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História Red - O Assassino de Aluguel - Capítulo III - Inocência


Escrita por: AuroraYumi

Capítulo 3 - Capítulo III - Inocência


Fanfic / Fanfiction Red - O Assassino de Aluguel - Capítulo III - Inocência

- Aqui. – Red entregou um revolver cromado, parecida com a da noite anterior, em suas mãos.

Eles haviam acabado de terminar o café-da-manhã e Red insistiu para que fossem para os fundos da casa. Uma fileira de latas de cerveja estavam posicianadas em frente aos dois. Victoria sentiu o peso do revolver. Aquilo era real, iria aprender a como atirar em alguém e não sabia se estava preparada para isso.

- Você quer que eu atire nas latas? – Tori engoliu a seco. Red pegou-a pelos ombros e afastou-a para longe das latas. Levou um susto quando ele apertou seus ombros, mas ele não percebeu.

- Em mim é que não vai ser. – Ele saiu da frente e ficou ao seu lado. – Vamos, levante o braço e aponte para a lata. Sem o dedo no gatilho. Não quero você atirando por acidente. – Red viu o olhar indeciso que ela lançou para ele. – Você quer aprender ou não? – Cruzou os braços, esperando ela se mover. Tori comprimiu os lábios e respirou fundo. Apontou para as latas e deixou seu dedo fora do gatilho, como ordenado. Ele levantou seu braço, fazendo-o ficar reto. – Não mova o corpo. E quando eu falo “corpo”, também estou falando da arma. A arma deve ser uma extensão do seu braço. – Red ajeitou o braço dela.

- O que eu devo fazer? – Perguntou ansiosa. Ele a encarou com impaciência.

- Eu quero que você se concentre, respire fundo pelo nariz e solte o ar pela boca. Sem mexer o braço. – Ela obedeceu – Continue assim, aconteça o que acontecer continue parado e não pare de fazer o exercicio de respiração. – Saiu do lado dela.

- Onde você vai? – Perguntou quando ele se afastou.

- Vou tomar um banho e fazer algumas ligações. – Red disse atrás dela. Parker chegou no exato momento e deitou-se ao lado dos pés dela. – Parker te fará companhia.

- Vai me deixar aqui? – Ela balançou o braço ao tentar se virar para vê-lo. Se recompôs e voltou a virar para frente.

- Sim. – Red se aproximou atrás dela, sem que percebesse. – Mire esta parte da arma, – Ele apontou para a massa da mira do revolver. Tori sentiu o pescoço arrepiar ao ouvi-lo falar mais baixo daquela forma.  – em uma das latas. – E isto, – Apontou para a alça de mira. – deve estar na mesma posição dos seus olhos. Não atire em nada. – E foi embora.

 

Tori estava fazendo aquele exercício de respiração há uma hora. Já não sentia o peso da arma. Também não sentia seu braço, que estava imóvel durante todo aquele tempo. Seu corpo estava queimando sob aquele sol escaldante. Nem mesmo Parker estava mais ao seu lado, ao que parecia o cachorro havia voltado para dentro da casa. Tori pensou que se fosse ela faria o mesmo se pudesse. O suor escorria por suas pernas, sua barriga e sua testa. Os cabelos já estavam úmidos e insistiam em colar-se em sua testa. Seus lábios rachados precisavam de água. Ela sabia que podia sair dali a qualquer momento. Que nada a prendia ali. Mas, só conseguia pensar no quanto poderia deixar Red decepcionado se ela se movesse e desistisse. Nunca tinha sentido tanta vontade em impressionar alguém na vida. Ela queria impressioná-lo, só não sabia o porquê. Ela ouviu passos atrás de si.

- Vejo que o garotinho de rua não desistiu. – Red ironizou.

- Eu já posso sair daqui? – Ela respondeu. Passou a língua sobre os lábios secos, tentando umedecê-los.

- Não. – Disse. Tori não iria aguentar mais tempo. – Estou brincando, pode se mover. – Ela soltou o ar pela boca, aliviada. Virou-se e encontrou Red sorrindo ironicamente, ela entregou a arma para ele.

- E então, como me saí? – Tori sentiu-se tonta e esforçou-se ao máximo para manter a postura.

- Não sei. – Suspendeu os ombros como se fosse uma criança. Ela franziu as sobrancelhas. – Eu não fiquei para olhar. Na verdade, eu estava fazendo alguns telefonemas. – Sorriu largamente como se fosse um idiota.

- Mas, eu fiquei esse tempo todo aqui, mirando naquela lata maldita! – Exclamou e apontou para a fileira. Sua garganta estava seca. Red riu da reação dela. Tori empurrou-o pelo peito e grunhiu. Red segurou seu pulso. – Me largue! Eu vou embora! Não quero mais ficar aqui! – Puxou o pulso e conseguiu se soltar. Massageou o local, que ficou dolorido. Red soltou um riso de escárnio.

- E para onde vai, moleque? Roubar as carteiras dos outros até ser preso? Ou pior? – Suspendeu uma sobrancelha. Tori engoliu a raiva crescente e a vontade de gritar. Ele estava certo, ela não tinha para onde ir, mas ele era um tormento. Ele a intrigava, chegava até a incomodar o seu interior. Estava ali há pouco menos de um dia e já sentia vontade de matá-lo. Mas, não poderia ficar com raiva dele, ele a acolheu e era grata por ele ter feito isso. Só não sabia o porquê de ele tê-la acolhido tão fácil. – Você deveria agradecer por não deixá-lo naquele bêco com o corpo daquele cara. – Deu um passo para frente e Tori se encolheu. Não queria ser mau agradecida. – Agora entre e tome um banho.- Ordenou e ela concordou com a cabeça.-  Não esqueça de beber água. – Disse. Tori ergueu o olhar para ele.

- Obrigado. – Victoria se sentiu tonta com o calor e o tempo exposto ao sol. Acabou desmaiando. Se não fosse por ele à sua frente, tinha batido a cabeça no chão.

Tori sentiu os lábios secos e rachados. Suas sobrancelhas franziram antes de seus olhos abrirem bem devagar. Estava deitada na cama. Os olhos procuraram Red pelo quarto e viu-o sentado em uma poltrona no canto do cômodo.

- Beba a água. – Ele apontou para o criado-mudo, onde estava um copo cheio e uma jarra. Ela se levantou e levou-o até a boca, bebendo o líquido todo. – Não sabia que era tão frágil. – Estreitou os olhos para ela. Tori estremeceu de medo. Será que ele tinha notado que era uma garota?

- Eu não sou frágil. – Disse com a voz fraca e recostou a cabeça no travesseiro novamente, sentindo-se tonta. Red recostou-se no encosto da cadeira e a observou, quieto.  – Pare de me olhar desse jeito. Me dá calafrios. – Sentia seu corpo entrar em estado de alerta sob o olhar analítico dele.

- De onde você veio? – Perguntou de repente.

- Por quê isso agora? – Sentou-se na beirada da cama.

- Porquê esta é a minha casa e eu faço as perguntas. -  Red viu a expressão carrancuda dela e esperou a resposta para a pergunta que tinha feito antes. Tori suspirou.

- Sou de um convento, eu fugi de lá. Fui criado nesse lugar e não aguentei mais ficar preso lá dentro. – Pelo menos o que tinha dito era verdade. Red coçou a barba rala e ruiva. – Está satisfeito? -  Falou com mau humor.

- Estou. – Ele se levantou. – Vou trazer uma muda de roupas para você. Vamos sair e comprar algumas roupas do seu tamanho. Mas, fico avisando: você vai me pagar por essas roupas. – Ele saiu do quarto e bateu a porta atrás de si. Victoria estava com o coração aos pulos. Pelo menos saiu ilesa dessa.

 

Estava no provador da loja no centro da cidade vizinha a deles. Red nunca ia no mesmo lugar duas vezes, esse era o lema dele. Eles fizeram toda a viagem em silêncio. Ela estava com mau humor, depois de ter passado aquele tempo inteiro no sol e pelo interrogatório que ele fez.

- Alguma coisa serviu? – Red gritou do lado de fora. Tori tinha experimentado algumas calças e todas ficavam largas demais em suas pernas magras ou então ficavam apertadas no bumbum. Resolveu levá-las mesmo assim. Nunca tinha saído para comprar calças ou shorts, simplesmente no convento não precisava disso. Ela vestiu as roupas com que tinha ido e dobrou as que iria levar. Saiu do provador.

- Eu vou levar todas que eu escolhi. – Entregou para atendente, que não deixou de paquerar Red desde o momento que entraram no lugar.  Red parecia gostar da moça. – Você gostou dela? – Perguntou de repente e viu Red ficar confuso.

- Se eu achei ela atraente? Sim. – Disse.

- Eu não sabia que os homens agiam assim quando achavam alguma mulher bonita, pensei que um homem só olhava para alguém desse jeito quando estava apaixonado por ela. – Tori disse inocentemente. Red se aproximou dela.

- Isso... Não é estar apaixonado... – Ele falou lentamente. – Isso é querer transar com alguém. – Pronunciou as palavras com intensidade. O rosto de Tori ficou vermelho de vergonha. Ele deu um sorriso de canto.

- Então o que é ficar apaixonado? – Tori piscou algumas vezes com os grandes e bonitos olhos cor-de-mel.

- Eu não faço a mínima ideia e nem faço questão. – Colocou as mãos nos bolsos e andou até o balcão. Não antes de lançar um olhar frio em sua direção.



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