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História Red and Yellow - Oh Sehun


Escrita por: RoyalProject e ShiinaInaba

Notas do Autor


Heeeeeei tudu bom?
Aqui estou eu eras depois postando o segundo capítulo 😅
Eu disse que ele já tava pronto e dependia só da Laís, mas a burra aqui acabou apagando o capítulo sem querer hehehehe

eNFIM, nesse capítulo temos as explicações e no próximo o finalzinho 💖

Boa leitura 💞

Capítulo 2 - Oh Sehun


Depois de passar três dias doente, finalmente eu pude voltar para a escola. Nada de novo iria acontecer ㅡ eu sabia ㅡ, mas eu estava animado para conhecer o misterioso Oh Sehun.

Pelo que eu ouvi durante essas semanas, ninguém sabia muito sobre ele, tirando o fato de seus pais serem advogados. Todo o resto eram apenas especulações. Uma vez escutei que ele era bem bonito, isso me fez ficar curioso sobre sua aparência. 

Mas esse garoto só podia estar de brincadeira com a minha cara, não é possível. 

Quando cheguei na escola, na quinta-feira de manhã, eu não o encontrei. Ele havia faltado, de novo. Eu pensei que seria apenas aquele dia e finalmente poderia conhecê-lo, mas não.

Se passaram mais duas semanas de faltas, aquele garoto estava mesmo querendo me irritar. Isso me fez lembrar daquele dia na feira. Quando parei para pensar no assunto, percebi que a pessoa na outra ponta do fio não se deu ao trabalho de me procurar também. E isso me deixou com raiva. Tanto a minha alma gêmea quanto Oh Sehun estavam sempre se esquivando de mim e isso me deixava com muita raiva.

Eu só queria conhecê-los!

Depois de um mês naquela escola eu pude constatar que eles gostam muito de eventos. Neste último mês tivemos, além da cerimônia de abertura, um encontro de cada ano, festa dos clubes, apresentação do terceiro ano e, agora, um torneio esportivo. Logo eu, que amo ficar parado. Seria em três semanas, então eu teria um pouco de tempo para me colocar em forma.

A chuva estava forte naquele dia, assim como a minha preguiça para levantar. Acabei fazendo tudo no automático. Myungjae já me esperava do lado de fora do prédio quando cheguei lá, acabamos tendo que dividir meu guarda-chuva porque o dela havia quebrado. O nosso assunto da vez era arte, apesar de eu não fazer muita ideia do que ela tava falando sobre, apenas entendi Van Gogh.

Ao passar pelos portões da escola, foi como na feira, tudo parecia estar em câmera lenta e meu coração batia rápido, ao mesmo tempo que lento. Senti aquela euforia mais uma vez: meu fio mostrava alguém. Eu não pensei daquela vez, eu não iria perder a minha alma gêmea novamente. 

Dei o guarda-chuva para Myungjae segurar e sai correndo para dentro do prédio, não parei nem quando escutei os gritos da garota. Segui o fio laranja até o prédio onde ficava os segundos anos, estava tão perto. Quando vi a porta em que porta o fio passava, algumas coisas começaram a fazer sentido na minha cabeça. Era a porta da minha sala. 

Uma coisa interessante sobre almas gêmeas, era que quando elas olhavam nos olhos uma da outra pela primeira vez, as duas pessoas desmaiavam. A ciência explica que ao se olharem pela primeira vez, os sentimentos das duas finalmente se ligam o que causa uma dor tão forte que elas desmaiam. 

Foi por essa razão que eu me aproximei daquela pessoa com a cabeça baixa. Não olhei em seu rosto, apenas para a sua mão direito, estava lá, em seu mínimo, um fio laranja. 

A pessoa era Oh Sehun.

E eu percebi que ele não havia se movido um milímetro, mesmo me vendo ali, mesmo vendo nossos fios conectados. E isso me deixou com raiva.

ㅡ Por que você não veio atrás de mim? ㅡ perguntei baixo, mirando o chão. Não queria desmaiar agora e perder a oportunidade de confrontá-lo.

Demorou alguns minutos, pude escutar um suspiro saindo de seus lábios e depois seus dedos se enrolando no fio laranja, brincando com ele.

ㅡ Talvez porque eu não quisesse te encontrar. ㅡ Seu tom tinha um quê de prepotência. Aquilo me machucou. Eu queria tanto encontrar minha outra metade, e era isso a primeira coisa que ele me dizia. ㅡ O que pretende fazer agora que sabe que somos almas gêmeas, Xiao Luhan?

Não pude esconder a minha surpresa ao saber que ele sabia meu nome. Não lembrava de tê-lo dito em nenhum momento. 

ㅡ Como sabe meu nome? 

ㅡ Luhan! ㅡ Escutei Baekhyun exclamar, assim que chegou na sala, o Byun passou seu braço pelos meus ombros e eu acabei fazendo a burrice de levantar o olhar.

Uma dor aguda foi tudo o que eu senti antes de apagar.

[...]

Acordar nunca foi tão doloroso, minha mente pesava, era como se milhares de coisas acontecessem ao mesmo tempo dentro da minha cabeça. Olhei para o lado e pude ver a face serena de um garoto, ao olhar para suas mãos, constatei que era Oh Sehun, pois eu via seu fio laranja. Entendi que aquelas milhares de coisas acontecendo ao mesmo tempo eram os sentimentos do Oh. 

Agora nós sentíamos o que o outro sentia.

Tudo estava tão confuso dentro de mim que eu não sabia diferenciar o que eu sentia e o que Sehun sentia. Tentei levantar, mas a dor de cabeça me fez voltar onde estava antes. Respirei fundo antes de olhar para o garoto mais uma vez. Me assustei ao ver que ele estava com os olhos abertos em minha direção. Eu queria muito perguntar várias coisas a minha alma gêmea, queria conhecê-lo melhor do que ninguém, mas o meu corpo travou naquele momento. O que ele disse martelava em minha mente.

ㅡ Não vai começar com o questionário, não? ㅡ Sehun perguntou, sua voz era baixa e calma, um pouco diferente do que antes.

ㅡ Eu não sei se quero saber o porquê de você não querer me encontrar. Porque te conhecer sempre foi o meu sonho.

Sehun não falou nada diante minha declaração. Me assustei quando senti uma sensação estranha, uma mistura de euforia e preocupação ao mesmo tempo. Eu sabia que não era eu quem sentia aquilo, então só podia vir de Sehun. 

ㅡ Você quer segurar a minha mão? ㅡ perguntei, estendendo minha mão direita em sua direção. A confusão era evidente em seu rosto. ㅡ Meu pai sempre segura a mão da minha mãe quando ela está nervosa. Quer tentar?

O moreno ponderou um pouco antes de aceitar, segurando a minha mão com força. Ao tocar sua mão pela primeira vez, não foi exatamente como eu imaginei. Não teve aquela corrente elétrica, não era uma mão diferente das outras que eu já havia segurado. Era apenas uma mão macia e quente.

Logo uma sensação calma tomou conta de mim e eu pude constatar que funcionou.

ㅡ Então, é assim que almas gêmeas funcionam? ㅡ questionou, seu tom de voz era baixo e suave, bem diferente de quando nos encontramos de manhã.

ㅡ Acho que sim.

Ao olhar nossas mãos juntas, eu acabei caindo em mim: EU ACHEI MINHA ALMA GÊMEA! Tipo, a pessoa que vai passar o resto da vida sentindo tudo que eu sinto, vamos passar o resto de nossas vidas conectados, mesmo se ficarmos apenas como amigos.

ㅡ Desculpe por mais cedo, eu estava nervoso. Não quis ser arrogante. ㅡ Desculpou-se apertando de leve minha mão.

ㅡ Mas foi verdade não foi? Aquilo que você falou. Você não me procurou.

Meu coração murchou um pouco com a lembrança dele dizendo que nem todo mundo quer encontrar sua alma gêmea, pois deixara explícito que ele não queria me conhecer, aquilo doeu. 

ㅡ Desculpe.

ㅡ Você pede muitas desculpas. ㅡ O sorrisinho de lado que ele deu depois do meu comentário foi tão fofo que meu coração voltou a se encher. ㅡ Como sabia o meu nome? ㅡ perguntei ao lembrar que ele havia me chamado pelo nome.

ㅡ Na cerimônia de abertura você estava com uma garota. Nossos fios se conectaram por um pequeno momento, acho que você não viu. ㅡ Balancei minha cabeça em negação. Eu lembraria de algo assim. ㅡ Eu escutei a garota falando seu nome. Voltei para casa no mesmo momento e depois procurei saber um pouco sobre você, foi quando descobri que estávamos na mesma sala.

ㅡ Foi por minha causa que você faltou todos esses dias? ㅡ questionei curioso. ㅡ E os três dias que você veio, foi porque eu faltei?

ㅡ Mais ou menos, tive assuntos para resolver. E não, aquilo foi sorte mesmo.

ㅡ Assuntos?

ㅡ Desculpe, não estou pronto para contar isso agora.

Nervosismo. Era o que eu sentia, mas vinha do garoto a minha frente. Então, entendi que ele não queria tocar no assunto.

ㅡ Nós ainda não nos conhecemos direito, mas tenho certeza que no futuro poderemos confiar mais um no outro. ㅡ Sorri para lhe confortar. Logo o sentimento ruim foi embora.

ㅡ Agora que eu sei que somos ligados, você ainda vai faltar?

ㅡ É provável, mas não tanto quanto antes.

Nada mais saiu de nossas bocas, então o garoto a minha frente fechou os olhos. Quem visse aquela cena acharia que ele estava dormindo de tão calma que era a sua respiração. Parando para observar o rosto da minha alma gêmea, cada traço de seu rosto parecia milimetricamente desenhado.

Ele era realmente lindo.

As meninas da minha sala não estavam exagerando quando disseram que ele tinha um rosto perfeito. Seu cabelo era mais claro que o meu e o estilo desajeitado deixava-o com uma aparência mais despreocupada. Eu queria tocar-lhe e saber a textura de sua pele, mas fui impedido de seguir meus impulsos quando ouvi a porta sendo aberta.

ㅡ Meu bebê! ㅡ Quando escutei a voz da minha mãe, logo soltei a mão do garoto ao meu lado e rapidamente olhei para onde vinha a voz de minha progenitora. 

Minha mãe estava com a respiração acelerada, como se tivesse corrido uma maratona para chegar a enfermaria da escola. Instantaneamente me pus sentado, o que me acarretou uma dor de cabeça enorme, levei minhas mãos à cabeça em uma falha tentativa de fazer a dor diminuir.

ㅡ Oh, querido, não se esforce. ㅡ Escutei minha mãe dizer ao se aproximar de mim, me fazendo deitar novamente.

Com a minha visão periférica, vi que Sehun também estava sentado agora. Ele olhava para minha mãe com certo espanto. Acho que ele não imaginava a conhecer nessas circunstâncias.

ㅡ Disseram que você desmaiou, foi porque você não comeu, não é? ㅡ Minha mãe começou a falar sozinha sobre ser importante comer bem para não passar mal depois. 

ㅡ Mãe, mãe, mãe! ㅡ chamei-a, tentando acalmá-la para eu poder explicar a situação. ㅡ Pode respirar normalmente.

A mais velha se acalmou, mas logo voltou sua atenção para outro local: para a pessoa dá cama ao lado.

ㅡ Mãe... ㅡ Olhei para Sehun por alguns segundo antes de voltar-me para a mulher a minha frente. ㅡ Esse é Oh Sehun, ele é minha alma gêmea.

Não foi preciso de mais nada para ela entender o que tinha acontecido. Um sorriso enorme apareceu em seu rosto, antes de ir para perto do meu colega de classe e o abraçar, deixando nós dois surpresos.

ㅡ Obrigada por encontrá-lo ㅡ ela disse com um tom emocionado, deixando Sehun sem palavras e um pouco envergonhado. ㅡ Ah, desculpe, desculpe.

Se afastou do garoto ainda com um sorriso no rosto. Ela olhava para nós dois como se fossemos dois bebês fofos que você não vê a hora de apertar as bochechas.

ㅡ Eu vou contar tudo para o seu pai agora. ㅡ Antes que eu pudesse impedir que ela saísse do cômodo, minha mãe já se encontrava na porta. Ela saiu depois de olhar para nós mais uma vez e piscou em minha direção, eu realmente não entendi o que ela quis dizer com isso.

ㅡ Desculpe pela minha mãe, ela é um pouco doidinha. 

ㅡ Não tem problema, ela deve ser legal ㅡ ele disse, deixando uma risada escapar.

ㅡ Na maioria das vezes sim, nas outras ela me trata como um bebê ㅡ confessei frustrado. Quantas vezes eu tive que passar vergonha com a minha mãe me tratando como uma criancinha na frente das outras pessoas? ㅡ Falando nisso, seus pais vem te buscar?

Sehun não pôde responder pois a porta foi aberta novamente, dessa vez um homem que parecia ter a idade do meu pai estava ali. Eu constatei que era o pai do Sehun, apenas pela fisionomia bastante semelhante dos dois. O homem se aproximou das nossas camas e colocou a mão na testa do filho, sem dizer uma única palavra.

ㅡ Você está com febre, tomou seus remédios? ㅡ Sua voz grossa era carregada de preocupação. Sehun apenas assentiu. ㅡ Vamos para casa, assim você descansará mais.

O jeito que ele falava, era como se isso já tivesse acontecido, mas como poderia? Foi nosso primeiro contato. Preocupação tomou conta de mim, e eu sei que o Oh sentiu pois logo direcionou seu olhar para mim.

ㅡ Eu te encontro no carro, tenho que pegar minhas coisas ㅡ respondeu com a voz baixa, quase como um murmúrio.

ㅡ Não demore, Chae está preocupada. 

Observamos o pai de Sehun sair da enfermaria para nos encararmos novamente. 

ㅡ Não se preocupe, eu não estou doente ㅡ Sehun falou repentinamente, como se lesse meus pensamentos. ㅡ Eu tenho que ir, mas amanhã nos falamos melhor.

Sem me deixar adicionar mais nada a nossa conversa, o garoto se levanta devagar e sai do cômodo me deixando com meus pensamentos.

[...]

ㅡ Então, quer dizer que Oh Sehun é sua alma gêmea… ㅡ Baekhyun repetiu o que eu tinha acabado de falar.

Ele, Jongdae e Myungjae vinheram me visitar depois das aulas, os outros viriam depois. Com seu poder de persuasão, Baekhyun me fez contar tudo que aconteceu entre mim e Sehun depois que acordamos na enfermaria, claro que eu omiti umas coisinhas.

ㅡ Quem diria… Diz, o que ele está sentindo agora. ㅡ Jongdae pediu, descobri com a convivência que ele e sua alma gêmea são bastante curiosos.

ㅡ Ele está normal ㅡ respondi a seu pedido.

ㅡ Você é tão sem graça. ㅡ Fez uma careta para mim e voltou sua atenção a seu celular.

Por causa de Jongmook todos nós nos viciamos em um joguinho besta de celular. Agora imagine: quatro adolescentes, no mesmo cômodo, mas sem olhar para o rosto um do outro. Ainda bem que a minha mãe está na cozinha, se não ela tomaria nossos celulares para “socializarmos”.

ㅡ O que você espera que eu diga? ㅡ perguntei, fazendo uma pausa para poder matar um inimigo a minha frente. ㅡ Ele deve estar em casa, descansando ou sei lá. ㅡ Soltei um praguejo por ter sido morto no jogo, culpa do Byun que bateu no meu braço na hora crítica. ㅡ O que as almas gêmeas de vocês estão sentindo agora?

ㅡ O Chany está com tédio, porque seu avô está contando mais uma de suas histórias da guerra das Coréias.

ㅡ Bem específico ㅡ Myungjae ironizou. 

Percebi que, mesmo ela se dando bem com meus amigos, Myungjae era bem quieta ao lado deles ㅡ Mas também, qualquer um parece quieto ao lado de Baekhyun e Jongdae.

ㅡ A Chunnie está excitada.

Ao mesmo tempo pausamos nossos jogos e encaramos o Kim, que não demorou a perceber o que tinha falado.

ㅡ Não do jeito que estão pensando. ㅡ Tratou de se explicar. ㅡ Teve comeback do grupo preferido dela.

Logo nossas expressões de surpresa passaram. Quando eu estava perto de ganhar ㅡ depois de perder na mesma fase três vezes, culpa de Baekhyun ㅡ, minha porta foi aberta e por ela passaram o outro casal de almas gêmeas. Seokmin trazia em mãos pizzas e Jongmook, refrigerantes

ㅡ Chanyeol disse para você pausar o jogo quando ele ligar. ㅡ Chunnie passou o recado para o namorado do Park que nem ligou, apenas atacou as pizzas. ㅡ Ele não vai poder vir, mas mandou melhoras, Lu. ㅡ As garotas resolveram que iriam me chamar apenas de “Lu”, eu até que tinha gostado.

Agradeci a garota e fui me servir.

ㅡ Chunie mandou mensagem: “o comeback tá lindo, foi mal Lu, mas não vou poder ir, foi beleza demais. Trate de me contar tudo em detalhes depois, garota mais bonita da sua vida.” Foi o que ela disse.

Podia-se perceber a diferença entre as cores azul do Park e a verde claro de Ahn. 

ㅡ Bom, como a ótima estudante que sou, vou pra casa dormir. ㅡ Myungjae avisou fazendo todos rirem.

Antes da morena partir, ela fez questão de pegar duas fatias de pizza e levar. Todos voltamos a nos concentrar no jogo enquanto comíamos. Depois de morrer pela sexta vez, Jongdae se enfureceu e o deixou para lá, nos obrigando a fazer o mesmo.

ㅡ Me diz, como você está se sentindo agora que, finalmente, encontrou sua alma gêmea? Foi como você imaginou, Lu? ㅡ Seokmin perguntou.

ㅡ Ah, eu sempre imaginei que quando o encontrasse, seria um momento mágico ou alguma coisa parecida…

ㅡ E não foi? ㅡ quem perguntara fora Jongmook, eu ainda não tinha contado a parte em que nos encontramos.

ㅡ Mais ou menos, a primeira coisa que ele me disse foi “talvez porque eu não quisesse te encontrar”. ㅡ Relembrei de nossa primeira conversa, o que me deixou triste e eles perceberam.

ㅡ Talvez tenha sido apenas… Ah… ㅡ Baekhyun tentou me consolar, aprendi ali que ele não era bom naquilo.

ㅡ Tudo bem, agora já nos conhecemos, isso é o que importa.

Dei um sorriso fechado. Realmente era o que importava.

[...]

Depois que todos foram embora, a primeira coisa que fiz foi tomar um longo banho. Após dar “boa noite” aos meus pais, me deitei, mas não consegui dormir. Meus pensamentos continuavam me levando para Oh Sehun, foi quando escutei meu celular tocar, era uma mensagem de um número desconhecido.

Desconhecido:

Olá, Luhan. Aqui é o Sehun.

Sabe… Aquele que é sua alma gêmea…

Luhan:

Ah! Sim, Sehun!

Que surpresa você ter meu número.

Sehunnie:

Eu peguei com o representante de classe

Tem algum problema? 

Luhan: 

Não, claro que não!

Mas, você queria alguma coisa? 

Sehunnie:

Você quer tomar sorvete comigo amanhã?


[...]

Eu estava um pouco nervoso ㅡ ok, talvez muito. Tanto que evitei Sehun desde que cheguei na escola. Ele até tentou falar comigo, mas inventei várias coisas para fugir. Eu nem sabia o porque estava fazendo aquilo, Sehun só queria me conhecer, afinal, somos almas gêmeas.

Quando as aulas chegaram ao fim, eu não tive escapatória, fui de encontro com meu colega de classe que me esperava na porta da escola. Eu iria o saudar e me desculpar por evitá-lo o dia todo, mas o garoto apenas se virou e foi em direção a sorveteria que combinamos de ir e eu apenas o segui.

Meu coração estava um pouco acelerado, sem uma boa explicação. O Oh nada falou até chegarmos na sorveteria, lá era bem aconchegante, apesar de não ter prestado muita atenção. Depois de pegarmos nossos sorvetes, nos sentamos em uma mesa perto da vitrine, dava para ver as pessoas passando.

Por longos minutos, ninguém falou nada e isso me deixou um pouquinho mais nervoso.

ㅡ Se você quiser ir embora, não tem problema, sabe, eu sinto que você não quer estar aqui. ㅡ Sehun tinha sua cabeça baixa, eu não conseguia ver seus olhos.

Em um lapso, eu lembrei que ele sentia tudo que eu sentia, mas ele não sabia o porquê, então tirava conclusões precipitadas. 

ㅡ Não! Eu quero estar aqui! ㅡ disse seriamente.

ㅡ Sabe, não dá para mentir para sua alma gêmea, eu literalmente sinto seu nervosismo.

Tentei acalmar meu coração para que Sehun entendesse que eu queria estar ali, eu queria muito estar ali. Quando aquele sentimento diminuiu, acabei sentindo uma pontada de tristeza. E eu sabia que não vinha de mim.

ㅡ Desculpe… Eu não queria…

ㅡ Não se desculpe por não querer estar comigo. ㅡ Seu semblante partia meu coração, adicionei aquilo a lista de coisas que eu não gosto:

 Chuva

 Caranguejo

 Couve

 Carinha triste de Oh Sehun

Eu tinha tendência a não gostar de coisas na letra C.

ㅡ Mas eu quero estar com você, só… Estou nervoso porque você é ela, a minha alma gêmea, e quer me conhecer… É o meu sonho se realizando.

Senti minhas bochechas esquentarem, a vergonha me consumindo. Mas eu nem sabia o porquê, já que sempre deixei claro para todos que conheço que conhecer minha alma gêmea era meu sonho.

ㅡ Tem certeza? Porque você passou a manhã inteira me evitando e com esse sentimento estranho.

Respirei fundo, vamos lá, era só Oh Sehun ali, minha alma gêmea. Não poderia ficar nervoso na frente dele toda vez que o visse. O que eu era? Um adolescente com os hormônios desregulados? Exatamente isso.

ㅡ Me desculpe por isso, o que você disse quando nos conhecemos não ajudou muito a me acalmar. Até pensei que você quisesse me pedir para nos afastamosㅡ

ㅡ Eu nunca pediria isso. 

ㅡ Então, porque disse aquilo? ㅡ perguntei rapidamente, queria muito saber tudo sobre ele, principalmente o motivo de não querer me encontrar.

ㅡ Um dia eu vou te contar. Prometo. ㅡ O seu olhar me passava uma confiança que eu nunca havia sentido com ninguém, era isso que significava estar ligado a alguém? ㅡ Quer segurar a minha mão para se acalmar?

Foi então que eu percebi que meu coração tinha voltado a bater rapidamente. Sua mão estava estendida em cima da mesa, então eu aceitei.

ㅡ Eu quero te conhecer, Luhan ㅡ disse com um mínimo sorriso de lado, era a primeira vez que eu via seu sorriso. ㅡ Me conte um pouco sobre sua família.

ㅡ Hum, não tem muito a dizer… Meu pais são super legais, você conheceu minha mãe. Meu pai não é muito diferente dela. ㅡ Ri ao lembrar dos dois mais velhos juntos. ㅡ Acho que é por terem cores de fio parecidas.

ㅡ Eles são almas gêmeas? ㅡ perguntou curioso. Ele comeu um pouco de seu sorvete, então eu lembrei do meu que estava quase todo derretido, mas comi mesmo assim.

ㅡ São, se conheceram na faculdade e nunca mais se largaram. ㅡ Meu sorriso ao falar dos meus pais era enorme, eu adorava me gabar por ter pais tão bons. ㅡ E a sua família?

ㅡ Ah, meus pais não são almas gêmeas. ㅡ Pude sentir aquele incômodo vir de Sehun novamente. Então apertei um pouco sua mão para lembrá-lo que eu estava ali. ㅡ Meu pai é um completo.

Um completo… Existiam essas pessoas, uh, completas. Dizem que sua alma não foi repartida, então ela não precisava de um fio para achar o outro pedaço de sua alma. Muitos dizem que pessoas completas eram amarguradas, eu acreditava nisso pois a única pessoa completa que conheci era minha antiga vizinha, uma senhora ranzinza. Mas então eu conheci Myungjae, e ela era toda animada, mesmo sendo uma pessoa completa.

Pelo que me lembrava do pai de Sehun, ele não parecia ser ranzinza como a minha antiga vizinha, nunca diria que ele era um completo.

ㅡ Eu tenho uma irmã, Chae noona, ela é a pessoa mais importante da minha vida. 

ㅡ Eu sempre quis ter irmãos, mas meus pais não achavam que aguentaria outro bebê. Qual a cor dela? 

ㅡ Lilás, bem claro… ㅡ Dizer “bem claro” não era um bom sinal. Geralmente, pessoas de personalidades fortes e marcantes tem cores escuras, e pessoas mais distantes e calmas tem cores mais claras. Mas pessoas com cores fracas, ou seja, muito claras, tem algum problema de saúde. 

ㅡ Ela…

ㅡ Vamos falar de outra coisa, por favor. ㅡ Ele mudou de assunto. Claro, quem gostaria de falar sobre a doença de sua amada irmã? ㅡ Eu vi seu caderno, você também gosta de animes?

Para ver o rosto sorridente do Oh, eu não tocaria mais no assunto.

ㅡ Sim, você também? 

ㅡ Muito, o meu preferido é Bunny Girl, e o seu? 

Foi falando sobre animes, séries e matérias da escola que começamos nossa conversa para nos conhecermos melhor. Tudo o que conversamos tinha haver com nossos gostos e um pouco de nossas famílias, mas nada aprofundado. Falar sobre animes me levou a oportunidade de chamá-lo para conhecer meu quarto.

E seria perfeito, se minha mãe não tivesse em casa para me fazer pagar mico, claro. Entre minhas fotos constrangedoras e histórias da minha infância, eu consegui ficar a sós com o Oh, enquanto minha mãe fazia um lanche para nós.

ㅡ Sua mãe é engraçada ㅡ ele comentou depois de ver minha coleção de mangás. 

ㅡ Porque você ainda não viu ela e meu pai juntos, eles são… Como posso explicar? ㅡ Pensei um pouco até achar a melhor explicação para os dois. ㅡ Como crianças? Pode-se dizer que isso.

Sehun gargalhou, eu amava escutar sua risada. A maneira como seus olhos se fechavam quando ele ria, era fofa. Depois que minha mãe trouxe o nosso lanche, fui obrigado a escutar minha mãe contar o resto das minhas gafes de criança. Apesar de ter sido exposto, eu considero aquele um bom dia, porque pude conhecer mais de Oh Sehun, minha alma gêmea.

[...]

Depois de uma semana inteira voltando para casa com Sehun e conversando sobre tudo, eu poderia dizer que o conhecia muito bem. Não o suficiente para ele me contar o porquê desapareceu por cinco dias logo depois. Oh disse que me explicaria um dia, mas não agora. Claro que fiquei triste, mas entendi que aquele era só o começo, então eu teria que ser paciente.

Quando parei para pensar no que estava acontecendo, percebi que Sehun se esforçava, mesmo não me dando detalhes. Porque ele poderia apenas sumir e depois voltar, mas o garoto me avisou antes de ficar os dias sem ir à escola e depois me pediu desculpas. Durante os cinco dias que passei longe da minha alma gêmea, pude constatar que não estava tudo bem como ele dizia por mensagens.

Afinal, sentir dor não era algo normal.

Infelizmente, quando toquei no assunto com ele, não obtive respostas. Apenas o mesmo: “um dia eu te conto, prometo”. Quando Sehun voltou para a escola, foi como se nada tivesse acontecido, mas eu vi que sua aparência estava um pouco mais abatida, porém não toquei no assunto para não chateá-lo. A volta para casa fora silenciosa, mesmo que agradável.

Eu tinha uma auto-estima considerável. Realmente gostava de muitas coisas em mim e outras nem tanto, mas um fato que eu odiava em mim mesmo era que meu corpo pegava qualquer doença muito rápido. Fato esse que fez meus pais serem mais protetores do que já eram. Eu não tinha e nem nunca tive uma doença muito grave, mas coisas como: dengue, chikungunya, sarampo e, principalmente, febres e viroses, eu pegava rápido demais.

Por isso não foi surpresa quando acordei sentindo meu corpo todo doer depois de esquecer a janela aberta durante uma noite consideravelmente fria. Minha mãe não me deixou ir à escola mesmo depois de eu dizer que aguentava. Por isso fiquei o dia todo na minha cama, sentindo minhas forças indo embora. Não me dei ao trabalho de avisar aos meus amigos que estava doente, pois sabia que minha querida mãe faria isso por mim.

Eu não sabia que hora era quando ouvi a porta do meu quarto ser aberta, provavelmente era minha mãe trazendo comida, já que eu não havia comido nada quando acordei. Me sentei para poder comer, mas percebi que a pessoa tinha um porte masculino demais para ser a minha mãe.

ㅡ Está se sentindo bem? ㅡ ele perguntou carinhosamente.

Antes que eu pudesse responder, o garoto encostou sua testa na minha para medir minha temperatura. Eu ainda estava um pouco sonolento, então acabei fechando os olhos com o ato fofo de Sehun. Por algum motivo me deu uma vontade de sorrir.

ㅡ Estou. ㅡ Foi o que consegui responder depois que ele se afastou.

ㅡ Sua mãe disse para você comer tudo. ㅡ Entregou-me uma bandeja com uma tigela de sopa, as sopas da minha mãe eram as melhores. ㅡ Seus amigos pediram desculpas por não poderem vir, por causa dos preparativos do torneio esportivo.

Enquanto eu comi, escutei Sehun falar dos preparativos para o torneio esportivo. Com a convivência, descobri que Sehun gostava de ouvir, mas amava falar. Na sala ele não tinha amigos ㅡ com exceção de mim ㅡ então,  a maioria do tempo, ele ficava calado. Mesmo no horário do almoço, quando sentávamos junto com meus amigos, ele não falava muito. Mas a sós, ele virava um locutor de rádio, e eu amava escutar sua voz.

Assim que terminei de comer, ele me ajudou a me deitar novamente na cama depois de tomar meu remédio. Eu realmente queria continuar a escutar sua voz, mas infelizmente ainda estava sonolento. 

ㅡ Amanhã você vem de novo? ㅡ perguntei quando ele estava pegando suas coisas para ir embora. 

ㅡ Claro, se você quiser… ㅡ Balancei minha cabeça em afirmação porque falar demandava muito esforço.

ㅡ Pode segurar minha mão até eu dormir? ㅡ pedi com a voz toda embolada, nem sei como ele entendeu.

Escutei sua risada baixa e depois sua mão se entrelaçando com a minha. O sono me levou rápido quando fechei os olhos, mas, ainda assim, consegui sentir uma leve pressão no meu rosto, bem na trave do meu lábio inferior. Eu até queria abrir os olhos e saber o que era, mas acabei dormindo daquele jeito.


Notas Finais


Espero que tenham gostado ❤️
Até o próximo capítulo 🖐️


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