Mário se esquiva rapidamente de Clara e olha pra Nana, que está com os olhos marejados e com a mão no ventre, balançando a cabeça negativamente.
- Clara você não podia ter feito isso. - Mário repreende com voz calma para não assustar as crianças que ainda estavam na sala e diz olhando fixamente nos olhos de Clara, mas com o coração apertado, pensando em Nana.
- Me desculpa, foi o impulso. Me perdoa! - Clara se arrepende e sai rápido da casa de Alberto.
- Tchau pai! - Grita Miguel que está sendo levado pela mãe.
- Tchau filho. - Diz cabisbaixo.
Bezinha ao ver toda a situação, chama Sofia para comer um bolo na cozinha, na intenção de deixar Nana e Mário sozinhos conversando.
- Nana, você viu que eu não quis isso, né? Foi a Clara! - Ele tenta se desculpar, se aproximando da mulher e falando rapidamente de tão nervoso.
- Mário, eu nem sei o que eu tô sentindo agora. - Lágrimas corriam por seu rosto, sua mão tremia de nervoso e o bebê mexia bastante por conta do estado emocional da mãe, o que fazia Nana levar a mão até a barriga na tentativa acalmá - lo.
- Meu amor, se acalma, você está tremendo, isso não vai te fazer bem, por favor, se acalma. - Ele tenta abraçar Nana, mas ela recua.
- Não, não faz isso. Por que você inventou tudo isso de uma grande família? Pra me machucar? Vingança pelo passado? Foi isso, né? - Diz com a voz embargada, tentando conter as lágrimas.
- Claro que não, meu amor. Você viu que ela veio até mim, mas eu me afastei. Eu amo você Nana. Por favor, fica calma, pelo nosso bebê. - Ele pede incansavelmente, sem saber o que fazer para acalmar a amada.
- Mário, me deixa, por favor. Eu não tô bem. Eu não sei o que pensar. - Nana se levanta do sofá rapidamente, ficando tonta e sentindo as pernas bambearem, já que a barriga estava grandinha e pesada, nem parecia que eram apenas 23 semanas de gestação.
- Devagar, meu amor. Pensa no bebê, por favor. - Ele apoia Nana em seus braços, com medo dela cair.
- Eu preciso ficar sozinha, por favor. Me deixa! - Diz virando o rosto e passando a mão no pé da barriga, uma pequena dor estava a começar.
- Eu vou te ajudar ir até o quarto, não vou deixar você correr o risco de cair e se machucar, ou até mesmo machucar esse bebê. - Ele põe a mão por cima da mão de Nana, que estava posicionada na barriga, e fica olhando pra ela que acena com a cabeça, afirmando que ele podia ajudar ela ir até o quarto.
Chegando no quarto, Mário ajeita os travesseiros do jeito que ela gosta, ajuda Nana a se deitar, e se senta na cama ao lado dela, acarenciando seus cabelos encaracolados e secando suas lágrimas.
- Você sabe que eu não fiz aquilo, não beijei ela. Se eu quisesse continuar com a Clara, eu simplesmente não teria terminado um casamento de anos com ela. Ela sempre foi uma esposa incrível, dedicada, não tenho o que reclamar. Só que eu amo você, Nana. Eu amo você! Eu escolhi você, e te escolheria de novo. Você é minha família, meu amor. Eu quero recomeçar a vida com você. Não tem como recomeçar do começo, porque temos filhos que tem outra mãe e outro pai, mas vamos recomeçar do meio, vamos recomeçar eu, você, Sofia, Miguel e esse neném que tá nessa barriguinha linda da qual você não tira a mão desde a sala. Tá tudo bem? - Ele olha nos olhos dela e passa a mão em sua barriga, fazendo carinho, e franzindo a testa ao sentir que a barriga está dura.
- Eu te amo, tá? Me desculpa, eu não consigo evitar essas crises de insegurança. E eu tô sentindo a barriga um pouco estranha, uma dorzinha fina no pé da barriga, mas vai passar, eu só preciso ficar quietinha. Tá bom? - Ela passa a mão na barba dele, acarencia seu rosto e depois o puxa para um beijo lento e gostoso. - Eu amo muito você, meu poeta sem cabeça. - Diz ainda encostada na boca de Mário, sorrindo.
- Eu te amo, Mariana Mole. - Ele puxa ela com mais força, contorna seu corpo com as mãos, vai descendo seu beijo pelo pescoço dela, contornando com a língua cada detalhe, tirando a alcinha do vestido com a boca, espalmando suas coxas e fazendo a morena arfar, massageando seus seios que estavam maiores que nunca. O clima começa a esquentar, mas quando Mário percebe que ela não está confortável, e que está tentando entrar no clima mas ainda sentia dor e não conseguia esconder, Mário para. - Amor, quer ir pro hospital? - Ele para, coloca a alcinha do vestido de volta em seu ombro e da um beijinho em sua boca.
- Não amor, eu vou ficar bem. - Ela diz com a voz embargada, muito preocupada. Se deita, se cobre e fica observando a barriga. - Nosso bebê só deve estar um pouco estressado com o tanto de emoções que venho passando nos últimos dias.
- Você precisa ficar mais calma, não se exaltar tanto com coisas descessárias. Eu vou buscar algo pra você comer, não quero que fique fraca. - Ele diz quase saindo do quarto.
- Você precisa me ajudar né?! Só passo nervoso com as suas maluquices. - Ela ri. - Mas vai lá fazer um pratinho pra nós porque estamos com bastante fome. - Diz sorrindo, apontando pra barriga.
Mário sai do quarto e vai pra cozinha fazer um prato pra Nana com o que sobrou do jantar.
- Você só da bola fora, né Mário? - Bezinha diz com uma mão na cintura.
- Aí que susto, Bezinha. Não dou só bola fora não, primeiro que eu não fiz nada, ela está grávida, os hormônios estão enlouquecendo ela. E segundo que se eu desse só bola fora ela não estaria grávida, né? - Ele brinca, em um tom sarcástico.
- Safado! - Com o pano de prato que estava em seu ombro ela bate nele e os dois riem.
- O que está acontecendo aqui ? - Alberto chega na cozinha estranhando as gargalhadas.
- Nada não, comandante. Estou fazendo um pratinho pra Nana comer. - Diz enquanto coloca salada em um prato a parte na bandeja.
- O Marcos me disse que viu a Nana chorando. Você trate de cuidar da minha filha! - Ele fala com a voz firme e grossa, ressaltando as sobrancelhas.
- Estou cuidando comandante, estou cuidando. - O celular de Mário vibra no seu bolso, e ele logo atende quando vê quem é.
- "Oi, o que foi"... - Antes que ele completasse a frase é interrompido. - Tá bom, tá bom Clara, eu tô indo.
- O que foi Mário? - Alberto pergunta ao perceber o desespero do poeta.
- Era a Clara, parece que o Miguel teve uma intoxicação com a comida japonesa que ele estava comendo. Vou correr pro hospital.
- Vai, corre! - Alberto se preocupa com menino, para ele, Miguel era como um neto.
- Mando notícias, comandante. - Ele diz correndo, já saindo da mansão.
Nana ficou esperando Mário por mais 40min, mas estranhou a demora e decidiu descer pra procurar o poeta. Descer as escadas nunca tinha sido tão difícil, a cada degrau ela sentia uma forte pontada na barriga, sua cabeça estava pesando e ela estava começando a ficar tonta no meio da escada. Marcos chegava na sala todo eufórico, acabava de voltar da casa de Paloma, suas presença lá era cada vez mais constante e a felicidade dele estava estampada na cara.
- Nana você tinha razão, me aproximar das crianças melhorou muito o clima com a Paloma. - Ele diz olhando pro celular, procurando as fotos que tinha tirado. Mas ao perceber que Nana não tinha o respondido, ele olha com mais atenção pra ela e entende a situação. O rapaz vê a irmã quase caindo da escada, corre para evitar que ela caia e se machuque, então quando chega até ela, lhe abraça e naquele abraço ela desfalece.
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