História Recomeço: um novo amor? - Será somente curiosidade mesmo?

O capitão da sexta divisão, já livre do seu gigai, se dirige aos seus aposentos para poder descansar. Nunca tinha ido a uma festa de casamento no mundo dos vivos e até que achou interessante, apesar de ser um pouco cansativo e emotivo demais para ele, pois viu vários convidados chorando, principalmente durante a cerimônia religiosa. Também não conseguia entender o porquê de tanta comoção, devido ao seu jeito frio de olhar as coisas, mas uma coisa tinha aprendido durante os anos de convivência com o shinigami substituto: respeitar a emoção dos humanos.

Lembrou-se então de quando se unira em matrimônio com Hisana, a única mulher que amara em sua vida inteira. Infelizmente desfrutara de sua convivência por apenas cinco anos, já que a mesma foi acometida de uma grave doença que nem a equipe do quarto esquadrão pode resolver. Em seu leito de morte, prometeu-lhe que encontraria a irmã que abandonara quando bebê e a adotaria. E muito tempo depois, conseguiu cumprir a sua promessa. Encontrou a menina na escola dos shinigamis, já uma moça e imediatamente a tornou sua irmã, a agora capitã da décima divisão, Rukia Kuchiki.

Pensando em tudo isso, postou-se em frente ao altar de sua finada esposa. Olhou para o seu retrato, admirando seus delicados traços. Desde que ela se fora, nunca mais havia se envolvido com ninguém e provavelmente isso não iria mais acontecer. Afinal, depois de tantos anos de viuvez, já estava acostumado a viver com sua solidão.

Após rezar pela falecida, se recolheu ao seu quarto. Deitou-se no seu confortável futon e adormeceu rapidamente.

Enquanto isso, no mundo dos vivos...

Saiyuri havia acabado de chegar ao seu pequeno apartamento após ter se despedido de Ichigo e Orihime. Tirou os sapatos de salto alto, livrou-se do vestido que tinha usado no casamento e foi tomar um banho rápido apenas para tirar o suor de seu corpo. Enquanto se ensaboava, lembrou-se do lindo moreno, alto, de cabelos compridos com quem esbarrara na festa, Kuchiki Byakuya. Não pode deixar de se sentir atraída pelo charmoso convidado, mas infelizmente não tivera oportunidade de conhecê-lo melhor, já que mal puderam conversar. Eles tinham acabado de serem apresentados e ele se despediu dizendo que precisava ir porque tinha negócios a resolver logo cedo na manhã seguinte. “O que será que ele faz?”- pensou a morena, tentando imaginar que tipo de trabalho aquele belo homem teria.

Poucos minutos depois, ela já havia se secado, colocado seu pijama e deitado em sua cama. Olhou para o teto pensando se um dia iria vê-lo novamente. Sentindo-se uma tola, balançou a cabeça, pensando que como um espécime do sexo masculino daquele iria olhar para uma simples atendente de uma cafeteria. Com isso em mente, teve um pouco de dificuldade de dormir. Começou a contar carneirinhos para se distrair e após o quinquagésimo finalmente conseguiu adormecer...

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“Ahhh Byakuya sama... Não pare, por favor... Continua...”

Kuchiki levantou-se abruptamente, sentando-se em seu futon, suando e com o coração acelerado. Tentando entender o que estava acontecendo, olhou ao redor e viu que estava em seu quarto. Fechou os olhos e ficou pensando no sonho que acabara de ter. Nele, viu a si mesmo deitado em cima de uma mulher, os cabelos negros e longos espalhados pelo travesseiro, com os olhos fechados e gemendo seu nome, enquanto a penetrava. De repente a jovem abre os olhos esverdeados e ele a reconhece. Era a amiga de Orihime que tinha conhecido rapidamente na festa de casamento, uma tal de Tachibana Saiyuri. O capitão da sexta divisão não era apenas mestre em shunpo e dono de uma reiatsu poderosa, mas também era muito inteligente e possuía uma memória prodigiosa, por isso lembrou-se do seu nome. Pelo menos era isso que ele pensava...

Enquanto tentava se recompor, a imagem daquela mulher não lhe saía da cabeça. Achou isso um absurdo, pois depois da morte de Hisana, nunca mais se interessara por nenhuma outra, apesar de algumas terem praticamente se jogado aos seus pés. Se quisesse poderia ter tido qualquer uma, contudo se fechara dentro de si mesmo achando que nenhuma delas estava à altura da falecida. Imagina uma humana qualquer, sem poderes? Isso ia contra todos os seus princípios e atribuiu ao sonho, o reflexo do que acontecera na festa, nada mais que isso. Voltou então a se deitar e algum tempo depois, finalmente consegue adormecer...

Os demais dias que se seguiram voltaram a sua rotina normal. Byakuya continuava trabalhando arduamente já que a Soul Society ainda não havia sido totalmente reconstruída. Sua cabeça ficava bastante ocupada durante o dia, mas quando chegava a noite, a imagem de Tachibana Saiyuri vinha a sua mente. Ele atribuía isso ao cansaço e à solidão que andava sentindo desde que vira o quanto Ichigo e Orihime estavam felizes no casamento deles. O shinigami substituto e a bela ruiva se olhavam com carinho e amor, o que lhe fez lembrar a falta que fazia uma companheira ao seu lado, assim como era Hisana, que sempre o esperava em sua mansão, o apoiando sempre que voltava cansado de mais um dia de trabalho na sexta divisão.

Entretanto os dias foram passando e aquela mulher continuava ocupando seus pensamentos, tornando-se quase uma obsessão para ele. Tomado por uma enorme curiosidade, pediu a um dos seus subordinados, Haruki kun, que a investigasse em segredo, ameaçando-o veladamente, apenas com o seu olhar frio, caso revelasse isso para alguém.

Algum tempo depois, o rapaz volta da missão com algumas informações sobre a humana. Descobrira que a moça morava sozinha, não tinha família e que trabalhava num café no centro da cidade de Karakura, como garçonete. Tinha uma vida comum e não possuía uma vida social muito intensa. Entretanto havia apenas uma coisa que a fazia sair de seu pequeno apartamento. Gostava de ir a Karaokês com algumas amigas, pois adorava cantar.

Byakuya dispensou seu empregado, pois não precisava mais de seus serviços por enquanto. Descobriu que aquela jovem não tinha nada demais, mas então porque ela não saia de sua mente? Precisava descobrir o motivo e movido por uma grande curiosidade, resolveu que iria ao mundo dos vivos vê-la mais uma vez. Assim, poderia acabar logo com isso e tirá-la definitivamente de sua cabeça. 

Continua...