História Red Line (Imagine Kai) - Pink

EunBi POV ON

Acordei com a campainha tocando, levantei sonolenta quase me arrastando para fora da cama. Olhei para o relógio sobre o criado mudo, marcava 12:20 da manhã.

Kai havia dito na noite passada que eu não precisava levar nem buscar Yuna na escola, pois dessa vez ela faria isso e também ele desejava conversar com a diretora então, eu aproveitei que não teria que acordar as sete horas da manhã e coloquei meu sono digamos assim “em dia”, mesmo que eu ainda conseguisse dormir por mais uns dois dias e meio sem levantar sequer para ir no banheiro, de tão cansada que eu estava.

Minha rotina estava uma loucura, eu dividia meu tempo entre Kai e Yuna, TCC, faculdade e minha melhor amiga.  Essa mesma que dizia que eu havia tido a sorte grande por ter conhecido Jongin e que eu deveria deixar de ser idiota e “amarrar” ele, já que segundo palavras da mesma “ela daria de tudo para ter um homem como ele na sua vida”.

Abri a porta ainda de pijama e coçando os olhos com a mão, seja quem fosse que queria deixar bem claro que havia atrapalhado meu descanso e não, eu não me importava de estar de pijama já que o mesmo não era nada mais do que uma calça de moletom cinza e uma blusa larga.

Minha boca formou um perfeito “O” quando vi Jongin parado na frente da porta com aquele seu típico sorriso convencido nos lábios e com os cabelos rosa. Sim, você leu direito, rosa.

-Ai meu Deus, o que você fez com seu cabelo? –Perguntei passando a mão por algum dos fios extremamente macios.

-Não gostou? Alguns dias atrás você falou que eu ficaria fofo e muito bonito. –Ele falou e sorriu, novamente me deixando vermelha.

É claro que ele havia ficado bonito com aquela cor de cabelo que parecia realçar ainda mais seu rosto, além de chamar atenção já que eu não costumava ver muitas pessoas andando pelas ruas com os cabelos pintados de rosa.

Não podia negar que ele havia ficado extremamente bonito e sexy com os cabelos pintados daquele tom de rosa claro, mas eu não pronunciaria isso em voz alta nem sobre tortura. O ego dele já é grande demais e não precisa ser ainda maior.

-É da para o gasto. –Falei tirando a mão de seu cabelo e vi quando o mesmo sorriu de lado.

Esse garoto não vai parar de sorrir nunca?

-Mas afinal o que veio fazer aqui? E onde está Yuna? –Perguntei me jogando no sofá e Jongin parou ao meu lado.

-Yuna está com os avós, vai passar o final de semana com eles e eu estou aqui para mandar você se arrumar e arrumar uma pequena mala para o final de semana. –Jongin disse sorridente e eu franzi a testa.

-Olha, é só um presente por tudo que você tem feito por nós até agora. –Ele começou a explicar-se rapidamente. - Não recuse por favor. Não é como se eu fosse te sequestrar e vender seus órgãos no mercado negro. Mas pensando bem, essa me parece uma boa ideia. –Ele falou e eu arqueei uma das sobrancelhas fazendo o mais velho gargalhar.

-Tudo bem, mas para onde vamos? –Perguntei desconfiada enquanto me preparava mentalmente para passar  um final de semana inteiro ao lado de Jongin.

Eu sei, eu sei. Praticamente moro na casa dele durante a semana, mas agora é diferente, Yuna não vai estar junto, vai ser só eu e ele.

-Surpresa.

-Mas Jongin-ah, eu sou muito curiosa. Me diz, por favor? –Falei olhando para ele com a cara do gato de botas.

-Você vai descobrir quando chegar. –Ele riu divertido ao ver minha cara de derrota. –Ande logo, vá arrumar suas coisas.

EunBi POV OF

Jongin POV ON

Vi Eun correr empolgada escada a cima para arrumar suas coisas. Por algum tempo eu até pensei que ela recusaria o convite, principalmente por saber que Yuna não iria junto.

Mas era exatamente esse meu objetivo. Durante a semana a atenção de Eun está toda focada em Yuna e na faculdade então minha mãe falou que eu deveria leva-la para algum lugar onde possamos ficar apenas nós dois.

Sabe, é impressionante a forma com que comecei a gostar dela. No começo achava que era apenas gratidão por tudo que ela estava fazendo por Yuna, pela sua compreensão, por cuidar de nós como se fossemos uma família, por nos dar carinho e atenção e nos fazer sorrir, por se preocupar conosco. Acontece, que pessoas gratas não sentem vontade de beijar a pessoa que esta te ajudando toda vez que ela sorri.

Então fui obrigado a repensar meus sentimentos.

Foi difícil chegar a conclusão de que sim, eu realmente estava gostando de Eunbi. Eu até tentei negar por algum tempo já  que eu sentia que estava traindo Krystal de alguma forma por sentir algo por outra mulher.

Mas ai eu percebi que não importa o que eu pensasse era tarde de mais para mim. Eu já havia me apaixonado e nem havia percebido, foi necessário minha mãe praticamente “esfregar” todos os fatos na minha cara para que eu finalmente admitisse.

Não tinha outra justificativa pela forma como eu a olhava, não tinha outro porque de eu gostar tanto de vê-la sorrir ou provoca-la até que ela corasse. Amigos não fazem esse tipo de coisa.

Essa desculpa de irmos passar um final de semana juntos como agradecimento, não é nada mais que uma desculpa. Eu estou decido a descobrir se ela sente algo por mim, o porque de ela ficar nervosa e constrangida com minhas provocações e o porque de manter uma certa distância de mim e evitar me tocar.

Não me preocupo com o fato de Yuna aceita-la na família caso algo como um relacionamento aconteça, Yuna a adora e minha família inteira parecer sentir o mesmo por ela. O que me preocupa é termos algo que se acabar atrapalhe o relacionamento de Yuna com Eun, de forma alguma eu quero que isso aconteça. Yuna nunca esteve tão bem ou teve um relacionamento tão bom com alguma pessoa e eu tenho certeza que ela se abaterá e sentirá falta, caso Eun saia de sua vida de forma tão abrupta, pois em pouco tempo ela se apegou muito a Eunbi.

-Estou pronta. –Eun falou descendo as escadas e me tirando de meus devaneios.

-Uau, você está realmente linda. –Falei me levantando do sofá e a olhando dos pés a cabeça, o que novamente a fez corar.  E não vou mentir, eu adorava quando isso acontecia.

-Obrigada. –Eun falou envergonhada e eu sorri.

Ela usava uma blusa de lã cinza com mangas compridas, uma saia rodada preta e uma bota over de knee (não me pergunte como eu sei o nome disso (eu agora convivo com duas mulheres,ok. Uma mulher e meia já que Yuna só tem cinco anos)).  Tinha uma bolça preta sobre o ombro e o celular na mão esquerda, seus cabelos estavam soutos e ondulados e sua maquiagem era leve, como ela sempre gostava de usar.

Ela estava linda, como sempre e eu tinha certeza que ela receberia olhares masculinos por onde passasse então tive que morder minha língua para não manda-la subir lá em cima e usar aquele pijama que vestia antes para que pudéssemos ir ao aeroporto.

Ela trazia consigo uma pequena mala preta.

-Vamos?

-Vamos. –Ela confirmou e me seguiu para fora do apartamento.

(...)

-Jeju? Você só pode estar brincado, porque não me avisou antes? –A garota sentada ao meu lado falou assustada encarando a passagem em sua mão.

-Porque era uma surpresa. –Falei dando de ombros.

-Mas as coisas lá são muito caras, eu vou pagar minha parte. –Ela falou olhando para mim.

-Nem pensar, já falei que é um presente e não vamos mais discutir sobre isso. –Ela estava prestes a abrir a boca para me responder quando eu ouvi que o embarque para o nosso voo estava aberto. –Vamos, não quero perder o voo. –Falei pegando em sua mão e a arrastando para a área de embarque.

-Você me paga seu pabo. –Ela falou e eu sorri antes de entregar minha passagem.

Continua...