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História Recomeçar - Forte


Escrita por: juniechild

Notas do Autor


Boa noite gente, quem está a fim de mais um cap? :D
Como prometido, um big capítulo pra tentar compensar a minha falha nas postagens auhsuahsu
Boa leitura

Capítulo 47 - Forte


Fanfic / Fanfiction Recomeçar - Forte


POV Bruno
 

- Alou? - Disse e tirei o telefone do ouvido, vendo ele apitar "Chamada encerrada". - Quem era Phill?

- Era a Ashley. Ela já desligou? 

- Que Ash...? - Algo lá dentro do meu cérebro apitou e eu me dei conta da merda que fiz. - Puta merda...

- O que foi? - Ele me encarou confuso

- Liga pra ela de novo - Peguei o telefone e me enrolei pra digitar a senha. - Toma - Entreguei  o celular para Phill me olhou com cara de "eu avisei".

- Não preciso falar nada, né - Ele riu irônicamente. - Boa noite Bruno. - Arrumou seu robe e saiu do quarto.

Sentei na cama e passei as mãos pelo cabelo frustrado.

- Não acredito que fiz isso - Puxei um pouco de cabelo enquanto tentava organizar meus pensamentos turvos pelo álcool. - Primeiro um banho.

Olhei para o quarto, localizando a toalha, corri para o banheiro e coloquei a água na temperatura mais gelada possível, e agradeci o isolamento acústico do quarto, por que os gritos que dei durante o banho não foram nada sonoros.

Depois coloquei uma cueca limpa, pedi remédios para dor de cabeça e qualquer coisa que curasse ressaca, sequei e penteei o cabelo, procurei o carregador do celular e o conectei na tomada.

Tudo me equilibrando e paredes em móveis, ainda tonto.

Enquanto o celular ligava, eu fui pegar os remédios do serviço de quarto, e peguei um pouco de dinheiro que tinha no bolso para pagar o pelo serviço.

- "Sua chamada esá sendo encaminhada para caixa de mensagem e você estará sujeito a cobrança após o sinal"

- Ash! - Gritei após o sinal - Olha, eu... desculpa, - tentei soar sóbrio - Era brincadeira amor, eu... Me liga por favor.

Desliguei a chamada e liguei para o telefone de casa.

- Alô? - Brooke atendeu depois da terceira chamada.

Puta merda! Esqueci de avisa-la de Brooke. Tô lascado.

- Brooke, cadê a Ashley?

- Olá priminho, tudo bem?

- Por favor, chama a Ashley

- Ela subiu com o Ed Sheeran, ou eu acho que era ele.

- Brooke, é sério.

- Ai meu deus Bruno, por que você não me avisou que tinha uma namorada?

- Por que eu deveria te avisar? - me deitei na cama.

- Por que eu não levaria o susto que levei quando ela chegou. E aliás, que mal gosto ein

Respirei fundo tentando buscar a calma lá de dentro.

- Brooklyn...

- Tudo bem. - Respirou fundo e ouvi o som de passos ao fundo.

- garota, o Bruno quer falar com você - Ouvi baixinho. - Tem certeza? Então tá. O Bruno - A voz ficou mais perto

- Sim?

- Ela não quer falar contigo.

Bufei em frustração e desliguei o telefone.

- Que merda! - Bati na cama.

 

POV Ashley
 

3 dias.

Eu estou aqui ainda, na casa do Bruno.

Eu deveria ter saído assim que descobri sua mentira, era o que eu teria feito antes.

Mas a situação agora é diferente. Eu não posso fazer todo aquele circo de novo, por que não estou mais sozinha no mundo. Eu tenho Ellie e ainda tem mais um vindo, não quero que eles convivam com isso.

Eu prometi a mim mesma que se eu fosse sair, eu nunca mais iria voltar. Por isso não vou fazer nada, vou fingir que não foi nada demais.

"Aliás, foi só uma promessa boba que ele quebrou. Nem tem tanta relevância assim."

- Toc Toc - Ouço a voz de Presley do lado de fora da porta assim que saí do banho.

- Pode entrar.

- Aaai eu nem acreditei que você estava mesmo aqui e que voltou com meu irmão - nos abraçamos.

- Pois é, nem eu acredito. - ri fraco, mas ela nem percebeu

- E quem é essa coisa gostosa aqui - Apontou para Ellie, que estava sentada olhando um desenho qualquer na TV.

- Essa é minha filha do coração. - Falei e mandei uma beijinho para Ellie, que sorriu sapeca.

- Ah, a filha do seu irmão?

- Sim.

- Mas que linda princesinha - Pegou Ellie no colo, que agarrou duas mechas de seu cabelo e começou a brincar enquanto soltava alguns sons. - Que "cherosa mamãe" - Começou a brincar com ela e eu voltei a pentear o cabelo.

- Então - Ela disse sentando e ajeitando a bebê no colo. - Fiquei sabendo que você e a Brooklyn são melhores amigas.

Olhei irônicamente para ela, que riu revirando os olhos.

- Vou fingir que não disse isso. Aquela guria é um porre as vezes, mas não é má pessoa. Eu acho.

- Ela estava cuidando muito em da casa do Bruno.

- Por que?

- Ela estava dando uma festa com as amigas anoréxicas dela - Começamos a rir.

Depois ficamos em silêncio. Presley me observou terminar de amarrar o cabelo e ajeitar a maquiagem. Ellie cochilou em seus braços e ela a ajeitou na cama, para que ficasse confortável.

- Pode falar. O que aconteceu entre você e o meu irmão?

- Como assim? - Falei colocando a toalha atrás da porta.

- Eu sei que aconteceu alguma coisa. Dá pra ver em seus olhos. Vamos lá, desabafa.

Coloquei um vestido, e com um suspiro contei tudo o que ela não sabia desde o acidente, ocultando que recuperei a memória, e dei ênfase no acontecimento de 3 dias atrás.

- Nossa - Ela passou as mãos pelo cabelo, gesto idêntico ao de Bruno - Olha, eu amo meu irmão, mas ele é um idiota.

- Eu sei, de verdade - Dei um risinho. - Mas eu não vou me deixar abater por isso. Eu escolhi estar aqui, escolhi ficar com ele, e dessa vez eu vou me esforçar.

- Eu no seu lugar já teria saído fora a muito tempo - Ela disse e pôs a mão em meu ombro. - Mas eu te entendo - Me abraçou, e eu precisei ser forte pra não chorar.

- Obrigada, por me entender. O Ed e a Andrye ficaram furiosos por eu não pular na garganta do Bruno - Rimos.

- Por nada Ash. Eu te entendo, mas não vou deixar você ficar enfurnada aqui.

- Como assim?

- Vamos ao shopping! Precisamos começar o enxoval desse principezinho aqui - Pegou em minha barriga - essa princesinha, e você também, já que está engordando um pouco mais todo dia, sem ofensa - Riu e eu dei um risinho debochado.

- Muito engraçada. Mas eu não tenho tanto dinheiro para tudo isso.

- Você não. Meu maninho, sim. - Piscou.

- O que? Não, nem pensar.

- Ah sim, sim senhora. Se você não vai pular no pescoço dele, vai pelo menos deixa-lo mais pobre. - Com um sorriso mandou eu me trocar enquanto ia pegar um cartão em algum lugar da casa que o Bruno deixa para emergência.

- hum, você tem roupas pra frio não é? - Ela disse e eu franzi o cenho

- Tenho, mas por que? 

- Por que o inverno já começou, e está daquele jeito.

- Mas...? - Não estou com frio, pensei, e logo depois me toquei que as casas aqui tem aquecedores para regular a temperatura. - Ah...

- A quanto dias você não sai do quarto?

- Desde que cheguei, só saio pra comer, pra evitar de encontrar com você sabe quem.

- Ah, acho que ela já deve estar para sair.

- Deus te ouça. - Rimos. - Quantos graus está fazendo?

- Uns 11, 12 graus. - Deu de ombros e eu senti um arrepio na espinha só de pensar no quão frio está lá fora - Está no comecinho ainda.

- Hum. - passei os olhos rapidamente pelo guarda roupa, até achar um conjuntinho de vestido branco com um cintinho na "cintura" vermelho e a barra franjada e uma jaqueta vermelha na mesma cor do cintinho. 

Separei também uma meia calça branca e um sapatinho branco para ela, e uma tiara de lacinho.

Pra mim, peguei um moletom "gap" vermelho e uma calça de tecido preta. All star preto e prendi o cabelo com um coque.

Mas quando me olhei no espelho, eu me senti deslocada. Como se aquele modo de me vestir não fosse mais meu.

- Pres. - Falei levantando os braços.

- O que? - Ela se virou e eu vi que ela já estava tirando fotos com minha princesa

- Eu não me sinto bem.

- Como assim?

- Esse jeito. Como estou vestida.

- Qual o problema? Você sempre se vestiu assim...

- Por isso. Mas eu não me sinto confortável com isso.

- Então vamos ver outra roupa. - Ela disse e abriu o guarda roupa novamente.

Muitos minutos se passaram e nós não achamos nada que não fosse adolescente demais.

- Tudo bem, eu admito, eu era muito infantil no meio jeito de vestir.

- Não era tão infantil. - Ela sorriu e eu vi que queria rir. -

Fiz careta pra chorar e Ellie se assustou e quis chorar também.

- Não meu amor, não chora, mamãe tá brinc... - Coloquei a mão na boca.

 - É difícil se intitular mãe dela?

- Eu não sei, eu a amo com toda a minha vida. De verdade, mas parece que eu quero roubar o lugar da Alice. 

- É só você manter a memória dela viva conforme a Ellie crescer. Mas ela vai te enxergar como mãe, quer você queira ou não.

Pres prendeu seus cabelos em um rabo de cavalo e o som de suas pulseiras balançando fez Ellie cair na risada e nós rimos junto.

- É você tem razão. - Ficamos alguns segundos em silêncio.

- Quer saber, nós três e nosso príncipe vai ganhar roupas novas hoje. - Falei e nos levantamos.

- Éh - Ela fez uma comemoração.

 

(...)

Passamos as primeiras três horas andando quase sem parar, mas a grávida aqui começou a sentir muita dor nos pés e nós paramos um pouco para relaxar.

Sentamos em um banco no meio do shopping para descansar.

Sabe quando seus olhos batem naquele vão do corredor onde diabólicamente fica localizada uma franquia de açaí, e com uma rápida passada de olho pelo menu dá pra reconhecer e até sonhar com algumas delícias dali?!

- Presley, quer açaí?

- O que?

- Açaí. Aquela coisa meio roxa, nunca comeu? É brasileiro.

- Hum... Roxo...?

- Que seja - Estava começando a ficar impaciente - Me dá o cartão, vou comprar um pra mim e te dou um pouco, pra ver se você gosta. Segura a Ellie.

Fui caminhando até lá e me posicionei na fila atrás de um homem. De início eu não reparei bem nele, mas ele mexeu em um dos bolsos da calça e deixou uns papéis caírem no chão.

Me abaixei e peguei os papéis.

- Com licença. - Cutuquei seu braço... 

Nossa, braços fortes... ASHLEY! O que você tá pensando.

- Ah, nossa, obrigada. - Ele disse em português.

- É brasileiro?! - Fiquei surpresa ao ve-lo falar em português.

Ele virou totalmente para mim e eu pude reparar (bem mais que o necessário) que ele é um puta moreno de olhos vedes. Cabelo preto bem cortado, vestido com uma camisa pólo branca e uma calça jeans. 

Pela camisa dava pra ver que ele é o tipo que gosta de malhar.

E muito, muito cheiroso.

Senti algo dentro de mim balançar e desejei ter uma barra para me segurar.

- E você também é. - Riu. Que sorriso...

Deus, o que está acontecendo comigo?

- Pois é.

- Você está fazendo intercâmbio aqui?

- Como? - Fiquei extremamente surpresa

- Desculpa, é que eu imaginei que você tivesse uns 19 anos. - Ele me olhou e eu fiquei boquiaberta

- Ah - Olhei para as minhas roupas. - Na verdade eu tenho 25 anos.

- Nossa, fiz feio - Riu e eu escondi um sorriso. - Não acredito que achei que uma mulher tão linda quanto você fosse tão jovem.

- Ah, nossa - Desviei os olhos e ignorei o rubor crescente.

- Meu nome é Guilherme Andrade.

- O meu é Ashley... Kennedy - Disse e apertei sua mão.

- Então, Ashley, gostaria de tomar café qualquer dia desses? Eu cheguei do Brasil tem duas semanas e não fiz muitos amigos.

- Ah...

- Tem namorado?

- Na verdade - Eu tenho namorado? Quer dizer, eu estou com Bruno, mas quando o perguntei, ele só disse que eu era a "garota dele".

E qual é, eu vou só tomar um café. Nada demais.

- Então?

- Não, não tenho um namorado, é um rolo muito complicado pra explicar. - ri constrangida.

- Bom, então, me passa seu número, para combinarmos algo.

- Nossa, mas já?

- Como assim? - Ele me olhou esquisito - Ah, meu deus, você é lésbica?

- Não - ri da pergunta. - É que eu me desabituei desse jeito brasileiro.

- Desculpa, eu geralmente sou assim, mas prometo que não tenho nenhum interesse maior - Chegou a vez dele. - Com licença, uma tigela de açaí.

- Tudo bem. - Falei e ele voltou a me olhar. - É de qual estado do Brasil?

- Sou de Belém, mas cresci em Porto Alegre, terra da minha mãe. E você? - Ah, por isso os olhos verdes e o corpo moreno.

- Sou do Rio, mas cresci em São Paulo.

- Ashley, quanta demora - Presley apareceu do nada e eu levei um susto.

Ela olhou desconfiada para mim e para Guilherme e eu me senti culpada... Espera, por que eu estava culpada?

- Olá, tudo bem? - Ele falou em inglês.

- Essa é Presley Hernandez. Pres, esse Guilherme, ele é um amigo meu, na verdade acabamos de nos conhecer.

- Ah sim. - Ela relaxou, mas me olhou como se dissesse "conversamos depois".

Dei língua quando ele se virou para pegar a tigela.

- O que vai querer? - A atendente se virou para mim.

- Um milkshake. Mas sem diluir a polpa, por favor. - Falei e Guilherme segurou meu braço.

- Você não me passou seu número. - Presley esbugalhou os olhos. - Para o café.

- Ah sim, me passa eu telefone - Ele me passou seu iPhone e eu anotei meu número.

- Vou te mandar uma mensagem e você salva o meu. - Assenti. - Pronto - ele disse depois de alguns toques no celular. - Deixa eu me sentar.

Me deu dois beijos no rosto, como qualquer brasileiro e depois se despediu de Presley, que esperou ele se afastar para me bater.

- Você estava flertando com aquele moreno. Ashley sua safada. - Rimos.

- Não, eu não estava flertando com ele. - Começamos a andar novamente.

- Aham sei, só não vai pra cama com ele. - piscou.

- Ai meu deus. - Meu celular vibrou e eu procurei no bolso do moletom.

Nele tinha uma mensagem de um número estranho.
 

- "Você é linda. Nunca se esqueça disso. Seu "rolo" é um cara de sorte :).
- G.
"

Li para Presley, que me encarou boquiaberta.

- Eu casava com ele. - ela disse e me entregou Ellie.

- Você é louca, deveria me dar sermão por ter falado co outro homem, ao invés de me mandar casar com ele.

- Ah, eu sei que você não vai agarrar o cara, e você precisa conhecer gente nova, conversar, e não ficar trancada em um quarto.

- Tudo bem, tudo bem. A tia Pres é muito chata não é bebê? - Brinquei com as mãozinhas de Ellie e Pres me deu uma bolsada.

- Eu ouvi isso tá. - Coloquei Ellie no carrinho e voltamos a fazer compras.

 

(...)

- Pres? - Disse assim que entramos de volta no condomínio.

Já passavam das 8 da noite e  trânsito estava insuportável.

- Sim?

- Não ria de mim. Mas ue acho que a gravidez está me deixando... Você sabe... Acesa - baixei a cabeça enquanto ela explodia em risadas.

- Meu irmão vai adorar saber disso.

- Ai nem me fale, eu não sei se vou mata-lo ou agarra-lo quando o ver - Rimos e os portões se abriram.

De repente, eu vi Dre e Lonnie no fundo.... DRE E LONNIE!!

Abri a porta do carro e saí em disparada para dentro de casa.

- Cadê o Bruno? - Gritei para eles, que me olharam confusos e apontaram para o segundo andar.

Entrei em disparada ela casa, não sei por que, mas por um segundo eu esqueci de todas as merdas que ele fez, e só queria abraça-lo. Eu havia me dado conta de que sentia a falta dele, que chegava a doer.

Vi algumas malas pretas no canto da sala e olhei em direção ao segundo andar e vi a porta entre aberta.

- Bruno? - Disse me pendurando na porta do quarto. Vazio.

O achei dentro de uma sala, com mais uns 4 homens. na sala haviam mais daquelas malas pretas e um grande equipamento, como se fossem fazer uma filmagem.

- O que está acontecendo aqui? - Perguntei confusa e Bruno se virou de supetão para mim. 

- Ah, amor - Ele tentou sorrir, mas eu não desfiz a minha cara.

- Por que tem tantas câmeras nesse quarto?

- É para aumentar a segurança da casa. - Um cara de óculos e roupa social disse.

- Drº pode continuar aí, que eu preciso falar com ela. - An?

Bruno fechou a porta atrás de si e sorriu.

- E o meu abraço? - Ele disse e abriu os braços.

- Você está sóbrio? - Saiu antes que eu pensasse na frase.

- Ah... - ele pareceu amuar, com medo de uma possível explosão minha.

- Tudo bem Bruno. Saiu sem querer. - Tentei dar o meu melhor sorriso, esmagando a raiva e a guardando em algum lugar secreto.

- Sério? Nada de gritaria? Você ficou 3 dias sem dar notícias, achei que você havia ido embora e precisei vir correndo.

- Bom, pelo menos eu descobri um jeito de fazer você vir me visitar - dei língua e ele tranquilizou.

- Me desculpe amor, eu tenho mais dois dias antes de voltar, e depois de 2 semanas, serei todo seu. - Ele passou o braço por meu ombro e começamos a andar para longe da sala.

- Mas, voltando ao assunto principal, por que precisamos aumentar a segurança? Aqui tem tantos "armários" e tanta gente, não vejo a necessidade de instalarem câmeras.

- Eu sei, mas o Drº azeved...

- Eu espero que você convença o Drº fodaseonomedele a não instalar essas câmeras por que eu não quero participar de um reality show. - Cruzei os braços.

- Amor, na verdade - Ele disse e eu reparei em uma luminária próxima a ele.

- Espera. - Fui em direção a ela e avistei uma câmera. - Ah. - Comecei a rir.

Por isso Presley me tirou de casa, era pra ser um segredo.

- Ash, eu queria conversar com você primeiro, mas estou preocupado com a sua segurança.

- Ah - Dramatizei - Então... Você está preocupado com a minha segurança?! Vou te mostrar o que vai fazer a minha segurança aumentar. - arranquei o suporte da luminária e bati com tudo na câmera, que quebrou e caiu um pedaço no chão.

- Ashley para com isso! - Ele agarrou meu braço e tirou o suporte da minha mão. - O que está acontecendo com você?

- Nada - Ajeitei minha roupa. - Eu espero que você pare de instalar essas merdinhas pela casa, ou eu vou destruir uma por uma. - Saí andando pelo corredor e me encontrei com Presley.

- Ash o que...? - Peguei Ellie do seu colo.

- As chaves do carro, por favor.

- Aonde você vai? - Bruno disse atrás de mim.

- Vou dar um tempo pra você desinstalar essas câmeras.

- Câmeras? - Presley falou e eu desci as escadas.

 

(...)

- E você, você acredita que ele instalou câmeras pela casa? - Chorava desesperadamente.

Liguei para Lucas assim que saí da casa de Bruno e pedi para ele me encontrar na Starbucks de Vanice Beach.

- Você o ouviu? Ele pode estar fazendo isso para te proteger.

- Você está defendendo ele? - Limpei as lágrimas e o olhei surpresa.

- Bom - Ele suspirou e cruzou os braços. - Bruno me ligou tem alguns dias.

- Que?

- Deixa eu terminar. Ele disse que a polícia do Brasil está aqui em Los Angeles e que eles estão atrás do Pedro. E como você eu saí da "família" dele, mas ainda tenho grandes informantes lá dentro.

- E?

- E o Bruno quer que eu colabore nas investigações, assim eles livram o meu nome na hora de ir pro xadrez, essas coisas.

- Ah sim. E por que você não me contou antes?

- Primeiro por que eu não havia tido a oportunidade, e segundo por que ele havia me pedido pra guardar segredo.

- Ele conseguiu. - Suspirei e me ajeitei no banco.

- Ei não fica assim gata - Ele me abraçou e eu encostei a cabeça em seu ombro. - Se acalma tá, ele só fez isso para o seu bem. Eu não gosto dele, mas também faria o mesmo no lugar dele. - Ele fez carícias em meu cabelo.

- Obrigada por ter vindo até aqui me escutar. Ele poderia ter me falado dessa investigação, mas não, eles quis me privar disso.

- Deve ser por causa do bebê. Bom - Nos desvencilhamos. - Acho que você deveria voltar para casa, o Bruno deve ter roído todas as unhas de preocupação. - Ele disse e nos levantamos. 

Eu ajeitei o carrinho de Ellie e ela se mexeu.

- Deixa eu pegar essa princesinha aqui. - Ele a tirou do carrinho e ela começou a soltar uns gritinhos. - Quem é a lindinha do tio Lucas? - Ela apertou seu nariz e começou a rir.

- Ela geralmente é muito calma, mas ela ficou bem agitada desde que te viu.

- Sério? - Ele disse com a voz estranha.

- É sim. - Rimos.

Andamos em silêncio até o meu carro.

- Por que você faz isso? - Parei de frente para o carro.

- Desculpe.

- Você praticamente a cidade toda só pra me ouvir falar de outro cara. Sei lá, isso é chato. - Ele deu de ombros.

- Sei lá, eu gosto de ficar com você. São sacrifícios que eu não me importo de fazer.

- Por que?

- Por que eu te amo.

- Nossa.

- O que? Você já sabe disso. - Bati em seu ombro.

- Não precisa falar assim, jogar na minha cara.

- Ah sim, desculpa. - Ele sorriu irônico. - Eu gosto de você, gosto muito. E eu não sei, tenho esse instinto de atender todos os seus chamados.

- Ai meu deus - Rolei os olhos sem graça e ele abriu a porta traseira.

- Deixa eu te ajudar com a cadeira. - Ele ajeitou Ellie na cadeirinha e depois guardou o carrinho na porta malas.

- Bom. Então é isso. Obrigada - O abracei.

- Por nada, dirija com cuidado tá. - Ele bagunçou meu cabelo.

 

(...)

Give me love, do Ed Sheeran tocava de fundo e eu tive que controlar as lágrimas.

Por que eu tive que escolher o Bruno? Logo ele, tão... Complicado. Seria tudo tão mais fácil se eu tivesse ficado com o Lucas. Ele nunca me esconde nada, já o Bruno... Argh.

Bati as mãos no volante e acabei deixando um soluço escapar.

Eu só estou ferindo o Lucas com esse meu comportamento instável e estou me deixando ser ferida pelo Bruno. Eu preciso ser forte. Forte.

Um carro preto grande entrou atrás de mim e um calafrio percorreu minha espinha.

Olhei para o sinal, e ainda faltava muito para ele abrir. Num impulso eu arranquei com o carro e o carro preto logo entrou atrás de mim.

- Merda, merda, merda - Falei e depois me calei por causa da Elleanor. 

Ah que seja, ela não pode me entender.

O que eu faço?

Olhei para as ruas e a maioria estavam um pouco desertas. É isso que dá vir para a praia a noite.

Entrei em um túnel onde havia uma pequena movimentação de carros, e o bendito carro preto na minha cola.

Minhas mãos já estavam tremendo e eu pensei em ligar para Lucas. 

Mas o que ele poderia fazer, já estava longe e ele demoraria para chegar.

Eu preciso enfrentar isso, sozinha.

Atravessei o túnel sem me preocupar com os radares de velocidade.

Me meti entre os carros e me xinguei mentalmente por não ter um carro mais comum, pelo menos na cor cinza, sei lá.

De repente, o carro preto sumiu de vista. Do nada, ele desapareceu.

- O despistei - Soltei uma respiração que nem sabia que estava presa. - Obrigada Deus. - Quase chorei de felicidade, mas logo retomei o caminho para casa.

 

(...)

- Por Deus Ashley, onde você esteve? - Bruno falou assim que atravessei a porta.

- Conversando com pessoas sinceras, que não escondem o jogo de mim. - O empurrei e subi as escadas com Ellie no colo.

Quando ela viu Bruno, fez biquinho para chorar.

- Deixa eu pegar ela um pouco. Tô com saudade dela. - Parei no meio da escada.

Olhei nos olhinhos da minha bebê e vi que ela também queria ficar com ele. Me virei e a entreguei. Que se aninhou a ele e ficou fazendo drama.

- Depois me leva ela no quarto.

- Espera, por que você não está no nosso quarto?

- Não existe um "nosso" quarto.

- Claro que sim, o que eu durmo. Ele também é seu. - parei para respirar um pouco. As lágrimas querendo vir de novo.

- Bruno, me entrega ela depois por favor. Está quase na hora do mamar dela. - Voltei a subir as escadas.

- Eu também estou com saudades suas. - Ele disse e eu engoli o choro até entrar no quarto.

 

(...)

- Ash? - Bruno abriu a porta devagar e eu me cobri mais e fechei os olhos para fingir estar dormindo. - Hum... tá acordada?

Não respondi nada e tentei controlar a respiração.

Bruno entrou sorrateiramente, colocou Ellie de volta no berço e se sentou ao meu lado na cama.

Ele começou a acariciar levemente meu braço.

- Ô meu amor. Desculpa por não ter te falado antes. - Ele respirou fundo e eu continuei de olhos fechados. - É que eu estava com medo da sua reação, e só queria te proteger. Eu sei que só faço merda - Deu risada - Mas tenha paciência comigo, eu ainda estou aprendendo a ser "gente grande".

- Eu sei que não estou em condições de te pedir alguma coisa - Ele limpou a garganta. - Mas tenha paciência. Eu sou louco por você. Eu te amo. - Ele fez menção de se levantar e eu me ajeitei na cama. - Desculpa, eu não quis te acordar.

- Tudo bem. Eu também te amo.

- Você ouviu o que eu disse? - Ele perguntou e eu assenti.

- Vem cá. - Levantei o edredom. - Deita comigo.

Meio hesitante, ele entrou dentro do edredom e me abraçou.

- Eu só fiquei magoada por que você não me contou da investigação.

- Como você sabe?

- Lucas.

- Ah. - Ele fechou a cara.

- Ei, não precisa fazer essa cara tá. - Dei um selinho nele - Eu gostei de saber que vocês dois estão trabalhando juntos. Quem sabe um dia vocês possam ser amigos - Arqueei as sobrancelhas.

- Ashley, isso não vai acontecer, só pedi a ajuda dele por que é um caso de extrema necessidade. - Ele disse e eu ri.

- Eu sei amor, só estava brincando.

Fiquei em silêncio e comecei a olhar diretamente em seus olhos por tempo demais. Algo dentro de mim começou a aquecer.

- Bruno...?

- Xi - Ele fez sinal para que eu ficasse em silêncio.

Bruno passou o dedo pelo meu lábio inferior e eu fechei os olhos. O ar o local foi ficando denso e quando dei por mim já estava em cima dele o beijando. 

Apoiei a mão em sua nuca, para aprofundar o beijo, e senti o cheiro de álcool.

Foi como se eu tivesse levado um choque.

- Ah porra Bruno. Você bebeu de novo?! - Me sentei na cama e puxei o edredom para longe. - Quebrou o clima.

- Foi só um drink com o Drº Azevedo, antes de ele ir.

- Quebrou o clima todo Bruno. - Passei a mão no cabelo frustrada.

- Desculpa amor, vai. - Ele juntou as mãos e fez biquinho.

- Foi só um copo?

- Foi, eu juro. Desculpa.

- Só desculpo... se você me prometer que vai tentar não beber e não vai aparecer bêbado aqui em casa de novo. - Sorri.

- Eu prometo. - Ele sorriu e veio me beijar novamente.

Eu aceitei a sua "promessa" mesmo com a desconfiança de que ele não iria cumpri-la por muito tempo.

Retirei sua blusa de moletom e voltei a beija-lo enquanto ele nos deitava na cama novamente.

 

(...)

 


 


Notas Finais


Não gente, não vou detalhar o hot de hoje por que minha cabeça não está muito boa para isso aushauhsuahsuh sorry...Mas deixo essa parte por conta da imaginação de vocês :)
Espero que tenham gostado e até o próximo cap ausuahsuah
Beijinhos


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