História Recovery - Memórias

– Ponto de vista Justin.

Estacionei meu carro na única vaga que tinha sobrando pelo pequeno condomínio, desligo o carro e tento relaxar meu corpo sobre o banco antes de sair e enfrentar a maldita realidade que me aguardava, eu estava em uma guerra constante comigo mesmo. Já não sabia mais se persistir era o certo, se eu deveria continuar com esse plano maluco ou simplesmente deixar acontecer como se fosse à primeira vez.

Desço do carro e caminho ate a casa mediana logo a minha frente. Subo os poucos degraus e bato na porta que logo é aberta. Maria esta parada do outro lado da porta com uma cara péssima, ela me deu passagem e entrei podendo ver que seu marido também estava lá.

– Ela esta em casa? – pergunto baixo e Maria nega.- Não acho adequado nos encontrarmos aqui.

– Não se preocupe Justin, ela só chega pela noite,ela sempre almoça com a Ashley. 

Assenti me sentando.

– E então o que aconteceu? – pergunto direto. Depois de receber uma ligação de Maria chorando estava claro que o tratamento de Selena não estava funcionando.

– Ela esta péssima Justin, minha menina não consegue se lembrar de nada. – fala e seus olhos se enchem de lagrimas. – Esta sendo muito difícil manter a pose de desconhecida. Eu preciso falar que sou a mãe dela.

– Não pode fazer isso, o Dr. Disse que não é seguro, quer que ela entre em crise? – John diz enervado.

– Eu sou mãe dela.

– E eu sou o pai dela Maria, mas você não pode destruir a vida dela de uma hora para outra.

– Parem, por favor. - peço já derrotado. Aquilo me desgastava a cada dia. – John, não fala com ela desse jeito, ela esta sofrendo e é normal que queira falar com a filha dela normalmente como nos velhos tempos. – digo e ele suspira afundando as mãos em seus cabelos. – Maria, você não pode falar isso para ela, não agora. Acredite é difícil para mim também ver a sua filha todo dia e ver que ela não se lembra de mim.

– Você disse que a conquistaria. – ela diz secando as lagrimas.

– Eu estou tentando, mas eu não posso dar uma de louco e chama- lá para sair de uma hora para outra, ela jamais aceitaria principalmente sofrendo com tudo isso.

Maria passa o dorso de sua mão pela bochecha enxugando as lagrimas que caiam lentamente, ela estava visivelmente abalada.

– Ela já me falou de você. Disse que é bonito, arrisque. – insistiu.

– Só porque ela me acha bonito não quer dizer que vá aceitar.

– Ela gostou de você. Acredite.

Ouvir essas palavras me deixava feliz, tudo que eu mais queria era ter minha garota de volta poder abraça- lá e lhe encher de beijos e mimos como eu sempre fiz. Eu faria o que prometi a ela, eu a traria de volta para mim quantas vezes fosse preciso, por mais difícil que seja eu a terei de volta.

Levanto do sofá logo após ver a hora em meu relógio.

– Aonde vai? Nos ainda não terminamos de conversar. – John diz levantando.

Paro de frente para a porta e os encaro por cima do ombro.

– Eu vou trazer a sua filha de volta, vou reconquistar a minha garota. – digo e abro a porta logo passando pela mesma, sinto uma presença atrás de mim e logo posso ouvir a voz de Maria.

– Vai chama- lá para sair?

– Sim.

♥ ♡

Aperto o ultimo botão do elevador que me levaria a cobertura do prédio, assim que chego ao ultimo andar sou recebido por minha recepcionista, assino alguns papeis ate chegar em minha sala e logo ela sai de meu campo de visão. Olho para Ryan que estava concentrado em algo dentro da blusa de Lisle e reviro os olhos.

– Butler, na minha sala. Agora. – reforço antes de entrar na mesma.

– Fala chefinho – ela diz fechando a porta e abre um sorriso. Sempre bem humorado.

– Quero que faça uma coisa para mim. – digo enquanto assino um contrato e assim que finalizo o encaro. – Quero que leve flores para uma pessoa.

– Uma pessoa. – ele diz fazendo careta. – Até parece que eu não sei quem é.

– É para a Selena sim. – digo concentrado agora em um pequeno cartão que escrevia.

– E quero que coloque isso aqui... Junto das flores. – digo ao terminar e lhe entrego o pequeno cartão.

– Vai chama- lá para sair? – perguntou abismado. – Ficou doido, ela não sabe nem teu nome.

– Ryan eu não queria – digo suspirando. – Mais é preciso, se eu não fizer isso a Maria vai contar que é a mãe dela.

– Qual o problema dessa mulher? Ela quer matar a filha de novo? – o tom de voz de Ryan deixava clara a raiva que ele sentia.

– Nem me fale.

– Sabe que ela pode não aceitar né? Apesar de já fazer duas semanas que você enche nosso apartamento de flores por ir todo dia lá, alias eu quero que pare com isso. – ele diz mudando de assunto. – Levo minhas gatas para lá e elas desconfiam que tenho uma mulher.

– E você tem.

– Estamos separados. – ele diz defendendo- se.

– Ryan se concentra. – digo tentando não me descontrolar, minha cabeça poderia explodir a qualquer instante. – Só faz o que eu pedi.

– Por que não mente para a Maria? – Ryan diz sorrindo como se essa fosse uma ideia incrível.

– Acha mesmo que a Maria não vai tentar colher informações? Apenas faça isso e deixe o resto comigo.

– Ta bem, príncipe encantado. – ironiza e pega o cartão saindo da sala.

Assim que a porta se fecha viro minha cadeira para o lado olhando para o porta- retratos em cima de minha mesa, a minha foto preferida, pego a mesma e começo a olhar mais de perto desejando reviver tudo aquilo novamente, e em questão de segundos já me vejo perdido no passado revivendo aquilo em minha mente.

Um ano atrás.

– Dá um sorriso para a câmera, amor. – Selena fala tirando minha atenção do fogão.

– O que esta fazendo? – pergunto rindo.

– Não sei, encontrei nas suas coisas e resolvi filmar você. Só para ficar de lembrança.– ela diz sorrindo, retribuo.

– Deixa essa câmera ai e vem aqui – peço e estendo minha mão para ela e assim a mesma faz.

Sua mão fria toca a minha e puxo- a para perto de mim rapidamente selando nossos lábios em um beijo calmo. Ela sorri e me da um selinho finalizando nosso beijo e se afasta minimamente, desligo o fogo e a analiso de cima a baixo enquanto a mesma provava minhas panquecas misturadas ao chocolate.

Ela usava apenas uma camisa minha que não chegava nem na metade de suas coxas, mesmo ela sendo baixa. Seus cabelos estavam bagunçados de uma forma que a deixava sexy, ela passou a língua levemente pelos lábios depois de degustar a comida e então notou que eu a observava. Sorriu.

– Porque ta me olhando assim? – ela pergunta fazendo uma careta extremamente sexy, na verdade tudo nela era sexy. Abaixo meu olhar até seu pescoço e posso ver mesmo de longe a pequena marca roxa em seu pescoço. Sorri.

Seguro sua cintura e a guio lentamente ate o balcão da cozinha, Selena me olhava confusa, mas não deixo espaços para perguntas e logo a beijo.

– Seria muita loucura a gente deixar o café da manha de lado e repetir a noite passada? – pergunto cessando o beijo, nossos rostos ainda estavam perto, perto o suficiente para que eu pudesse sentir seu halito de menta misturado a panquecas e chocolate contra meu rosto, sua respiração estava ofegante.

– Agora? – ela pergunta sorrindo; assenti.

Selena não responde nada, mas sua atitude faz com que eu entenda como um sim. Suas pernas se entrelaçam em minha cintura e logo tiro seu corpo de cima do balcão. Parecia ate pecado desejar aquela mulher da maneira que eu desejava, ela era tão meiga, tão pura, que qualquer atitude obscena parecia inapropriada para ela.

Suas costas logo se encontraram com a seda fina do cobertor, suas mãos correram por minhas costas puxando- me para mais perto, se é que isso era possível, suas unhas arranhavam levemente os locais por onde passavam e aquilo era bom, era muito bom.

Não demorou muito para que a única peça de roupa que cobria seu corpo voasse pelo quarto, fixei meus olhos por todo ele e ela sorriu segurando meu queixo.

– Você é linda.

– E você é um bobo. – diz rindo e invertendo nossas posições. Sua mão acariciou levemente minha bochecha e levantei meu olhar tentando me concentrar em seu rosto angelical ao invés de seu corpo perfeito e convidativo.

– Me promete uma coisa?

– O que você quiser. – digo preso em seu olhar.

– Promete que vai ser para sempre só meu, e que não importa o que aconteça você sempre vai voltar para mim. E que se algum dia eu quiser esquecer e deixar tudo isso para trás você não vai deixar.

– Eu te amo. – digo sem nem sequer medir o peso dessas palavras, ela sorri.

– Isso é um sim?

– Eu já disse uma vez e vou falar de novo Selena. Eu não vou deixar você ir a lugar algum e se você for te darei mil e um motivos para voltar, e se um dia você esquecer o que vivemos tudo bem porque não importa quantas vezes esqueça eu sempre arrumarei uma forma de fazer você lembrar.