— Tchau! — falei dando as costas para ele, saindo da lanchonete. Havia sido mais um encontro irritante com o Simon. É oficial, eu não suporto mais esse cara! Depois que eu saí do colégio, Simon estava no portão me esperando. Mesmo que eu quisesse ficar séria e sem graça com ele, fiquei com um sorrisinho bobo a maioria do tempo. Não pela presença dele, muito pelo contrário, foi pela Lucy mesmo. Me beijar na frente dele... me deu tchau e o ignorou. Foi incrível — Essa garota... — sussurrei sorrindo, colocando uma das mãos na minha bochecha, sentindo-a quentinha. Como lidar com uma mulher dessas?
— Erza? — ouvi alguém me chamar, virei para a mesma e era Levy. Estava cheia de bolsas e Gajeel do seu lado carregava duas mochilas e tomava um sorvete — Por que não me avisou que viria para o shopping depois da escola? Você poderia ter feito compras comigo!
— É que eu vim com o Simon — falei indo até ela, pegando uma das bolsas que ela carregava, e começamos a caminhar. Dando um passeio pelo shopping.
— Você ainda tá com esse cara? — Gajeel me perguntou e Levy suspirou.
— É complicado Gajeel, não dá para... simplesmente terminar, não é? — ela falou me olhando e eu assenti com a cabeça. Gajeel bufou.
— Ué, é só terminar — ele disse e rimos — O que vocês querem fazer agora?
— Vamos pedir um taxi e ir para casa, sim? — Levy falou. Ela e Gajeel eram vizinhos, então sempre rachavam um taxi — Você vem, Erza?
— Vou passar no mercado, estou precisando de umas coisinhas — falei e ela assentiu. Devolvi sua bolsa e a abracei. Acenei para Gajeel, e esperei o taxi deles chegaram para eu poder entrar no shopping novamente. Quando estava passando pela confeitaria, vi um bolo de morango enorme — Jesus Cristo, esse bolo foi feito pra mim! — sussurrei, pondo as mãos no vidro gelado da geladeira transparente, onde o bolo estava.
— Achei que ia embora! — ouvi alguém atrás de mim, suspirei e o encarei com cara de poucos amigos.
— Vai ficar me seguindo agora, Simon? — falei o olhando, ficando séria.
— Não importa, o que tá fazendo aqui? — ele falou e eu bufei.
— Eu vim ver os doces — falei e ele suspirou.
— Devia parar de comer tanto doce, vai ficar gorda! — ele falou me olhando por uma última vez. Se virou, e foi embora. Que tipo de namorado é esse?
— Babaca... — sussurrei voltando a olhar para o bolo — Que se dane também! — eu disse indo para fora da confeitaria, depois disso perdi a vontade de comer. Fui caminhando até o mercado calma, e aí alguém cutucou meu ombro. Olhei para trás e fiquei surpresa com quem estava lá — Lucy?
— Parece que nos encontramos, hehehe — ela disse rindo sem graça e eu sorri, ela pegou algo na sua bolsa. Era uma caixinha, nela estava escrito Confeitarias Louise, e havia um laço vermelho envolta dela — Eu estava indo encomendar um bolo para o aniversário do meu pai, e então acabei ouvindo você com aquele.... aquele brutamontes — ela disse fazendo cara de nojo, isso me fez rir sem graça — Não liga para o que ele fala, você deve comer o que você quiser! E na minha opinião, você ficaria linda de qualquer jeito, até se ficar gordinha — ela falou e eu sorri — Então... é pra você, você parece estar com fome — ela disse estendendo a caixa na minha direção.
— Sério? — falei e ela assentiu — Oh! Não acredito! — falei abrindo a embalagem, é o bolo que eu queria! — Lucy, você é demais! Não acredito que comprou meu bolo favorito!
— Bem, era para esse bolo que estava olhando — ela disse colocando as mãos atrás da cintura, dando um sorriso — O que veio fazer no shopping? Eu posso te acompanhar, se não for um incomodo...
— Claro, eu estava indo fazer umas comprinhas no mercado — falei.
— Eu também estava para comprar umas coisinhas — ela falou, e começamos a caminhar em direção ao mercado — Sabe... quando que vai sair um novo álbum?
— Você já ouviu todas as músicas? — perguntei surpresa e ela assentiu rindo — Então realmente gostou...
— Sim, eu gostei! Eu ainda não sei como o seu namorado não gosta, ele deve ser um babaca do caralh... — ela parou de falar, e eu a olhei surpresa. Ela dificilmente falava coisas do tipo — D-Desculpa! Eu... eu fiquei irritada com o que ele te falou na confeitaria, desculpa.
— Não, tudo bem — falei dando uma risadinha — Ele é um babaca, sua ciumenta! — falei e ela me olhou emburrada. Suas bochechas estavam rosadas.
— N-Não é como se eu tivesse com ciúmes, sabe? — ela falou coçando a bochecha com o indicador e eu ri.
— Sim, sim! Sei muito bem! — falei fingindo acreditar, e ela apenas deu um riso nervoso. Caminhamos até o mercado, e quando entramos eu perguntei: — O que você precisa comprar?
— Ahn... — ela disse olhando para os lados, então pegou um biscoito na prateleira — Biscoito! Eu preciso comprar biscoito! — ela disse e eu ri.
— E pra que precisa do biscoito? — perguntei olhando os preços dos produtos de beleza no cardápio do mercado.
— Eu sei lá, para comer — ela disse e eu ri a olhando — E você, do que precisa?
— De shampoo, condicionador, hidratante... essas coisas — falei distraída, e começamos a caminhar até o lugar onde ficavam essas coisas. Fui pegando de shampoo em shampoo o cheirando e percebi Lucy me olhando curiosa, ri disso.
— O que foi? — ela perguntou.
— É que você é uma graça... — falei ainda rindo, vendo-a se envergonhar — Qual você usa?
— De shampoo? – ela me perguntou e eu assenti com a cabeça — É.... pra falar a verdade eu nem sei! Eu uso o que tiver na minha casa — ela disse e eu nada disse. Cheguei perto dela, e peguei uma das mechas loiras compridas, a levando ao meu nariz, respirando o seu cheiro. Depois olhei para a prateleira, e a entreguei um shampoo.
— Você tá usando o de chocolate — falei e ela pareceu ter se impressionado. Seu olhar estava meio perdido, um olhar carente. Aquele olhar... céus! Coloquei uma das minhas mãos na sua nuca, e afundei meu rosto em seu pescoço, ela deu um gritinho baixo de susto.
Cheirosa...
Senti o cheiro do seu pescoço, com uma vontade incontrolável de morder e beijar aquele lugar irresistível que ela tinha. Ela era irresistível, ela era demais. Me afastei dela e a olhei, estava com o rostinho vermelho e as mãos, juntas no seu coração. Me olhava envergonhada e parecia que queria se esconder. Ri daquilo, o que a fez tropeçar nas palavras e falar:
— P-Pare de rir! — falou e eu ri ainda mais, aquilo era muito divertido.
— Desculpa, seu rosto estava engraçado! — falei parando de rir, ainda sorrindo e ela bufou, fazendo bico.
— Eu mereço! – ela falou e eu ri um pouco mais. Ela irritada é uma gracinha — E aí? Descobriu o hidratante que eu uso?
— Na verdade não, eu nunca senti tal cheiro! Qual você usa?
— Segredo! — falou passando a mão pela boca, como se estivesse fechando um zíper.
— Você que sabe, mas quando ver uma ruiva mexendo nas suas coisas de madrugada, não reclame! — falei e ela deu uma risada alta e gostosa.
— Seria um prazer ter uma ruiva mexendo nas minhas coisas — falou e eu sorri, sentindo minhas bochechas esquentarem. Depois da risada, levamos nossas coisas ao caixa, compramos o que tínhamos que comprar e fomos para o ponto de ônibus. Ela estava olhando para o seu celular, e depois agarrou meu ombro e sorriu. Tirou uma foto.
— Ei! Avise antes, eu devo ter ficado com cara de bunda! — falei e ela riu.
— Não, não ficou... — falou dando um doce sorriso, enquanto olhava para o seu celular – Está linda, como em todas as fotos – falou me olhando e eu cocei minha nuca meio envergonhada. Subimos no ônibus, em silencio. Lucy estava sentada na janela, olhando para paisagem então eu peguei em sua mão, fazendo-a me olhar. Entrelacei os dedos e sorri, desviando meu olhar. Eu adoro ela, eu quero ela.
E eu terei ela!
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