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História Recomeço - Uma noite sem fim


Escrita por: RafaMenon

Notas do Autor


Obrigada a todos que leram o cap anterior!

Capítulo 2 - Uma noite sem fim


Enquanto dirigia para casa, Sarah pensava no que estava preste a fazer. E pela primeira vez depois da morte da Sra. S ela se sentia em paz. Não tinha medo da dor física, pois a dor psicológica mostrou-se avassaladora. Nunca tinha sido uma mulher religiosa, nem frequentara a igreja como a Alison, não sabia dizer se acreditava em Deus, céu ou inferno, mas no momento ela queria crer que logo estaria nos braços de sua mãe, que teria oportunidade de lhe pedir perdão de todos os seus e por ter sido uma filha ingrata.

Doía saber que não teria a oportunidade de ver Kira crescer, que não compartilharia as brigas durante a adolescência, que estava prestes a abandona-la novamente, mas sentia que esse era o certo para a sua filha. Novamente pensou nas suas irmãs e irmão cuidando da menina, e isso a fez se sentir um pouco melhor.

A primeira coisa que fez ao chegar em casa foi desligar o celular e telefone. Foi ao seu quarto pegar alguns documentos, folhas e canetas. Voltando para o andar de baixo, encheu um copo com vodka e pegou alguns comprimidos que não tinha ideia para que serviam. Em uma folha em branco, escreveu os motivos que a levaram a desistir de sua vida, agradeceu a cada irmã por ter estado ao seu lado nos últimos meses, que apesar de todos acontecimentos ela amava cada uma das clones e que foi uma honra conhece-las. Também escreveu uma carta para Kira e Felix pedindo desculpas por ter ido embora mais cedo que o planejado dessa vida, e que não foi por falta de amor que ela se sentia sozinha.  Depois das cartas seladas, ela escreveu em outra folha as senhas dos cartões e das contas que colocou dentro de um envelope que continha a escritura da casa e outros documentos. Num segundo envelope, guardou seus documentos pessoais.

Não tinha percebido que durante o tempo que levou para organizar toda papelada tinha esvaziado três garrafas de bebidas e mais alguns frascos de remédios. Pegou as garrafas e os fracos para joga-los no lixo antes de lavar o copo que usara no início da noite. Com uma última olhada para a mesinha de centro onde estavam os envelopes, Sarah se dirigiu para o banheiro.

De frente para pequeno espelho Sarah encontrara outra mulher. Mesmo naqueles primeiros dias em que havia se passado por Beth para lhe roubar, as duas nunca foram tão parecidas. Ela apresentava as mesmas olheiras profundas, a pele estava pálida de mais, e as duas aparentavam anemia. Mas o que mais se assemelhava era o olhar perdido, sem vida, sem esperança.

Enquanto se encarava, enquanto encarava Beth no espelho (quem poderia dizer?), ela procurava a caixinha de gilette.

- Você tem certeza disso Sarah? - Questionou a mulher do espelho.

- Tenho – Esse não era o melhor momento para conversas, principalmente com alguém já morto. Tinha encontrado a caixinha com as laminas, agora ela tentava a todo custo tirar uma lamina, o que se mostrou uma tarefa difícil já que as suas mãos não paravam de tremer.

- Mas e a sua filha? – A pequena menção a Kira fez a Sarah parar o que estava fazendo para encarar novamente a outra mulher. Sarah podia ver a repreensão na expressão de Beth. Mas quem ela era para repreender Sarah, não foi Beth que tinha desistido de tudo e se jogado nos trilhos da estação?

- Ela vai ficar bem – A resposta saiu incerta dos seus lábios ao mesmo tempo que voltava a se concentrar na tarefa de pegar a lamina.

- Como ela vai ficar bem sem a mãe dela?

- Ela é uma menina inteligente, não precisa mais de mim.

- Do mesmo jeito que você não precisou da sua mãe Sarah?

- Porra, cala boca Beth. Você me pediu para cuidar das nossas irmãs, para mantê-las unidas? Bem, trabalho feito! – Num ato de fúria, Sarah começou a rasgar os pulsos com cortes profundos, no início ela não sentiu nada, mas logo veio a queimação, então se sentiu fraca, o que a fez sentar-se no chão, depois de mais alguns cortes ela estava cansada de mais para continuar. Pareceram horas até a escuridão chegar, o seu último pensamento foi, o que tinha acabado de fazer?

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Helena

Sua sestra não andava nada bem, e cada dia só piorava. Sestra Alison dizia que o melhor a fazer era dar espaço para Sarah, mas essa também estava preocupada apesar de não querer demonstrar. Na última vez que Delphine foi examinar seus meninos, Helena perguntou se existia remédio para curar a dor de sua sestra. A médica explicou que para ser medicada, primeiro Sarah teria que admitir que precisava deles. Helena não entendia porque sua sestra não pedia ajuda.

Hoje durante o aniversário, Helena tinha visto sua irmã chorar na hora do parabéns, e uma outra vez quando a menina abria os presentes, em nenhum dos dois momentos o choro foi de alegria.

Andando de um lado para o outro Helena se sentia um bicho enjaulado, como se ela estivesse de novo com Tomás. Os bebes já tinham mamado, e agora dormiam calmamente, era raro eles dormirem ao mesmo tempo, mas até eles sabiam que tinha algo errado acontecendo, e que alguém precisava da mãe deles. Enquanto andava, Helena soube que Sarah não precisava mais de espaço. Pegando o seu celular saiu da garagem o mais silenciosamente que conseguiu e foi para a casa da Alison pegar as chaves do carro. Enquanto saia com o carro, Helena tentava ligar para a sua sestra mesmo sabendo que essa não atenderia. Então ligou para Art. O homem atendeu no segundo toque.

- Helena qual o problema? – Respondeu com a voz carrega de sono

- Preciso que me encontre na casa da minha sestra. – Respondeu com a voz embargada.

- O que está acontecendo? – Art estava atento a tudo que era dito. Poucas vezes ele viu Helena chorar, e ao ouvir a voz dela soube que a situação era realmente seria.

- Ainda não sei dizer, mas Sarah precisa da gente. Ela estava estranha de mais essa noite, precisamos ajuda-la! – Helena não conseguia explicar para as pessoas a ligação que ela tinha com a sua gêmea, mas essa noite ela precisava ser entendida, sua sestra dependia disso.

- Já estou indo para lá. – E encerrou a ligação

Enquanto dirigia Helena sentia que as coisas pioravam. Uma dor lhe atingiu no coração, o que a fez a dirigir cada vez mais rápido. Sabia que estava violando várias regras de transito. Se ela ainda tivesse a sua moto, com certeza já teria chegado a casa que foi da Sra. S. Por duas vezes quase bateu ao passar pelo sinal vermelho. Quando finalmente chegou na casa, ela nem se preocupou em estacionar, Helena saiu do carro e foi correndo para porta. Primeiro tentou abri-la com um arame, não tendo sucesso tentou a porta dos fundos, e por último tentou a janela do porão por qual ela tinha fugido uma vez. Mas para a sua decepção descobriu que a janela não existia mais. Nesse meio tempo Art chegou.

- Helena. – Chamou se aproximando

- Não consigo entrar.

- Chegue para trás. – Com a arma em punho, Art mirou na fechadura e deu um único tiro a detonando.

Ao entrarem na casa, os dois perceberam que a mesma estava limpa. A decoração da festa que teve mais cedo já tinha sido retirada, tudo estava em seu devido lugar e organizado. Helena logo tomou a frente e foi subindo as escadas, chegando ao topo pode ver a luz que saia por baixo da porta do banheiro.

- Sarah, você esta ai? - Helena chamou e esperou em silencio para tentar ouvir algo, mas só havia o silencio. Ela sabia que não era um bom sinal.  Não perdendo mais tempo, Helena abriu a porta que por sorte estava destrancada. Quando lhe perguntaram mais tarde, Helena não soube explicar o que tinha visto primeiro.   Assim que o choque passou, a primeira coisa que percebeu foi o vidro do espelho quebrado, a pia tinha sangue, foi só então que ela viu a pequena mulher desacordada no chão, com sangue ao redor. Art logo estava ao seu lago erguendo os braços da mulher ferida.

- Helena preciso que você encontre ataduras para enrolar nos pulsos dela, e depois ligue para ambulância. - Enquanto passava os comandos, Art realizava os primeiros socorros. Assim que Helena passou as ataduras, Art tratou de enfaixar os pulsos numa tentativa de conter o sangue que saia em grande volume.

Segurando a mulher nos seus braços Art se culpou por não ter percebido que algo assim estava prestes acontecer. Ela se tornara sua melhor amiga, e agora a estava perdendo, assim como um dia perdeu Beth. Ele nunca tinha percebido o quão frágil ela era. Durante a luta contra Neovolution, Sarah tinha sido a rocha do ClonClub. Mesmo nas vezes em que sua filha tinha sido sequestrada, ou quando suas irmãs estavam em perigo, Sarah sempre seguiu em frente, tirando forças quando todos estavam prestes a desistir. Agora desacordada em seu colo, coberta de sangue, Sarah mais parecia uma boneca quebrada. 

Assim que ouviram a ambulância chegar, Helena desceu correndo para indicar o caminho. Os paramédicos não tardaram em tirar Sarah do colo de Art e coloca-la na maca, enquanto conferiam os sinais vitais e colocavam o soro na veia do pescoço. Depois dos procedimentos realizados, os paramédicos desceram com ela na maca.

Logo atrás desceram Art e Helena  

- Precisamos que você acompanhe ela na ambulância – Um dos paramédicos falou se dirigindo a Helena.

- Ok. Art liga para o Felix e para Alison avisando o que aconteceu. 



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