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História Recordações (antes do amanhecer) - Minha luz


Escrita por: Princecami158

Capítulo 23 - Minha luz


Fanfic / Fanfiction Recordações (antes do amanhecer) - Minha luz

Lagoreth levantou-se, o sol estava nascendo jogando seus fracos raios dourados sobre a terra, iluminando o jardim do lado de fora, Ithilien era uma cidade de mortais, mas haviam tanta vida, repleta de jardins e arvores esbeltas, ela colocou lenha no fogão para fazer um chá, todos ainda dormiam, e ela aproveitou para abrir a porta dos fundos que dava para um jardim, a grama macia, e as arvores esplêndidas, a brisa fresca trazia consigo o perfume das flores, então ela sentou-se na mesa onde poderia ver o jardim enquanto desfrutava de seu chá.

Ela ouviu passos suaves e um pequeno grunhido, virando-se para o corredor ela pode ver Thranduil, ainda estava esfregando os olhos para espantar o sono, ele pegou uma caneca e sentou-se ao lado dela, inclinando-se para beija-la antes de despejar o liquido quente em seu copo.

- A cama fica muito fria sem você – ele sussurrou levando os dedos para acariciar seu rosto.

- Eu não diria isso – ela sorriu – não conheço ninguém mais quente que você.

Ele sorriu enquanto levava a caneca aos lábios, seus olhos azuis ainda fixos nela.

- Como está se sentindo? – ele questionou descansando sua mão sobre o ventre inchado, a criança moveu-se um pouco.

- Estou ótima não se preocupe – ela sorriu descansando sua mão sobre a dele.

- Nalyë melmë cuilenya – ele sorriu acariciando seu ventre.

- Eu também te amo, meu amor – ela sorriu, inclinando-se para beija-lo, a mão do rei mudou-se para trás de sua cabeça segurando seus cabelos.

- Ada, nana – suspirou Legolas sonolento – vocês podem fazer isso em outro lugar.

Lagoreth se afastou sorrindo, então voltou a beber o liquido morno em sua caneca.

- Bom dia nana – o príncipe sorriu depositando um beijo no rosto da mãe.

- Bom dia querido – ela sorriu descansando as costas contra a cadeira deixando seu corpo relaxar um pouco.

Legolas pegou uma caneca e alguns bolos colocando sobre a mesa antes de sentar-se e levar um a boca.

- Legolas, com a partida dos elfos de nosso reino, eu e sua mãe decidimos partir também – disse Thranduil.

- Mas e o bebe? – o príncipe questionou – é uma viagem de barco.

- Não se preocupe com isso, Lainel estará conosco – disse a rainha dando um aperto suave na mão do filho.

- Pretendemos partir logo, para que nosso filho nasça em Aman – disse o rei.

-Sim, tudo bem – disse o príncipe – eu ficarei bem aqui, ainda tem muitos elfos que desejam ficar.

- Você não pretende partir? – ela questionou já preocupada, com medo de que não pudesse ver seu filho nunca mais.

- Sim, eu pretendo, mas vou ficar aqui enquanto meus amigos precisarem de mim – ele disse dando um aperto suave na mão da mãe para reconforta-la.

- Tudo bem, nós vamos esperar por você, Íon nîn– disse o rei abraçando-o.

- Eu vou sentir sua falta, meu amor – disse a rainha também abraçando o príncipe.

- Eu também, ada, nana, vou sentir muitas saudades – o príncipe sussurrou apertado contra o abraço de seus pais.

**

Lagoreth estava cortando alguns legumes para começar o almoço, era estranho preparar as próprias refeições, por que sempre teve muitas servas a disposição, mas isso não era um desafio para ela, pois sabia fazer a maioria dos deveres domésticos, que todas as moças deveriam aprender. Depois disso ela sentou-se em uma cadeira de balanço e começou a tricotar, havia sentindo um pouco de dor durante a manhã, mas tudo parecia bem, ela voltou a sentir-se normal, estava concentrada em sua tarefa quando sentiu dois pares de lábios úmidos contra seu rosto.

- Ocupada, mela nîn? – Thranduil questionou suavemente.

- Sim, e você? O que está fazendo? – ela questionou suavemente ainda com os olhos em seu trabalho.

- Eu vou acompanhar Taelin, nós queremos ver as colinas e o mar, voltamos em poucas horas – disse ele – você quer que eu espere Legolas chegar? Para você não ficar sozinha.

- Não precisa, estou perfeitamente bem – ela sorriu mudando-se para olha-lo nos olhos.

O rei estava atrás de sua cadeira, suas mãos descansando sobre o encosto da mesma, ele sorriu novamente.

- Mas não é bom deixa-la só, é melhor eu esperar –

- Não! Pode ir, daqui a pouco o sol se põe e você não fez nada do que queria fazer – ela disse lhe dando um tapa de encorajamento.

- Tudo bem, eu volto logo – ele sussurrou dando lhe um beijo suave em seus lábios, descansando a mão sobre seu ventre.

**

Lagoreth continuou seus afazeres, mas as dores começaram a piorar, suas contrações tornarem-se quase insuportáveis, mas ainda não era hora do bebe nascer, não havia completado todos os meses, ela tomou um banho quente pensando que isso pudesse acalma-la, mas de nada adiantou, ela se olhou no espelho, seu estomago estava inchado, e as dores não diminuíam, ela vestiu sua camisola de linho um pouco antes de sentir seu tampão de muco sair, foi então que ela se desesperou sabendo que em seguida sua bolsa seria rompida, sentia muita dor e não poderia sair do quarto, então deitou em sua cama.

- Eu preciso ficar, de nada adiantará ficar agitada – ela sussurrou para si mesma como um comando, estava com medo, assustada e sozinha, e as dores só aumentavam.

Mas ela decidiu que poderia fazer isso sozinha, ou pelo menos manter-se calma até alguém chegar, de nada adiantaria perder a cabeça.

- Nana? – Legolas chamou da cozinha, havia acabado de chegar de seus compromissos com a colônia.

- Legolas! – ela chamou, se acomodando corretamente sobre a cama.

- Nana? – ele chamou novamente abrindo a porta de seu quarto.

- Legolas, eu estou em trabalho de parto, por favor chame Lainel, mande ele vir agora – ela gemeu – e por favor chame seu pai.

Legolas tentou processar a informação dada por sua mãe.

- Mas, você não pode ficar sozinha – ele gemeu ainda meio confuso.

- Eu não posso estar sem Lainel, chame-o – ela ordenou – busque seu pai também.

- Onde está meu pai? – ele questionou ainda receoso em deixa-la sozinha.

- Ele está na colina, ou sei lá aonde para ver o mar – ela gemeu inclinando-se um pouco quando a dor aguda atravessou seu corpo.

- Por favor Legolas! Vá agora! – ela gritou.

Não demorou muito até que Lainel estivesse em seu quarto, junto com duas servas.

- Dirwen – a rainha sorriu.

- Minha rainha, eu preciso que se acalme – disse Lainel, antes de conferir sua dilatação, então ele pediu que Dirwen acalmasse a rainha.

Ela observou as mulheres pegarem bacias com água morna, panos úmidos e algumas ervas, Lainel pediu para que a porta fosse trancada um guarda ficasse para avisar o rei e o príncipe.

- Por favor, vamos contar até três então a senhora empurrará – ele disse, e ela concordou.

Seus ossos pareciam querer partisse ao meio, já havia sentido muitas dores durante sua vida, mas a do parto era a pior delas, mas sabia que tudo valeria a pena no final.

Thranduil chegou algumas horas depois, mas Lagoreth ainda estava em trabalho de parto, Lainel o proibiu de entrar em seu quarto, e isso vez a preocupação dela aumentar, a dor, e a demora começaram a corroer seus pensamentos, quando Legolas nasceu ele estava ao lado dela, por que não poderia agora? Saber que seu bebe estava vindo antes da hora.

- Por favor empurre com mais força – disse Lainel.

- Por favor, deixe-o entrar – ela gemeu – eu preciso estar com Thranduil.

- Majestade, esse não é o melhor momento, por favor me obedeça ou a senhora prejudicará o bebe – ele disse um pouco apreensivo.

- Mas...eu quero meu marido – ela choramingou apertando os lençóis com força, sua dor parecia aumentar e por breves segundos desejar a morte.

Ela estava com medo, com dor, e apenas gostaria de apertar a mão dele, se sentir segura ao ouvir sua voz.

- Majestade, seu parto está sendo difícil, seu bebe está vindo cedo, o rei estando aqui vai apenas estar preocupado – ele disse – então por favor empurre.

Ela obedeceu, com as suas forças, e depois que ouviu o pequeno choro da criança, descansou a cabeça contra o travesseiro, seu corpo parecia tão cansado, de uma forma que nunca se sentiu antes, ela não teve tempo para ver a criança antes de apagar, a única coisa que ouviu foi.

- É uma menina! Uma linda menina! –

**

Lagoreth despertou, seu quarto estava iluminado pelas chamas das lamparinas, ainda um pouco cansada ela levou o liquido fresco a sua boca para refrescar sua garganta seca, então descansou a cabeça contra travesseiro novamente fechando os olhos, quando ouviu a porta ser aberta, ela permaneceu quieta enquanto dedos suaves faziam caricias em seu rosto, e logo depois um beijo suave foi depositado próximo aos seus lábios, foi então que o bebe fez um pequeno grunhido, os passos foram em direção ao berço, e ela abriu os olhos para se acomodar e finalmente conhecer sua filha, mas a visão a sua frente a fez esperar um pouco mais. Thranduil estava diante do berço e pegou o pequeno embrulhe em seus braços, acomodando-a delicadamente para que a criança pudesse ter uma visão ampla do rosto de seu pai, e uma suave canção começou a ser cantarolada por ele.

Ótimo Mandos

Alto entre os Valar

Eu venho até você com tristeza

E com um coração partido

 

Long foi minha jornada

Isso me levou a esses salões

Mas agora eu me ajoelho diante de você

Como tristeza, meu espírito chama

 

Procuro um homem chamado Beren

A quem eu concedo me aguardar aqui

Eu prometi que eu iria encontrá-lo

Antes de sair desta esfera

A menina parecia reconhecer e encontrar conforto na voz de seu pai, movendo suas pequenas mãos para apertar as pontas de seus cabelos.

Esse homem de quem falo

Ele deu a vida por mim

Mas daí minha alma ficou fraca

E, finalmente, também se libertou

 

Então, carregado em uma brisa urgente

Viajei para este lugar

Onde só uma coisa poderia apaziguar

O tormento que agora enfrento

 

Oh, diga-me que não estou muito atrasado

Para ver meu amor mais uma vez

Para isso seria um destino muito cruel

Eu imploro que ele seja restaurado

Foi então que Lagoreth sentiu-se completamente feliz, e a certeza de que a vinda dessa filha mudaria para sempre suas vidas, para melhor.

Para que possamos demorar um pouco

Para oferecer nossa última despedida

E lembre-se de tudo o que compartilhamos entre nós

Tal alegria que ninguém poderia sufocar

 

Pois nunca houve um amor maior

Do que isso dentro de nossos corações

Uma vez nascido, sempre nos liga

E, apesar da morte, nós nos separamos

 

Com a canção suave, a menina lentamente abriu os olhos, olhando para seu pai com amor. Lagoreth levou a mão ao rosto ao sentir sua pele úmida de repente, percebendo então que estava chorando, mas eram lagrimas de felicidade.

- Thranduil – ela chamou, o rei virou-se para ela e sorriu.

- Nana está acordada – ele sussurrou para criança, enquanto caminhava para sentar ao lado da cama.

Ele inclinou-se para acomodar a menina nos braços dela, e sorriu quando a criança voltou os olhos para a mãe.

- Olá, meu amor – ela sorriu dando seu dedo indicador para a menina segurar, mas a criança impaciente reconhecia sua mãe e começou a choramingar em busca de alimento.

Lagoreth a acomodou em seus braços para que pudesse amamenta-la, a criança estava com fome e começou a sugar seu leite sem muita dificuldade. Era uma menina linda, com pequenos fios de cabelos com uma cor de mel, e seus olhos eram idênticos aos de seu pai, ao ver sua filha assim em seus braços, o sentimento que sentia era imensurável, aquele serzinho em seus braços era seu, ela poderia participar de toda sua infância e vida, e faria por ela tudo que precisasse, uma extensão de seu amor, um criança que celebraria a vida todos os dias, e a faria pensar em seu amor por Thranduil, ela ensinaria seu marido a ser melhor, a ser um pai, e isso seria bom para todos principalmente para Legolas.

- Você quer que eu chame Lainel? – questionou Thranduil.

- Não, eu estou bem – ela sorriu, agarrando a mão do rei – estou feliz, é tudo.

- Minha annûn gîl – ele sussurrou depositando um beijo suaves em seus lábios. Ele a amava, mais do que poderia imaginar, e faria de tudo para mantê-la ao seu lado para sempre.

Seus olhos azuis voltaram-se para a menina, ele não cometeria os mesmos erros, e não guardaria seus sentimentos para si, iria demostrar seu amor por ela todos os dias, e pelos seus filhos, daria tudo e faria tudo por eles.

- Você já a nomeou? – ela questionou, tirando-o de seu pequeno transe.

- Não, estava esperando você – ele sorriu.

- Por favor, você pode nomeá-la, como nomeou Legolas –

- Você tem certeza? –

- Se você deixar para mim nomeá-la, vou chama-la de Emori– ela riu acomodando a menina um pouco mais em seus braços.

- Não, você nomeia tudo assim – ele chiou – toda vez que dizer esse nome vou pensar nas cabras e outros animais que já carregaram esse nome por sua culpa.

- Então, escolha –

- Legorin, parece bom para você? –

- Está ótimo, Legorin – ela sorriu olhando para filha – Senhora coroada com estrelas.

Lagoreth voltou os olhos para o marido, e sorriu levando a mão para acariciar seu rosto com suaves caricias, ela o amava, sempre o amou e sempre o amaria, sua vida acabava e começava ao lado dele, o amava com todo seu coração.

- Eu amei, não há no mundo nome mais bonito – ela sussurrou e ganhou um beijo na palma de sua mão.

- Eu te amo, minha annûn gîl – ele sussurrou inclinando-se para beija-la adequadamente, o sabor de seus lábios, podiam deixa-la fora do ar por instantes.

- Nana, você já está acordada? – questionou Legolas entrando dentro do quarto, ele observou a menina por alguns instantes antes de sorrir.

- Você está bem? – ele questionou sentando ao lado da mãe.

- Sim, meu amor – ela sorriu apertando suavemente a mão do filho.

- Ela se parece com você – ele sussurrou segurando uma das mãos da irmã.

A menina apertou o dedo do irmão, enquanto seus olhos tentavam acompanhar os três adultos a sua volta.

- Olá Legorin – sorriu o príncipe para a menina.

Lagoriel sabia que de agora em diante, tudo seria diferente, era uma boa mudança para todos. Tudo o que desejou em sua vida, foi uma família, e agora sua felicidade estará para sempre completa.


Notas Finais


Musica: Lúthien's Lament - Eurielle
Minha annûn gîl – minha estrela do oeste


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