficando na casa do Jooheon. — Eu admiti e Kihyun abriu um sorriso empolgado, enquanto Minhyuk ligou os pontos.

— Quem diria? — Minhyuk riu. — Isso é ótimo, Jooheon é nosso amigo.

— Ele parece ser legal. — Eu menti, porque Jooheon parecia ser mal humorado e eu tinha um pouco de medo dele para ser sincera.

— Mesmo? — Kihyun perguntou, franzindo o cenho sem acreditar em mim, o que me fez rir imediatamente.

— Você pode dizer que Jooheon parece antipático. — Minhyuk fez piada.

— Ele é meio quieto, não é? — Eu admiti finalmente e Kihyun riu.

— Ele é sim. — Kihyun assentiu, compreensivo. — Mas, ele é bem legal. Só que ele não gosta muito de falar com as pessoas... Ele é...

— Meio antissocial. — Minhyuk completou o amigo.

— Por quê? — Eu perguntei, curiosa. — Quer dizer, a mãe dele e a irmã são muito amigáveis.

— Acho que é por isso mesmo. — Minhyuk respondeu mais sério. — Ele cuida muito da família dele e teve alguns problemas desde que o pai abandonou a família... A mãe dele não é bem vista por aqui, entende?

— Por que não? — Eu perguntei, surpresa.

— Na época em que o pai de Jooheon os abandonou, ela foi bastante julgada, sabe? Era uma época um tanto machista. — Minhyuk falou, sem jeito. — Agora o divórcio é aceito, mas a mãe dele não é bem divorciada... Ela foi... Abandonada mesmo.

— E com dois filhos, o que só piora. — Kihyun completou. — Jooheon sofria bastante no colégio em que estudávamos, sabe? Ele era motivo de chacota e foi uma época bem conturbada, porque...

— Porque, ele ficou doente. — Minhyuk interrompeu o amigo e eu franzi o cenho. Parecia que Minhyuk tinha impedido que Kihyun falasse algo, mas eu preferi ignorar.

— Doente? — Eu perguntei, atenta. — O que ele teve?

— Ah... — Kihyun balbuciou e Minhyuk continuou pelo amigo:

— Depressão. — O loiro parecia chutar qualquer coisa que viesse à sua mente e eu cerrei os olhos para ele, confusa. — Você sabe, é muita pressão, ele teve que começar a trabalhar cedo para ajudar na casa. Bom, nós temos que ir. — Ele encerrou o assunto, de repente, e eu olhei no relógio. — O professor deve estar indo para a sala.

— Certo. Tchau, Kihyun. — Eu me despedi rapidamente e acompanhei Minhyuk para a sala sem tocar no assunto de Jooheon novamente. Parecia um assunto delicado e provavelmente deveria ser, mas agora eu entendia uma parte do motivo pelo qual o garoto parecia tão fechado e pouco receptivo.

A segunda aula foi mais tranquila e ministrada por uma professora. Foi quase um alívio conseguir entender o que ela dizia. Quando a aula finalmente acabou, os alunos corriam rapidamente para seus carros ou andavam a pé para suas casas.

— Você vai a pé? — Minhyuk me perguntou ao pararmos na porta do prédio.

— Provavelmente. — Eu não tinha planejado nada, mas sabia que a casa ficava há apenas umas quadras dali.

— Então, vou junto. Minha casa é perto da casa do Jooheon. — Ele me informou, sorridente, e eu assenti aliviada, porque tinha medo de andar sozinha já que já passavam das onze horas. — Melhor irmos rápido.

— Rápido? — Eu perguntei, enquanto andava a passos largos ao lado do oriental.

— É bom você não ficar muito tempo aqui depois que as aulas acabam. — Ele me informou, distraído, enquanto verificava seu celular.

— Por que não?

— É perigoso. — Ele deu de ombros e pigarreou. — Assaltos e sabe-se lá que tipo de maníacos tem por aí. — Eu assenti achando razoável, mal sabia que não eram bem esses perigos aos quais Minhyuk se referia. Mas, isso eu só descobriria no tempo certo.

— Jooheon vai para casa que horas? — Eu perguntei tentando soar desinteressada.

— Ah, ele não tem uma hora certa. As aulas dele são meio malucas. — Minhyuk respondeu, evasivo, mas algo não encaixava. A faculdade estava cada vez mais vazia, o que indicava que nós estávamos saindo no último horário de aula disponível.

Nós andávamos rápido pela rua, o que me deixava ainda mais alerta. Será que Seul era assim tão violenta? Nós andávamos por uma rua estreita e residencial, eu estava para o lado de dentro da rua onde havia várias árvores indicando o final do enorme Campus da Universidade que tinha uma mata extensa aos fundos.

Eu observava aquelas árvores e o mato excessivo sem ser cortado há tempos apenas sendo segurado por cercas maltratadas quando algo me assustou ao ponto de eu dar um pulo para o lado oposto de Minhyuk.

— Hoseok? — Minhyuk se surpreendeu e eu abri a boca, chocada. Era o outro amigo deles de cabelos loiro, pele muito branca e músculos bem desenhados em ambos os braços. Ele era forte e eu notava isso, porque, naquele momento, ele carregava Jooheon para fora da mata.

Hoseok tinha a feição mais esquisita, eu não conseguia adivinhar se ele era mesmo tão irritado quanto seus contornos demonstravam. Ele parecia cansado e segurava Jooheon pelo braço enquanto o mesmo parecia fraco demais para andar.

— Está tudo bem? — Eu perguntei, alarmada, afinal os dois estavam saindo do meio da mata abandonada do Campus, utilizando-se de uma falha na cerca que parecia ser utilizada por eles constantemente.

— Está tudo bem. — Minhyuk me acalmou enquanto ajudava Hoseok a carregar o amigo. — Onde está o Kihyun?

— Fazendo as coisas dele. — Hoseok falou de um jeito estranho e eu fiquei me perguntando o que seriam "as coisas dele". Em compensação, Jooheon parecia pálido demais, talvez ele tivesse bebido e por isso precisasse ser carregado.

— Ele bebeu? — Eu perguntei, atordoada, enquanto os dois carregavam o amigo.

— Ah, sim. — Minhyuk me respondeu com dificuldade. — Eu te falei que ele tinha alguns problemas.

— E você é...? — Hoseok me perguntou.

— S/N. Eu... Eu estou morando na casa do Jooheon. — Eu expliquei e Hoseok assentiu, mas não sorriu e continuou focado em carregar o amigo.

Eu os ajudei a abrir a porta com a cópia que eu tinha ganho da chave da casa já que as coisas de Jooheon não pareciam estar em lugar algum, mas preferi não comentar.

Jooheon não falava absolutamente nada e mantinha um olhar parado para baixo, se os pés dele não se movessem para ajudar os amigos na tarefa, eu juraria que ele estava desacordado.

Os meninos tentaram ser silenciosos uma vez que todos estavam dormindo, mas me espantou a prática que eles tinham em deixar Jooheon na cama dele, como se fizessem disso uma rotina.

— Ele vai ficar bem? — Eu perguntei, ansiosa, enquanto espiava Jooheon jogado na cama sem reagir. O mesmo olhar parado. Que tipo de bebida ele tinha tomado?

— Ah, vai sim. — Minhyuk me tranquilizou. — Você vai ver.

Antes de fechar a porta do quarto de Jooheon, eu dei uma olhada rápida. Típico quarto de garoto com roupas largadas pelo chão. Uma cama de casal simples onde ele estava deitado de bruços da mesma maneira que seus amigos o deixaram. Uma cômoda, uma escrivaninha e um guarda-roupas. Tudo bem comum e da mesma cor marrom entediante.

Naquela noite, eu pensei muito e fiquei preocupada em que casa eu havia me metido. Se Jooheon estava mesmo metido em problemas mais sérios do que eu pensava.

Meu quarto era bem pequeno e eu mal conseguia me movimentar nele. Uma cama de solteiro bem comum e um armário pequeno eram os únicos móveis disponíveis. Meu quarto era o penúltimo no corredor e o de Jooheon era o último ao lado do meu.

Talvez fosse o nervosismo, mas minha noite foi conturbada. Toda vez que eu fechava os olhos, eu caía num sono agitado e ouvia gritos. Quando abria os olhos, a casa continuava silenciosa.

Perto das três da manhã, ouvi uma movimentação no quarto de Jooheon. Passos como se ele estivesse andando em círculos e franzi o cenho, perplexa, me perguntando o que ele fazia e se tinha se recuperado. A movimentação dele parou às três horas em ponto. Eu caí em um sono tranquilo imediatamente.


Notas Finais




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