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História Recomeçando - Dramione - Capítulo 4 - Por que não?


Escrita por: BeatriceBRiddle

Capítulo 4 - Capítulo 4 - Por que não?


Depois daquela noite em que as pessoas que eu mais amava no mundo foram tiradas de mim daquela forma, eu sabia que eu nunca mais havia sido a mesma. Eu estava viva, mas não mais vivendo da mesma forma, meus sorrisos não tinham mais o mesmo brilho, eu ainda sorria do que achava engraçado, mas a alegria me havia sido tirada. Acho que em parte quando me ajoelhei no chão de minha casa e vi as memórias do próprio Voldemort, grande parte de quem eu era queimou junto com a casa.

Porém eu já estava bem melhor do que no momento em que aparatei. Assim que sai de perto da minha antiga casa desejei ir para meu segundo lar, e aparatei nos portões de Hogwarts. Fui recebida na porta por uma Minerva em choque, que provavelmente já sabia que minha casa havia sido destruída, já que ela havia aprendido com Alvo a forma de saber de tudo e sobre tudo antes de todos. Ela me acolheu, e me levou para a enfermaria onde fui tratada durante dias a fio. Estar ali doía por eu me lembrar das pessoas que eu havia perdido ali a tão pouco tempo, afinal de contas naquele dia eu havia estado em uma batalha ali e tudo havia mudado tão rapidamente.

Depois de duas semanas sendo tratada na enfermaria eu já havia me tornado amiga da nova diretora da minha casa, Madame Pomfrey. Ela e Minerva haviam sido as chaves da minha melhora, já que me tratavam como filha no castelo. Passadas as duas semanas eu havia sido liberada para sair da enfermaria, e foi decidido que apenas Minerva e Papoula saberiam o que me havia acontecido. Nesses dias havia recebido diversas cartas de meus amigos, mas nenhuma visita já que ninguém sabia onde eu me encontrava, resolvi não respondê-los até estar pronta para responder a todas as suas perguntas com respostas pelo menos firmes e um pouco convincentes.

Minha rotina em Hogwarts havia se tornado uma das melhores coisas em minha vida, ajudava todos os professores e funcionários do ministério a reformar e reerguer a escola. Normalmente estava junto com Minerva, mas também ajudava Papoula na enfermaria e madame Pince na biblioteca. Só procurava estar o mais longe possível de qualquer Weasley que viesse trabalhar aqui, já que para acalmá-los Minerva havia mandado uma carta para eles não ficarem preocupados que eu estava bem, mas eu ainda não havia me comunicado com meus amigos.

Quando as reformas estavam perto do fim enviei a Gina, Harry, Rony e Luna cartas comunicando que estava bem, que havia me ausentado para tirar férias, mas que estaria de volta com eles para o ano letivo. Também achei uma forma de conseguir que meu malão fosse enviado a mim, já que ele estava na Toca, e havia comprado todos meus materiais através de Hagrid que se dispôs a ir ao Beco Diagonal por mim.

Eu estava feliz em parte pelo que estava acontecendo em minha vida, meus amigos estavam namorando, eu tinha um lar, e mesmo sentido falta de meus pais, me sentia muito acolhida em Hogwarts. Sentia que poderia finalmente recomeçar naquele último ano.

Quando todos chegaram à escola, me juntei aos meus amigos na mesa da Grifinória preparada para ouvir todos seus questionamentos sobre como eu estava, onde eu havia estado e porque não havia me juntado a eles no trem. Eu me senti um pouco exposta já que não estava mais acostumada a conversar tanto com pessoas que não tinham ideia do que havia acontecido comigo, não estava acostumada a perguntas indelicadas e a esconder o que se passava, mas eu sentia que era melhor assim, já que eles não precisavam se preocupar já que eu estava bem.

Agora estava em meu novo quarto depois de um longo banho, eu era a nova monitora chefe junto com o Malfoy e tínhamos uma sala comunal separada das outras casas. Tudo ali era bonito e espaçoso, e eu gostava de Minerva ter me dado a chance de ficar sozinha pelo menos durante a noite, que eram as horas mais difíceis da minha nova vida.

Ao saber que teria que dividir o cargo e o salão comunal com Malfoy não me importei, na guerra eu havia visto que todo o ódio que um dia alimentei por ele era infundado, já que ele era apenas um menino que não havia tido direito a escolhas e no fim conseguiu de alguma forma escolher o lado certo. Havia aceitado de bom grado trabalhar com ele, afinal ele era inteligente e esforçado quando precisava, e me ajudaria com as tarefas da Monitoria. Podíamos até tentar ter uma amizade esse ano.

Depois de conhecer meu quarto, meu closet e meu banheiro e do banho calmo, decidi descer até o salão comunal e explorar os livros que havia visto ali antes. Durante as noites eu não dormia, era demais para mim, ter pesadelos todas as noites com as cenas que jamais saíam da minha cabeça, era demais ficar algumas horas de olhos fechados deixando pacificamente que tudo voltasse para me assombrar. Então durante o tempo que havia ficado em Hogwarts, aprendi a não dormir durante a noite, apenas tirar algumas sonecas nos horários livres das tarefas da reconstrução do castelo.

Eu havia colocado esses tempos também entre minhas matérias nesse ano, iria estudar durante a noite, porque de dia os pesadelos eram menos piores e madame Pomfrey havia feito uma poção para mim que me mantinha dormindo por algumas horas, só que funcionava apenas durante o dia, e eu podia tomar toda vez que tivesse um tempo para descansar. Assim não ficava tão cansada e também conseguia me livrar das noites terríveis.

Me sentei em um sofá e fiquei lendo um romance trouxa que estava perdido entre os livros da estante. Estava tão absorta que não havia percebido certo loiro se aproximar de mim.

- Você não dorme não? – Me perguntou o loiro, que notei que parecia meio sonolento com os cabelos bagunçados e apenas uma calça de pijama.

- Na verdade, não. Pelo menos não de noite. – Disse a última parte mais baixo. Eu não sabia nem porque estava falando com ele.

- Por quê? – Me perguntou ele se jogando no outro sofá. Pela sua expressão notei que estava curioso.

Olhei para ele durante um tempo e resolvi fechar o livro e deixá-lo em cima da mesinha de centro que tinha por ali. Me deitei no sofá e resolvi conversar um pouco com ele,  eu não sabia porque, mas afinal de contas aquela era provavelmente nossa primeira conversa civilizada.

- Tem coisas no meu passado, que não me deixam dormir. – Sorri fraco enquanto falava olhando para o teto.

Ele dessa vez pensou um pouco antes de se pronunciar.

- Sei bem como é. – Disse ele sorrindo fraco como eu havia feito.

Sorri novamente, me levantei e fui em direção à pequena cozinha que havia ali. Que eu não havia notado quando entrei, nem o Malfoy pela cara que fez quando me viu indo até lá. Resolvi fazer um pouco de café afinal de contas não havia sono para que eu afastasse, mas eu gostava da bebida.

- Por que não estava no trem hoje? – Ele havia reparado que eu não estava no trem. E apesar de meu primeiro instinto ter sido o de mentir como havia feito para meus amigos, resolvi que provavelmente ele era a única pessoa que eu poderia contar a verdade sem que me julgasse ou questionasse sobre todo o resto.

- Eu já estava em Hogwarts. – Disse naturalmente enquanto colocava o café em uma xícara e oferecia para ele. Ele aceitou então peguei outra xícara para mim e sentei em uma cadeira de frente para a bancada que havia ali.

- Estava aqui desde quando? – Ele parecia curioso e algo mais estava em sua voz, talvez preocupação.

- Desde o fim da guerra. – Ele franziu o cenho quando respondi, e eu comecei a olhar para minha xícara de café. Eu não sabia por que estava contando tudo aquilo a ele.

- Por que não foi para casa? – Mas assim que fez a pergunta acho que ele entendeu o porquê. Malfoy não era burro e sabia que eu era uma sangue ruim. Sendo comensal também sabia que sangues ruins haviam sidos mortos.

- Meus pais não mais se lembravam de mim. – Era totalmente verdade, mesmo que quando cheguei a casa eles estavam mortos, a última vez que os vi vivos eles não lembravam e agora estavam no passado.

Eu estava respondendo com uma naturalidade que eu desconhecia, uma calma que não era minha quando se tratava desse assunto. Percebi que ele estava me encarando, provavelmente tentando pensar o que achava sobre o assunto.

- Por que isso aconteceu? – Perguntou ele mais doce do que jamais o vi estar.

- Eu tentei protegê-los da guerra. Eu era um dos alvos principais e eles não poderiam se defender quando eu estivesse lutando. – Respirei fundo e coloquei minha caneca na pia. Iria para a sala ler mais, já que dormir não era uma possibilidade.

Antes que eu pensasse em sair da cozinha Malfoy ficou na minha frente e me abraçou bem forte me prendendo em seus braços.

- Eu sinto muito, Hermione. – Ele disse perto do meu ouvido enquanto ainda me abraçava. Abracei-o de volta quando ele me chamou pelo nome.

- Eu estou bem, Draco. – Era bom dizer o nome dele, era bom sentir que poderíamos nos entender.

- Já que você não dorme e eu não estou cansado, poderíamos ir para o meu quarto e ver um filme. O que acha? – Draco ainda me segurava pela cintura e sorria levemente enquanto falava.

- Draco Malfoy sabe o que é um filme? – Falei quase rindo e fingindo estar escandalizada.

Ele sorriu e me puxou para seus braços indo em direção às escadas.

- Só porque minha família não gostava de trouxas e me forçou a ser um comensal não quer dizer que eu não assistia filmes escondido. – Ele sorria enquanto segurava minha mão e subia as escadas na minha frente.

Fomos para o seu quarto e ele falou para eu me acomodar na cama enquanto ele colocava um filme. Depois de colocar o DVD do Batman em um aparelho que ele conjurou, se deitou ao meu lado e começamos a assistir. Na metade do filme Draco havia dormido. Desliguei a TV, o cobri e fui em direção ao meu quarto. Eu havia passado um tempo com o Malfoy que havia me feito bem, ele realmente poderia ser um bom amigo.



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