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História Red Riding Hood - H


Escrita por: a112214

Notas do Autor


Olá!
Peço desculpas pela demora (quase 3 meses). Não consegui escrever antes por vários motivos, mas estou de volta e pretendo voltar com as atualizações rápidas também. Já agradeço a quem irá continuar lendo!

PS: Esse capítulo será narrado pelo Hyukkie.

Capítulo 8 - H


 

[Hyukjae]

—Donghae, você tem que acreditar em mim. Isso é um engano — supliquei enquanto era colocado atrás daquelas grades. Consegui colocar metade da mão pra fora e o olhei. —Vem aqui, deixa eu te explicar.

Os outros presentes naquele lugar me observavam como se eu fosse um criminoso, mas o que mais me incomodava era pensar que meu Donghae acreditava neles. Aqueles olhinhos tão lindos agora estavam escurecidos pelo medo. Eu o conhecia o suficiente pra saber que ele estava querendo chorar, mas jamais faria isso naquela hora. Ele detestava mostrar fraqueza, e eu não nego que adorava essa parte corajosa dele.

—Pode nos dar um tempo a sós? — pediu com aquele jeito mandão que até mesmo eu cedia. Então a contra gosto, os dois homens nos deixaram sozinhos, não antes de certificar que eu estava bem preso, é claro.

Donghae se aproximou e pôs suas mãos sobre as minhas, fazendo aquela pergunta que eu tinha certeza que faria.

—Hyukkie... Você é o lobo?

Encostei a testa na grade que nos separava e fechei os olhos, suspirando.

—Tem que acreditar em mim. Quando foi a última vez que eu menti pra você, hein?

—Eu vou acreditar. Só responde a minha pergunta. Sabe que se for o lobo, a gente vai dar um jeito... Eu prometo.

Abri os olhos e o encarei, balançando a cabeça.

 

[10 horas atrás]

Deixei Donghae sozinho com aquela vadia e aproveitei o serviço acumulado na serraria. Descontei toda minha raiva na força que eu usava pra cortar aquelas madeiras. Olhei pela janela e vi que já era noite. Não notei que as horas haviam passado enquanto eu inutilmente tentava afastar aqueles pensamentos.

Já não aguentava mais ver o meu homem ser chamado de noivo por outra pessoa. Aquilo havia passado dos limites que eu poderia aguentar. Eu tinha concordado em fugir com aquele idiota que eu tanto amava, mas de nada adiantou, já que ele continuava naquele vilarejo inútil, me largando pra ver aquela garota estúpida e me fazendo estourar de raiva. Maldito amor que eu sentia!

—Eu sou um tolo por você, Donghae! — esbravejei, já que estava sozinho mesmo.

Bati com toda a força o martelo em um prego na madeira.

—Somente idiotas fazem o que eu faço! — limpei o suor que escorria do meu rosto. Apesar de estar frio lá fora, eu estava fervendo por dentro.

Olhei o meu trabalho e vi que havia pregado errado. Virei a tábua e vi aquele prego pra cima. Ouvi batidas na porta e aquilo só me incomodou ainda mais.

—Quem é, porra?! — gritei, batendo com os punhos fechados no que havia abaixo de mim e senti o prego entrar na minha mão com toda a força.

—Hyukjae, o que é isso? — Henry entrou e arregalou os olhos ao ver todo aquele sangue.

—Merda! Me ajuda aqui.

—Meu Deus, o que você fez? — segurou a minha mão e ajudou a separar do prego enferrujado. —Cuidado, você precisa cuidar dessa coisa.

—O que veio fazer aqui? Só me incomodar e foder com minha mão? — sentei, resmungando de dor. Ele parecia meio relutante em responder minha pergunta. —O que foi, Henry?!

—Aconteceu uma coisa com o Donghae...

Levantei em um pulo, apertando meus punhos com tanta força que fez o sangue voltar a pingar no chão.

—O q-que aconteceu com ele?

—O prenderam como suspeito. Sua noiva foi encontrada morta, eu não entendi direito.

Suspirei de alívio por uma parte e logo me preocupei com a outra.

—Da próxima vez não enrola pra falar. Achei que ele tinha morrido — puxei meu casaco próximo dali e o vesti.

—Onde você vai?

—Ver Donghae, é claro — eu não estava disposto a deixar meu bem mais precioso dormir uma noite em um lugar frio.

—Escuta, você não pode — me segurou pelo braço. —Eu sei o quanto ele significa pra você. Acredite, eu sei. De verdade — me olhou sincero e preocupado. —Siwon mandou todos ficarem em casa. Pode acontecer outra matança como aquela mais uma vez. É serio, você vai correr perigo lá fora.

—Siwon não manda em nada aqui — abri a porta, me soltando. Parei quando ele se pôs na minha frente.

—E esse seu ferimento? Vai infeccionar, eu não estou brincando.

—Não vai, se você sair da minha frente. Daí eu volto o mais rápido possível, está bem?

—Que droga, Hyuk! — saiu, suspirando. Continuei meu caminho, mas logo tive seus passos ao lado dos meus.

—O que foi?

—Eu vou com você.

—Se você morrer, eu não me responsabilizo — acabei rindo em meio a situação.

—É pra isso que servem os amigos. Pra ir junto salvar o namorado do outro.

—Donghae não é meu nam-

—Shh. Cala a boca. Até parece que eu sou bobo.

Fiquei em silêncio depois daquela revelação. Não seria mesmo difícil para ele descobrir sobre minha relação com Donghae. Mas eu não precisava me preocupar, confiava totalmente nele.

 

 

Chegamos rapidamente até a igreja, depois de ter perguntado para algumas pessoas sobre o paradeiro de Siwon. Observamos de longe e haviam três caçadores junto com ele, logo se direcionando aos fundos da igreja, onde Henry disse haver uma masmorra. Decidimos então fazer a volta e nos escondermos na entrada do bosque, onde daria pra ver tudo.

E lá estávamos nós em cima de uma grande árvore, discutindo sobre o que faríamos.

—Porque você não me deixa distraí-los? — perguntou Henry pela talvez décima vez.

—Já disse que não adianta eu entrar lá. O lugar possui uma chave, entendeu?

—Então quer ficar aqui o resto da noite?

—Achei que você iria me ajudar — suspirei, já irritado.

—E eu estou tentando!

—Fala baixo, caralho! — esbravejei um tanto mais alto e me encostei à arvore rapidamente a fim de me esconder ao notar que Siwon havia ouvido o barulho e olhado pra lá.

A escuridão que tomava conta da paisagem talvez tivesse nos ajudado a continuar no disfarce, pois logo escutei o mesmo homem dar uma ordem para que os outros levassem comida ao prisioneiro.

—Hyukjae — Henry sussurrou, me chamando. —E se o Donghae for mesmo o lobo?

Olhei pra ele, balançando a cabeça.

—Ele não é.

—Como você tem tanta certeza? — perguntou desconfiado.

Antes que eu pudesse responder fomos interrompidos por uma confusão que acontecia na entrada da masmorra. Siwon desceu correndo para dentro do lugar e logo xingava alguém, mas não pude entender o que acontecia.

Olhei de relance e não consegui enxergar nada além de um homem reclamando sobre Donghae.

—Só vão soltar ele se o lobo verdadeiro aparecer — desabafei, me dando por vencido.

—Acha que o bicho vai vir hoje à noite?

—Sim.

—Cara, você é mesmo o lobo!

—O quê?

—Esse lance todo de saber as coisas. E você ama Donghae. É capaz de matar todos aqueles caras só pra protegê-lo.

—Eu realmente espero que você esteja brincando — falei sério, franzindo a testa ao vê-lo descer a árvore. —Onde vai? Não me deixa sozinho.

—Vou tentar ver seu namorado. Se quiser ficar sozinho pra se transformar, está livre. Só não me mata, ok? Eu sempre fui um bom amigo. — balançou a mão em um aceno ao chegar lá embaixo e logo eu o vi andar até os caçadores.

 

 

Após muita conversa e insistência, ele pareceu desistir de tentar convencer os homens. Porém, antes que chegasse até mim, fomos todos surpreendidos quando o temido animal corria ferozmente na direção dos humanos. Obriguei-me a descer, pois Henry estava totalmente paralisado.

—Merda, o Hyukjae realmente é o lobo — foi a única coisa que o ouvi dizer antes de alcança-lo e arrastar pra trás da árvore. Felizmente, ou nem tanto, o único objetivo do lobisomem era entrar na masmorra, então respirei fundo e o coloquei contra a árvore.

—Não sou eu. Henry, não sou eu — o balancei para que ele voltasse em consciência, e ele logo o fez, olhando o animal mais uma vez pra ter certeza.

—OK, você não é o lobisomem.

 

 

Abri os olhos e o encarei, balançando a cabeça.

—Hae, eu não sou o lobisomem. Eu não sou.

Juntamos nossas mãos e ele ficou alguns segundos de modo pensativo.

—Eu vou resolver essa situação. Não se preocupe. Acredito em você — se levantou e chamou Siwon.

—Me empresta uma daquelas suas espadas de prata? Eu vou sair e preciso estar precavido.

—Donghae... — chamei, preocupado. —O que você vai fazer? É perigoso.

—Não se preocupe. Se há uma pessoa que o lobisomem não quer matar, essa pessoa sou eu.

 Siwon entregou o que o outro pediu, mas riu em seguida.

—Vai percorrer esse vilarejo todo enquanto o verdadeiro lobo está bem aqui na sua frente? Hae, tudo o que vai conseguir é perder os últimos momentos de vida do seu amado. O relógio está batendo. Só estou esperando a noite de amanhã para que eu possa ter a cabeça de Hyukjae em minha espada.

Suspirei, não querendo trocar vãs palavras com aquele idiota. Mas Donghae se apressou em fazer aquilo por mim.

—Não me chama de Hae. O verdadeiro lobisomem está solto por aí e você que é o caçador está sem fazer nada, deixando inocentes presos e facilitando a morte de mais pessoas. Se eu não conseguir nenhuma prova de que Hyukjae é um ser humano qualquer, pode acreditar que a única cabeça que estará em uma espada será sua. E vai ser eu quem terá a honra de coloca-la.

Ficamos os três em silêncio e Donghae trocou um olhar comigo antes de sair, me deixando sem nenhuma opção a não ser esperar, como havia feito desde a noite em que ele fora preso.

 

 

Já haviam se passado várias horas e os caçadores comentavam sobre estar perto de amanhecer. Meu Donghae ainda não havia voltado da floresta e eu não tinha conseguido pregar os olhos em nenhum momento, tanto pela preocupação, quanto pela dor em minha mão. Henry estava certo quando disse que eu precisava cuidar daquilo. Eu também tinha percebido alguns machucados no rosto de Donghae, mas sinceramente não queria ficar com ainda mais raiva ao saber quem os havia feito.

—Soltem Hyukjae! — ouvi a voz daquele que amava se fazer presente no corredor.

—Por quê? — perguntou Siwon, indo pra frente das grades em que eu me encontrava. Quando Donghae chegou mais perto, pude ver um corte recente em sua testa, ainda escorrendo sangue. Ele parecia ter corrido muito pra chegar logo, pois estava ofegante e cansado. Olhou pra mim e finalmente falou.

—Porque eu sei quem é o lobisomem.

 



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