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História Red Code - Se for pra ter você


Escrita por: whyjxmin

Notas do Autor


boa leitura!

Capítulo 7 - Se for pra ter você


Fanfic / Fanfiction Red Code - Se for pra ter você

Mingi tinha a habilidade de me fazer esquecer do resto do mundo. Antes de o ver, estava decidido em acabar com seja lá o que a gente tem, e seguir minha vida normalmente. Mas, com suas poucas palavras e ações firmes, me deixava embriagado, incapaz de tomar decisões coerentes. Após uma sessão de beijos antes proibidos por mim mesmo, voltei para o colégio com um sorriso estúpido no rosto. Meu cérebro só conseguia processar as palavras que o ruivo havia falado momentos antes, me pedindo para beijá-lo. Estava todo bobo por esse motivo.

Entrei na sala, logo encontrando Jongho em sua cadeira de sempre, com o rosto apoiado em uma das mãos, olhando pro nada. Me sentei ao seu lado, desejando um bom dia que não foi respondido. De primeira, achei que por algum motivo ele estava chateado comigo e me ignorou, mas logo percebi que ele estava desligado do mundo. Segurava uma caneta na outra mão, que se movia freneticamente, fazendo um barulho irritante devido ao objeto bater na mesa incessantes vezes. Sua perna também se movia rápido, indicando sinais de nervosismo. Seus olhos, mais abertos que o normal, olhavam para o chão como se fosse a coisa mais importante do mundo.

Levei a mão até a sua, tocando-a suavemente. No mesmo instante, o barulho cessou e ele pareceu sair de um transe, virando-se para me olhar.

- Você está bem? – perguntei, preocupado. Olhava todo o seu rosto, que esboçava um estresse notável. – Aconteceu alguma coisa?

Ele demorou um pouco para responder, processando minhas perguntas. Assim que voltou a si, deu uma risada fraca, acenando positivamente.

- Estou bem. – reafirmou, colocando a outra mão sobre a minha, a segurando com ambas. Ele tremia levemente, como se estivesse com frio. Não me apeguei a esse fato, entretanto, pois ele fez questão de mudar de assunto. – E você, como está? Resolveu o problema que começa com M?

Ri com sua discrição, assentindo também. Não queria tirar conclusões precipitadas a respeito do que aconteceria daqui pra frente, então preferi manter os acontecimentos só pra mim, por enquanto. Porém, tinha uma coisa que eu precisava falar com alguém.

- Jongho. – ele ergueu as sobrancelhas, sinalizando para que eu continuasse. – Eu venho pensando em algumas coisas e prestando atenção no meu comportamento, e eu acho que... eu sou...

Me demorei com as palavras envergonhado. Minhas bochechas formigavam, provavelmente vermelhas.

- O que você é?

- Masoquista. – soltei, esperando sua reação.

Ele arregalou os olhos, se afastando ligeiramente. Houve um momento de silêncio até que notei os cantos de seus lábios se levantarem, querendo rir. Fechou as pálpebras por algum tempo, se recompondo e segurando o riso.

- Amigo... – resmunguei manhoso, com medo da zoação que poderia vir a seguir. Ele respirou fundo, tentando ficar sério.

- Meu Deus, Yunho. – Finalmente falou, a voz tremida pelo riso engolido. – Logo você.

- Por que diz isso? – perguntei, verdadeiramente preocupado.

- Nunca imaginaria que iríamos ter essa conversa. – continuou. – Mas calma, não tem nada de errado.

Soltei o ar, aliviado com suas palavras. Ele apertou minha mão entre as suas.

- Todo mundo gosta de levar umas palmadinhas, é saudável. É legal. Eu também gosto.

- Sério? – perguntei. – Você gosta que te enforquem também?

- O que? – ele tossiu algumas vezes, assustado. Desviei o olhar, novamente constrangido. – Você gosta disso?

Acenei positivamente, em silêncio.

- Nossa... então você é dos brabos.

Nos entreolhamos por um momento, até cairmos na risada com seu comentário.

- Que merda. – disse, limpando as lágrimas que se formaram de tanto rir.

- Você deve ficar bem. Só não passe dos limites.

- Eu sei. – afirmei, lhe passando segurança. Eu sabia meus próprios limites, não sabia?


--*--



Era o intervalo quando nosso grupo estava reunido em uma das mesas do refeitório, comendo e conversando como sempre. Jongho havia sumido antes do terceiro horário, e até agora não tinha voltado. O assunto da vez era San e seu cabelo novo, que se apresentava com uma mecha descolorida de um dos lados.

- Tá parecendo um e-boy. – Seonghwa comentou, rindo.

- Que porra, me deixa. – se esquivou quando o mais velho tentou alcançar sua cabeça.

Os risos cessaram quando notamos uma movimentação anormal ao redor. Mesas a frente, um grupo de meninas se amontoavam ao redor de alguém, parecendo preocupadas. Os alunos olhavam, curiosos, mas logo voltavam ao que estavam fazendo. Porém, não parei de analisar a cena, tentando descobrir o que acontecia.

Logo, a pessoa que estava sendo consolada se levantou, incomodada com o alvoroço ao seu redor. E quando percebi os cabelos dourados penteados impecavelmente, notei na hora que se tratava de Yeosang. Seu rosto estava vermelho devido às lágrimas, que ele tentava esconder de todas as formas. Saiu apressado do local, passando as mãos pelos olhos, sem ser notado pela maioria.

Imediatamente pensei no óbvio. Mingi havia falado com ele. Tinha terminado o que eles tinham, e era culpa minha. Passei o resto do intervalo com aquilo na cabeça, matutando o que diaxo eu iria fazer. Um sentimento ruim me apossou, fazendo me sentir um vilão, querendo me afundar no chão por vergonha de mim mesmo. Ele estava chorando por minha causa, e eu odiei esse sentimento. Mesmo que eu quisesse que Mingi estivesse disponível, não queria que ninguém saísse machucado, o que claramente não deu certo.

Compareci às outras aulas no automático, nunca parando de pensar no que havia feito, mesmo que indiretamente. Na metade da última aula, não me aguentei mais no lugar. Pedi ao professor para ir ao banheiro, e assim que recebi a confirmação, segui para o caminho contrário, em direção a saída. Precisava falar com Mingi, e tinha quase certeza que ele já estaria esperando na porta, como sempre. Quando estava quase no portão, me assustei ao trombar com alguém.

- Jongho? – perguntei, confuso. – O que você tava fazendo fora da aula?

Ele recuou, assustado, os olhos arregalados. Enfiava as mãos nos bolsos com força.

- O que você está fazendo aqui fora, meu querido? – rebateu, disfarçando a surpresa.

- Eu preciso fazer uma coisa.

- Ok... – disse, desconfiado.

Passei por ele, seguindo meu caminho. Como esperado, vi a moto vermelha, mas seu dono não estava por perto. Olhei para os dois lados da rua, o encontrando mais a frente, encostado a uma árvore enquanto portava um cigarro escuro entre os dedos. Distraído, só percebeu minha aproximação quando estava praticamente a sua frente. Ele então jogou o fumo no chão rapidamente, pisando sobre a ponta acesa e balançando a mão no ar, para expulsar o odor da fumaça.

- Hey. – disse, pondo as mãos nos bolsos da calça colada. Seu hálito fedia a cigarro, mas não me importei.

- Por que fez isso? – perguntei, sem cumprimentá-lo.

Ele suspirou, sabendo sobre o que me referia. O olhava fixamente, procurando uma resposta coerente. A visão de Yeosang chorando atormentava meus pensamentos. Mingi, porém, permanecia calmo.

- Eu disse que ia resolver as coisas. – respondeu, simplesmente. Não sei porquê me surpreendi com sua frieza, ficando sem palavras por um instante. Seu rosto estava impassível, não demonstrando remorso algum.

- Se eu soubesse que ia ser assim, não tinha falado nada! Eu não disse que era pra você terminar com ele.

- Você deu a entender isso.

- Oi? – não querendo ter ouvido o que ouvi, questionei, incrédulo.

Ele pressionou os lábios, nunca deixando de me olhar. Seus cabelos vermelhos voavam com o vento leve, como uma chama tímida em meio ao verde da árvore.

- Olha, você disse que não queria continuar se eu estivesse com alguém. Então... Eu resolvi não estar mais com ninguém, se for pra ter você.

Meu coração falhou algumas batidas com essas palavras, fazendo um frio passar pela minha barriga. Arfei surpreso, não esperando essa resposta. Contudo, não podia deixar que ele tirasse meu foco novamente. Ele sabia bem como me distrair e conseguir que eu pensasse do jeito que ele quisesse, mas a culpa ainda corroía meu interior, não me deixando ignorar aquele fato.

- Ok, mas não precisava ser assim. – afirmei, não tendo certeza do que falava, devido ao seu tom decidido.

- Yunho, olha. – respondeu mais sério, apoiando as mãos em meus ombros. – Já tinha dado o que tinha que dar. Eu não gosto dele... Alguma hora isso iria acontecer.

- Quem garante que não vai ser assim comigo também? – disse, por impulso. Ele respirou fundo, me soltando e massageando a testa com os dedos. – Você pode perder o interesse por mim logo, e sou eu quem vai estar chorando no colégio, por você.

Ele virou o rosto, desviando o olhar pela primeira vez. Pude perceber sua bochecha vermelha, como se tivesse levado um tapa. E não duvidava que fosse isso mesmo, pois faria a mesma coisa se fosse o Kang.

Seus olhos estavam inquietos, fitando qualquer coisa, menos eu. Pude perceber suas mãos fechadas por dentro dos bolsos, demonstrando seu desconforto.

- Vou voltar pra aula. – quebrei o silêncio, depois de esperar uma frase que não veio. Queria que ele falasse que isso não iria acontecer, que ele nunca quebraria meu coração, que ia dar tudo certo. Mas nós dois sabíamos que isso não era possível.

Mesmo confortando a mim mesmo internamente, estava decepcionado. Imaginei algo completamente diferente do que acontecia agora, ele se desculpando e tentando resolver as coisas da maneira certa. Me virei, pronto para voltar. Ainda demorei ao fazê-lo, esperando que ele me chamasse, me puxasse, qualquer coisa. Queria estar com ele, apesar de tudo. Dei o primeiro passo, incerto, não querendo realmente ir embora.

- Não vá.

Sua voz grossa soou, como se lesse meus pensamentos. Me virei novamente, observando seu rosto de lado, ainda sem me olhar. Apertava os dentes com força um contra o outro, como podia perceber olhando sua mandíbula marcada. Como se tivesse feito uma força enorme para pronunciar essas duas palavras, que mesmo tão pequenas, causaram um reboliço dentro de mim.

Não era literal. Ele não dizia para eu não sair dali fisicamente, mas emocionalmente. Pedia, silencioso, para que não desistisse de si. Para que eu ficasse, com ele. E eu não sabia como reagir a isso.

- Se explique para ele, peça desculpas. – pronunciei, de forma clara.

Ele fechou os olhos com força, impaciente.

- Você não sabe como o Yeosang é. Se eu falar com ele, ele vai fazer de tudo pra voltar. Eu vou precisar parar de vir aqui por um tempo, já pra não encontrar com ele.

- Ele só vai voltar pra você se você quiser que volte. – rebati.

Ele pensou, ainda relutante. Se afastou da árvore para vir ao meu encontro, ficando a minha frente. Sua aproximação me deixava nervoso e incoerente, e eu não tinha controle sobre minhas ações impulsivas. Precisava ficar longe dele se quisesse pensar de uma maneira racional, mas meu corpo não dava sinais de que queria se mover.

- Saia comigo. – disse, de repente. Ele tinha que erguer um pouco o rosto para olhar em meus olhos, o que fazia a visão mais fofa ainda. Suas íris brilhavam, tão pertinho.

- Não. – sussurrei, perdendo as forças com sua presença forte. Minhas pernas viram gelatina perto dele.

Ele sorriu, contrariado, e se estivéssemos em um desenho animado, estariam saindo corações de meus olhos agora, por ver aquele sorriso.

- Eu vou falar com ele. – ditou, sem realmente querer fazer isso. Me olhava fixamente agora, o resquício do riso ainda em seus lábios.

- Bom. – balancei o corpo ligeiramente, constrangido. Me sentia uma criança vivenciando sua primeira paixão, sem saber como agir.

- Saia comigo. – repetiu, erguendo a mão para tocar minha bochecha, acariciando ali com uma leveza que eu sabia que ele não tinha sempre.

O sol parecia brilhar diretamente nele, como um holofote totalmente dedicado a Song Mingi. Pude ver suas pupilas dilatadas, contrastando com a realidade, devido ao cigarro que fumava momentos antes. Seus lábios brilhavam, molhados por sua saliva, convidativos. Queria beijá-lo ali, iluminado por aqueles raios de luz que me aqueciam o corpo, enquanto seu olhar aquecia meu peito. Queria abraçá-lo, sentir seus braços ao meu redor, mais confortáveis que qualquer travesseiro por aí. E, enquanto sentia as borboletas voarem inquietas em meu estômago, plenamente recusei seu convite.

- Não.


Notas Finais


queria desabafar que é muito difícil escrever o mingi dessa fic quando ele é tão bebê na realidade >.<
obrigada por lerem!


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